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Região Amazônica e Amazônia Azul (inserção da LRCA) |
*Por Luiz Alberto Cureau Júnior, via LinkedIn - 25/04/2025
A recente mobilização do Carrier Strike Group 25 (CSG 25) do Reino Unido, liderado pelo HMS Prince of Wales, vai muito além de um exercício militar. É um movimento geopolítico claro: proteger rotas estratégicas, apoiar aliados como a Guiana e garantir presença nas zonas de interesse energético. E nisso, o Brasil tem muito a observar — e muito mais a fazer.
A Guiana, vizinha ao norte, já explora petróleo em áreas próximas à foz do rio Amazonas com apoio de gigantes como ExxonMobil e BP. Essa exploração é protegida por acordos e pela sombra de potências navais. Enquanto isso, o Brasil debate internamente se deve ou não explorar sua margem equatorial, paralisado entre a pressão ambiental internacional e a falta de presença militar robusta na região.
Na mesma medida em que o mundo cobra do Brasil a proteção da Amazônia Verde, esquece que nossa Amazônia Azul, rica em biodiversidade e recursos energéticos, também exige vigilância e soberania. Proteger floresta e oceano não são tarefas excludentes — são faces da mesma moeda estratégica: a da soberania nacional.
A realização da COP30 em Belém, em 2025, amplia esse dilema. O país será cobrado como vitrine ambiental global, mas precisa responder como nação soberana: mostrando que desenvolvimento sustentável exige segurança energética, vigilância territorial e investimento em Defesa.
As Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea), apesar da excelência técnica, carecem de presença adequada e permanente no Norte. Mesmo tendo aumentado os efetivos militares na região, ainda é pouco.
O que está em jogo é mais que petróleo: é a capacidade de dissuasão, monitoramento, cooperação internacional e defesa de fronteiras terrestres e marítimas. Sem presença, não há soberania. E sem soberania, não há escolha.
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Mídia inserida pela LRCA |
O Brasil precisa assumir seu protagonismo com clareza: explorar com responsabilidade, proteger com firmeza, negociar com altivez. Isso exige políticas ambientais consistentes, sim, mas também exige Forças Armadas estruturadas, tecnologia embarcada, Forças adequadas na região amazônica e investimento contínuo em defesa nacional.
Não se trata de militarizar a política ambiental. Trata-se de entender que quem protege a floresta também precisa proteger o mar e o ar. E para isso, não basta boa vontade, é preciso presença, estratégia e comando.
O silêncio estratégico não é mais opção. O Brasil precisa deixar claro: sustentabilidade sem soberania é utopia; e soberania sem Defesa, é retórica vazia.
*Luiz Alberto Cureau Jr. é General de Brigada R/1 do Exército Brasileiro e Consultor em meio ambiente e projetos de crédito de carbono no Instituto Climático VBH em Brasília.
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