*LRCA Defense Consulting - 04/11/2024
A Eve Air Mobility, a Revo, uma plataforma brasileira focada em Mobilidade Aérea Avançada (AAM), e sua empresa controladora, Omni Helicopters International Group (OHI), concluíram recentemente uma simulação de tráfego aéreo urbano em São Paulo. A iniciativa faz parte de uma parceria estratégica para impulsionar o desenvolvimento do ecossistema de AAM na metrópole.
A simulação ocorreu no centro de controle de operações da Revo em São Paulo, utilizando os helicópteros da Revo e o Vector da Eve, software destinado ao Gerenciamento de Tráfego Aéreo Urbano. Durante a semana de 21 de outubro, o Vector simulou o gerenciamento e monitoramento de operações de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL) em ambiente urbano. Foram considerados diferentes cenários, como atrasos na partida e no destino, restrições de espaço aéreo e clima, além de desvios de rota para locais alternativos de pouso. O objetivo principal da iniciativa foi validar novos serviços de gerenciamento de tráfego, essenciais para garantir a segurança e confiabilidade das operações de eVTOLs, tanto no início das operações quanto em casos de uso intensivo em larga escala.
Além disso, a Eve e a Revo têm trabalhado em conjunto para incentivar a colaboração entre os principais envolvidos no ecosistema de AAM, visando desenvolver práticas exemplares para operações de eVTOL, protocolos de gerenciamento aéreo e manuseio em solo. A cidade de São Paulo, conhecida por ter o maior número de operações de helicóptero do mundo, surge como um campo fértil para a revolução dos eVTOLs no transporte de uma das cidades mais populosas e congestionadas do planeta.
"Essa simulação reforça nosso compromisso em trazer os voos de eVTOL para áreas metropolitanas, oferecendo às comunidades uma alternativa de transporte segura, sustentável e eficiente", afirma Johann Bordais, CEO da Eve. "Estamos satisfeitos em contar com a Revo nessa iniciativa para estimular o mercado de mobilidade aérea urbana na maior cidade da América Latina."
"Nos vemos como um provedor de soluções de mobilidade aérea, com inovação em nosso DNA. Como líderes na América Latina em transporte offshore, pretendemos ser pioneiros na adoção de novas tecnologias e modelos de helicópteros", diz Jeremy Akel, CEO da OHI. "Recentemente, contribuímos para a história da aviação no Brasil com o primeiro e mais longo voo civil não tripulado para uma plataforma offshore, coexistindo no espaço aéreo com outras aeronaves. Isso demonstra que temos a experiência e a visão para ajudar a moldar o futuro da mobilidade aérea."
"Os eVTOLs são o futuro da mobilidade aérea. Eles tornarão os voos mais sustentáveis e facilmente disponíveis. Para tornar isso realidade, devemos desenvolver o ecossistema e a infraestrutura necessária", comenta João Welsh, CEO da Revo. "Demos o primeiro passo há pouco mais de um ano, iniciando um processo acelerado de aprendizado com helicópteros para liderar essa transição. A colaboração precoce entre líderes do setor, reguladores, urbanistas, desenvolvedores de infraestrutura e comunidades locais ajudará a garantir que os principais desafios sejam abordados de maneira holística, e continuaremos a desenvolver o ecossistema nos próximos meses. Estamos comprometidos em criar um futuro onde os voos urbanos serão seguros, mais democráticos e neutros em carbono."
A simulação e o desenvolvimento do ecossistema de AAM em São Paulo complementam a carta de inteção de compra da Revo para até 50 eVTOLs da Eve. Além disso, a Revo terá acesso ao Eve TechCare, um portfólio completo de serviços para eVTOLs, e ao software Vector.
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‘GPS dos ares’ que será utilizado em carros voadores deve chegar ao mercado em 2025
O software de gestão de tráfego aéreo, desenvolvido em uma parceria entre a Eve e a Revo, está em fase de simulações
*Exame, por Roberta Crepaldi - 04/11/2024
indústria de mobilidade aérea urbana deu mais um passo em direção à criação dos evTOLS, veículos elétricos popularmente chamados de ‘carros voadores’. A Eve, da Embraer, em parceria com a Revo, da Omni Helicopters International Group (OHI), está desenvolvendo o Vector, um software de gestão de tráfego aéreo, que será primordial para um melhor funcionamento dos evTOLS.
A previsão, segundo Alice Altíssimo, vice-presidente de Programas, Estratégia Corporativa e Tecnologia de Informação da Eve, é que o produto chegue ao mercado na segunda metade de 2025.
Espera-se, em um futuro não tão distante, que a demanda por helicópteros cresça e o espaço aéreo fique limitado. Analogamente a um sistema de GPS (mas dos céus), o Vector chega para automatizar e interligar rotas de aeronaves, oferecendo uma solução para os desafios atuais de coordenação no espaço aéreo urbano, que ainda depende em grande parte de comunicação manual entre operadores e helicópteros.
“Para mais helicópteros nos ares é preciso existir todo um ecossistema. E uma parte muito importante é o tráfego aéreo. Hoje, já é super difícil. Agora imagina em um mundo com muito mais ativos aéreos como os eVTOLs? O Vector será crucial”, comenta João Welsh, CEO da Revo, em encontro com jornalistas.
O desenvolvimento do Vector está em andamento desde 2017 e contou com parcerias internacionais, como a Civil Aviation Safety Authority (CASA), da Austrália, e a CAA (Civil Aviation Authority), de Londres, onde a Eve começou a testar os conceitos operacionais. Agora, no Brasil, os testes operacionais do Vector já estão em curso no Brasil - mas ainda em forma de simulação.
Hoje, há sistemas de radar e tecnologia ADS-B (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast), que permitem que as aeronaves "vejam" umas às outras no ar e transmitam suas posições e altitudes em tempo real. No entanto, essa tecnologia ainda depende da comunicação ativa e muitas vezes exige intervenção manual, tanto dos pilotos quanto dos controladores.
Então quando um avião irá cruzar o caminho de um helicóptero, é necessário que um operador de uma torre, de forma manual, se comunique com o piloto solicitando um estado de espera para retornar ao voo. Esse movimento gera custos e emissões de gás carbônico. Com o Vector, será possível uma economia de até 50% em combustível em rotas curtas com o Vector.
“Em um voo de 8 minutos, se há quatro paradas, 50% do combustível é jogado fora. Isso tudo é custo, é CO2 que está sendo emitido nesse tempo de espera. O Vector vai entrar para termos ganhos de produtividade e de escalabilidade”, diz Altíssimo.
Durante a semana do dia 21 de outubro, até 10 voos de dois helicópteros foram monitorados por dia no centro de controle de operações da Revo em São Paulo (conhecida por ter o maior número de operações de helicóptero do mundo) para validar a capacidade do Vector em analisar atrasos nas partidas, restrições do espaço aéreo e clima.
O objetivo final é que ele consiga sugerir rotas alternativas que otimizem as viagens das aeronaves. E, de acordo com Altíssimo, a ideia é que o Vector também seja compatível com outros veículos aéreos para além dos eVTOLs.
“O software vai poder ser usado em outros lugares do mundo. Estamos, inclusive, colaborando com a Federal Aviation Administration (FAA) e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) para que possamos trazer todos os regulamentos necessários”, afirma a vice-presidente.
Isso porque, para poder ser comercializado, será necessário um avanço na regulamentação. “Embora o que já desenvolvemos (no caso, a simulação) não precise de autorização regulatória, as próximas fases do Vector vão envolver essa regulação” destacou a equipe técnica. No Brasil, tudo irá depender da aprovação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).
E quando estiver em campo, a Revo deseja sair na frente. “Queremos ser a primeira companhia aérea com eVTOLs e o Vector do mercado”, enfatiza o CEO. Além de promover a sinergia com o DNA brasileiro da Eve, o software, ao tornar as operações escaláveis, contribui diretamente para a meta da Revo de democratizar o preço do transporte aéreo urbano.
“Em termos de economia, é muito cedo para falar disso. Mas a longo prazo, a equação faz sentido, e vai existir redução de custo nesta operação, o que vai permitir um serviço aberto a mais pessoas”, comenta Welsh.
A média de uma viagem em São Paulo, atualmente, é de US$ 450 por pessoa incluindo o serviço completo com concierge. “Analisamos diminuir em quatro vezes. Lá fora, custa US$ 100, mas isso exige um processo, ainda não dá para dizer que seria factível”, diz o CEO da Revo.
Dentre as 2.900 mil cartas de intenção de compra de eVTOLs de 30 clientes em 13 países, o que representa um potencial de US$ 14,5 bilhões em receita, a Revo possui 50 pedidos. E a ideia, segundo Wesh, é operar de forma mista a frota de helicópteros da Revo, com os ‘carros voadores’.
Recentemente, a Eve obteve um financiamento de US$ 50 milhões do Citibank para o desenvolvimento dos eVTOLs. Este montante incorporou o também aporte de US$ 95,6 milhões, proveniente de um conjunto de empresas industriais globais e investidores financeiros, anunciado em julho de 2024.
A Eve também firmou um contrato de R$ 500 milhões para uma linha de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dando continuidade à parceria iniciada em 2022, quando o órgão aprovou uma também linha de crédito de R$ 490 milhões para o desenvolvimento do programa eVTOL.
Agora, os novos recursos visam financiar a construção de uma fábrica em Taubaté (SP), cidade em que a Embraer já está instalada, para a produção de até 480 aeronaves por ano.
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