Pesquisar este portal

28 novembro, 2024

Embraer C-390, caças Tejas, mísseis Akash e BrahMos: focos da delegação indiana no Brasil


 
 
Uma delegação de defesa indiana visitará o Brasil, e discussões sobre a compra de aeronaves de transporte e a venda de caças devem estar na pauta.

A fabricante brasileira de aeronaves Embraer está de olho em seu maior contrato com a venda de sua aeronave de transporte médio C-390 Millennium para a Força Aérea Indiana (IAF), e há relatos de que o Brasil está considerando a aeronave de combate leve (LCA) Tejas, de fabricação indiana, para sua Força Aérea.

Os dois países têm dado saltos gigantescos no setor de defesa. A colaboração da brasileira Taurus Armas com a Jindal Defence é um exemplo dos laços de defesa em expansão.

As duas empresas colaboraram para fabricar uma gama diversificada de armas pequenas com uma proporção de capital de 51:49. As armas de fogo produzidas na instalação de Hisar no norte da Índia tem a marca “JD Taurus”.

Acordos no valor de bilhões de dólares poderão ser assinados
A delegação de defesa indiana viajará ao Brasil nos dias 8 e 9 de dezembro para o Diálogo Brasil-Índia da Indústria de Defesa (DID) em São José dos Campos. Representantes da Embraer, do Ministério da Defesa do Brasil e do governo brasileiro participarão do diálogo, durante o qual acordos no valor de bilhões de dólares poderão ser assinados.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em suas discussões com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi na recém-concluída cúpula do G20 no Rio, expressou o desejo do Brasil de expandir a cooperação bilateral em vários setores estratégicos, incluindo defesa, tecnologia espacial e aeroespacial.

Na agenda deles estará a exploração da colaboração para o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos, o míssil superfície-ar Akash e a manutenção dos submarinos Scorpene.

O Brasil tem se interessado em estabelecer centros de produção conjunta com a Índia para fabricar sistemas de armas para países latino-americanos. Depois de armas leves, ele tem lançado seu C-390 para a licitação do Medium Transport Aircraft (MTA) da IAF para substituir sua frota envelhecida de An-32s.

Outras áreas de colaboração identificadas foram fabricação de aeronaves, construção de satélites, guerra eletrônica e defesa cibernética. Os dois países propuseram alavancar a força um do outro na indústria de defesa enquanto navegam embargos comerciais.

Caças Tejas

Reportagens da mídia indicam que um acordo para a Índia comprar o C-390 com coprodução local está na mesa. Em troca, em um acordo de governo para governo, o Brasil se tornaria um cliente de exportação da versão mais recente do caça Tejas projetado e fabricado na Índia.


A mídia notou que o Tejas também tem uma variante naval, que pode se tornar parte do braço de aviação da Marinha do Brasil, substituindo seus A-4K/KU Skyhawks. A única empresa indiana atualmente presente no Brasil é a MKU Company, sediada em UP. A MKU está no Brasil há alguns anos e executou contratos de defesa com a Polícia Federal, Polícia Militar e Exército.

Clube Scorpene
O Brasil está particularmente interessado em formar um clube Scorpene de nações que produzem e operam submarinos para trocar melhores práticas e tecnologias. A Índia também opera submarinos Scorpene, e um Memorando de Entendimento para a manutenção dos submarinos no Brasil pela Mazagon Dock Shipbuilders Limited (MDL) pode ser finalizado.

BrahMos-NG
O Brasil está desenvolvendo seu primeiro submarino de ataque com propulsão nuclear, o Alvaro Alberto. O submarino, criado como parte de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, deve ser lançado em 2029. E pode equipar o submarino com sistemas BrahMos-NG.

O BrahMos-NG pode ser uma escolha adequada para a nova aeronave Gripen do Brasil, oferecendo-lhe uma capacidade de ataque avançada que complementa sua força aérea em modernização.

Em  entrevista  no início de 2024, o Major-Brigadeiro Rui Chagas Mesquita, Secretário de Produtos de Defesa do Brasil, disse: “Quando olhamos para a Índia, buscamos trabalhar juntos para que possamos também desenvolver conjuntamente produtos acabados e usar o Brasil como um hub para vender esses produtos comumente desenvolvidos no mercado latino-americano.”

O tamanho do mercado de defesa da América Latina é  estimado em US$ 1,38 bilhão em 2024 e deve atingir US$ 1,78 bilhão até 2029, crescendo a um CAGR de 5,30% durante o período previsto (2024-2029).

C-390 do Brasil para a IAF
O Brasil vem buscando a  licitação de aeronaves de transporte médio da IAF. A empresa brasileira Embraer Defense & Security e a empresa indiana Mahindra se uniram para fabricar a aeronave multimissão C-390 Millennium na Índia. A IAF está buscando introduzir de 40 a 80 aeronaves sob a iniciativa Make in India do governo indiano.

A aquisição envolverá transferência de tecnologia e criação de uma linha de fabricação no país para indigenização de alto nível.

O C-390 Millennium é uma aeronave de transporte tático, multimissão, bimotora, a jato. Entrou na Força Aérea Brasileira em 2019.

A Embraer espera que o acordo com a MTA abra caminho para a fabricação conjunta de aeronaves civis na Índia.

O C-390, disse o chefe da aeronáutica brasileira, está em operação há cinco anos. Ele voou 15.000 horas. “Comparado com o C-130 (um avião americano conhecido por sua robustez), o C-390 é mais rápido e transporta pelo menos a mesma quantidade de carga. Estamos oferecendo isso para a Índia e os MoUs com a Mahindra já foram feitos. Até agora, seu nível de manutenção é superior a 97 por cento”, disse ele.

SAM Akash 'Iron Dome' indiano para o Brasil
O míssil superfície-ar (SAM) indiano “Iron-Dome” Akash está na briga para garantir uma encomenda do Brasil. Embora o chinês Sky Dragon 50 também esteja competindo pela licitação, relatos indicam que a cúpula brasileira está pressionando por um acordo de governo para governo para os mísseis Akash.

O chefe militar brasileiro, general Tomas Miguel Mine Ribeiro Paiva, sugeriu um acordo “governo a governo” com a Índia para adquirir o sistema de mísseis antiaéreos Akash.

O sistema Akash pode efetivamente engajar helicópteros, jatos de combate e UAVs voando entre o alcance de 4 a 25 quilômetros. É totalmente automático e tem um tempo de resposta rápido da detecção do alvo até a interceptação. Ele pode engajar quatro alvos aéreos simultaneamente a 25 quilômetros de alcance por orientação de comando usando uma única unidade de disparo.

É altamente imune a interferência ativa e passiva. Pode ser transportado rapidamente por ferrovia ou estrada e implantado rapidamente. O conteúdo indígena geral do projeto é de 82%, que aumentará para 93% até 2026-27.
===xxx===

Índia e Brasil fortalecem seus laços bilaterais com foco em defesa
 
O Embaixador Reddy da Índia afirmou que “A cooperação na defesa tornou-se um pilar da nossa relação estratégica”, um sentimento que sublinha a confiança mútua e a visão partilhada entre ambas as nações.


*ReporteAsia, por Huma Siddiqui - 25/11/2024

A estratégia de defesa do Brasil está passando por uma transformação significativa, com o país buscando modernizar suas capacidades militares e fortalecer alianças estratégicas. No centro destes esforços está a crescente parceria de defesa entre o Brasil e a Índia, um parceiro fundamental na região Indo-Pacífico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante suas conversas com o Primeiro-ministro Narendra Modi na recém-concluída cúpula do G20 no Rio, expressou o desejo do Brasil de expandir a cooperação bilateral em vários setores estratégicos, incluindo defesa, tecnologia espacial e aeroespacial.

Durante a sua recente reunião, ambos os líderes exploraram formas de aprofundar os laços de defesa entre os seus países, que se expandiram constantemente nos últimos anos. Como observou o Primeiro-ministro Modi após as conversações: “Revisámos toda a gama de relações bilaterais entre as nossas nações e reafirmámos o nosso compromisso de melhorar a cooperação em setores como a defesa, os biocombustíveis, a agricultura e muito mais”. Por sua vez, o Presidente Lula concordou com esta abordagem e afirmou: “Muitas das iniciativas que tentamos implementar durante a nossa Presidência do G20 foram inspiradas no exemplo dado pela Índia no ano passado. “Queremos aproveitar o sucesso da liderança da Índia neste fórum.”

Modernização da Força Aérea Brasileira: foco em Tejas
A Força Aérea Brasileira está em processo de modernização de sua frota à medida que plataformas mais antigas, como as aeronaves F-5 e AMX, apresentam sinais de envelhecimento. Recentemente, um trágico acidente envolvendo um F-5 no nordeste do Brasil ressaltou a urgência desta modernização. O Brasil manifestou interesse em várias opções de caças, incluindo o F-16 dos EUA, o Rafale da França e o caça leve Tejas da Índia.

O Tejas da Índia atraiu a atenção devido à sua aviônica avançada, agilidade e custo-benefício, tornando-o uma solução potencial para as necessidades militares do Brasil. Embora não tenham sido assinados acordos formais, há um interesse crescente nesta plataforma de origem indiana. À medida que a Força Aérea Brasileira procura substituir sua frota envelhecida, o Tejas se destaca como uma opção viável, oferecendo capacidades alinhadas com as prioridades de defesa do Brasil.

BrahMos e Akash: Fortalecendo a defesa antimísseis do Brasil
Além dos Tejas, o Brasil também demonstrou grande interesse em vários sistemas de mísseis fabricados na Índia, particularmente nos mísseis BrahMos e Akash. O BrahMos-NG (Nova Geração), um míssil de cruzeiro supersônico desenvolvido através de uma joint venture indo-russa, é considerado uma arma altamente eficaz para aumentar as capacidades de ataque.

Os caças Gripen-E recentemente adquiridos pelo Brasil são considerados uma plataforma ideal para integrar o BrahMos-NG, que pode ser lançado a partir de diversas plataformas, incluindo aeronaves e navios de guerra.

Um alto oficial de defesa comentou sobre o BrahMos e o Akash-NG
“Para o Brasil, o BrahMos-NG pode ser uma opção adequada para sua nova aeronave Gripen. “O novo sistema foi projetado para uma ampla gama de plataformas de caças com especificações de classe mundial.” O BrahMos-NG oferece ao Brasil uma capacidade avançada de ataque que complementa a modernização de sua Força Aérea.

O Brasil também manifestou interesse no sistema de mísseis Akash da Índia, um sistema móvel de mísseis terra-ar desenvolvido pela Bharat Electronics Limited (BEL). O sistema Akash é conhecido por sua confiabilidade e alcance, o que o torna uma opção atraente para o Brasil que busca melhorar sua infraestrutura de defesa aérea.

Fortalecendo a cooperação espacial

A Índia e o Brasil cooperam há muito tempo em tecnologia espacial, sendo uma das conquistas notáveis ​​o lançamento do Amazonia-1, o primeiro satélite de observação da Terra dedicado do Brasil, pela agência espacial indiana ISRO em 2021. Esta colaboração ajuda o Brasil a monitorar o desmatamento na Amazônia usando corte tecnologia de satélite de ponta da Índia.

Ambos os países estão também a explorar oportunidades para reforçar ainda mais a sua parceria espacial, especialmente no âmbito da Missão de Satélites do G20, que se centra na monitorização climática e ambiental. O Embaixador Indiano Suresh Reddy destacou que “A nossa parceria espacial é um exemplo brilhante de cooperação Sul-Sul”, sublinhando a importância da colaboração na abordagem dos desafios ambientais globais.

C-390 Millennium: colaboração aeroespacial e joint ventures com Taurus e CBC
A gigante aeroespacial brasileira Embraer desenvolveu o C-390 Millennium, uma aeronave de transporte multimissão com capacidades impressionantes, incluindo operações de transporte tático e estratégico. Embora não exista um acordo formal de consideração entre o Brasil e a Índia, estão em andamento discussões sobre possíveis colaborações na área aeroespacial, particularmente relacionadas ao C-390.

A Índia demonstrou interesse em adquirir o C-390 como parte dos seus esforços para modernizar a frota de transporte da Força Aérea Indiana (IAF). A Embraer também busca ampliar sua presença na Índia, com a possibilidade de montar uma linha de montagem do C-390 caso a IAF opte pela aquisição da aeronave. As autoridades brasileiras expressaram a vontade de explorar iniciativas de produção conjunta, apontando para o potencial para uma cooperação industrial mais profunda entre os dois países.

Além disso, empresas como a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) e a Taurus Armas já estabeleceram joint ventures com empresas indianas, focadas na produção de armas leves e munições. Estas iniciativas estão a lançar as bases para uma cooperação industrial mais ampla no setor da defesa.

A visão estratégica do Brasil: ampliando os laços de defesa e espaciais
O Presidente Lula tem sido claro sobre o desejo da sua administração de aprofundar a cooperação no domínio da defesa com a Índia, com ambos os países a explorarem oportunidades em setores-chave como o aeroespacial, a defesa antimísseis e a tecnologia espacial. Lula destacou a importância da liderança da Índia no cenário global, afirmando:
“Queremos aproveitar os sucessos da liderança da Índia no G20 e fortalecer a nossa cooperação em defesa, bem como as nossas iniciativas espaciais”.

Este compromisso de fortalecer os laços reflete-se no volume crescente de visitas de alto nível entre os dois países. Os principais comandantes militares do Brasil visitaram a Índia, e o diálogo inaugural 2+2 entre Brasil e Índia, realizado em março de 2024, foi um marco significativo no relacionamento bilateral. Como afirmou o Embaixador Reddy da Índia:
“A cooperação na defesa tornou-se um pilar da nossa relação estratégica”, um sentimento que sublinha a confiança mútua e a visão partilhada entre ambas as nações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será submetido ao Administrador. Não serão publicados comentários ofensivos ou que visem desabonar a imagem das empresas (críticas destrutivas).

Postagem em destaque