*Mirelly Silveira, via LinkedIn - 04/10/2024
O setor aeroespacial e de defesa brasileiro está em plena transformação. Os anos de 2023 e 2024 marcaram uma verdadeira virada no cenário, com movimentos estratégicos de grandes empresas e aquisições que reforçam a relevância do país no setor.
Entre os destaques, vimos a compra da SIATT e da Condor pela gigante árabe EDGE, o crescimento meteórico da EVE e o investimento de R$ 2 bilhões da Embraer no Brasil. A unidade de defesa e segurança da Embraer viveu um momento inédito, com pedidos internacionais (backlog) superando os nacionais pela primeira vez, impulsionados pelo sucesso global do C-390.
Agora, o retorno da Avibras, em fusão com outro grande nome da defesa, Akaer. Isso sem mencionar os investimentos da FINEP em editais que, somados, ultrapassaram R$ 300 milhões para área aeroespacial, e ainda a Mac Jee, que nos últimos anos investiu mais de R$ 120 milhões em suas fábricas.
Esse movimento causará a "explosão" de centenas de pequenas e médias empresas no setor. Desde 2023, a BID - Base Industrial de Defesa passou a contar com 1.365 Produtos de Defesa (PRODE) e Produtos Estratégicos de Defesa (PED); e com 290 Empresas de Defesa (ED) e Empresas Estratégicas de Defesa (EED), sendo esse número crescente e passando de 100 em 2024. Muito disso ocorreu por questões geopolíticas e cenários mundiais, mas também houve o reposicionamento brasileiro nos últimos cinco anos em relação à fomentar a base industrial de tecnologia aeroespacial e, sobretudo, a BID. Esta última acumulou R$ 8,4 bilhões em vendas para o exterior entre janeiro e julho deste ano.
Neste ano, espera-se que um terço dos países membros da OTAN atinja a meta de gastar 2% do PIB em defesa, incluindo a Finlândia, recentemente admitida na organização. Nos EUA, os gastos com defesa podem ultrapassar US$ 880 bilhões. Na Ásia, países como Japão, Filipinas, Taiwan e Paquistão, além de China e Índia, estão aumentando significativamente seus orçamentos devido ao risco de conflitos. Nos países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, a demanda por armamentos cresce, apesar de dificuldades de fornecimento devido a restrições geopolíticas e produção limitada. E agora o Brasil, mostrando seu empenho em garantir a soberania nacional.
Um novo capítulo mundial, e o Brasil se preparando para fazer parte dele!
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