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11 abril, 2025

Embraer C-390 é uma opção estratégica para substituir os antigos C-130R/M das Forças de Autodefesa do Japão

 

 
*LRCA Defense Consulting - 11/04/2026

A mídia japonesa tem repercutido os graves problemas enfrentados pela Força de Autodefesa Marítima do Japão (JMSDF), também conhecida como Marinha Japonesa, com o alto índice de indisponibilidade de suas seis antigas aeronaves de transporte Hercules C-130R que, por períodos, chega a 100%, como mostra a matéria abaixo.

Nesse contexto, em outubro do ano passado a Embraer se fez presente  na Japan Aerospace Exhibition, onde apresentou o avião de transporte multimissão C-390 Millennium, além de sua renomada família de aeronaves comerciais E-Jets  e soluções avançadas de mobilidade aérea da Eve Air Mobility. Aliás, os primeiros frutos já nasceram em 25 de fevereiro, com a japonesa ANA Holdings Inc. encomendando 15 jatos E190-E2 da Embraer com opções para mais cinco aeronaves.

A aeronave de transporte militar multimissão C-390 Millennium - considerada um verdadeiro divisor de águas por seus operadores, redefinindo os conceitos de versatilidade, confiabilidade, eficiência operacional e custo-efetividade - pode trazer consideráveis benefícios para o setor de defesa e segurança japonês. Com uma carga útil de 26 toneladas, velocidade máxima de 470 nós, sistemas de última geração e capacidade de operar em pistas não pavimentadas, o C-390 é uma solução versátil para várias missões, incluindo transporte de carga, operações de manutenção da paz, evacuação médica, gerenciamento de desastres e reabastecimento aéreo. 

A frota atual de aeronaves C-390 globalmente acumulou mais de 16.300 horas de voo, uma taxa de capacidade de missão de 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria. A aeronave foi adquirida por oito países: Brasil, Portugal, Hungria, Coreia do Sul, Holanda, Áustria, República Tcheca e um cliente não divulgado. Também foi oficialmente selecionado pela Suécia e Eslováquia para modernizar suas forças aéreas. 

Assim, o C-390, caso incorporado à Força de Autodefesa Marítima do Japão, poderá cumprir melhor e mais eficazmente, não só todas as missões atualmente necessárias (como o fundamental apoio às ilhas remotas), como também representar uma solução de ponta e em linha com demais necessidades da JMSDF, atendendo aos requisitos de modernidade e de alta tecnologia que o setor de defesa e a população japonesa esperam da aviação de transporte de sua Marinha, especialmente no contexto atual, onde China e Coreia do Norte representam uma constante ameaça.

Observa-se também que a Força Aérea de Autodefesa do Japão possui 14 antigas aeronaves Hercules C-130H, que poderiam também ser substituídas, com muitas vantagens, pelo Embraer C-390 Millennium, trazendo um novo ciclo de modernidade, alta tecnologia, eficácia e economia de custos à aviação de transporte da Marinha e da Força Aérea do Japão.

Por fim, em que pese a estreita e histórica colaboração entre Estados Unidos e Japão na área militar desde o final do Segunda Guerra Mundial, é preciso considerar que o país foi atingido recentemente com um duro tarifaço de 24% pelo presidente Trump, o que pode também vir a pesar em prol da escolha do avião de transporte tático multimissão brasileiro.

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 Japão observa avião de carga C-17 enquanto problemas com o C-130R se agravam

Hercules C-130R da Força de Autodefesa Marítima do Japão

*Defence Blog, por Daisuke Sato - 11/04/2025

A Força de Autodefesa Marítima do Japão (JMSDF) está enfrentando desafios operacionais com sua frota de seis aeronaves de transporte C-130R, conforme relatado pela Nippon Television Network (NTV).

Essas aeronaves, usadas principalmente para abastecer bases em ilhas remotas, como Iwo Jima e Minamitorishima, passaram por períodos em que nenhuma delas estava operacional devido a problemas de manutenção.

A NTV relata que, nos últimos anos, houve vários casos em que todas as seis aeronaves ficaram paradas simultaneamente por várias semanas. Manter pelo menos uma ou duas aeronaves operacionais tem se mostrado difícil, de acordo com fontes governamentais.

Os C-130Rs foram adquiridos do exército americano após o Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011, substituindo a antiga frota de YS-11. Essas aeronaves, anteriormente armazenadas em condições desérticas, foram convertidas para uso em transporte a um custo de aproximadamente ¥ 20 bilhões (US$ 140 milhões) por unidade, totalizando cerca de ¥ 150 bilhões (US$ 1 bilhão) para todos os seis.

Apesar da aquisição, as aeronaves antigas exigiram manutenção intensiva. Um contrato de cinco anos, no valor de ¥ 12,8 bilhões (US$ 89 milhões), foi firmado em 2022 com uma empresa privada para manutenção completa. No entanto, problemas como ferrugem, rachaduras e degradação do equipamento levantaram preocupações quanto à viabilidade dos reparos.

A JMSDF teve que contar com a Força de Autodefesa Aérea para assistência e implementou medidas como o envio preventivo de suprimentos adicionais para mitigar o impacto das interrupções no transporte.

C-17 em foto de Yasuo Osakabe

Estão em andamento discussões sobre a aquisição de novas aeronaves de transporte, incluindo o C-17, fabricado nos EUA. No entanto, preocupações têm sido levantadas sobre a necessidade de pistas longas para o C-17 e o potencial de desafios de manutenção semelhantes, visto que a produção do C-17 foi encerrada.

Autoridades governamentais sugeriram que as missões de transporte têm sido subvalorizadas no planejamento de defesa, com alocações orçamentárias favorecendo equipamentos de combate, como mísseis e navios Aegis. No orçamento de defesa do atual ano fiscal, as embarcações relacionadas ao transporte estavam entre os poucos itens reduzidos durante as negociações com o Ministério das Finanças.

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