*LRCA Defense Consulting - 16/12/2024
Hoje (16), o Ministério da Defesa Nacional Português assinou um contrato com a Embraer para adquirir 12 A-29N Super Tucanos que equiparão a Força Aérea Portuguesa, tornando Portugal o cliente de lançamento da nova variante desta aeronave avançada de treinamento e ataque leve. Esta aquisição reflete o compromisso de Portugal em modernizar sua Força Aérea com uma aeronave versátil e comprovada, ideal para missões de Treinamento Avançado de Pilotos, Ataque Leve, Apoio Aéreo Aproximado (CAS) e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR).
A variante A-29N Super Tucano incorpora aviônicos avançados, sistemas de comunicação específicos da OTAN e outras novas capacidades não divulgadas, adaptadas para atender aos requisitos operacionais de Portugal. Com esta compra, Portugal se torna a primeira nação a operar o A-29N, liderando o caminho na adoção de uma plataforma muito capaz, projetada para dar suporte a uma ampla gama de missões de defesa modernas.
“Gostaríamos de agradecer ao Ministério da Defesa Nacional e à Força Aérea de Portugal pela confiança que depositam nas soluções da Embraer. Este contrato nos dá a oportunidade de contribuir para a modernização da Força Aérea Portuguesa e aprofundar ainda mais nossa forte parceria, abrindo caminho para uma cooperação industrial adicional com a indústria de defesa local”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
A cerimônia de assinatura do contrato de aquisição junto à Embraer S.A
foi presidida pelo Ministro da Defesa Nacional de Portugal, Nuno Melo,
tendo início às 14 horas de hoje (16) no Hangar 8 da OGMA - Indústria
Aeronáutica de Portugal, localizada no Parque Aeronáutico de Alverca.
Trata-se
de um investimento de cerca de 200 milhões de euros na aquisição de
doze aeronaves, simulador de voo e bens e serviços de sustentação
logística, e ainda a plena concretização do programa de aquisição e
sustentação das aeronaves.
O projeto envolverá uma forte
participação da indústria portuguesa em áreas altamente tecnológicas,
tendo em vista a reconfiguração das aeronaves para os padrões e
especificações da OTAN (NATO).
A-29 Super Tucano: líder global em sua categoria
O A-29 Super Tucano é o líder global em sua categoria, ostentando mais de 260 pedidos, ultrapassando 570.000 horas de voo, com 60.000 delas em combate. O número de forças aéreas operando o A-29 Super Tucano está se expandindo constantemente devido à sua combinação incomparável de capacidades, tornando-o a opção mais econômica do mercado.
Para Forças Aéreas que buscam uma solução comprovada, abrangente, eficiente, confiável e econômica em uma única plataforma, juntamente com grande flexibilidade operacional, o A-29 Super Tucano oferece uma ampla gama de missões, como Treinamento Avançado de Pilotos, CAS, Patrulha Aérea, Interdição Aérea, Treinamento JTAC, ISR Armado, Vigilância de Fronteiras, Reconhecimento e Escolta Aérea.
O A-29 Super Tucano é a aeronave multimissão mais eficaz em sua categoria, equipada com tecnologia de ponta para identificação precisa de alvos, sistemas de armas e um conjunto abrangente de comunicações. Sua capacidade é ainda mais aprimorada por sistemas aviônicos HMI avançados integrados a uma estrutura robusta capaz de operar em pistas não pavimentadas em ambientes austeros e sem infraestrutura. Além disso, a aeronave tem requisitos de manutenção reduzidos e oferece altos níveis de confiabilidade, disponibilidade e integridade estrutural com baixos custos de ciclo de vida.
Porta de entrada para a OTAN
Com a aquisição, Portugal se tornará o primeiro operador europeu do A-29N, marcando o ingresso da aeronave no seleto e exigente grupo de nações que integram a OTAN.
Após Portugal ter confirmado, em julho deste ano, que iria adquirir o Embraer A-29N Super Tucano para equipar sua Força Aérea, os meios especializados passaram a comentar que a Real Força Aérea da Holanda seria o próximo cliente interessado na versão OTAN da aeronave. O objetivo seria o de substituir seus 13 treinadores Pilatus PC-7, todos com mais de 36 anos de uso. Recorde-se que, em maio de 2023, Bosco da Costa Junior, CEO da Embraer Defesa & Segurança, havia colocado Portugal e Holanda como possíveis clientes.
Assim, a aquisição portuguesa abre as portas para aquisições de outros países da OTAN, especialmente aqueles que já adquiriram o C-390.
Participação portuguesa por meio da OGMA e de mais três empresas
A Embraer construiu laços estreitos com Portugal, e especialmente com a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal S.A., a principal empresa aeroespacial portuguesa, da qual a gigante brasileira detém 65%.
Com o memorando de entendimento assinado em abril de 2023, a Embraer e quatro entidades portuguesas (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto - CEiiA e as empresas Empordef Tecnologias de Informação, S.A. - ETI; GMVIS Skysoft, S.A. - GMV e OGMA S.A.) comprometeram-se a cooperar para o desenvolvimento da Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal, especialmente em tecnologias relacionadas com o A-29N. Este acordo garante a integração da indústria portuguesa no projeto e aumenta a contribuição nacional.
Assinatura do memorando de entendimento em abril de 2023 |
Desde 2003, a OGMA atua como parceira da Embraer no programa Super Tucano, sendo responsável por:
- Produção de Componentes e Montagem: fabrica e monta estruturas importantes da aeronave, como asas e fuselagens. Esses componentes são enviados para o Brasil, onde são integrados ao restante da aeronave na linha de montagem final da Embraer.
- Manutenção e Suporte Logístico: desempenha um papel crucial no suporte pós-venda, oferecendo serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO) para operadores do Super Tucano, especialmente na Europa, África e Oriente Médio.
Essa parceria reflete a integração da OGMA na cadeia global de produção da Embraer, uma relação que se fortaleceu ainda mais após a aquisição de uma participação majoritária da OGMA pela Embraer em 2005. Isso permitiu à OGMA consolidar sua posição como um fornecedor estratégico para diversos programas da Embraer, incluindo o Super Tucano. Além disso, a OGMA está fortemente envolvida no programa Embraer C-390, incluindo fabricação da fuselagem central, carenagem, ligas metálicas, materiais compostos e elevons (estabilizadores instalados na borda de fuga das asas, que controlam o pitch e a atitude da aeronave durante o voo).
A OGMA também dará suporte ao Super Tucano na versão NATO (A-29N) para clientes europeus, assim como já faz com o C-390 Millennium.
Sede da OGMA, em Alverca, Portugal |
Primeiro escritório da Embraer Defesa & Segurança na Europa
Lisboa
será a sede do primeiro escritório na Europa da Embraer Defesa &
Segurança, cuja inauguração está prevista para esta terça-feira (17),
pelo ministro da defesa, Nuno Melo.
A empresa reforça a presença
no mercado europeu porque a OTAN e outros países do continente têm
interesse em comprar aviões C-390 e Super Tucano, fabricados pela
companhia brasileira.
Super Tucano versão
A-29N
A versão
A-29N do Super Tucano está especialmente configurada para atender às
exigências dos países da NATO (OTAN), tornando-o particularmente
adequado às
necessidades da Força Aérea Portuguesa (FAP), por exemplo.
A versão NATO
inclui equipamentos e funcionalidades, tais como um novo datalink, single-pilot operation,
entre outras modificações. Tais funcionalidades aumentam ainda mais as
possibilidades de emprego da aeronave, permitindo, por exemplo, sua
utilização em missões de treinamento JTAC (Joint Terminal Attack Controller).
Os dispositivos de treinamento foram igualmente atualizados para os
padrões mundiais mais exigentes, incluindo realidade virtual, aumentada e
mista, oferecendo uma plataforma versátil para treinamento de pilotos
de caça.
O Super Tucano é uma
aeronave projetada para realizar diversas missões, incluindo
ataque leve, reconhecimento armado e treinamento tático. Destaca-se pelo
seu design robusto, capaz de resistir aos ambientes mais hostis e, ao
mesmo tempo, minimizar as necessidades de manutenção. Graças a uma
plataforma extremamente durável, ele pode operar em pistas despreparadas
e oferece alta capacidade de sobrevivência com recursos de proteção
ativa e passiva.
A cabine do A-29N foi projetada para reduzir a
carga de trabalho do piloto e maximizar a consciência situacional, com
uma interface homem-máquina avançada, ergonomia superior e
acessibilidade ideal. Os controles intuitivos permitem que o piloto se
concentre nos resultados da missão enquanto se beneficia de proteção
aprimorada com blindagem na cabine e no compartimento do motor (opcional). Os sistemas a
bordo incluem sensores eletro-ópticos/infravermelhos de última geração,
um designador de laser integrado para ataques precisos e sistemas
seguros de comunicação tática e navegação.
Em termos de
desempenho, o Super Tucano A-29N tem uma autonomia de 3,4 horas com combustível interno, estendendo-se para
5,2 horas com tanques externos e sensores EO/IR. Ele pode subir a uma
velocidade de 3.240 pés por minuto, com teto de serviço de 35.000 pés.
Sua capacidade de decolar e pousar em distâncias curtas (900 metros para
decolagem e 860 metros para pouso) o torna um grande trunfo para
operações a partir de bases avançadas.
A aquisição destas aeronaves não só fortalecerá as capacidades de defesa de Portugal, mas também apoiará as suas missões de manutenção da paz, particularmente na África, onde o país está ativamente envolvido. Além disso, a FAP já planejava implantar os Super Tucanos no 103º Esquadrão “Caracóis”, retomando assim as operações de treinamento de pilotos que haviam sido suspensas após a retirada do Alpha Jet em 2018.
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