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30 maio, 2024

Fuzil JD Taurus é aprovado com louvor em novos testes para megalicitação na Índia


*LRCA Defense Consulting - 30/05/2024

No dia 29 de maio, foram realizados novos testes com as armas que estão concorrendo à megalicitação de 425 mil fuzis para as Forças Armadas da Índia.

Desta feita, os chamados "testes de verão", realizados na Escola de Infantaria de Mhow, visaram verificar quesitos como precisão, probabilidade de acertos, endurance e outros, quando as armas são testadas sob condições de alta temperatura ambiente. E realmente o calor estava muito forte, com o país registrando recordes de temperaturas que chegaram a 52,9ºC nesta semana.

Durante a estafante jornada, o fuzil JD Taurus T4 apresentou um desempenho irretocável, "gabaritando" todos os testes:
- Alvo 100 metros: 10/10;
- Alvo Bust (busto): 30/30;
- Alvo (alcance efetivo) 200 metros: 10/10;
- Endurance: 2000 disparos sem falhas.

Durante os testes, a equipe da JD Taurus foi composta por 12 profissionais, incluindo técnicos brasileiros. Amit Baveja, profissional indiano da JD Taurus que liderou a equipe, demonstrou seu orgulho pelo brilhante desempenho do time, expressando-o em uma mídia social: "Quando uma equipe supera o desempenho individual e aprende a ter espírito de corpo, é mágico, excelente e traz resultados incríveis, tornando-se um estilo de vida."

A vitória em mais uma bateria de testes credencia o fuzil JD Taurus à próxima fase, que acontecerá em 17 de julho. Sendo novamente aprovado, como se espera, a última fase ocorrerá nos Himalaias, em dezembro, com os testes de inverno.


Equipe ("Rocking Team") JD Taurus com uniforme personalizado da empresa
 
Megalicitação de 425 mil fuzis - a maior do mundo
A licitação de carabinas CQB (fuzis) na Índia é considerada a maior do mundo no que se refere a armas leves. Devido à grande curiosidade internacional que está despertando, esta Consultoria reaviva os principais parâmetros que norteiam o certame.

Das 20 empresas contatadas inicialmente pelo Ministério da Defesa da Índia (MoD), cerca de 15, entre elas a brasileira Taurus Armas S.A., responderam atendendo ao seu pedido 'restrito' de proposta para fornecer 425.213 carabinas de combate corpo a corpo (CQB) para o Exército e para a Marinha, no valor estimado de US$ 424 milhões.

O pedido de proposta (RFP) exigiu que as carabinas 5,56x45mm - das quais 418.455 unidades se destinam ao Exército e 6.758 à Marinha - incorporem 60% de design e conteúdo nativos, sendo a disputa realizada na categoria 'Buy Indian' do Procedimento de Aquisição de Defesa - 2020, ao abrigo do qual está sendo executada.

De acordo com o RFP emitido 29 de novembro de 2022, o pedido geral será eventualmente dividido entre os dois licitantes com lances mais baixos – ou L1 e L2 – com primeiro deles produzindo 255.128 carabinas e o outro os 170.085 restantes. No entanto, no caso de o L2 (segundo menor lance) não atender aos custos, termos e condições do fornecedor L1, todo o lote de carabinas CQB será fornecido por este último. Mas o RFP precisou ser respondido por cada fornecedor para a quantidade total de 425.213 carabinas.

Fontes locais declararam que todos os fornecedores potenciais rivais tiveram permissão para entrar em empreendimentos colaborativos com fabricantes de carabinas no exterior, mas precisaram declarar seus respectivos vínculos ao enviar suas propostas ao MoD em resposta ao RFP.

O pedido de proposta se seguiu ao pedido de informações (RFI) de 23 de setembro de 2022 enviado para fabricantes locais, especificando que a aquisição planejada previa carabinas pesando de 3 a 3,3 kg com alcance efetivo não inferior a 200 m e capaz de uma taxa cíclica de disparo de 600 tiros por minuto utilizando munição fabricada localmente. Assim, o retorno do RFI facilitou o "ajuste fino" do RFP, pois levou em consideração muitas respostas de fornecedores antes da emissão deste.

O RFP de 95 páginas exige ainda que as carabinas em potencial marquem nove acertos em 10 tiros disparados de uma montagem fixa em um alvo a 100 metros de distância. É também necessário registrar uma taxa de acerto de 60% disparando um carregador completo em rajadas curtas de dois ou três tiros, também a um alcance de 100 metros. A carabina também deve ser equipada com uma mira aberta com alcance de 50-200 metros e uma baioneta destacável de 120mm de comprimento.

Montadas com trilhos Picatinny MIL-STD1913 para acomodar miras e outros acessórios, as carabinas, com a coronha fixa, não devem ter mais de 650mm de comprimento e devem poder ser empregadas em temperaturas variando entre 20 graus negativos e 45 graus Celsius positivos. Além disso, elas devem ter condições de ser armazenadas em temperaturas variáveis ​​entre menos 51 e mais 71 graus Celsius, e com 90% de umidade a 30 graus Celsius.
Paralelamente, o fornecedor (ou fornecedores) selecionado será obrigado a treinar o Exército e a Marinha na operação e manutenção das carabinas, além de fornecer suporte geral ao produto por pelo menos 15 anos. Todas as carabinas concorrentes passarão por avaliação técnica, de manutenção e testes de usuário, e sua entrega às duas Forças deverá começar oito meses após a assinatura do contrato, com conclusão 90 meses depois.

A JD Taurus e mais algumas empresas concorrentes já foram aprovadas nas fases anteriores e agora participarão de mais duas, uma em julho e outra em dezembro, após o quê o Ministério da Defesa indiano declarará o(s) vencedor(es) da megalicitação. 

Escola de Infantaria do Exército Indiano
A Escola de Infantaria de Mhow, localizada na cidade de Mhow, no estado de Madhya Pradesh, é a alma mater da Infantaria do Exército Indiano, sendo o maior e mais antigo centro de treinamento militar dessa força armada. A instituição é responsável por desenvolver todo o espectro de exercícios táticos e conceitos relativos à infantaria operando em terrenos e ambientes variados, e os apresenta de tempos em tempos. 

Ministrando treinamento de táticas, armas e liderança para jovens oficiais, oficiais subalternos e suboficiais da Infantaria e os capacitando a liderar efetivamente uma subunidade (companhia) em qualquer operação no nível tático em um ambiente descentralizado, a competência e infraestrutura da Escola de Infantaria deram reconhecimento global à instituição.

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