*Naval News, por Olá Sutton -18/12/2024
O ritmo da inovação na guerra de drones na Ucrânia é como a aviação durante a primeira guerra mundial. Da mesma forma que as aeronaves de 1914 são incomparáveis com as de 1918, os drones de hoje são muito mais sofisticados e capazes do que os de 2022. Isso é especialmente verdadeiro na guerra naval no Mar Negro. O mais recente drone de superfície ucraniano (USV) eleva ainda mais o nível de inovação.
Drones navais de superfície não tripulados ucranianos (USVs) estão dominando o combate no Mar Negro, o que poucos teriam previsto. A Marinha Russa, muito maior e mais bem equipada, foi empurrada de volta para seu distante porto de Novorossiysk. E a Rússia não conseguiu reforçar facilmente sua base estratégica no exterior em Tartus, na Síria, porque sua rota de transporte "Syrian Express" havia parado de navegar. Ambos os resultados foram em grande parte devido à ameaça dos USVs ucranianos.
A Marinha Ucraniana (VMS ZSU) revelou recentemente um tipo completamente novo de USV que adiciona vários recursos nunca antes vistos. Este novo design, ainda sem nome em público, adiciona pequenos drones aéreos, e possivelmente minas, às capacidades dos USVs. E já os provou em ação.
O novo USV parece maior do que os designs 'Magura' e 'Sea Baby' vistos anteriormente, o que lhe permite implantar mais sistemas. Ele carrega simultaneamente uma carga de impacto na proa e um hangar na popa, que provavelmente é para colocar minas. A meio do navio há um hangar coberto com pelo menos quatro drones quadrimotores (UAVs) do tipo FPV. Uma vez lançados, os drones são controlados por pilotos em terra, provavelmente sentados no mesmo bunker que o piloto do USV.
O ataque inovador às plataformas de gás
As capacidades únicas do novo drone permitiram que a Marinha Ucraniana realizasse um ataque sofisticado às posições russas em plataformas de gás no Mar Negro. Os aglomerados de plataformas offshore que se espalham pelo noroeste do Mar Negro se tornaram a linha de frente das batalhas navais da guerra Russia & Ucrânia. Eles ficam no meio entre o território controlado pela Rússia e Ucrânia, entre Odessa e a Crimeia. Ambos os lados os ocuparam às vezes, instalando vários sistemas de sensores. E ambos os lados os atacaram repetidamente. Alguns estão queimando desde 2022.
Recentemente, a Rússia retornou a algumas das plataformas e reinstalou equipamentos de vigilância e, suspeita-se, bloqueadores de GPS. Por volta de 6 de dezembro, a Marinha Ucraniana conduziu um novo ataque para desalojá-los, usando os novos USVs.
Imagens de vídeo do ataque, divulgadas pela Marinha Ucraniana, mostram um ataque multifacetado. Os USVs lançaram pequenos drones quadricópteros (UAVs) que podiam reconhecer o alvo. Os UAVs foram então usados para atacar diretamente as plataformas, mirando diretamente nos sensores russos. Outro atingiu a equipe russa que os instalava.
Então, usando outra capacidade única, os drones são vistos dando ré até as plataformas. Embora o próximo estágio não seja mostrado, a explicação lógica é que isso permitiu que eles jogassem uma carga explosiva diretamente ao lado dos suportes da plataforma. Esta foi possivelmente uma carga com atraso de tempo ou profundidade. Como o USV já estava apontando para longe das plataformas, ele seria capaz de acelerar para longe em segurança.
Não está claro se os USVs então colidiram com as plataformas para entregar sua carga final, ou se eles retornaram para a base para lutar outro dia. Outros USVs vistos em serviço ucraniano são apenas embarcações de ataque unidirecionais, mas este novo tipo tem a opção de retornar à base se as circunstâncias permitirem.
Significado estratégico do desenvolvimento contínuo de USVs
Os esforços da Rússia para reinstalar sensores de vigilância nas plataformas provavelmente fazem parte de uma nova onda de ataques na costa ucraniana. A Rússia está tentando retomar o controle do noroeste do Mar Negro e infligir danos à Marinha Ucraniana. Antes desta missão, parecia provável que a Rússia intensificaria ainda mais os ataques a Odesa. Isso provavelmente empregaria novas armas e táticas. Isso ainda pode ocorrer, mas o sucesso deste ataque pode ter pelo menos derrubado esses planos.
O novo USV também é significativo porque parece ser operado pela Marinha Ucraniana. Embora não seja nenhuma surpresa que a Marinha opere USVs, missões ofensivas foram dominadas anteriormente pelas agências de inteligência SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) e GUR (Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia). Elas operam os famosos USVs 'Sea Baby' e 'Magura V5', respectivamente. Possivelmente veremos mais missões de ataque pela Marinha no futuro.
Outros operadores de USV também continuam a desenvolver suas embarcações, adicionando novas capacidades. A SBU revelou recentemente que algumas de suas embarcações "Sea Baby" têm uma metralhadora que é escravizada ao sensor ectro-óptico. Isso permitiu que eles atacassem helicópteros e barcos de assalto usados pelos russos para se defenderem dos USVs. Eles até atiraram em um caça russo Flanker. Anteriormente, a SBU havia inovado ao anexar foguetes aos seus USVs.
A ameaça dos USV continuará a evoluir. O próximo capítulo da guerra naval no Mar Negro, que já é dominado pela história dos USVs, provavelmente verá mais inovação. Possivelmente, a Rússia usará seus próprios projetos de forma mais agressiva. Mas, por enquanto, a Ucrânia parece manter sua liderança.
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