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23 setembro, 2024

Caças e mísseis pelo Embraer C-390: um acordo de troca com a Índia?


*LRCA Defense Consulting - 23/09/2024

Ao que tudo indica, Índia e Brasil podem estar considerando um acordo governo a governo na modalidade quid pro quo (expressão latina que significa "tomar uma coisa por outra"), onde a Índia compraria 40 a 80 aeronaves multimissão Embraer C-390 Millennium em troca de o Brasil adquirir algumas baterias do sistema de mísseis antiaéreos Akash SAM, e/ou baterias do míssil de cruzeiro supersônico BrahMos, e/ou helicópteros, e/ou o estabelecimento de colaboração para a manutenção dos submarinos brasileiros da classe Scorpene, e/ou construção de fragatas para a Marinha do Brasil.

Para o Brasil, o negócio seria excelente, pois permitiria que a Embraer realizasse uma venda de bilhões de dólares, deslanchando de vez o C-390 e fincando os pés no enorme mercado asiático, que seria sua maior referência para atrair outros clientes de todos os continentes.

Para a Índia, seria a oportunidade de, finalmente, exportar seus caças Tejas, além dos sistemas de mísseis Akash e/ou Brahmos (e outras possibilidades), com o negócio se constituindo também em referência para atração de outros clientes da América do Sul (principalmente) e dos demais mercados de defesa, que só estão à espera de uma referência como esta.

No entender do jornal indiano Financial Express, "a crescente cooperação militar entre a Índia e o Brasil é uma prova de seu comprometimento compartilhado em aprimorar as capacidades de defesa e alcançar a autossuficiência. Da manutenção de submarinos e aquisição de aeronaves a potenciais colaborações em mísseis, a parceria abrange uma ampla gama de tecnologias e estratégias de defesa. À medida que ambas as nações continuam a se envolver em discussões e trocas de alto nível, a importância de sua cooperação se estende além dos laços bilaterais. Ela contribui para a estabilidade regional e ressalta a importância da colaboração internacional no enfrentamento de desafios comuns de defesa. O futuro das relações de defesa Índia-Brasil parece promissor, com ambos os países prontos para se beneficiar de sua parceria cada vez mais profunda".

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O Brasil poderia comprar o caça LCA Tejas da Índia se a IAF adquirir a aeronave Embraer C-390! Os brasileiros estão insinuando um acordo de troca?

*EurAsian Times, por Ritu Sharma - 12/09/2024

Índia e Brasil têm se aproximado militarmente. Como a delegação brasileira está visitando a Índia, aeronaves leves de combate (LCA) Tejas e helicópteros indianos e a provável venda do Embraer C-390 Millennium para a Força Aérea Indiana (IAF) estão na mesa.

Nos últimos tempos, acordos de defesa têm sido uma decisão política para a Índia visando maximizar o componente do Make in India e dar ímpeto a laços estratégicos com aliados. Não será uma surpresa que a Índia possa optar pelo C-390 Millennium, o mais recente heavy lifter do mundo, que é mais rápido e mais eficiente do que seu equivalente americano, caso o Brasil opte pelo jato de combate indiano 'LCA Tejas'.

O Tejas tem tido dificuldades para encontrar compradores estrangeiros, apesar de estar operacional na IAF e ser destacado nas bases avançadas.

No exercício multinacional em andamento 'Tarang Shakti' na Índia, o Tejas tem estado na vanguarda do novo ciclo, já que um dos LCA pilotados pelo Chefe do Marechal do Ar da IAF AP Singh conseguiu  interceptar um Eurofighter em exercícios simulados. Três Vice-Comandantes das forças armadas indianas e o Comandante da Força Aérea Alemã pilotaram o jato de caça, marcando sua chegada ao cenário internacional.

O Comandante do Ar da IAF, marechal VR Chaudhari, se encontrou com o Comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro Marcelo Kantiz Damasceno, em 11 de setembro. Em entrevista ao canal de notícias indiano TimesNow, o comandante do ar brasileiro disse que os caças Tejas eram uma opção para a força aérea latino-americana.

“De acordo com nossas regras, não deveríamos ter menos que dois e não mais que três tipos de aeronaves de caça. Atualmente, temos o F-5 e o Gripen, mas depois de 2030, precisaremos talvez de mais dois tipos, conforme o F-5 for embora. Então, enquanto o Gripen permanecer, o Tejas é uma das opções para nosso segundo ou terceiro avião de caça”, disse ele.

Damasceno visitará a fabricante indiana de aeronaves Hindustan Aeronautics Limited (HAL) em Bangalore e voará no LCA.

Relatórios indicam que o Tejas em breve será implantado em funções operacionais no setor norte, onde terá que combater os F-16 do Paquistão e os JF-17 da joint venture China-Paquistão caso um conflito ecloda.

A IAF introduziu dois esquadrões de LCA em 2016. Após a liberação operacional final, a aeronave foi implantada em Sulur. A aeronave agora começou a operar a partir de bases avançadas e a participar de exercícios internacionais, refletindo a confiança do establishment indiano no jato nativo.

Em 2024, o LCA Tejas Mk1A, a variante avançada do já introduzido LCA Mk1, voou pelos céus, e a IAF fez uma das maiores encomendas de defesa para 83+97 desses caças.

A IAF, a quarta maior força aérea do mundo, em breve operará cerca de 350 LCAs (variantes Mk-1, Mk-1A e Mk-2). A força já introduziu 32 Mk1 (fez um pedido de 40 jatos Mk-1) e fez um pedido de 83+97 da versão Mk1A.

Na próxima década, a IAF, lutando contra a escassez de jatos de combate, terá o LCA nacional como a pedra angular de seu poder de combate. O jato de combate será equipado com armas construídas na Índia.

Apesar de sua relação custo-benefício e agilidade, o jato de caça não conseguiu ganhar pedidos internacionais até agora. Em 2023, o primeiro-ministro Narendra Modi voou a bordo do Tejas, mostrando sua confiança no jato de caça nacional. A mudança visa impulsionar o perfil do LCA como um produto de exportação.

Helicópteros e drones
O Brasil também tem considerado helicópteros e drones feitos na Índia. “Temos sete esquadrões de 12 helicópteros cada, e estamos procurando mais, talvez 24 novos helicópteros”, disse ele. Isso incluirá helicópteros para um novo esquadrão para a área da Amazônia e para socorro em enchentes. “Consideraremos helicópteros indianos”, acrescentou.

Para os drones, o Brasil também considera uma possível transferência de tecnologia da Índia.

C-390 do Brasil para a IAF
O Brasil vem buscando a  licitação de aeronaves de transporte médio  para a IAF. A empresa brasileira Embraer Defense & Security e a empresa indiana Mahindra se uniram para fabricar a aeronave multimissão C-390 Millennium na Índia. A IAF está buscando induzir 40-80 aeronaves em linha com a iniciativa Make in India do governo indiano.

Espera-se que a aquisição envolva transferência de tecnologia e a criação de uma linha de fabricação no país para indigenização de alto nível. Daí a colaboração entre a Embraer e a Mahindra.

O C-390 Millennium é uma aeronave de transporte tático, multimissão, bimotor, a jato. Entrou na Força Aérea Brasileira em 2019.

A Embraer espera que o acordo com a MTA abra caminho para a fabricação conjunta de aeronaves civis na Índia.

O C-390, disse o chefe da aeronáutica brasileira, está em operação há cinco anos. Ele voou 15.000 horas. “Comparado com o C-130 (um avião americano conhecido por sua robustez), o C-390 é mais rápido e transporta pelo menos a mesma quantidade de carga. Estamos oferecendo isso à Índia e os MOUs com a Mahindra já estão prontos. Até agora, seu nível de manutenção está acima de 97 por cento”, disse ele. “A Força Aérea Indiana precisa de aeronaves de transporte médio”, acrescentou.

Aprofundando os laços indo-brasileiros
No ano passado, houve uma onda de visitas de autoridades de ambos os países. Em 2023, a indústria de defesa indiana participou da LAAD (DefExpo) no Rio. Representantes da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO), Bharat Dynamics Ltd., Yantra India Ltd., Bharat Electronics, Mazagon Dock Shipbuilders Ltd. e a joint venture indo-russa BrahMos compareceram à exposição.

Em maio de 2023, uma delegação indiana liderada pelo Secretário-Adjunto Anurag Bajpai visitou o Brasil e se encontrou com altos oficiais de defesa. O chefe militar brasileiro também visitou a Índia em uma  viagem de seis dias .

Submarinos e navios de patrulha
O Brasil está particularmente interessado em formar um clube Scorpene de nações que produzem e operam submarinos para trocar melhores práticas e tecnologias. A Índia também opera submarinos Scorpene, e um Memorando de Entendimento para a manutenção dos submarinos da Mazagon Dock Shipbuilders Limited (MDL) no Brasil pode ser finalizado.

A delegação que vem em setembro se concentrará em Coastal Systems. Espera-se que finalize a aquisição de Offshore Patrol Vessels da MDL. A reforma de meia-vida, na MDL, de sua frota de submarinos existente, também está nos planos.

O Brasil está desenvolvendo seu primeiro submarino de ataque com propulsão nuclear, o Alvaro Alberto. O submarino, desenvolvido como parte de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, deve ser lançado em 2029. E pode equipar o submarino com sistemas BrahMos-NG.

Em entrevista no início de 2024, o Major-Brigadeiro Rui Chagas Mesquita, Secretário de Produtos de Defesa do Brasil, disse: “Quando olhamos para a Índia, buscamos trabalhar juntos para que possamos também desenvolver conjuntamente produtos acabados e usar o Brasil como um hub para vender esses produtos comumente desenvolvidos no mercado latino-americano.”

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“Considerará o jato de caça Tejas da Índia como possível substituto do F-5”: Comandante da Força Aérea Brasileira

*India Defence Research Wings - 12/09/2024

Em uma interação recente com a mídia indiana, o Tenente Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, Comandante da Força Aérea Brasileira, revelou que o Brasil pode considerar o jato de caça Tejas da Índia como um possível substituto para sua frota envelhecida Northrop F-5, que deve ser aposentada após 2030. Damasceno reconheceu a necessidade de plataformas de caça adicionais junto com os jatos Gripen-E existentes no Brasil e expressou interesse no Tejas como um candidato para a função.

Atualmente, a Força Aérea Brasileira opera tanto o F-5 quanto o Gripen-E. No entanto, conforme o F-5 se aproxima do fim de sua vida útil, o Brasil precisará introduzir uma nova plataforma para manter suas capacidades operacionais. Falando sobre a busca por um sucessor para o F-5, Damasceno observou: “Precisaremos talvez de mais dois tipos conforme o F-5 for. Então, enquanto o Gripen permanecer, o Tejas é uma das opções para nosso segundo ou terceiro avião de caça.”

Esta declaração marca um desenvolvimento significativo, pois coloca o Tejas Mk1A da Índia e o futuro Tejas MkII na disputa pela aquisição de caças de próxima geração do Brasil. Espera-se que ambas as variantes do Tejas estejam em produção durante o período em que o Brasil buscará aposentar sua frota de F-5, tornando-os opções oportunas para consideração.

O Tejas Mk1A está atualmente em produção e permanecerá ativo até por volta de 2032-33. Até lá, a estatal indiana Hindustan Aeronautics Limited (HAL) também pretende ter o Tejas MkII em produção, expandindo ainda mais as capacidades da plataforma. O Tejas MkII, em particular, é projetado com um peso máximo de decolagem (MTOW) aumentado de cerca de 17,5 toneladas, tornando-o um caça mais poderoso e capaz em comparação ao seu antecessor.

Para efeito de comparação, o F-5 do Brasil, que está em serviço desde a década de 1970, tem um MTOW de aproximadamente 11 toneladas. O Tejas Mk1A, com um MTOW de 13,5 toneladas, oferece uma atualização significativa sobre o F-5 em termos de capacidade de carga útil e desempenho geral. O Gripen-E, atualmente o caça mais avançado da Força Aérea Brasileira, ostenta um MTOW de 16,5 toneladas, colocando-o entre o Tejas Mk1A e o mais avançado Tejas MkII.

O Brasil tem se interessado em adquirir armas indianas em acordos de troca com suas próprias empresas, como a Embraer, que concorre à licitação MTA da IAF para aeronaves de transporte que podem ser fabricadas no país.

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Saiba mais:
- Akash-BrahMos-Scorpene: a crescente cooperação de defesa Índia-Brasil

- Brasil começa a concretizar ações para dispor de um Sistema de Artilharia Antiaérea de Média/Grande Altura

- Proposta do Brasil à Índia: permuta do sistema de defesa aérea Akash por aviões da Embraer?

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