*LRCA Defense Consulting - 11/01/2025
Conforme informações divulgadas pelo RR - Relatório Reservado ontem (10), o governo está empenhado em destravar, até o fim do atual mandato, um dos principais projetos da Força Naval: a implantação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Guardadas as devidas proporções, trata-se de uma espécie de “Sivam das águas”, em referência ao Sistema de Vigilância da fronteira seca da Amazônia. O SisGAAz consiste em uma rede integrada da sensores terrestres e marítimos, centros de comando e controle, monitoramento aéreo e ambiental voltados à vigilância de toda a costa brasileira. Trata-se de um investimento orçado em aproximadamente R$ 13 bilhões. Esse valor não cabe no orçamento da União. A novidade é que se especula dentro do próprio governo a inclusão do SisGAAz no PAC.
Segundo o governo federal, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um dos catalisadores para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Lançado em 2023, o Novo PAC tem como objetivo principal promover o crescimento sustentável por meio de investimentos massivos em infraestrutura.
Leia aqui a matéria completa do RR: "Governo Lula avalia incluir no PAC um dos maiores projetos da Marinha" e entenda também as nuances políticas da intenção do governo.
Consórcio Miramar
Em novembro de 2023, a Marinha do Brasil anunciou que a
proposta do consórcio Miramar, composto pelas empresas SIATT e BEN
(Bureau de Engenharia & Negócios), foi selecionada como a melhor
oferta para o projeto de obtenção da primeira Unidade de Vigilância (UV)
Costeira do SisGAAz – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul.
Para atender ao
SisGAAz, a SIATT, uma empresa estratégica de defesa com reconhecida
capacitação na integração de sistemas, armamentos inteligentes,
sensores, radares e sistemas de telemetria, uniu-se à BEN, empresa de
engenharia multidisciplinar, especializada, e com experiência em prover
soluções de infraestrutura terrestre e aquaviária para portos e
terminais marítimos ou fluviais.
Em 2024, a SIATT - agora já tendo por trás o poderoso EDGE Group, dos Emirados Árabes Unidos, que adquiriu 50% de seu controle - apresentou durante a 8ª Mostra BID Brasil o SICS - Sistema
Integrado para Comunicações Seguras, uma inovadora solução tecnológica
para proteção ambiental, defesa e segurança de regiões estratégicas,
como a Amazônia Legal e a Amazônia Azul.
O SICS, desenvolvido em parceria com a KATIM, empresa do Grupo EDGE, e a
estatal brasileira IMBEL, consiste em um conjunto completo de
ferramentas para coleta, disseminação e proteção de dados.
"A
parceria com a KATIM e a IMBEL foi fundamental para o desenvolvimento do
SICS. Juntos, estamos criando uma solução completa e robusta, que
oferecerá aos nossos clientes a confiança e a segurança necessárias para
operar em ambientes complexos e remotos. O SICS alia tecnologia de
ponta e robustez, garantindo a eficiência e eficácia das operações mesmo
em condições adversas", disse o CEO da SIATT, Rogerio Salvador.
O
novo sistema está sendo desenvolvido para atender às necessidades de
áreas consideradas críticas, como fronteiras secas, zonas costeiras,
territórios ambientais de grande importância e locais remotos sem
cobertura de rede. O SICS oferece um ambiente integrado de comunicação e
segurança, essencial para o planejamento e a coordenação de ações de
entidades públicas de defesa, segurança e proteção.
Esquema terrestre do SICS - Sistema Integrado para Comunicações Seguras, da SIATT |
SisGAAz
O
Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) tem a missão de
monitorar, de forma contínua e integrada, as Águas Jurisdicionais
Brasileiras e as áreas internacionais de responsabilidade brasileira,
contribuindo de maneira efetiva no controle do tráfego marítimo e
monitoramento da “Amazônia Azul”.
É um Programa Estratégico de
elevada prioridade para a Marinha do Brasil, indispensável para a
garantia da soberania sobre a “Amazônia Azul” e com potencial imenso
para impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico no País, além
de ser um estuário para a geração de empregos.
Quando
implantado, o SisGAAz integrará uma rede de sensores terrestres e
marítimos, centros de comando e controle, monitoramento aéreo e
ambiental de forma a prover capacidade de controle da mobilidade
estratégica das áreas e pronta resposta no caso de ameaça, emergência,
desastre ambiental, agressão ou ilegalidade.
Concebido para
monitorar e proteger de maneira contínua e integrada a nossa imensa e
rica “Amazônia Azul” (águas jurisdicionais do Brasil e áreas
internacionais sob sua responsabilidade), o SisGAAz é um programa
estratégico da Marinha do Brasil porque viabilizará operações de socorro
& salvamento e proteção de portos, embarcações, infraestruturas,
recursos naturais em face de ameaças, emergências, desastres ambientais,
hostilidades ou ilegalidades.
Com previsão de expansão para
toda a costa brasileira, sua primeira Unidade de Vigilância Costeira
será instalada nas proximidades do Farol de Castelhanos, na Ilha Grande,
litoral do estado Rio de Janeiro. Ainda em análise pela Marinha do
Brasil, há a possibilidade desta seleção viabilizar a instalação de uma
segunda UV nas proximidades do Farol Novo de Cabo Frio, também no
litoral fluminense.
A Unidade de Vigilância Costeira é uma
instalação autônoma e regularmente operada de maneira remota, composta
por diversos sensores (radar de vigilância, equipamentos de
identificação automática de embarcações, câmeras ótica e infravermelha
de alta resolução, etc.), bem como sistemas de comunicação costeira e
terrestre, e telemetria. Os dados de vigilância, bem como sinais de
telecomando e tele supervisão, são compartilhados via enlace de dados
com um centro operacional de vigilância da Marinha do Brasil na cidade
do Rio de Janeiro.
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