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13 janeiro, 2025

ELEB Equipamentos será a Embraer Divisão Equipamentos (EDE)


*LRCA Defense Consulting - 13/01/2025

Após vários meses de trabalho, hoje foi concluído um projeto de grande relevância para a Embraer: a incorporação da ELEB Equipamentos Ltda. como uma divisão da empresa, passando a se chamar Embraer Divisão Equipamentos (EDE), nome com o qual havia sido criada em 1984 pela Embraer com a finalidade de desenvolver e produzir trens de pouso, válvulas direcionais, atuadores hidráulicos e outros componentes do caça-bombardeiro tático AMX.

Em 1999, a criação de uma joint venture entre a Embraer e a empresa europeia Liebherr Aerospace SAS transformou a EDE em uma empresa denominada Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil S.A., da qual a Embraer detinha 60% do controle acionário e a Liebherr os demais 40%. Em 2008, os 40% de participação da Liebherr foram adquiridos pela Embraer e a empresa passou a ser denominada ELEB Equipamentos Ltda., que voltará agora a se chamar EDE e se tornará uma nova Divisão da Embraer.

Embraer Divisão Equipamentos (EDE)
Com mais de 40 anos de experiência, a nova Divisão atua na concepção e no desenvolvimento de produtos aeronáuticos, passando pelos testes, certificação e manufatura, indo até o suporte pós-venda. 

A fim de garantir a completa satisfação de seus clientes, a EDE produz soluções competitivas e inovadoras com a mais alta tecnologia do mercado para serviços e equipamentos aeronáuticos. Neste escopo estão sistemas de trens de pouso, atuadores hidráulicos, válvulas eletro-hidráulicas, reservatórios hidráulicos e pilones, entre outros. Seus produtos são aplicados em diversos programas comerciais, executivos e militares da Embraer e de clientes externos.

A tecnologia EDE está presente nas mais modernas e sofisticadas aeronaves. Com reconhecimento internacional nas fases de desenvolvimento do produto, sua engenharia é capacitada a conceber novos projetos a partir das especificações técnicas dos clientes, avaliando desde o inicio a integração dos produtos nas aeronaves e as tecnologias avançadas a serem aplicadas.

A Divisão participa de programas mundiais na área aeroespacial, fornecendo sistemas integrados para a família de jatos comerciais Embraer E-Jets e E-Jets E2, jatos regionais ERJ, jatos executivos Legacy e Phenom 100/300, aviões de treinamento e ataque leve Tucano e Super Tucano, caça-bombardeiro AM-X, helicópteros Sikorsky S-92/H-92, Airbus A330 e Airbus A340, entre outros programas. Para atender a demanda dos trens de pouso para o cargueiro C-390 Millennium e para os E-Jets-E2, que utilizam peças de aço e titânio de maiores dimensões, foi iniciada em 2017 a ampliação da unidade em Taubaté, com a implantação de um centro de usinagem de grande porte.

O trem de pouso do C-390 foi desenvolvido e produzido pela EDE

Com um financiamento da FINEP, foram investidos US$ 17 milhões em modernização tecnológica, sendo US$ 2 milhões na implantação de um equipamento de testes de "queda livre" de trens de pouso, que simula as condições mais críticas de aterrissagem da aeronave, ensaio essencial nos processos de certificação. O equipamento, com dezessete metros de altura e cem toneladas de peso, tem capacidade para testar a resistência de trens de pouso de aeronaves com até 150 toneladas.

A Embraer Divisão Equipamentos (EDE), por meio do seu Centro de Serviços, é sinônimo de qualidade total em serviços, possuindo plena estrutura e qualificações para prestar serviços completos de manutenção, reparo e overhaul, possuindo diversas certificações nacionais e internacionais, como ANAC, FAA e EASA.

WEG assina MoU com a Lecar para fornecimento de sistema gerador elétrico para solução híbrida flex


*LRCA Defense Consulting - 13/01/2025

A montadora brasileira Lecar e a WEG assinaram memorando de entendimento (MoU) que prevê o desenvolvimento para o fornecimento de geradores e inversores elétricos pela WEG à Lecar. Isso permitirá a produção em larga escala para os futuros veículos híbridos da marca.

A tecnologia do sistema gerador para o Range Extender alia a sustentabilidade do veículo elétrico à autonomia e flexibilidade do motor à combustão flex, contribuindo para atingir a neutralidade de carbono.

"Estamos muito felizes com a assinatura do memorando de entendimento (MOU) com a WEG. Essa parceria possibilita o desenvolvimento do nosso veículo híbrido flex, através de uma tecnologia única no mercado que combina motor a combustão flex com motor elétrico e gerador WEG", afirmou Flávio Figueiredo de Assis, CEO da Lecar.

Segundo Carlos Grillo, diretor superintendente da WEG Digital & Sistemas, a parceria com a Lecar representa um marco na eletrificação da mobilidade no Brasil. “A WEG está entusiasmada em iniciar com a Lecar e Horse o desenvolvimento e fornecimento componentes de alto desempenho elétrico para o primeiro veículo híbrido flex nacional, contribuindo para um futuro mais sustentável”, celebra.

Com a assinatura do MOU, as empresas avançam para a próxima etapa, que é a finalização de um contrato definitivo de fornecimento e desenvolvimento. A previsão é que o modelo Lecar 459 da Lecar esteja disponível no mercado em 2026.

Sobre a Lecar
A Lecar é uma montadora de carros do Brasil. A empresa irá lançar o Lecar 459 e a Campo, a pick-up cabine dupla da Lecar, que utilizam sistema Híbrido flex com Range Extender, um veículo nacional.

Nações sul-americanas acrescentam 'melhoria das forças aéreas' às resoluções de 2025


*Breaking Defense, por Wilder Alejandro Sanchez - 13/01/2025 

No final de dezembro, a primeira aeronave F-16 Bloco 10 da Força Aérea Argentina chegou ao país, no que o Ministro da Defesa Luis Petri saudou como a aquisição "mais importante" desde o "retorno à democracia" do país em 1982.

A nação sul-americana operou sem uma aeronave de combate primária por quase uma década, mas agora, após muitas negociações e falsos começos, Buenos Aires recebeu o primeiro de 25 F-16s (incluindo uma aeronave de treinamento) anteriormente operados pela Força Aérea Dinamarquesa. O preço do contrato é de cerca de US$ 300 milhões , auxiliado por cerca de US$ 40 milhões em Financiamento Militar Estrangeiro pelos EUA.

Poucas semanas antes, os Gripens fabricados pela Saab e pertencentes à Força Aérea Brasileira (FAB) fizeram sua estreia em exercícios internacionais na CRUZEX 2024 liderada pelo Brasil, dois anos após os caças suecos se juntarem oficialmente à força.

Argentina e Brasil não estão sozinhos na busca por aeronaves de combate mais capazes, já que países como Peru e Uruguai assinaram ou estão considerando novos acordos recentemente.

Mas esta não é uma corrida armamentista aérea na América do Sul, que não vê uma guerra interestatal desde 1995. Na verdade, é uma corrida principalmente contra a obsolescência, de acordo com especialistas, e, para qualquer nação que não se chame Brasil, uma corrida limitada por orçamentos de defesa apertados.

As forças aéreas regionais “precisam modernizar seus inventários e também treinar seu pessoal para operar tecnologias mais novas”, mas apenas “dentro das possibilidades econômicas de cada país”, explicou o Brigadeiro-General aposentado argentino Jorge Antelo à Breaking Defense.

Embora a ameaça de guerra seja baixa, as aeronaves ainda funcionam como dissuasores e para auxiliar operações antidrogas. André Carvalho, pesquisador PhD na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro, disse que as aeronaves de combate “são um grande símbolo do hard power de um Estado e ressaltam o comprometimento de um governo em defender a soberania do país”.

Grandes compras da Argentina e do Brasil
O primeiro F-16 recebido pela Argentina, a aeronave de treinamento, já foi bem recebido pela força aérea de lá, de acordo com Andrei Serbin Pont, analista e diretor do centro de pesquisa argentino CRIES. O avião “dá ao serviço uma ideia do status do resto da frota”, disse ele.

Também em dezembro, a Argentina assinou uma Carta de Acordo com os EUA para equipamentos americanos avançados para os novos caças. Antelo, que recentemente serviu como secretário de estratégia nacional da Argentina, disse à Breaking Defense que os acordos sinalizaram um marco tecnológico para os militares.

Mas Serbin Pont observou que os F-16 não serão capazes de resolver todos os problemas da força aérea argentina. A força ainda opera o Douglas A-4 Skyhawk, que Serbin Pont diz que não está voando e não tem "nenhum papel" nas operações atuais.

A Argentina também voa com sua aeronave de ataque leve e aeronave de combate IA-63 Pampa , de fabricação nacional . O fabricante local do Pampa, FADEA, está desenvolvendo uma nova versão da aeronave de ataque leve Pucará, chamada Pucará Fénix, explicou Serbin Pont. No entanto, a nova versão permanece no nível de protótipo.

Enquanto isso, o Brasil enfrenta uma situação semelhante: está em processo de aquisição de uma grande frota de Gripens, mas ainda precisa atualizar aeronaves de companhia mais antigas.

“A frota de Gripens não é suficiente para substituir o número envelhecido de F-5s e A-1s”, disse Serbin Pont, referindo-se ao ataque leve americano F-5EM e ao AMX A1 brasileiro-italiano.

Brasília está supostamente atualizando sua aeronave de ataque leve A-29 Super Tucano para operar com o Gripen, mas Carlos Eduardo Valle Rosa, coronel da reserva da Força Aérea Brasileira, disse que estudos estão em andamento para determinar a melhor maneira de substituir o F-5 e o A-1.

Orçamentos menores, grandes ambições
Além da Argentina e do Brasil, alguns países menores da América do Sul também estão de olho em atualizações que podem ser caras, se puderem pagar por elas.

O Peru atualmente voa aviões de guerra Dassault Mirage 2000, mas eles foram comprados originalmente na década de 1980, assim como Sukhoi Su-25s de fabricação russa comprados de segunda mão pela Bielorrússia na década de 1990. Em outubro deste ano, o chefe da Força Aérea Peruana, Gen. Carlos Enrique Chávez Cateriano, disse que quer que sua nação compre uma frota de 24 aeronaves multifuncionais "para proteger a soberania e a integridade do nosso país pelos próximos 30-40 anos". (Lima também comprou da Bielorrússia uma frota de Mig-29s, no entanto, eles parecem não estar operacionais)

Reportagens da mídia sugerem que alguns grandes players se alinharam na esperança de fornecer novas aeronaves a Lima, incluindo a Lockheed Martin com seu F-16, a Saab com o Gripen, a Dassault com o Rafale e a empresa sul-coreana Korea Aerospace Industries com seu FA-50 e KF-21.

O vizinho do Peru ao norte, a Colômbia, também sinalizou seu interesse em atualizar suas fuselagens, que atualmente consistem em Kfirs israelenses de quatro décadas. A geopolítica se intrometeu nessa perspectiva em particular, já que Bogotá rompeu relações com Israel por sua conduta em Gaza.

Tanto o Peru quanto a Colômbia, disse Valle Rosa, estão interessados ​​em manter uma força aérea eficaz em parte “para resolver questões históricas de fronteira”, provavelmente uma referência às tensões históricas entre Peru e Chile, e Colômbia e Venezuela.

Duas outras nações sul-americanas assinaram acordos para novas aeronaves de combate em 2024: Paraguai e Uruguai, embora com preços muito menores. Nesses casos, cada país concordou em comprar seis Super Tucanos da Embraer do Brasil.

Como está, o Uruguai opera uma pequena frota de aeronaves A-37B Dragonfly envelhecidas como sua única plataforma de combate. Valle Rosa disse que a escolha de ir com o Super Tucano "foi uma decisão de Montevidéu de manter as capacidades operacionais do serviço, particularmente para missões de patrulha aérea". A mídia uruguaia colocou o contrato em US$ 100 milhões. O Paraguai não tem nenhuma aeronave de combate atual, tornando sua aquisição particularmente importante. O custo será semelhante ao acordo uruguaio, em torno de US$ 96 milhões , disse o Ministro da Defesa paraguaio Óscar González em uma entrevista.

Valle Rosa observou que, apesar do interesse em novas aeronaves de várias nações e da falta de conflitos interestatais na história recente, as nações sul-americanas foram prejudicadas no reino da aquisição de defesa pela falta de cooperação de defesa como a vista na produção conjunta da Europa do Eurofighter Typhoon — tão pesado quanto esses tipos de programas conjuntos podem ser. Em sua opinião, as diferentes prioridades de aquisição, limitações orçamentárias, ambições geopolíticas e tensões de fronteira pendentes provavelmente significam que as forças aéreas sul-americanas continuarão a voar sozinhas e, fora da Embraer, dependerão de fornecedores extrarregionais.

12 janeiro, 2025

Aquisição da Nordic Aviation Capital pela Dubai Aerospace Enterprise: implicações para a Embraer


*LRCA Defense Consulting - 12/01/2025

A Dubai Aerospace Enterprise (DAE) Ltd anunciou, em 07 de janeiro deste ano, a assinatura de um acordo definitivo para adquirir 100% da Nordic Aviation Capital (NAC), uma empresa de leasing de aeronaves formada há mais de 30 anos. Os termos da transação não foram divulgados.

Em setembro de 2024, a frota da NAC era composta por 252 ativos próprios e comprometidos em arrendamento para aproximadamente 60 clientes de companhias aéreas em aproximadamente 40 países.

Em uma base pro forma, a frota da DAE Capital será composta por aproximadamente 750 aeronaves próprias, administradas e comprometidas, com um valor total de aproximadamente US$ 22 bilhões, em arrendamento para aproximadamente 170 companhias aéreas clientes em aproximadamente 70 países.

Firoz Tarapore, diretor executivo da DAE, comentou: “Estamos muito satisfeitos com esta oportunidade de adicionar as capacidades da NAC, presença complementar de mercado e pessoas à nossa plataforma. Esta transação nos permitirá fornecer soluções mais econômicas para um grupo maior de clientes.”

A transação será apropriadamente capitalizada e financiada por recursos internos e financiamento de dívida comprometida. Consequentemente, as métricas de alavancagem e financiamento da DAE permanecerão confortavelmente dentro dos níveis consistentes com suas classificações de crédito. A transação está sujeita às aprovações regulatórias necessárias e à aprovação dos acionistas da NAC Holdings Limited e deve ser concluída no primeiro semestre de 2025. A DAE foi assessorada pela Allen Overy Shearman Sterling LLP e KPMG.

Sobre a DAE

A Dubai Aerospace Enterprise Ltd (DAE) é uma corporação de serviços de aviação reconhecida globalmente com duas divisões: DAE Capital e DAE Engineering. Com sede em Dubai, a DAE atende mais de 170 clientes de companhias aéreas em mais de 65 países a partir de seus sete escritórios em Dubai, Dublin, Amã, Cingapura, Miami, Nova York e Seattle.

A DAE Capital é uma premiada locadora de aeronaves com uma frota própria, administrada e comprometida de aproximadamente 500 aeronaves Airbus, ATR e Boeing com um valor de frota de US$ 18 bilhões. A DAE Engineering fornece serviços regionais de MRO para clientes na Europa, Oriente Médio, África e Sul da Ásia a partir de suas instalações de última geração em Amã, Jordânia, acomodando até 17 aeronaves de fuselagem larga e estreita. Ela está autorizada a trabalhar em 15 tipos de aeronaves e tem aprovação regulatória de mais de 25 reguladores globalmente.

Vínculo com a Embraer
Com a aquisição, a DAE passará a contar também com aeronaves da Embraer em seu portfólio, haja vista a longa tradição de negócios entre a gigante brasileira e a Nordic, como pode ser visto em alguns exemplos citados abaixo.

Em maio de 2022, a Nordic Aviation Capital tornou-se o cliente-lançador das transformações das aeronaves E190/E195 para E-Freighter, o cargueiro da Embraer, com um pedido de 10 conversões, embora isso tenha evoluído posteriormente.

No Farnborough Air Show de 2022, a companhia aérea indiana Star Air, que já possuía aeronaves EMB-145,  sinalizou seus planos de crescimento ao assinar uma carta de intenção firme para alugar um par de E175 da Nordic. No início de janeiro de 2023, a Star Air também confirmou por meio de canais de mídia social que levaria mais dois E175. A operadora é a única indiana a utilizar jatos da Embraer e opera principalmente no sul e leste do país.

Em junho de 2023, a Eve Air Mobility, uma empresa da Embraer, assinou uma Carta de Intenção (LOI) com a Nordic Aviation Capital para promover a aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) por meio de estratégias de leasing. A LOI estabelece que a Eve terá a oportunidade de utilizar a presença global da NAC e seu conhecimento em gestão de ativos, enquanto a NAC adquirirá 15 eVTOLs de forma definitiva, e mais 15 opcionais que serão alugados a operadores de frota, apoiando o desenvolvimento e a expansão de operações inovadoras de transporte. 

Em dezembro de 2024, a NAC realizou um contrato de arrendamento de três aeronaves Embraer E195 com a SAS, principal companhia aérea da Escandinávia.

Oportunidades e desafios para a Embraer
A aquisição da Nordic Aviation Capital (NAC) pela Dubai Aerospace Enterprise (DAE) representa uma consolidação significativa no mercado de leasing de aeronaves. A NAC possui uma frota de 252 aeronaves, incluindo modelos da Embraer, como o E175, o E190 e o E195, amplamente utilizados por companhias aéreas regionais. Com a conclusão da aquisição, a DAE expandirá sua frota para aproximadamente 750 aeronaves, atendendo a cerca de 170 clientes em 70 países.

Para a Embraer, essa consolidação implica em oportunidades ampliadas e em um desafio:

- Novas oportunidades de negócios e acesso ampliado ao mercado: a DAE, com uma presença global fortalecida pela nova escala e diversificação de portfólio, poderá oferecer oportunidades adicionais para a colocação de aeronaves da Embraer em diversas regiões, potencialmente aumentando as vendas e a visibilidade dos modelos da fabricante brasileira. A Embraer pode buscar parcerias mais estreitas com a DAE para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, além de negociações de contratos de longo prazo.

- Foco em aeronaves regionais: a NAC é conhecida por seu foco em aeronaves regionais, segmento no qual a Embraer é líder. A integração com a DAE pode reforçar esse foco, beneficiando a Embraer se a nova entidade consolidada continuar investindo nesse tipo de aeronaves, como tudo indica, haja vista que a decisão da DAE demonstra uma aposta inequívoca nesse segmento. Se a Embraer conseguir se alinhar estrategicamente com os planos da DAE, poderá fortalecer sua posição neste mercado e garantir um fluxo mais estável de pedidos.

- Desafio: concorrência intensificada: a fusão de duas grandes empresas de leasing tende a resultar em maior poder de negociação com fabricantes de aeronaves, incluindo a Embraer, possivelmente pressionando por condições mais favoráveis ou impactando a dinâmica de preços.

Em síntese, a aquisição da NAC pela DAE pode oferecer à Embraer oportunidades de mercado ampliadas, mas também apresenta desafios relacionados à concentração de poder entre as empresas de leasing no setor de aviação. O sucesso da Embraer dependerá de sua capacidade de se adaptar às novas dinâmicas do mercado, fortalecer seus relacionamentos com os clientes e oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades da DAE e de outros operadores de aviação.

11 janeiro, 2025

Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) poderá ser incluído no PAC


*LRCA Defense Consulting - 11/01/2025

Conforme informações divulgadas pelo RR - Relatório Reservado ontem (10), o governo está empenhado em destravar, até o fim do atual mandato, um dos principais projetos da Força Naval: a implantação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Guardadas as devidas proporções, trata-se de uma espécie de “Sivam das águas”, em referência ao Sistema de Vigilância da fronteira seca da Amazônia. O SisGAAz consiste em uma rede integrada da sensores terrestres e marítimos, centros de comando e controle, monitoramento aéreo e ambiental voltados à vigilância de toda a costa brasileira. Trata-se de um investimento orçado em aproximadamente R$ 13 bilhões. Esse valor não cabe no orçamento da União. A novidade é que se especula dentro do próprio governo a inclusão do SisGAAz no PAC.

Segundo o governo federal, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um dos catalisadores para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Lançado em 2023, o Novo PAC tem como objetivo principal promover o crescimento sustentável por meio de investimentos massivos em infraestrutura.

Leia aqui a matéria completa do RR: "Governo Lula avalia incluir no PAC um dos maiores projetos da Marinha" e entenda também as nuances políticas da intenção do governo.

Consórcio Miramar
Em novembro de 2023, a Marinha do Brasil anunciou que a proposta do consórcio Miramar, composto pelas empresas SIATT e BEN (Bureau de Engenharia & Negócios), foi selecionada como a melhor oferta para o projeto de obtenção da primeira Unidade de Vigilância (UV) Costeira do SisGAAz – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul.

Para atender ao SisGAAz, a SIATT, uma empresa estratégica de defesa com reconhecida capacitação na integração de sistemas, armamentos inteligentes, sensores, radares e sistemas de telemetria, uniu-se à BEN, empresa de engenharia multidisciplinar, especializada, e com experiência em prover soluções de infraestrutura terrestre e aquaviária para portos e terminais marítimos ou fluviais.

Em 2024, a SIATT - agora já tendo por trás o poderoso EDGE Group, dos Emirados Árabes Unidos, que adquiriu 50% de seu controle - apresentou durante a 8ª Mostra BID Brasil o SICS - Sistema Integrado para Comunicações Seguras, uma inovadora solução tecnológica para proteção ambiental, defesa e segurança de regiões estratégicas, como a Amazônia Legal e a Amazônia Azul.

O SICS, desenvolvido em parceria com a KATIM, empresa do Grupo EDGE, e a estatal brasileira IMBEL, consiste em um conjunto completo de ferramentas para coleta, disseminação e proteção de dados.

"A parceria com a KATIM e a IMBEL foi fundamental para o desenvolvimento do SICS. Juntos, estamos criando uma solução completa e robusta, que oferecerá aos nossos clientes a confiança e a segurança necessárias para operar em ambientes complexos e remotos. O SICS alia tecnologia de ponta e robustez, garantindo a eficiência e eficácia das operações mesmo em condições adversas", disse o CEO da SIATT, Rogerio Salvador.

O novo sistema está sendo desenvolvido para atender às necessidades de áreas consideradas críticas, como fronteiras secas, zonas costeiras, territórios ambientais de grande importância e locais remotos sem cobertura de rede. O SICS oferece um ambiente integrado de comunicação e segurança, essencial para o planejamento e a coordenação de ações de entidades públicas de defesa, segurança e proteção.

Esquema terrestre do SICS - Sistema Integrado para Comunicações Seguras, da SIATT

SisGAAz
O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) tem a missão de monitorar, de forma contínua e integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras e as áreas internacionais de responsabilidade brasileira, contribuindo de maneira efetiva no controle do tráfego marítimo e monitoramento da “Amazônia Azul”.

É um Programa Estratégico de elevada prioridade para a Marinha do Brasil, indispensável para a garantia da soberania sobre a “Amazônia Azul” e com potencial imenso para impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico no País, além de ser um estuário para a geração de empregos.

Quando implantado, o SisGAAz integrará uma rede de sensores terrestres e marítimos, centros de comando e controle, monitoramento aéreo e ambiental de forma a prover capacidade de controle da mobilidade estratégica das áreas e pronta resposta no caso de ameaça, emergência, desastre ambiental, agressão ou ilegalidade.

Concebido para monitorar e proteger de maneira contínua e integrada a nossa imensa e rica “Amazônia Azul” (águas jurisdicionais do Brasil e áreas internacionais sob sua responsabilidade), o SisGAAz é um programa estratégico da Marinha do Brasil porque viabilizará operações de socorro & salvamento e proteção de portos, embarcações, infraestruturas, recursos naturais em face de ameaças, emergências, desastres ambientais, hostilidades ou ilegalidades.

Com previsão de expansão para toda a costa brasileira, sua primeira Unidade de Vigilância Costeira será instalada nas proximidades do Farol de Castelhanos, na Ilha Grande, litoral do estado Rio de Janeiro. Ainda em análise pela Marinha do Brasil, há a possibilidade desta seleção viabilizar a instalação de uma segunda UV nas proximidades do Farol Novo de Cabo Frio, também no litoral fluminense.

A Unidade de Vigilância Costeira é uma instalação autônoma e regularmente operada de maneira remota, composta por diversos sensores (radar de vigilância, equipamentos de identificação automática de embarcações, câmeras ótica e infravermelha de alta resolução, etc.), bem como sistemas de comunicação costeira e terrestre, e telemetria. Os dados de vigilância, bem como sinais de telecomando e tele supervisão, são compartilhados via enlace de dados com um centro operacional de vigilância da Marinha do Brasil na cidade do Rio de Janeiro.

09 janeiro, 2025

Por que a estrela do C-390 Millennium da Embraer está em ascensão


*Shephard - 09/01/2025

A aeronave de transporte aéreo médio da Embraer teve um aumento recente nas vendas, com seis clientes confirmando pedidos de cerca de 19 aeronaves em 2024, com algumas programadas para entrega em 2025.

Anteriormente designado como KC-390, o C-390 Millennium nomeou a Força Aérea Brasileira como cliente de lançamento em 2014, entrando em serviço pela primeira vez em 2019. Desde então, a Embraer teve 10 clientes assinando pela aeronave, com muitos outros interesses supostamente em andamento.

Comparado a outras opções de aeronaves de transporte, ele é o mais novo participante do mercado, competindo com modelos como o C-130H Hercules da Lockheed Martin, em sua versão mais recente, o C-130J Super Hercules, ou mesmo a aeronave multifuncional de transporte de tanques (MRTT) A400M da Airbus.

A aeronave foi projetada para uma variedade de missões, com configurações para apoio humanitário, evacuação médica, reabastecimento aéreo, transporte de carga e tropas e entrega aérea.

No entanto, embora a carteira de pedidos da Embraer para esta aeronave tenha se expandido rapidamente, a taxa geral de produção e os números entregues para a aeronave ainda permanecem pequenos. Ela relatou um ligeiro aumento nas entregas em 2024, um total de três contra dois em 2023.

Aviões de transporte envelhecidos podem beneficiar a Embraer
A idade desta última aeronave multifuncional, no entanto, abriu uma porta para a Embraer nos países que buscam substituir parte ou a totalidade de suas antigas frotas de transporte C-130 – especialmente os países da OTAN.

Falando no evento de mídia pré-Farnborough Airshow de 2024, a Embraer disse que previu um mercado potencial para seu avião de transporte tático nos próximos 20 anos de cerca de 490 aeronaves, avaliadas em aproximadamente US$ 60 bilhões.

A fabricante estimou ainda que cerca de 260 aeronaves de transporte aéreo tático seriam aposentadas em breve das frotas de várias forças aéreas, tornando seu C-390 um candidato ideal para substituição futura de aeronaves de transporte médio.

A Hungria recebeu a primeira de suas aeronaves C-390 em abril, enquanto a Holanda e a Áustria — esta última um país não pertencente à OTAN — fizeram um anúncio conjunto de aquisição da aeronave no Farnborough Airshow em julho de 2024: cinco para a Holanda e quatro para a Áustria, para substituir suas antigas frotas de C-130.

A tão esperada consideração do C-390 pela República Tcheca finalmente se concretizou, já que o país anunciou que adquiriria duas aeronaves C-390 para suas forças de defesa em outubro de 2024.

Suécia e Eslováquia seguiram logo depois, já que em novembro e dezembro, foram feitos anúncios de que os dois países assinaram cartas de intenção para selecionar a aeronave para suas forças de defesa. Embora a Suécia não tenha divulgado o número exato, as estimativas colocam em torno de três a quatro, enquanto a Eslováquia assinou a intenção de comprar três C-390s em janeiro de 2025.

No final de dezembro, a Embraer anunciou que outro país não revelado havia feito uma encomenda de duas aeronaves.

Uma lista de pedidos potenciais e atuais comparados por país. Esses dados foram verificados pela mesma equipe que traz o Defence Insight.

E quanto à Ásia e ao Oriente Médio?
No Singapore Airshow em fevereiro de 2024, a fabricante brasileira disse que estava de olho em “forte potencial de vendas” no mercado asiático, após sua vitória na competição de aeronaves de transporte da Coreia do Sul. A nação encomendou um número não revelado da aeronave em dezembro de 2023.

Frederico Lemos, CMO da Embraer Defesa e Espaço, disse à Shephard na época que queria "entregar bem, rápido [e com] boa qualidade; então, qualquer linha de produção adicional precisa ser apoiada por uma abordagem comercial sensata", seguindo seu acordo com a empresa de Cingapura ST Engineering.

No Oriente Médio, o acordo da Embraer com o Marrocos, em outubro de 2024, pode sugerir colaboração futura e pedidos futuros para suas futuras capacidades de transporte aéreo tático. A Índia também foi identificada como um potencial cliente futuro, com a Embraer observando que estava em um processo de "licitação ativa" em seu dia pré-Farnborough em julho.

A fabricante e empresa de defesa indiana, Mahindra, assinou um memorando de entendimento (com a Embraer) em fevereiro de 2024, identificando os próximos passos em seu projeto de aquisição de Aeronaves de Transporte Médio (MTA).

Na África, a Embraer teria recebido uma delegação sul-africana em suas instalações no Brasil em novembro. A Força Aérea Sul-Africana (SAAF) teria se interessado pela aeronave desde que ela foi exibida na exposição Africa Aerospace and Defence no início daquele ano.

A Embraer está explorando as capacidades ISR do C-390. (Foto: Embraer)

Expansão e capacidades ISR do C-390
Em 2025, o ímpeto da Embraer com o C-390 parece ser forte. A expansão está no horizonte para o fabricante, com a Embraer anunciando no final de 2024 que havia assinado um acordo para estabelecer uma subsidiária em Portugal. Embora Portugal já seja um cliente da aeronave C-390, a intenção para esta subsidiária é supostamente servir como a ponta de lança das iniciativas de defesa do fabricante na Europa.

Também assinou um acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB) para aprimorar os estudos da aeronave, explorando opções para expandir as capacidades do C-390 para incluir missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR) – particularmente focadas em patrulha marítima.

Conforme afirma o Tenente-Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da FAB, os estudos sobre o C-390 “evoluíram de forma estruturada, analisando a capacidade da aeronave de evoluir para atender às necessidades atuais e futuras da Força Aérea Brasileira”.



*Lucy Powell é a repórter aérea de Shephard. Ela passou os últimos dois anos relatando sobre tópicos de aviação comercial, antes de mudar para defesa. 

08 janeiro, 2025

Instalação de MRO da Embraer em Fort Worth ganha prêmio de impacto 'Business Facilities' de 2024

Representação da instalação de MRO planejada pela Embraer no Aeroporto Perot Field Alliance, em Fort Worth

*Fort Worth Inc. - 08/01/2025

A nova unidade de manutenção, reparo e revisão da Embraer em Fort Worth foi reconhecida pela  Business Facilities  como vencedora do Prêmio Impacto de 2024 na categoria Manufatura Avançada.

Fort Worth agora ganhou um Impact Award em anos consecutivos. Em 2023, foi reconhecida por  uma nova unidade de fabricação da Siemens .

Os prêmios Deal of the Year da publicação destacam projetos de realocação e expansão corporativa que estão causando ou estão projetados para causar um impacto significativo em suas comunidades locais. Organizações de desenvolvimento econômico enviaram inscrições para projetos anunciados ou iniciados entre setembro de 2023 e 2024.

“Nossos vencedores do Deal of the Year de 2024 representam bilhões de dólares em investimento de capital e milhares de empregos para as comunidades nas quais essas empresas e seus fornecedores irão operar”, disse Anne Cosgrove,  diretora editorial da Business Facilities , em uma declaração. “Nós parabenizamos as equipes de desenvolvimento econômico que trabalharam para concretizar esses projetos.”

Nova unidade de MRO da Embraer
Em outubro, a Embraer — uma corporação aeroespacial multinacional e a terceira maior produtora de aeronaves civis do mundo — anunciou que planejava construir uma nova unidade de MRO que aumentaria a capacidade da empresa de atender seu crescente mercado de clientes de E-Jets nos EUA em 53%.

A Embraer se comprometeu com um investimento de capital de US$ 57 milhões, incluindo US$ 42 milhões em melhorias de propriedade real e US$ 15 milhões em propriedade pessoal comercial. Espera-se que o projeto gere mais de US$ 1,2 milhão em novos impostos líquidos brutos para a cidade de Fort Worth e crie 250 empregos de tempo integral até o final de 2029, de acordo com a cidade.

“Este reconhecimento em  Business Facilities  é mais uma prova de que a economia de Fort Worth continua a ganhar impulso”, disse Robert Allen, presidente e CEO da Fort Worth Economic Development Partnership.

“Na Fort Worth Economic Development Partnership, trabalhamos em estreita colaboração com a equipe da Embraer para fazer isso acontecer. Acreditávamos que o robusto setor aeroespacial e de defesa de Fort Worth era o lugar perfeito para a Embraer. Estamos felizes que eles concordaram em fazer a mudança. E estamos animados para ver o impacto duradouro que isso terá na indústria e no crescimento contínuo de Fort Worth.”

As novas instalações da Embraer ficarão localizadas em um terreno greenfield de 16 acres no corredor AllianceTexas, no norte de Fort Worth, o empreendimento de uso misto planejado por Hillwood, de 27.000 acres. O AllianceTexas se tornou um dos motores econômicos mais formidáveis ​​do norte do Texas, tendo gerado um impacto econômico regional estimado em US$ 119,8 bilhões nos últimos 35 anos.

A Embraer espera iniciar as operações em 2025 em um hangar existente perto do Aeroporto Alliance, enquanto a Hillwood constrói um segundo hangar de última geração nas proximidades, que deve ser concluído até 2027.

Fort Worth: centro aeroespacial e de defesa

Fort Worth é um dos principais centros aeroespaciais e de defesa da América do Norte, e abriga mais de 600 empresas aeroespaciais e de defesa, incluindo pesos pesados ​​como Lockheed Martin e Bell. A região de seis condados de Fort Worth também emprega mais de 23.500 pessoas no setor.

O momento de Fort Worth na indústria aeroespacial inclui a expansão da GE On Wing Support Inc. e da nova sede da AVX Aircraft Company na AllianceTexas, junto com a Embraer. Esses projetos representam coletivamente mais de US$ 120 milhões em investimento de capital e trarão mais de 350 empregos para Fort Worth.

Fuzis Taurus T4 equipam a polícia da cidade de Iloilo, nas Filipinas

Prefeito Jerry P. Treñas entrega 80 fuzis Taurus T4 ao diretor do Gabinete de Polícia da Cidade de Iloilo (ICPO), Coronel Kim P. Legada

*LRCA Defense Consulting - 08/01/2025

A mídia filipina Panay News está divulgando que a polícia da cidade de Iloilo, capital da província de Iloilo, nesse país, recebeu hoje 80 fuzis Taurus T4 para a manutenção da paz e da ordem, garantindo a segurança pública e permitindo uma resposta mais rápida a emergências.

O fato se reveste de importância para a multinacional gaúcha, haja vista que sinaliza a expansão da utilização de seus produtos para outras instituições além do Exército e da Polícia Nacional do país asiático.

Entre 2018 e 2019 a Taurus venceu duas licitações para fornecimento de pistolas TS9 Striker à Polícia Nacional das Filipinas (Philippines National Police – PNP), totalizando o fornecimento de 20 mil unidades no período. No ano de 2022, a Polícia Nacional das Filipinas aprovou outros dois grandes lotes de pistolas TS9 Striker, sendo entregues mais 9.500 pistolas Taurus para a instituição.   

Além disso, o fuzil Taurus T4 também foi o escolhido para equipar o Exército das Filipinas após ter vencido duas históricas licitações internacionais, onde concorreu com grandes marcas mundiais do setor, sendo a primeira vez que o Exército Filipino adquiriu um fuzil fabricado fora dos Estados Unidos. Foram mais de 13.500 fuzis Taurus T4 fornecidos para as Forças Armadas das Filipinas (Philippine Army) entre 2021 e 2022.

Assim, a Taurus acumula a entrega de 43 mil unidades da pistola TS9 Striker e do fuzil T4 para as forças militares e de segurança das Filipinas, além da posição de relevância que a empresa ocupa dentro do mercado civil desse mesmo país, onde seus produtos têm lugar de destaque. Este fato é agora reforçado pelas armas adquiridas pela polícia da cidade Iloilo.

AEROMOT recebe certificado da ANAC para produzir pastilhas de freio para aeronaves Bandeirante e Xingu


*LRCA Defense Consulting - 08/01/2025

A AEROMOT - uma Empresa Estratégica de Defesa focada em tecnologia aeronáutica e especializada em venda de aeronaves, peças e componentes, manutenção aeronáutica e soluções para missões especiais -  recebeu da ANAC o CPAA - Certificado de Produto Aeronáutico Aprovado para as pastilhas de freio utilizadas nas aeronaves Série EMB-110 (Bandeirante) e Série EMB-121 (Xingu), que serão fabricadas pela empresa.
 
Este é um importante marco para a empresa, alinhado com o Plano Estratégico 2020-2030, que busca ampliar a participação no fornecimento de peças de reposição e de customização de aeronaves multimissão para grandes fabricantes de aeronaves.

Com essa certificação, a AEROMOT fortalece sua posição de destaque no mercado de aviação civil e militar, reafirmando seu compromisso com a qualidade, inovação e o suporte ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos aeronáuticos.

07 janeiro, 2025

Embraer entrega 206 aeronaves em 2024, 14% a mais que as 181 registradas em 2023

 


*LRCA Defense Consulting - 07/01/2025

A Embraer, uma das líderes globais da indústria aeroespacial, entregou 75 aeronaves no 4T24 – ou 27% a mais que no trimestre anterior (3T24), quando foram entregues 59 aeronaves, e igual ao volume do mesmo período de 2023 (4T23). No ano inteiro, foram entregues 206 aeronaves em 2024 – um número 14% maior que as 181 registradas em 2023.

Aviação Comercial
Com 31 entregas nos últimos três meses do ano, a Aviação Comercial atingiu 73 novas aeronaves em 2024 (no topo da faixa revisada de 70-73 guidance para o ano, e dentro da guidance original de 72-80).

Aviação Executiva
Enquanto isso, a Aviação Executiva foi responsável por mais 44 jatos no trimestre, e pelo total de 130 entregas no ano (no ponto médio da guidance original). Em comparação com 2023, o crescimento dessas unidades de negócios foi de +14% e +13%, respectivamente.

Defesa e Segurança
Por último, mas não menos importante, Defesa e Segurança também superou o resultado do ano anterior com a entrega de 3 novos C-390 Millennium em 2024 versus 2 em 2023. 



Fibraforte desenvolve o sistema de controle de atitude para a 2ª e 3ª fases de voo do Veículo Lançador de Pequeno Porte


 

*LRCA Defense Consulting - 07/01/2025

A Fibraforte Engenharia, Indústria e Comércio, uma Empresa Estratégica de Defesa (EED), é uma empresa brasileira especializada no desenvolvimento e na produção de componentes para satélites, foguetes e aeronaves. Com 30 anos de mercado, possui uma equipe técnica altamente qualificada e consolidou-se como referência em seu campo de atuação.

A empresa desenvolve sistemas de propulsão para satélites e controle de foguetes lançadores de satélites; estruturas leves e mecanismos para aplicação aeroespacial; equipamentos de suporte mecânico para integração e testes de satélites; sistemas de testes pra estruturas de aeronaves e serviços de engenharia.

Ao longo de sua história, participou de projetos de grande relevância, como o desenvolvimento do sistema de propulsão para a Plataforma Multimissão (PMM), utilizado no Satélite Amazônia, sendo a primeira vez que o Brasil desenvolveu um sistema deste tipo.

Em parceria com a Cenic, a Fibraforte também desenvolveu os mecanismos dos painéis solares da PMM. Além disso, a empresa foi responsável pelo desenvolvimento integral das estruturas dos satélites CBERS 3, CBERS 4 e CBERS 4A, desde a especificação até a produção de modelos de voo.

A Fibraforte também trabalhou no desenvolvimento de tanques de propelentes, reduzindo a dependência nacional de componentes, e desenvolveu propulsores monopropelentes.

No projeto do Microlançador Brasileiro (MLBR), desenvolve o sistema de controle de atitude para a segunda e terceira fases de voo do  Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP). Esses atuadores são essenciais para o controle preciso do veículo durante o voo, assegurando a estabilidade e a trajetória necessárias para o sucesso das missões espaciais. 

As demais empresas envolvidas no projeto do MLBR fazem parte do arranjo produtivo brasileiro formado por Cenic, Concert Space, Plasmahub, Delsis e Etsys.

Sobre a Fibraforte
A história da Fibraforte está ligada diretamente a iteanos (engenheiros oriundos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica -ITA) dedicados em desenvolver um trabalho eficiente, sério e de alta tecnologia. Três iteanos foram os responsáveis pela iniciativa, todos da Turma de 1985: Jadir Gonçalves, Thomas Leomil Shaw e Estácio Teru.

Sediada em São José dos Campos, a empresa foi fundada em 1994 em vista das demandas de sistemas mecânicos para os programas de satélites. Mas, com a evolução e expertise, já trilha outros caminhos, atuando também no setor aeronáutico.

Sempre investindo em P&D, a empresa é apoiada por órgãos de fomento como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico) e a FINEP (Financiadora de Estudo e Projetos).

O programa de desenvolvimento dos jatos da família EMB170/190 da Embraer colocou a Fibraforte atuante também no segmento aeronáutico. É fornecedora estratégica da Kawasaki no projeto das estruturas das asas e teve significante amadurecimento em negócios com empresas estrangeiras e excelente resultado financeiro que permitiu reinvestirmos em tecnologia e infraestrutura.

No Programa de Transferência de Tecnologia ligado ao SGDC, teve a Thales Alenia elevando seu status de fornecedores de propulsores, tanques e sistemas de propulsão. O fato, além de ter possibilitado o desenvolvimento de produtos com nível de qualificação exigido pelas integradoras de satélites estrangeiras, melhorou significativamente a sua visibilidade no mercado internacional.

No segmento de satélites também desenvolve estruturas, mecanismos e equipamentos de apoio à integração e testes de satélites.

Ainda no segmento espacial, mas destinados aos veículos lançadores de satélites, a empresa está desenvolvendo sistema de propulsão e atuadores mecânicos para aplicação em controle de atitude dos lançadores atualmente em desenvolvimento para o programa espacial brasileiro.

A Fibraforte atua também no segmento aeronáutico com suporte de engenharia no segmento de estruturas, além de fornecer dispositivos para testes de estruturas e mecanismos. A empresa tem buscado oportunidades na área de defesa em sistemas mecânicos, tanto estruturas como mecanismos, em uma iniciativa de aplicar suas competências desenvolvidas para a área espacial e aeronáutica em sistemas de defesa.

Atualmente, os principais clientes da Fibraforte são o INPE/AEB e Visiona no segmento de satélites, e Cenic no segmento de lançadores.

Delegação sul-africana visita a Embraer, pois o interesse continua alto em seu transporte C-390

Renderização de um C-390 nas cores da Força Aérea Sul-Africana

*Defence Web, por Guy Martin - 07/01/2025

Representantes da Força Aérea Sul-Africana (SAAF) estavam entre uma delegação governamental de alto nível que recentemente visitou as instalações da Embraer no Brasil, incluindo as unidades de produção do C-390 Millenium e do A-29 Super Tucano.

Entre 7 e 8 de novembro, a Embraer recebeu a delegação, composta por representantes-chave da Denel e da Força Aérea Sul-Africana (SAAF). A delegação da SAAF foi liderada pelo Brigadeiro-General Carl Moatshe, Diretor de Transporte Aéreo e Sistemas Marítimos, enquanto os representantes da Denel foram Lindokuhle Justice Mpanza, Gerente Executivo de Engenharia e Aeronavegabilidade Continuada, e Mante Mahlogonolo Phakathi, Gerente Executivo responsável pela Manutenção e Atualizações da Base.

O objetivo da visita era que a Embraer mostrasse a expertise da empresa em tecnologia aeronáutica, design, montagem e suporte. A visita incluiu apresentações sobre a empresa, bem como tours pelas linhas de montagem de aeronaves comerciais e de defesa, como o avião de transporte C-390 Millennium e a aeronave de treinamento/ataque leve A-29 Super Tucano. Representantes da SAAF também exploraram instalações de treinamento, incluindo simuladores de voo.

“Esta excursão abrangente proporcionou uma oportunidade de construir relacionamentos fortes e explorar o potencial para estabelecer parcerias industriais”, disse a Embraer ao defenseWeb após a visita.

Forte interesse da SAAF no C-390

A Embraer exibiu recentemente a aeronave C-390 na exposição Africa Aerospace and Defence (AAD), realizada na Base Aérea de Waterkloof de 18 a 22 de setembro, apresentando a aeronave e suas capacidades ao presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e à ministra da Defesa Angie Motshekga. A Embraer disse que a aeronave de transporte militar multimissão atende totalmente às necessidades da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF), bem como de outros departamentos governamentais.

“A SANDF demonstrou interesse no C-390 Millennium, à medida que avança nas etapas necessárias para a seleção da tão necessária capacidade de transporte estratégico para a SANDF”, disse a empresa após o AAD 2024.

A Embraer deu à África do Sul a oportunidade de avaliar a aeronave nos últimos dois anos, trazendo-a pela primeira vez para a África do Sul em novembro de 2023, quando foi avaliada pela SAAF, bem como por vários departamentos governamentais - a Embraer acredita que o C-390 é ideal para combate a incêndios, socorro em desastres, assistência humanitária e outras tarefas que a África do Sul precisa realizar.

Em abril de 2024, autoridades da Embraer se reuniram com o South African National Disaster Management Centre (NDMC) para explicar o uso da aeronave para missões como combate a incêndios e transporte aéreo humanitário. A África do Sul passou por vários desastres naturais nos últimos anos - incluindo incêndios e inundações - enquanto a SAAF precisa de aeronaves de transporte para apoiar suas obrigações de missão de paz internacional.

KC-390 na Base Aérea de Waterkloof em 2023

A Embraer disse que o C-390 poderia facilmente assumir missões para a Força de Defesa Nacional da África do Sul, o Departamento de Silvicultura, Pesca e Meio Ambiente, bem como o Departamento de Governança Cooperativa e Assuntos Tradicionais. Elas variam do transporte de carga, pessoal e veículos para operações de manutenção da paz a operações especiais, suporte humanitário, evacuação médica, busca e salvamento, vigilância marítima, combate a incêndio, reabastecimento aéreo e gerenciamento de desastres.

“Esta aeronave é atualmente a mais moderna e de alto desempenho em sua categoria”, disse a Embraer, acrescentando que ela pode operar em aeródromos austeros para realizar uma ampla variedade de missões. Desde sua entrada em serviço na Força Aérea Brasileira em 2019, o C-390 realizou inúmeras missões de ajuda humanitária e evacuação médica, salvando milhares de vidas. Diariamente, o C-390 Millennium transporta soldados, pessoal, suprimentos e veículos civis e militares, uma capacidade altamente valorizada para missões de manutenção da paz e gerenciamento de desastres. Mais recentemente, o C-390 contribuiu para a proteção ambiental no Brasil ao combater incêndios florestais na região do Pantanal, despejando até 11 toneladas de água por passagem sobre os incêndios.

Esta aeronave de transporte tático é capaz de ser reabastecida em voo, permitindo que ela cubra longas distâncias a Mach 0,8 ou realize missões estendidas. Ela também pode realizar missões de reabastecimento ar-ar para outras aeronaves graças a pods especiais instalados em suas asas.

“É interessante notar que a África do Sul compartilha muitas similaridades com o Brasil, particularmente em termos de geografia e necessidades operacionais. Ambos os países têm vastos territórios com ambientes remotos e muitas vezes desafiadores, incluindo grandes áreas florestais e vários campos de aviação austeros”, disse a Embraer. “Além disso, ambas as nações contam com o jato de caça Saab JAS-39 Gripen projetado pela Suécia, que é capaz de reabastecimento ar-ar para a proteção de seu espaço aéreo nacional. Isso torna o C-390 Millennium uma escolha ainda mais relevante e prática para a Força Aérea Sul-Africana, oferecendo não apenas capacidades de ponta, mas também aprimorando a interoperabilidade com a Força Aérea Brasileira.”

“Além de sua versatilidade, confiabilidade e desempenho de alto nível, que o tornam a melhor aeronave em sua categoria, o C-390 também oferece custos operacionais e de manutenção muito atrativos. Essas qualidades explicam o crescente sucesso comercial desta aeronave comprovada em missões com vários clientes, incluindo Suécia, Coreia do Sul, Portugal, Brasil, Hungria, Áustria e Holanda para substituir suas aeronaves legadas”, concluiu a Embraer. A Eslováquia está em processo de aquisição de três C-390s.

Linha de produção do C-390 da Embraer

O C-390 foi selecionado por muitas nações para substituir suas frotas de C-130 Hercules – o C-390 pode voar quase duas vezes mais rápido que o C-130 e carrega uma carga útil maior (26 toneladas versus cerca de 20 toneladas). Para a Força Aérea Sul-Africana, o C-390 permitiria um transporte mais rápido e eficiente de tropas e equipamentos para lugares como a República Democrática do Congo (RDC), onde a SANDF tem forças de paz destacadas.

06 janeiro, 2025

Embraer-CAE Training Services irá inaugurar novo simulador de voo completo para E-Jets E2 em Madri


*LRCA Defense Consulting - 06/01/2025

Segundo declarou, há duas semanas, a Gerente de Operações da CAE Inc. para o Sul da Europa na CAE Madrid, Reis Jardí Toro, há apenas três meses sua empresa se despediu de um de seus principais simuladores de voo, que há 20 anos treinava pilotos de todo o mundo. A executiva afirmou ter avisado que "algo inovador estava por vir, adaptando-se às novas frotas e apostando sempre na melhor tecnologia". 

Ainda conforme suas palavras "Bem, aqui está, pronto para voar! E em tempo recorde. A Embraer CAE Training Services (ECTS) oferece aos seus clientes um Simulador de Voo Completo Embraer E2 Nível D, bem como um CAE 400XR FTD e um Simfinity VSIM, nos quais podem treinar com as mais altas garantias de segurança e qualidade existentes no mercado".

Esta Consultoria apurou, com base em fontes não oficiais, que o simulador de voo passou por qualificação junto à Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) em meados de dezembro último, mas ainda não foi oficializado pela Embraer. 

Relevância estratégica e operacional
A instalação de um novo simulador completo de voo para aeronaves comerciais da Embraer na Embraer CAE Training Services (ECTS) em Madri tem grande relevância estratégica e operacional para a empresa e para a aviação comercial em geral.

Seguem alguns dos principais aspectos que ressaltam sua importância:

1. Expansão da capacidade de treinamento
- Atendimento à demanda global: o novo simulador aumenta a capacidade de treinamento de pilotos e equipes técnicas, atendendo à crescente demanda global por profissionais qualificados para operar aeronaves da Embraer.

- Localização estratégica: Madri é um hub logístico e de transporte na Europa, facilitando o acesso de companhias aéreas europeias e de outras regiões próximas, como Oriente Médio e Norte da África.

2. Reforço na segurança operacional
- Treinamento avançado: simuladores completos oferecem experiências imersivas e realistas, permitindo que os pilotos pratiquem situações de emergência e cenários complexos em um ambiente seguro.

- Padronização de procedimentos: a utilização de simuladores garante que os pilotos sigam os padrões operacionais da Embraer, reduzindo riscos e melhorando a eficiência.

3. Competitividade e inovação
- Apoio à frota crescente: com o aumento da frota de aeronaves comerciais da Embraer em operação, o novo simulador reforça o suporte pós-venda, contribuindo para a fidelização de clientes.

- Tecnologia de ponta: simuladores de última geração incorporam avanços tecnológicos que replicam com precisão os sistemas das aeronaves, destacando a Embraer como líder em inovação e treinamento.

4. Sustentabilidade e eficiência
- Redução de emissões: treinar pilotos em simuladores reduz a necessidade de voos reais para treinamento, contribuindo para a diminuição da pegada de carbono.

 - Economia operacional: companhias aéreas economizam custos significativos ao treinar pilotos localmente, evitando deslocamentos para centros de treinamento mais distantes.

5. Impacto econômico e parcerias
- Geração de empregos: a instalação do simulador pode criar oportunidades de trabalho para instrutores, técnicos de manutenção e outros profissionais em Madri.

- Fortalecimento da parceria Embraer-CAE: a colaboração entre a Embraer e a CAE é consolidada, promovendo o desenvolvimento conjunto de soluções de treinamento e suporte.

A instalação de um novo simulador de voo da Embraer em Madri representa um investimento estratégico que traz diversos benefícios para a empresa, para os operadores de suas aeronaves e para a indústria aeronáutica como um todo. Ao oferecer um treinamento personalizado de alta qualidade, a Embraer fortalece sua presença no mercado europeu, melhora a qualidade do treinamento de pilotos e reforça o compromisso da empresa com a segurança operacional, inovação, desenvolvimento e sustentabilidade da aviação comercial.

Expansão da joint-venture entre Embraer e CAE Inc.
Em agosto de 2023, a Embraer e a CAE Inc. anunciaram uma expansão da joint-venture entre as empresas, com o objetivo de incluir o treinamento de pilotos e tripulantes de cabine para a família E-Jet E2. O novo programa de treinamento de pilotos da Embraer-CAE Training Services (ECTS) em Singapura, inaugurado em fevereiro de 2024, passou a contar com um novo simulador de voo completo (FFS, na sigla em inglês), de última geração, para os E-Jets E2 no Centro de Treinamento de Voo da CAE em Singapura.

O programa de capacitação do E2 conta com material didático de avaliação de treinamento baseado em competências (o CBTA, da CAE), instruções interativas em sala de aula com o simulador virtual CAE Simfinity (VSIM) e treinamento prático imersivo em um novo simulador de última geração da série CAE 7000XR. O equipamento está localizado no Centro de Treinamento de Voo CAE, em Singapura, próximo ao Aeroporto de Changi, e dá apoio aos operadores de E2 na região.  

Em complemento ao simulador de voo do E2 estão sessões em sala de aula que incluem treinamento interativo em tela touchscreen para acelerar o aprendizado. O VSIM, poderosa ferramenta para familiarização dos pilotos com todos os sistemas da aeronave, apresenta um aprimoramento significativo em relação à preparação típica dos profissionais. O VSIM pode ser usado por um instrutor para simular todos os tipos de funções do sistema, tanto em sala de aula ou como em briefings. Além disso, a ferramenta pode ser utilizada por pilotos para treinamentos individualizados.

Singapura foi escolhida como o primeiro local por conta da crescente frota de jatos E2 na Ásia-Pacífico.  A instalação do simulador de voo e do programa de treinamento de pilotos aumentou a proposta de valor da Embraer na região.

Simulador de voo completo (FFS), de última geração, para os E-Jets E2 no Centro de Treinamento de Voo da CAE em Singapura

Plataforma Embraer Services & Support
A Embraer Services & Support vem expandindo sua rede de MRO em todo o mundo em ritmo acelerado. A unidade de negócios dobrou sua capacidade de serviço de manutenção para jatos executivos nos Estados Unidos, por meio da adição de três instalações de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) em Dallas Love Field, Cleveland e Sanford. Na Europa, será dobrada sua capacidade para jatos executivos em Le Bourget (França).

A rede global de simuladores de voo completo também está crescendo. A Embraer Services & Support pretende abrir dois novos simuladores de Aviação Comercial em todo o mundo, além de Madri e Singapura. Os demais locais serão divulgados oportunamente.

As soluções de treinamento da ECTS são um dos destaques da plataforma Embraer Serviços & Suporte. A plataforma reúne todo o portfólio de produtos e soluções para fornecer os melhores serviços e experiência de suporte, e alavanca o negócio de pós-venda para intensificar sua presença e aprimorar o suporte no dia a dia, gerando mais valor aos clientes. 

O programa de treinamento E2 conta com simuladores de voo completo CAE 7000XR Series, incluindo o inovador sistema visual CAE Tropos™ 6000XR, bem como dispositivos de treinamento de voo (FTDs) CAE XR Series.

Os programas de treinamento de pilotos e tripulantes de cabine do E2 serão gradualmente expandidos para locais estratégicos da rede global da CAE a fim de apoiar as entregas dos jatos da Embraer.

“Nossa unidade de negócios atingiu um backlog recorde de US$ 3,1 bilhões em 2024, oferecendo os melhores serviços agnósticos da categoria em áreas-chave do mercado, como MRO (Manutenção, Reparo e Revisão), Motores, Aeroestruturas, Treinamento, Materiais, Modificações e Conversões. A Embraer Services & Support visa continuar expandindo sua presença global, fortalecendo sua posição como um impulsionador de crescimento para a Embraer”, diz Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Services & Support, em julho de 2024.

Sobre a CAE
Na CAE são preparadas pessoas em funções importantes com a experiência e as soluções para criar um mundo mais seguro. Como uma empresa de tecnologia, digitaliza o mundo físico, implantando treinamento de simulação baseado em software e soluções de suporte a operações críticas. Acima de tudo, capacita pilotos, tripulantes de cabine, companhias aéreas, forças de defesa e segurança e profissionais de saúde para que tenham o melhor desempenho possível todos os dias, em especial quando os riscos são mais altos.

Em todo o mundo, está em todos os lugares onde os clientes precisam que esteja, com mais de 13.000 funcionários em aproximadamente 250 instalações e locais de treinamento em mais de 40 países.

A CAE representa mais de 75 anos de pioneirismo no setor - os simuladores de voo, de missão e médicos da mais alta fidelidade e os programas de treinamento alimentados por tecnologias digitais. A empresa incorpora a sustentabilidade em tudo o que faz, garantindo, hoje e amanhã, que seus clientes estejam prontos para os momentos que importam.

05 janeiro, 2025

Sobre a entrada de jovens brilhantes para a carreira militar: preocupações para o longo prazo


*Anderson Correia, via LinkedIn - 05/01/2025

Sobre a entrada de jovens brilhantes para a carreira militar, tenho minhas preocupações para o longo prazo. Como vamos atrair os melhores engenheiros e cientistas para este setor, com tantas boas opções em outras carreiras, com muito mais atrativos de curto e longo prazo? Além das questões de amor à pátria, o que levaria um jovem a ficar 35 anos em uma carreira pública?

Tenho a impressão que as gerações mais novas tem dificuldade em se comprometer com uma carreira longa e tão verticalizada. Ainda mais porque os postos atrativos vão ocorrer no médio prazo (10-20 anos). Imagine dizer isso para alguém da geração Z?

No passado, havia o atrativo da estabilidade da carreira e aposentadoria integral. Mas isso vai perdurar nas próximas 3, 4 ou 5 décadas? Com uma dívida pública tão elevada, esses benefícios podem ser alterados.

Temos que lembrar que a carreira militar não envolve apenas a tropa de soldados. Há toda uma tecnologia envolvida. As forças armadas mundo a fora tem investido bastante em computação quântica, setor espacial, armas biológicas, energia nuclear e segurança cibernética. Vamos conseguir estar atualizados com o padrão internacional aqui no Brasil?

Tem outro ponto. A mídia critica muito os militares. Isso deve pesar no consciente dos jovens. Porque seguir uma carreira que é tão bombardeada? Em outros países, ser militar é motivo de honra. Outro dia fui assistir a um jogo de basquete nos Estados Unidos e o locutor pediu para a plateia se levantar porque havia um soldado assistindo ao jogo e todos o aplaudiram, como se fosse um herói.

Claro que sempre haverá os idealistas. Mas um país não pode se sustentar somente com base no sacrifício pessoal, pois tudo tem um limite. E esse setor de tecnologia exige pessoas motivadas. É só notar o ambiente de trabalho das empresas mais inovadoras e veremos que isso não é apenas firula, é algo que impacta na produtividade científica mesmo.

Como cidadão Brasileiro, anseio por Forças Armadas bem avançadas tecnologicamente e com pessoal bem formado e motivado integrando suas fileiras. A segurança de nosso país depende disso.

A maior parte dos Brasileiros às vezes nem sabe, mas há nesse momento vários engenheiros militares cuidando de sua segurança. E a guerra de hoje ocorre na computação, no espaço e em ameaças bem sutis, não é mais só no campo de batalha tradicional. A gente não enxerga os inimigos entrando.

Ter jovens bem formados e motivados para a carreira militar é questão estratégica para nosso país.

*Anderson Correia é Diretor-Presidente do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas, uma das maiores instituições de ciência e tecnologia do Brasil, Professor Titular e ex-Reitor do ITA.

Sancionada a criação da Alada, empresa estatal voltada ao desenvolvimento de projetos espaciais


*Agência Senado, 03/01/2025

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 15.083, de 2025, que cria a Alada, uma estatal voltada para projetos aeroespaciais. A lei, publicada nesta sexta-feira (3) no Diário Oficial da União (DOU), autoriza a exploração econômica da infraestrutura aeroespacial.

A Alada é subsidiária da NAV Brasil, estatal vinculada ao Ministério da Defesa, criada em 2020 para administrar serviços de navegação aérea que antes eram responsabilidade da Infraero. Com foco em pesquisa, desenvolvimento e comercialização de tecnologias aeroespaciais, o objetivo da Alada é fortalecer a atuação do Brasil no setor, permitindo que o país participe de maneira mais ativa no mercado internacional de satélites e lançamentos espaciais.

Alada
A subsidiária poderá desempenhar várias funções estratégicas. Entre elas estão:
- Desenvolvimento e comercialização de tecnologias para navegação aérea e espacial;
- Pesquisa e certificação de equipamentos aeroespaciais;
- Proteção e gestão da propriedade intelectual de inovações na área;
- Apoio ao Comando da Aeronáutica em projetos para melhorar o controle do espaço aéreo;
- Gestão e operação de redes de satélites.

Além disso, a nova empresa poderá ser contratada para executar projetos estratégicos do Comando da Aeronáutica, utilizando recursos do Fundo Aeronáutico.

Estrutura
Nos primeiros quatro anos de operação, a subsidiária poderá contratar técnicos e funcionários administrativos de forma temporária para garantir seu funcionamento inicial. Essas contratações serão consideradas de interesse público e seguirão as regras definidas pelo Conselho de Administração da NAV Brasil.

A lei também permite que servidores públicos e militares sejam cedidos para trabalhar na nova empresa. Caso isso aconteça, a subsidiária terá que reembolsar os órgãos de origem pelos custos com esses profissionais.

Além disso, a subsidiária poderá oferecer planos de previdência complementar aos seus funcionários, por meio da adesão a uma entidade fechada de previdência já existente.

Outro ponto da lei é a possibilidade de a União assumir o controle direto da subsidiária. Isso poderá ocorrer por meio da transferência das ações da NAV Brasil para o governo federal, sem custos para a União. Essa medida permitiria ao governo ter maior controle sobre os projetos da subsidiária e sua integração com políticas nacionais para o setor aeroespacial.

Projeto
A criação da Alada foi proposta pelo PL 3.819/2024, de autoria do Poder Executivo. O texto foi aprovado pelo Plenário do Senado em dezembro de 2024, após parecer favorável do senador Esperidião Amin (PP-SC), e já havia sido aprovado na Comissão de Relações Exteriores (CRE).

Durante a tramitação, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro da Ciência e Tecnologia, elogiou a iniciativa de criação da Alada. Ele disse que, como ministro entre 2019 e 2022, participou da concepção da empresa. O senador destacou a importância da estatal para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, ressaltando que a exploração comercial de voos espaciais pode gerar bilhões de dólares em receitas para o país.

Armados para sobreviver: como o massacre do Hamas em 7 de outubro transformou a cultura das armas em Israel


*Fox News, por Efrat Lachter - 27/12/2024

Na sala de parto de um hospital em Jerusalém, enquanto as contrações se intensificavam e a parteira tentava ajudar a parturiente a se mudar para uma posição mais confortável, a mãe sentiu algo estranho.

"Ela me disse que algo a estava machucando", lembrou Erga Froman, a parteira. "Então percebi que era minha arma, que estava no coldre em um cinto giratório e tinha se deslocado para a frente, tocando-a." Depois que o bebê nasceu, os colegas de Froman no hospital tiraram uma foto dela parada ao lado do recém-nascido, ainda usando a arma. "É uma imagem de contrastes", disse ela.

Antes de 7 de outubro, Froman, uma mãe de cinco filhos que agora vive nas Colinas de Golã, no norte de Israel, nunca havia considerado obter uma licença de porte de arma. Tendo optado por fazer serviço nacional não militar em vez de serviço militar na IDF, ela nunca havia disparado uma arma em sua vida. A mudança veio rapidamente após o ataque terrorista sem precedentes do Hamas às comunidades israelenses em 7 de outubro, deixando mais de 1.200 mortos e destruindo uma sensação de segurança na qual muitos israelenses confiavam há muito tempo.

"Na noite de 7 de outubro, meu marido e eu percebemos que, como eu viajo sozinha à noite em estradas perigosas para o meu trabalho – trazendo vida ao mundo – eu precisava de proteção", Froman disse à Fox News Digital. "Na manhã seguinte, eu tinha enviado meu pedido de licença de porte de arma. Agora espero nunca precisar usá-la, mas estou preparada se for preciso."

Por décadas, a posse de armas de fogo em Israel era incomum. Embora o serviço militar garantisse que muitos israelenses fossem treinados com armas, armas de fogo pessoais eram vistas mais como uma responsabilidade do que uma necessidade. O rigoroso processo de licenciamento dissuadiu muitos, e os israelenses confiaram no estado e em suas forças de defesa para protegê-los de ameaças terroristas, o que teve precedência sobre as baixas taxas de criminalidade de Israel.

Mas depois do massacre do Hamas em 7 de outubro, muitos israelenses começaram a ver armas de fogo pessoais como uma salvaguarda necessária em uma realidade nova e mais perigosa . "Como não havia equipes médicas suficientes em 7 de outubro, também não havia defesa suficiente", observou Froman. "Aprendendo com isso, hoje temos uma equipe médica comunitária e também estamos armados para poder dar uma primeira resposta."

A Suprema Corte israelense está atualmente analisando petições contra o ministro nacionalista da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, alegando que seu gabinete emitiu licenças de porte de armas sem a devida autorização.

Nos meses seguintes ao ataque de 7 de outubro, mais de 260.000 novos pedidos de licença de porte de arma foram submetidos – quase igualando o número total das duas décadas anteriores combinadas. Mais de 100.000 licenças já foram aprovadas, marcando um aumento de dez vezes em comparação ao ano anterior.

Ferramenta de sobrevivência
Ayala Mirkin, uma mãe de Shiloh na Judeia e Samaria, mais amplamente conhecida como Cisjordânia, solicitou uma licença de porte de arma depois que seu marido, um soldado da reserva da IDF, foi enviado para lutar na guerra em Gaza, deixando-a sozinha com seus três filhos pequenos. "Eu me senti insegura dirigindo por vilas árabes e sabia que tinha que fazer algo para me proteger", disse ela. "O processo foi muito mais rápido do que teria sido antes de 7 de outubro, mas ainda levou meses por causa da enxurrada de solicitações."

Mirkin agora carrega sua pistola sempre que sai de seu assentamento, embora ela continue em conflito. "Eu não quero ter uma arma. O dia em que eu puder devolvê-la será o mais feliz da minha vida. Mas não tenho escolha. É uma ferramenta de sobrevivência."

Para famílias como a de Mirkin, armas de fogo se tornaram parte da vida cotidiana. Ela mantém sua arma trancada em um cofre e treinou seus filhos para nunca tocá-la. "É uma ferramenta para proteção, não para matar", ela enfatiza. "Meu foco é preservar a vida, não tirá-la."

Oren Gozlan, um veterano paraquedista e pai, está entre aqueles que hesitaram antes de solicitar uma licença. Morando no lado israelense da fronteira da Linha Verde, perto da cidade palestina de Tulkarem, Gozlan decidiu que não poderia mais evitar se armar. "O medo de ter uma arma em casa com crianças ainda existe, mas a necessidade de proteger minha família supera isso", diz ele. "7 de outubro mudou tudo. Trouxe a percepção de que somos vulneráveis ​​de maneiras que nunca imaginamos."

Gozlan está nervoso com o que ele vê como supervisão inadequada no processo de licenciamento. "No campo de tiro, vi pessoas que nunca tinham segurado uma arma na vida, mal acertando seus alvos. É assustador pensar que essas pessoas agora estão andando por aí com armas de fogo."

Saar Zohar, um reservista em uma unidade de elite, expressou uma mudança semelhante. Por anos, Zohar resistiu a ter uma arma, acreditando que era desnecessário depois de seu serviço. Mas uma série de ataques terroristas após 7 de outubro o levou a reconsiderar. "Eu não conseguia suportar a ideia de ficar desamparado se algo acontecesse", ele diz. "Sabendo que tenho o treinamento e posso responder, sinto que é minha responsabilidade."

Ao contrário dos Estados Unidos, onde a posse de armas é frequentemente ligada a medos de crime ou à defesa da propriedade privada, as armas de fogo em Israel são vistas como ferramentas para combater o terrorismo. Historicamente, Israel evitou os tiroteios em massa públicos que às vezes atormentaram os EUA, mas especialistas alertam que a rápida proliferação de armas de fogo pode mudar isso. Com tantos indivíduos não treinados portando armas, o medo de ações impulsivas e erros trágicos paira grande.

Zohar é assombrado pelo potencial de identificação errônea. "A ideia de que outro civil armado possa me confundir com um agressor me aterroriza", ele diz, referindo-se a um incidente trágico em novembro de 2023, quando um civil israelense que havia atirado em terroristas em Jerusalém foi morto por engano por um jovem soldado.

O preço psicológico dessa mudança é evidente entre os recém-armados. Eyal Haskel, pai de três filhos de Tel Aviv, descreve as pressões sociais que enfrentou depois de 7 de outubro. "Eu nunca quis carregar uma arma, mas meus amigos questionavam por que eu não estava armado. Parecia uma expectativa, quase um dever."

Mas Haskel também está perturbado com o que viu em estandes de tiro. "As pessoas tratam isso como um jogo, atirando sem nenhuma compreensão da responsabilidade. É horrível pensar que essas pessoas agora são licenciadas."

Para muitos israelenses, a reforma representa uma resposta necessária a uma ameaça existencial. No entanto, ela também expôs falhas profundas no sistema. Os críticos argumentam que a abordagem atual sacrifica a segurança de longo prazo pela segurança de curto prazo, alertando sobre potenciais consequências não intencionais, de tiroteios acidentais a um aumento na violência doméstica.

"Obter uma licença de porte de arma é mais fácil do que obter uma carteira de motorista", diz Gozlan. "Para um carro, você precisa de aulas, testes e regras rígidas. Para uma arma, é só alguma papelada e algumas horas no estande de tiro."

Froman vê as coisas de forma diferente. "Se alguém ameaça você, você só saca sua arma em uma situação de segurança nacional. Você não saca uma arma para situações de risco de vida pessoal, a menos que seja um caso de terroristas. As regras aqui são claras – você deve ter um cofre para sua arma. Não posso confiar no cofre do meu marido; uma arma de fogo é pessoal. Não tenho permissão para usar a arma dele, e ele não tem permissão para usar a minha. Os regulamentos são muito rigorosos. A arma é para defesa contra aqueles que querem nos prejudicar, não para autodefesa geral."

Mirkin concorda. "Não somos como a América", ela disse. "Não queremos armas como passatempos... para nós, é sobrevivência, não escolha."

Um entrevistado que pediu para permanecer anônimo descreveu como ele treinou sua esposa no manuseio básico de armas de fogo, mesmo que ela não tenha licença. "Eu nunca quis colocá-la nessa posição, mas se eu não estiver em casa durante um ataque, ela precisa saber como defender nossos filhos."

À medida que Israel se ajusta a essa nova realidade, as implicações sociais do aumento da posse de armas de fogo permanecem incertas. Para muitos, o peso dessas decisões destaca o delicado equilíbrio entre proteção e responsabilidade.

"Espero nunca ter que usá-lo", diz Gozlan. "Mas não posso ignorar a realidade em que vivemos. O dia 7 de outubro mudou tudo."

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