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25 janeiro, 2025

IAV 2025: Exército Brasileiro busca adquirir MBT e IFV com alto grau de comunalidade


*European Security & Defence, por Pedro Felstead - 24/01/2025

Em seus planos de modernização para adquirir novos carros de combate principais (MBTs) e veículos de combate de infantaria (IFVs), o Exército Brasileiro está buscando obter soluções com alto grau de comunalidade, conforme foi revelado.

Em discurso na conferência internacional de veículos blindados (IAV 2025) da Defence iQ, realizada em Farnborough (Inglaterra) de 21 a 23 de janeiro, o general Hertz Pires do Nascimento, comandante do Comando Militar Sul do Exército Brasileiro, disse em 21 de janeiro que, ao substituir os MBTs Leopard 1 e os veículos blindados de transporte de pessoal (APCs) M113 do Brasil, o exército "está buscando plataformas com o mais alto nível possível de comunalidade".

O general observou que o projeto MBT está programado para começar em 2028 com o objetivo de fornecer ao exército uma frota de tanques “em linha com as tendências atuais na guerra de tanques”, mas que um subprograma “também inclui a implementação de um projeto de veículo de combate de infantaria”.

O Gen Hertz não deu mais detalhes sobre o programa, que poderia, por exemplo, envolver a aquisição de um IFV pesado sobre esteiras com uma variante de apoio de fogo direto, mas acrescentou: “Estamos buscando oportunidades de mercado internacional e potenciais parceiros para cooperar no desenvolvimento desses projetos com o objetivo de construí-los no Brasil”.

Em uma apresentação abrangente, o Gen Hertz também detalhou os atuais esforços de modernização do Exército Brasileiro. Em relação ao desenvolvimento das forças blindadas, ele observou que o Guarani 6×6 APC é o foco principal. Desenvolvido pela Iveco em colaboração com o Exército Brasileiro, o Guarani já está em serviço operacional, com o Gen Hertz observando que mais de 1.300 APCs Guarani serão finalmente entregues em diversas variantes, incluindo uma variante armada com um canhão Elbit de 30 mm operado remotamente, um veículo de posto de comando, veículos de defesa aérea com unidades de disparo e radar, veículos de comunicação e variantes de ambulância, além do APC básico. Uma variante de engenharia blindada, acrescentou o general, está nos estágios finais de avaliação e subsequente produção em série.

Para modernizar seus regimentos de cavalaria mecanizada e substituir seus carros blindados Engesa 6×6 Cascavel armados com canhões de 90 mm, o Exército Brasileiro selecionou o Centauro II armado com um canhão de 120 mm e construído pelo Consórcio Iveco – Oto Melara (CIO), disse o Gen Hertz. Ele acrescentou que o Exército Brasileiro concluiu a avaliação técnica e operacional de dois veículos de amostra e em breve espera assinar um contrato para 98 veículos. Enquanto isso, 98 Cascavel serão atualizados por um consórcio de empresas brasileiras contratadas em 2023 para estender suas vidas úteis, acrescentou o general. Enquanto os canhões de 90 mm dos Cascavel serão mantidos, parte da frota será armada com o míssil antitanque brasileiro MAX 1.2 AC (da SIATT) para aumentar seu poder de fogo.

Em relação aos veículos mais leves, o Gen Hertz disse que a introdução dos Iveco LMV-BR 2 4×4s “representa uma mudança significativa nas capacidades das brigadas mecanizadas”, acrescentando que algumas dessas plataformas já estão em serviço e que 420 veículos devem ser entregues até 2033 para substituir os veículos de carroceria macia atualmente em serviço.

Em termos de artilharia, o Gen Hertz observou o sucesso do programa estratégico de lançadores múltiplos de foguetes Astros do Brasil. Enquanto o sistema de artilharia Astros II entrou em serviço com o Exército Brasileiro no início dos anos 1990, o Astros II Mk6, que entrou em serviço em 2014, pode disparar mísseis de cruzeiro AVMT-300 brasileiros com alcance de 300 km.

O general também destacou o programa do Exército Brasileiro para adquirir obuses autopropulsados ​​(SPHs) de 155 mm. Em abril de 2024, foi anunciado que o exército havia selecionado a Elbit Systems de Israel para fornecer 36 de seus SPHs sobre rodas ATMOS, embora um contrato para esses sistemas tenha sido adiado pelo governo brasileiro em vista da conduta de Israel na guerra em Gaza.

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