Presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar |
*Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa - 27/02/2024
Um misto de alívio e expectativa. Foi assim que o Sindicato Nacional de Materiais de Defesa (SIMDE) recebeu a notícia divulgada nesta segunda-feira, 26, pelo Banco do Brasil, de que voltou atrás na decisão de não mais financiar o setor de Defesa do país, o que, na visão do presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar, seria “um desastre”: “Enfrentaríamos o risco real de empresas quebrarem ou migrarem para países onde instituições financeiras dão suporte às nossas atividades”.
Segundo Erane, foi decisiva a atuação do SIMDE junto ao vice-presidente e ministro Alckmin e o ministro da Defesa José Múcio. “Acionamos diversas instâncias do governo e stakeholders, FIRJAN, FIESP, CNI e demais entidades do setor produtivo. O Alckmin e o ministro Múcio foram fundamentais para revogar aquela decisão do BB que ia na contramão da Política Nacional da Indústria de Defesa e da Estratégia Nacional de Defesa”, disse o presidente do SIMDE.
Erane explica que, no Brasil, bancos privados não trabalham com a Indústria de Defesa. Por isso, o Banco do Brasil desempenha um papel único, atuando sobretudo como garantidor de contratos internacionais e fazendo empréstimos para garantia de fluxo de caixa. “Atuamos num setor em que, muitas vezes, produzimos para receber daqui a meses. Sem suporte financeiro, não tem como sobreviver”.
Além disso, ele destaca por que o setor é estratégico e não apenas porque gera 2,9 milhões de empregos e representa 5% do PIB nacional. “Todas as nações precisam desenvolver tecnologias próprias para sua autodefesa. Além disso, somos uma indústria cujo efeito multiplicador do investimento é dos maiores que temos na economia. As tecnologias da defesa sempre desaguam em utilização dual, ou seja, que se aproveitam tanto ou mais nas atividades civis. Basta lembrar de onde surgiu a Internet e o GPS”, afirmou.
Ainda sobre a decisão do Banco do Brasil, o presidente do SIMDE disse que aguarda ansiosamente para verificar se o Banco do Brasil efetivamente voltará a conceder empréstimos e outros instrumentos, como adiantamento ao crédito (ACC e ACE).
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