Fuzis T10 e T4; Pistolas TS9 e TH9; Submetralhadora T9 |
*LRCA Defense Consulting - 15/08/2024
Em lives realizadas no dia 14 com a MSX e com a Eleven, Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus Armas S.A., revelou que uma comitiva da Arábia Saudita virá à sede Taurus nos próximos dias para testar algumas armas da empresa, visando aquisições para suprir necessidades do
Exército e das polícias desse país.
Entre as prioridades elencadas, destacam-se submetralhadoras e pistolas 9mm, bem como fuzis de assalto e de precisão, armas integrantes do portfólio da Taurus.
Taurus e CBC na Arábia Saudita
A Arábia Saudita é um importante e proeminente mercado, estando na lista dos cinco maiores gastos militares do mundo e considerado um dos países que mais investe em defesa. Não por acaso, a região está nos planos estratégicos da Taurus e da CBC de expansão no Oriente Médio e de produção local.
A Taurus conta com um escritório regional na Arábia Saudita desde 2022 e, em dezembro de 2023, assinou um Term Sheet não vinculativo para estudo de viabilidade da constituição de uma joint venture no Reino da Arábia Saudita com a empresa Scopa Military Industries. O Plano de Negócios foi concluído recentemente e ambas as empresas estão agora em suas análises finais. A Taurus também possui uma marca registrada nesse país, a Taurus Saudia.
“A estratégia comercial da Taurus segue focada em oportunidades nos mercados internacionais, além dos Estados Unidos, maior mercado de armas do mundo e consecutivamente da Taurus. A escolha pela Arábia Saudita e região do GCC (Conselho de Cooperação do Golfo) está alinhada com o plano estratégico de expandir os negócios e aumentar a participação no Oriente Médio”, afirmou Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus.
Divulgado em 14/11/2023, o acordo de transferência de tecnologia de ponta e de fabricação local entre a empresa saudita Scopa Defense e a brasileira Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) está em linha com o grande projeto Visão Saudita 2030 para produzir no Reino da Arábia Saudita a maior parte das necessidades de defesa deste país até 2030.
Aliando esse acordo com o provável acordo definitivo entre a Scopa e a Taurus, o binômio de defesa Taurus & CBC passará a fabricar armas leves e munições na Arábia Saudita, criando um ecossistema logístico completo, sinérgico e facilitador para o Exército Saudita e para as demais forças militares e de segurança do país.
No entanto, a ideia dos sauditas é explorar também estratégicas e promissoras oportunidades no mercado externo, principalmente nos países em que possui forte influência política e/ou econômica. Como a Taurus escreveu no Fato Relevante em que divulgou seu acordo inicial com a Scopa: "O objetivo da joint venture será a fabricação de armas Taurus no Reino da Arábia Saudita e comercialização em toda a região do GCC (Cooperation Council for the Arab States of the Gulf), que tem como membros os seguintes países: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã".
Além disso, o ministro de Investimentos do Reino da Arábia Saudita, Khalid Al Falih, declarou em julho de 2023, quando de sua visita ao Brasil, que as iniciativas do Reino podem alcançar uma parte da grande região MENA, composta por 19 países do Oriente Médio e do Norte da África.
Ocupando novos e importantes nichos mercadológicos, Taurus & CBC visam ter uma posição de proeminência nessas regiões, pois podem oferecer um portfólio completo, adequado, tecnológico e com custo/benefício muito competitivo, capaz de atender as mais diversas necessidades das forças armadas e de segurança, além dos civis aficionados por esses tipos de armamento.
Os entendimentos com a Scopa Defense estão no âmbito do planejamento estratégico da Taurus e da CBC no sentido de avançar no mercado internacional, estabelecendo parcerias de grande benefício mútuo, principalmente em países com expressivo crescimento e grande potencial, como também é o caso da Índia (onde ambas estão presentes) pois, assim, as duas multinacionais brasileiras de defesa ampliam e potencializam a diversificação geográfica em termos de produção e vendas.
Em síntese, embora uma das principais motivações da Taurus e da CBC seja a de fornecer seus produtos para um dos maiores compradores de armas e munições do mundo, o fato de passar a ter a Arábia Saudita como um forte país parceiro e base de exportação para mercados hoje inacessíveis às duas empresas, pode se tornar uma estratégia paralela de grande sucesso, pois irá ao encontro dos objetivos de ambas e da Visão 2030 do Reino.
Arábia Saudita: o quinto maior investidor militar do mundo
A Arábia Saudita foi classificada como o quinto maior investidor militar do mundo em 2023, depois dos EUA, China, Rússia e Índia, de acordo com o SIPRI. Juntos, estes países representaram 61 por cento dos gastos militares mundiais. Os gastos da Arábia Saudita aumentaram 4,3%, para cerca de 75,8 bilhões de dólares, ou 7,1% do seu PIB, em 2023.
A participação do Reino nos gastos militares mundiais atingiu 3,1% no ano passado. A sua despesa militar como percentagem da despesa governamental foi de 24 por cento, a mais elevada a nível mundial depois da Ucrânia assolada pelo conflito.
"A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo bruto, e o crescimento dos seus gastos militares em 2023 foi parcialmente financiado devido ao aumento da procura de petróleo não russo e ao aumento dos preços do petróleo após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia". "Embora os desafios de segurança regional estejam a impulsionar as despesas de defesa do Reino, as Forças Armadas Sauditas também embarcaram num programa de modernização nos últimos cinco anos que requer grandes investimentos", afirmou o relatório.
A Arábia Saudita está desenvolvendo um programa similar ao da Índia, chamado de Saudi Vision 2030, por meio do qual quer nacionalizar 50% dos seus gastos com Defesa até o ano de 2030. Para isso, está fazendo um grande esforço para trazer empresas estrangeiras de Defesa para o Reino, principalmente via estabelecimento de joint ventures com transferência de tecnologia (ToT).
No contexto regional onde o país está inserido, as despesas no Oriente Médio aumentaram 9%, para cerca de 200 bilhões de dólares, tornando-a na região com a maior despesa militar em proporção do PIB no mundo, com 4,2%, seguida pela Europa (2,8%), África (1,9%), Ásia e Oceania (1,7%) e Américas (1,2%).
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