*Aviation Week, por Jens Flottau - 23/07/2024
A Embraer está introduzindo uma função de decolagem automática em sua família de jatos de passageiros E2, resultando em capacidades de alcance muito maiores em pistas curtas.
A função, chamada Embraer Enhanced Takeoff System (E2ET), estará disponível a partir do quarto trimestre de 2025 e também poderá ser adaptada em aeronaves que já foram entregues, revelou o OEM em 23 de julho no Farnborough Airshow .
A Embraer é a primeira fabricante de aeronaves a desenvolver software que permite decolagens automáticas. O pouso automático é uma capacidade padrão há décadas. A Airbus começou recentemente a trabalhar em taxiamento automatizado, uma funcionalidade que pode ser introduzida primeiro no A350.
O E2ET envolve uma atualização de software patenteada para o sistema de controle de voo existente, de acordo com Luis Carlos Affonso, vice-presidente sênior de engenharia e desenvolvimento de tecnologia da Embraer. A empresa vem trabalhando no software há três anos. O sistema girará a aeronave até seus limites geométricos máximos, evitando um tailstrike nas mesmas velocidades de rotação que seriam usadas para decolagens manuais. O E2ET será mais preciso e consistente do que rotações manuais e também funcionará no cenário de falha do motor.
Ao otimizar a fase de rotação de forma confiável, a Embraer espera que o E2 possa voar até 500 nm mais longe de alguns aeroportos. Para o Aeroporto London City, um dos aeroportos com pista limitada mais importantes da Europa, outros 350 nm serão possíveis, estendendo o alcance do E2 para destinos como Istambul e permitindo que as companhias aéreas atendam rotas no Norte da África.
De acordo com Affonso, ao se alinharem na pista, os pilotos selecionarão o modo de decolagem automática junto com o autothrottle e acionarão o piloto automático. Eles ainda corrigirão manualmente o rumo com os pedais, se necessário. A rolagem de decolagem é iniciada empurrando as alavancas de potência para frente para acionar o autothrottle. "A única coisa que muda é que os pilotos não giram a aeronave eles mesmos", disse Affonso. Eles ainda terão as mãos no manche, assim como fariam durante um pouso automático.
“Provavelmente” não será necessário nenhum treinamento adicional em simulador, ele acrescentou.
O E2TS faz parte de uma série de melhorias do E2 que a Embraer anunciou aqui em Farnborough. A empresa agora está garantindo uma redução adicional de 2,5% no consumo de combustível em comparação ao E1 com base na experiência em serviço e algumas mudanças, como exigir menos sangria do motor e pequenas mudanças aerodinâmicas. "Fomos muito conservadores", disse o CEO da Embraer Commercial Aviation, Arjan Meijer. As garantias de menor consumo de combustível estão disponíveis a partir do segundo trimestre de 2025.
O empuxo de subida também foi otimizado, levando a uma extensão de 10% do tempo do motor na asa e menores custos de manutenção. A Embraer também fez um redesenho da cabine dianteira e traseira, o que permite que as companhias aéreas encaixem outra fileira de assentos na aeronave se também estiverem preparadas para reduzir um pouco o espaçamento dos assentos nas fileiras existentes.
A Embraer alega que as mudanças levam a custos 4% menores por assento do E195-E2 em comparação ao concorrente Airbus A220-300. Anteriormente, ele tinha uma desvantagem de 1%.
A empresa não anunciou nenhum pedido no Farnborough Airshow , embora o CEO Francisco Gomes Neto tenha previsto recentemente que o evento seria “muito melhor” do que os shows anteriores. No entanto, Meijer disse que “precisamos de um pouco mais de tempo” para finalizar certas campanhas de vendas. A Embraer está conversando com clientes sobre pedidos de até 300 E2s e mais E1z além disso.
A Embraer está introduzindo compartimentos maiores que permitem um carrinho por passageiro no E175-E1, um recurso que já está disponível nos E2s.
*Jens Flottau
Baseado em Frankfurt, Alemanha, Jens é editor executivo e lidera a equipe global de jornalistas da Aviation Week Network que cobre aviação comercial.
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