Pesquisar este portal

27 fevereiro, 2025

Resultado anual da Embraer, com fortes lucros e maior carteira de pedidos da história, consolida o turnaround da empresa


*LRCA Defense Consulting - 27/02/2025

A Embraer divulgou hoje os seus números relativos ao quarto trimestre do ano passado e ao ano de 2024, trazendo números robustos, principalmente na comparação anual. Os resultados de 2024 consolidam o turnaround da empresa realizado após a desastrosa negociação com a Boeing.

Receitas recordes, EBIT e fluxo de caixa livre

As receitas totalizaram R$13,7 bilhões no 4º trimestre e R$35,4 bilhões em 2024, o nível mais alto de todos os tempos, +36% na comparação anual e perto do limite superior das estimativas anuais. Destaque para receita de Defesa & Segurança +55% de crescimento anual.

O EBIT ajustado atingiu R$1,6 bilhão com margem de 11,5% no 4T24. Em 2024, a empresa reportou EBIT ajustado de R$4,0 bilhões e margem de 11,3% (R$3,2 bilhões e 8,9% ex-Boeing) acima das estimativas anuais.

O fluxo de caixa livre ajustado sem Eve foi de R$6,0 bilhões durante o trimestre e R$4,6 bilhões em 2024, apoiado pelo maior número de aeronaves entregues, forte desempenho em vendas (pré-pagamentos iniciais – sigla PDP’s em inglês) e arbitragem da Boeing. Consequentemente, a empresa encerrou 2024 com uma posição de dívida líquida de R$684,6 milhões (sem Eve). 

Investment Grade e dividendos
A Embraer encerrou 2024 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 0,1x, abaixo dos 1,4x de 2023. A Moody’s elevou a classificação de crédito da Embraer de “Ba1” para “Baa3” com perspectiva estável em dezembro. Consequentemente, todas as três principais agências de classificação dos EUA classificam a empresa como Investment Grade (IG).

Essa confortável situação possibilitará à Embraer pagar dividendos pela primeira vez em sete anos. Segundo Francisco Gomes Neto, CEO da empresa, os valores ainda estão sendo calculados, mas essa será uma realidade daqui para frente.

Lucro líquido muito forte
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Embraer e o lucro líquido por ADS (American Depositary Shares) foram respectivamente de R$263,8 milhões e R$0,3592 no 4T24, comparado a R$943,6 milhões e R$1,2845 no 4T23. Na base anual, o lucro líquido foi de R$1,9 bilhão em 2024, comparado com R$783,6 milhões em 2023, e o lucro por ADS foi de R$2,6120 em 2024, contra R$1,0667 em 2023.

O lucro líquido ajustado foi de R$1,1 bilhão no trimestre, em comparação com R$350,6 milhões do ano anterior, se excluídos itens extraordinários, como R$(548,8) milhões em impostos diferidos e R$(280,6) milhões de resultados da Eve (impactados negativamente pelas perdas de marcação a mercado de suas warrants devido ao preço mais alto de suas ações).

Enquanto isso, no ano, o lucro líquido ajustado foi de R$2,6 bilhões em 2024, contra R$333,2 milhões em 2023, se excluídos itens extraordinários, como R$(678,1) milhões em impostos diferidos e R$25,3 milhões dos resultados da Eve. É importante destacar que os custos de desenvolvimento da Eve começaram a ser capitalizados como ativos intangíveis no 3T23 à medida que o programa atingiu maturidade suficiente.

Entregas
A Embraer entregou 75 jatos no 4T24, sendo 31 jatos comerciais (20 E2 e 11 E1) e 44 jatos executivos (22 leves e 22 médios). Em 2024, a empresa entregou um total de 206 aeronaves, sendo 73 jatos comerciais (47 E2 e 26 E1), 130 jatos executivos (75 leves e 55 médios) e 3 KC-390 Millennium multimissão em Defesa & Segurança; +14% acima das 181 aeronaves entregues no ano anterior. As entregas estiveram em linha com as estimativas da Aviação Comercial e Executiva. 

A carteira total de pedidos atingiu US$26,3 bilhões no 4T24 - a maior já registrada pela empresa em sua história, mais de 40% maior na comparação anual e 16% maior na comparação trimestral. Para mais informações consulte nossa Carteira de Pedidos & Entregas 4T24.

Aviação Executiva
As receitas totalizaram R$3,8 bilhões, 27% acima do ano anterior devido aos efeitos da variação cambial. A margem bruta diminuiu de 20,7% para 16,8% principalmente devido ao mix de produtos e volumes mais baixos, uma vez que a iniciativa bem-sucedida de nivelamento da produção levou a entregas mais equilibradas ao longo do ano. A margem EBIT ajustada reduziu de 15,7% para 10,5% durante o período devido à variação da margem bruta e se compara com itens extraordinários positivos de um ano atrás (ou seja, créditos fiscais); +11,8% em 2024 versus +8,8% em 2023.

Defesa & Segurança
O faturamento atingiu R$1,4 bilhão, 39% superior ao ano anterior devido ao reconhecimento da receita do A-29 Super Tucano. A margem bruta passou de 13,9% para 28,4%, impactada pelo mix de clientes do KC-390 e maiores volumes de A-29, de acordo com o método de cálculo do percentual de conclusão. Consequentemente, a margem EBIT Ajustado saltou de 2,8% para 17,5% no período e refletiu a variação da margem bruta; +6,8% em 2024 versus +5,5% em 2023.

Aviação Comercial
As receitas foram de R$5,8 bilhões, um aumento de 58% em relação ao ano anterior devido ao maior número de entregas de aeronaves e também devido à desvalorização do real comparado ao dólar. A margem bruta aumentou de 7,9% para 12,4% suportada pelo mix de clientes e pela alavancagem operacional (31 versus 25 aeronaves). A margem EBIT ajustada aumentou de 4,6% para 8,5% durante o período e refletiu a variação da margem bruta, apesar da comparação com itens de efeito extraordinário positivos de um ano atrás (ou seja, créditos fiscais); +2,9% em 2024 versus +0,9% em 2023.

Serviços & Suporte

As receitas atingiram R$2,6 bilhões de dólares, um aumento de 35% face ao mesmo trimestre do ano anterior, devido à maior utilização da frota e ao ramp-up da OGMA GTF. A margem bruta reportada diminuiu ligeiramente de 30,1% para 29,3% devido ao mix de produtos. No entanto, a margem EBIT Ajustado aumentou de 16,6% para 17,5% durante o período, sustentada por itens extraordinários positivos (ou seja, royalties e seguros); +16,6% em 2024
versus +15,1% em 2023.

Outros
Inclui a Aviação Agrícola (com o pulverizador agrícola Ipanema), a divisão cibernética (Tempest) e outros negócios. As receitas do segmento aumentaram 11%, de R$160,6 milhões para R$178,1 milhões no comparativo anual, devido ao maior volume da Aviação Agrícola.

Estimativas para 2025
Entregas da Aviação Comercial entre 77 e 85 aeronaves, e entregas da Aviação Executiva entre 145 e 155 aeronaves.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será submetido ao Administrador. Não serão publicados comentários ofensivos ou que visem desabonar a imagem das empresas (críticas destrutivas).

Postagem em destaque