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09 setembro, 2024

O impressionante reforço de artilharia do exército polonês: mais 500 HIMARS e 288 sistemas Homar-K

- Polônia também estaria estudando a aquisição de duas aeronaves multimissão Embraer C-390

Lançador de foguetes HIMARS M142 do Exército Polonês exibido na MSPO 2024, exposição da indústria de defesa em Kielce, Polônia. (Fonte da imagem: Army Recognition)

*LRCA Defense Consulting - 09/09/2024

Em matéria publicada no dia 08 de setembro, o portal Army Recognition divulgou que a Polônia tomou medidas decisivas para fortalecer suas capacidades de artilharia, substituindo seus antigos lançadores de foguetes BM-21 Grad de fabricação soviética por sistemas avançados dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

O Exército polonês está pronto para receber 500 HIMARS (High Mobility Artillery Rocket Systems) americanos dos EUA e 288 sistemas Homar-K, um lançador de foguetes Chunmoo sul-coreano montado nos caminhões Jelcz 8x8 produzidos localmente.

Este movimento é parte do esforço mais amplo da Polônia para melhorar sua defesa nacional em meio às crescentes tensões regionais. O BM-21 projetado pelos soviéticos, embora eficaz, tornou-se obsoleto na guerra moderna. Os novos sistemas HIMARS e Homar-K fornecem à Polônia alcance, precisão e versatilidade muito maiores.

Autoridades de defesa polonesas enfatizaram que a aquisição desses sistemas de última geração melhorará significativamente as capacidades de dissuasão da nação e garantirá que a Polônia permaneça na vanguarda das iniciativas de defesa da OTAN na Europa Oriental.

Forças Armadas Polonesas se tornam a terceira maior força da OTAN
Em matéria de 17 de julho, o mesmo portal publicou que, de acordo com as últimas estimativas da OTAN para este ano, o exército polonês se tornou a terceira maior força militar dentro da aliança e a maior da Europa, com um total de 216.100 pessoas. Este número coloca a Polônia atrás apenas dos Estados Unidos, que tem 1,3 milhão de pessoas, e da Turquia, com 481.000 membros. Depois da Polônia estão as forças armadas francesas com 204.700 pessoas, a Alemanha com 185.600, a Itália com 171.400 e o Reino Unido com 138.100.

Naquela época, o então Ministro da Defesa Mariusz Błaszczak declarou que "o exército polonês se tornaria a força terrestre mais poderosa da Europa" por meio da expansão do recrutamento, aquisição e modernização. Hoje, Jacek Siewiera, chefe do National Security Bureau (BBN) da Polônia, declarou que novos dados da OTAN confirmam que "a Polônia ter o maior exército da Europa se tornou uma realidade". Ele acrescentou que o aumento no tamanho do exército polonês é "um fator que afasta o espectro da guerra".

Nos últimos dez anos, a Polônia intensificou significativamente suas parcerias internacionais de armamento como parte de sua estratégia de modernização militar e fortalecimento da segurança nacional. Uma das parcerias mais significativas foi com os Estados Unidos, marcada pela compra de sistemas de defesa antimísseis Patriot em 2018, um acordo multibilionário que visa aprimorar a defesa aérea polonesa. Mais recentemente, em 2020, a Polônia concluiu um acordo para adquirir 32 aeronaves de combate F-35 Lightning II, reforçando assim suas capacidades de defesa aérea com esta tecnologia de ponta.

Além disso, a cooperação com a Coreia do Sul se tornou um foco importante, culminando na compra de tanques K2 Black Panther e obuses K9 Thunder em 2021, demonstrando a expansão da cooperação militar da Polônia além das fronteiras da OTAN.

Na última década, o tamanho do exército polonês mais que dobrou. Em 2014, tinha apenas 99.000 efetivos e estava em nono lugar na OTAN. Esse número aumentou gradualmente ao longo dos anos, chegando a 116.200 em 2020, época em que ainda era apenas o oitavo maior da OTAN. No entanto, desde então, o número de efetivos aumentou rapidamente, superando todos os outros países da OTAN, exceto os Estados Unidos e a Turquia. Em março de 2022, uma nova lei de defesa nacional estabeleceu uma meta de dobrar o tamanho das forças armadas da Polônia para 300.000 efetivos, incluindo 250.000 soldados profissionais e 50.000 territoriais. Naquele ano, o exército polonês registrou o maior número de novos recrutas desde o fim do serviço militar obrigatório.

Além de aumentar seu efetivo militar, a Polônia também tomou medidas significativas para aumentar seus gastos com defesa. De acordo com o relatório 'Despesas de Defesa dos Países da OTAN (2014-2023)' da OTAN, a Polônia mostra uma taxa de gastos com defesa estimada em 3,93% de seu PIB para 2023, liderando assim a lista da OTAN, à frente dos Estados Unidos com 3,24% e da Grécia com 3,05%. Desde 2014, a Polônia está em quarto lugar em termos de crescimento de gastos com defesa com um aumento de 190%, atrás da Letônia com 208,87%, Hungria com 213,26% e Lituânia com 302,46%. Esses esforços refletem o compromisso contínuo da Polônia em fortalecer sua postura de defesa dentro da aliança.

Polônia analisa sigilosamente a aquisição do Embraer C-390 Millennium
Em junho, esta consultoria revelou que o jornalista polonês Marcin Walków, editor de money.pl, foi o único jornalista de seu país a participar do Embraer Media Day 2024, que foi realizado no dia 18 de junho.

Ao término do concorrido evento internacional, Marcin escreveu uma extensa matéria, devidamente ilustrada com muitas fotos, sobre o C-390 Millennium e sobre os países que já o adquiriram, elogiando o cargueiro militar multimissão e trazendo, também, uma surpreendente revelação: o real interesse da Polônia na aeronave.

Em junho de 2023, durante o Paris Air Show, o CEO da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior, em entrevista a Breaking Defense, identificou a Polônia como um futuro cliente “potencial”, embora afirmasse que não era um cliente que estivesse buscando ativamente.

Pelo que escreveu agora o jornalista polonês, é provável que a situação tenha evoluído bastante e de forma positiva.

A frota de transporte tático da Força Aérea Polonesa (Siły Powietrzne) é composta por cinco aeronaves C-130E Hercules, três C-130H (com mais dois encomendados) e 16 CASA C-295. A aquisição do Embraer C-390 Millennium visaria substituir os antigos C-130E, haja vista que os C-295 são aviões menores. Assim, o país poderia modernizar sua frota de transporte tático com aeronaves muito mais modernas e eficientes que, devido à característica multimissão, estão aptas a cumprir missões muito além do transporte aéreo, como foi amplamente descrito pelo jornalista polonês em sua interessante reportagem.

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