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07 setembro, 2024

Índia planeja fabricar seus próprios aviões comerciais regionais. Joint venture da Embraer & HAL pode ser uma opção


*LRCA Defense Consulting - 07/09/2024

A Embraer firmou um MoU com o Grupo Mahindra em fevereiro deste ano, visando a produção do cargueiro multimissão C-390 Millennium na Índia e, assim, vencer a megalicitação em curso de 40 a 80 aviões de transporte para a Força Aérea Indiana (IAF).

No dia 04 deste mês, o influente jornal indiano The Economic Times publicou a reportagem "Ministro da aviação civil KR Naidu indica planos da Índia para fabricar aviões indígenas (locais)".

O que chama a atenção é que a imagem que ilustra a reportagem é a de um avião comercial da Embraer, a mesma que está no início desta página.

O ministro afirmou que a estatal Hindustan Aeronautics Limited (HAL) seria a principal participante da iniciativa. É relevante observar que, antes de firmar o MoU com o Grupo Mahindra, a Embraer havia conversado também com a HAL e com o Grupo Tata.

Como a iniciativa indiana visa fabricar localmente aeronaves comerciais regionais, é provável que o governo da Índia esteja planejando deixar a HAL - sua gigante estatal do setor aeroespacial - na liderança estratégica do processo, independente da empresa que vença a licitação para o fornecimento dos cargueiros militares. 

Ou seja, isso significaria, no caso da Embraer, que a eventual fabricação de seus E Jets E2 ocorreria em joint venture sob liderança da HAL, mesmo que, em parceria com o Grupo Mahindra, ela vença a megalicitação indiana e venha a fornecer 40 a 80 aeronaves C-390 Millennium para a IAF.

Segue-se a matéria do The Economic Times:

O Ministro da Aviação Civil KR Naidu indicou na quarta-feira (04 Set.) em uma conferência em Delhi que a Índia logo entraria na fabricação de aeronaves para tornar a nação um centro global de fabricação de aeronaves.

O ministro disse que o governo estava fortemente promovendo a ideia da Índia fabricar seu próprio avião.

"Queremos informar à indústria que o governo está pressionando fortemente a ideia da Índia fabricar seu próprio avião", disse Naidu. Sua declaração não era apenas sobre uma nova política; era uma visão para o futuro da Índia no mercado global de aviação.

Naidu acrescentou que o governo pretendia expandir essa iniciativa não apenas para atender à demanda interna, mas também para posicionar a Índia como exportadora de aeronaves.

Além disso, ele falou sobre planos para criar uma equipe especial na forma de um Special Purpose Vehicle (SPV), atraindo especialistas da indústria, técnicos e representantes do governo. Este SPV seria responsável por todo o processo de construção de aviões indígenas. "Nossa intenção é construir o avião final aqui na Índia", declarou Naidu.

No entanto, ele reconheceu que, embora possa haver a necessidade de obter certos componentes ou motores de outros participantes inicialmente, o objetivo final é desenvolver um ecossistema autossustentável onde cada peça possa eventualmente ser fabricada no país.

Naidu falou sobre a necessidade de reconhecer as lacunas e desafios dentro da infraestrutura atual. Ele enfatizou a importância do SPV no gerenciamento dessas áreas.

"Para dar um impulso às aeronaves de transporte regional, estamos formando este SPV. Nos próximos cinco anos, vamos sentar e abordar todas as preocupações críticas", ele garantiu ao público.

Quando perguntado se gigantes internacionais como Airbus e Boeing fariam parte do SPV, Naidu respondeu: "Somos um grande cliente para eles, e eles têm uma forte inclinação para fazer parceria conosco. Vamos envolver todos em termos de know-how e experiência."

Naidu disse ainda que o objetivo não era criar um modelo de negócios, mas sim abordar preocupações mais amplas e trazer as reformas necessárias para tornar a Índia um centro global para a fabricação de aeronaves.

Naidu também destacou o potencial da Índia no setor de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO). Ele disse que um grande obstáculo era a falta de experiência técnica, pois os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) estavam hesitantes em compartilhar seus manuais e conhecimento.

"Enfrentamos dificuldades para manter esses aviões, então devemos melhorar nossas instalações de MRO", disse ele.

O ministro acrescentou que o foco seria primeiro resolver questões domésticas e, quando a Índia estivesse adequadamente preparada, ela se envolveria com atores internacionais.

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