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16 abril, 2024

Embraer busca impulso no comércio eletrônico asiático para conversões de carga de E-Jets

Primeiro cargueiro E190 convertido da Embraer em São José dos Campos. Fonte: Alfred Chua/FlightGlobal

*FlightGlobal, por Alfred Chua - 11/04/2023

A Embraer espera aproveitar o crescimento contínuo do comércio eletrônico para impulsionar seu programa incipiente de conversão de passageiros em cargueiros de E-Jets.

Marcelo Tocci é diretor do programa de conversão de E-Jets da Embraer. Falando à FlightGlobal na sede da empresa em São José dos Campos, no Brasil, ele disse que os cargueiros convertidos para E-Jets são “uma opção perfeita” para o comércio eletrônico, especialmente para atender comunidades menores.

“Acho que [as empresas de comércio eletrônico] estão a perceber que há muitas cidades mais pequenas nos seus países ou mesmo na região que não são servidas. E acho que somos a combinação perfeita”, diz Tocci.

Lançado em 2022, o programa E-Jet de passageiros em cargueiro abrange a conversão do E190 e do E195. O primeiro E190F decolou em seu primeiro voo de teste em 5 de abril, e sua segunda surtida foi realizada cinco dias depois.

O E190F terá carga útil de 10.700 kg (23.600 lb), enquanto o E195F terá 12.300 kg.

A certificação dos reguladores brasileiros, norte-americanos e europeus está prevista para o segundo trimestre do ano, com a entrada do serviço a seguir.

Mercado global para cerca de 600 pequenos cargueiros nos próximos 20 anos
A empresa prevê um mercado global para cerca de 600 pequenos cargueiros nos próximos 20 anos. Destes, cerca de um terço irá para a Ásia-Pacífico, sublinhando a “imensa oportunidade” na região, diz Tocci.

Ele acrescenta que a Embraer está “analisando cuidadosamente” as oportunidades no Sudeste Asiático, observando o crescimento das economias de países como o Vietnã.

Arjan Meijer, presidente-executivo da Embraer Aviação Comercial, acrescenta: “As aeronaves [existentes] que voam neste segmento são muito antigas. Se você olhar para o perfil [dos cargueiros] nos diferentes perfis, há uma queda no segmento [do pequeno cargueiro de fuselagem estreita], não porque não haja demanda, mas porque não há nada disponível.”

Tocci também observa que cerca de dois terços das entregas projetadas de pequenos cargueiros serão para fins de crescimento, com o restante para substituição.

Assim como Meijer e Villaron, ele acredita que há espaço para os cargueiros E-Jet substituírem os aviões de fuselagem estreita maiores e mais antigos.

A empresa também está pensando em lançar o tipo para operadores de cargueiros turboélice. Tocci acrescenta: “Acreditamos que há muito mais produtividade em ter um jato [como o E-Jet] substituindo um turboélice – há mais alcance… e também estamos falando de eficiência de custos. Quando você ultrapassar o alcance de 700nm [1.300km] para operações de carga, descobrirá que algo como o E-Jet é mais eficiente.”  

O primeiro cargueiro E190 da Embraer decolou em seu primeiro voo de teste em 5 de abril

As conversões ocorrem nas instalações da Embraer em São José dos Campos, com duas linhas atualmente em operação. Estão em construção mais duas linhas, com meta de converter até 12 cargueiros por ano.

Como parte do acordo com a Lanzhou Aviation, a Embraer também poderá estabelecer uma instalação de conversão na China.

Tocci sugere que a Embraer está aberta a várias opções para o trabalho de modificação na Ásia, incluindo realizar conversões internamente, usando terceiros ou formando uma joint venture.

 

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