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31 dezembro, 2023

Imprensa grega afirma que Embraer poderá produzir 33 aeronaves C-390 na Arábia Saudita

Em matéria ressaltando as vantagens do C-390 sobre o Super Hércules, o portal grego Defence Review afirma que a Embraer poderá produzir 33 aeronaves C-390 Millennium na Arábia Saudita em acordo com a empresa SAMI

Força Aérea: Avaliação detalhada do Embraer C-390 Millennium - Alternativa ao C-130J Super Hercules

*Defence Review, por Anastasios Papandreou - 30/12/2023

O C-390 Millennium conseguiu recentemente ganhar impulso exportador ao conquistar novos clientes tanto na Europa como no Oriente, preenchendo o bloco de encomendas da brasileira Embraer. A aeronave já foi encomendada além da Força Aérea Brasileira, pelas Forças Aéreas de Portugal, Holanda, Áustria, Hungria e Coreia do Sul.

A Força Aérea Brasileira no âmbito da substituição dos C-130 teve nas suas fileiras investido no desenvolvimento da aeronave e foi o seu primeiro cliente com 22 aeronaves, Portugal também participou no desenvolvimento e encomendou cinco aeronaves. Em 17 de novembro de 2020, a Hungria encomendou duas aeronaves e, em 16 de junho de 2022, os Países Baixos decidiram adquirir cinco mais uma aeronave e equipamento conexo. Em 2023 e especificamente em 20 de setembro, a Áustria encomendou quatro unidades para substituir os C-130 existentes e a Coreia do Sul em 4 de dezembro encomendou mais três aeronaves, enquanto a Áustria em 16 de outubro iniciou negociações para a compra de duas aeronaves.

Arábia Saudita
Talvez o momento mais significativo do programa de aeronaves seja a assinatura de um acordo entre a SAMI da Arábia Saudita e a EMBRAER para a construção local de até 33 aeronaves em substituição ao C-130H da Força Aérea do Reino da Península Arábica.

O ano de 2015 foi marcado pelo primeiro voo do protótipo brasileiro C-390 Millennium. O C-390 é um avião a jato de transporte médio com novo design e tecnologia, construído com a filosofia de facilidade de manutenção e múltiplas missões. Nesse contexto, a Embraer integrou diversos sistemas de missão na aeronave básica, fazendo com que a versão básica contenha sistemas que em outros projetos são considerados extras, aumentando o custo.

A aeronave mede 35,2 m de comprimento, 11,84 m de altura e 35,05 m de envergadura, dimensões do compartimento de carga 12,7 m x 3,45 m x 2,98 m (m x l x a) e carga útil máxima de 26 toneladas. O compartimento de carga pode transportar 80 soldados totalmente equipados ou 64 paraquedistas ou 80 macas ou sete paletes de 463 litros. Em termos de desempenho da aeronave, a velocidade máxima é de 533 nós e a velocidade de cruzeiro é de 470 nós. O alcance máximo é de 3.370 milhas náuticas e a altura máxima de voo de 36.000 pés, enquanto a quantidade de combustível transportado é de 23,9 toneladas.

A empresa decidiu desde o início usar turbinas de ar em vez de motores heliturbinas. A aeronave é movida por dois motores turbofan Turbofan IAE V2500-E5 de alta relação de bypass, com potência de 31.330 HP cada. O V2500-E5 é baseado no sucesso comercial V2500-A5, transportado por toda a linha de aeronaves de passageiros Airbus A319/320/321, com milhões de horas de operação e otimizado para alto desempenho e baixo consumo de combustível.

O cockpit é o Pro Line Fusion totalmente digital da Rockwell Collins com cinco telas LCD coloridas multifuncionais de 15 polegadas e HUD para o capitão e copiloto com sistema de visão aprimorado (EVS/SVS). O sistema EVS/SVS é utilizado para uma melhor consciência situacional em condições de baixa visibilidade e em território desconhecido. O sistema integra o banco de dados terrestre com informações de voo em tempo real, permitindo que as tripulações operem como se estivessem sempre em VFR. Os auxílios eletrônicos incluem o sistema Flight By Wire que auxilia e facilita o trabalho dos pilotos e o radar italiano Leonardo Gabbiano T20 que opera na banda X e é capaz de vigilância em qualquer condição climática no ar, mar e terra. Além disso, a aeronave pode transportar um sistema completo de autoproteção (Self Protection Suite, SPS) que oferece cobertura de 360 ​​graus e inclui:
- Sistema de alerta de radar (RWR)
- Sistema de alerta de feixe de laser (LWS)
- Sistema de alerta de mísseis que se aproximam (MAWS)
- Sistema de liberação de chaffs e flares
- Sistema de contramedidas de mísseis IR (DIRCM)

Além disso, muitos sistemas, como o cockpit e os motores, são feitos de materiais COTS/MOTS, resultando na facilidade de encontrar peças de reposição a preços baixos, em comparação sempre com materiais militares puros.

Módulos de missão impressionantes
Os módulos de missão do C-390 Millennium são verdadeiramente impressionantes. O conceito de "uma aeronave com muitas capacidades" permite a rápida reconfiguração para abastecimento aéreo, assalto aéreo, reabastecimento ar-ar (a variante KC-390), combate aéreo a incêndios, busca e salvamento (SAR), ajuda humanitária, evacuação médica e operações especiais. apoiar. O C-390 também pode ser equipado com uma torre EO/IR removível para aprimorar as capacidades de SAR, Patrulha Marítima e Operações Especiais. Também possui câmeras diurnas/noturnas pré-instaladas para reabastecimento aéreo e pode ser facilmente convertido em um avião-tanque adaptando o sistema de reabastecimento aéreo (dois rotores Cobham 912E) nas asas e nos tanques de combustível de 12 toneladas na área de carga. O fluxo de transferência de combustível é de 400 galões por minuto. Para convertê-lo em carro de bombeiros, é utilizada a coleção MAFFS II, que tem capacidade para transportar 11 mil litros de líquido retardador. Aqui o sistema FBW confere excelente manobrabilidade à aeronave estando em baixa altitude e em baixa velocidade durante a missão de combate a incêndios. O que impressiona é a rápida mudança entre configurações que não ultrapassa as 3 horas.


Então, para recapitular, o C-390 é uma aeronave recém-projetada e construída por uma empresa bem estabelecida de design e fabricação de aeronaves de passageiros, e parece ter muitas virtudes para mostrar à concorrência. A Embraer no dia 22 de novembro de 2023 esteve pela segunda vez no staff do GEA para apresentar as capacidades da aeronave.

Lembre-se que, comparado ao C-130J, ele tem capacidade para transportar 37% mais carga ou transportar 15 toneladas de carga em uma distância 50% maior voando a uma velocidade 32% maior. Tem também a possibilidade de rápida reconfiguração e mudança de missão, sendo a mais importante o avião-tanque voador.

Principais vantagens sobre o US C-130J Super Hercules
Portanto, os principais pontos onde o C-390 Millennium tem clara vantagem sobre o US C-130J Super Hercules são raio de ação, velocidade de transição para a área de interesse, capacidade de sobrevivência, capacidade de transportar uma carga maior, ciclo total vida útil e, acima de tudo, os requisitos de manutenção reduzidos. A redução dos requisitos de manutenção está claramente refletida num documento oficial do Parlamento Holandês baseado em sugestões e relatórios da Força Aérea Holandesa, que salienta que: o C-390M requer menos manutenção e pode oferecer mais horas de voo por aeronave, em comparação com o C-130J.

C-130J Super Hércules vs. C-390 Millennium: os critérios de seleção da aeronave brasileira da Holanda

Um documento muito interessante do Parlamento Holandês ao Ministro da Defesa do país, datado de 16 de junho de 2022, registra os resultados da pesquisa de mercado holandesa, no contexto do programa de uma nova aeronave de transporte tático, ou seja, o programa de substituição das quatro aeronaves C-130H/H-30 Hercules. Vale ressaltar que um dia depois, em 17 de junho, o Ministério da Defesa holandês anunciou que o substituto do C-130H/H-30 será o C-390 Millennium da Embraer e não o C-130J Super Hercules da Lockheed Martin.

Lembramos que em outubro de 2020 a Holanda anunciou que se aposentaria mais cedo e substituiria os C-130H/H-30 em serviço por novas aeronaves mais rapidamente. Inicialmente, a intenção dos Países Baixos era atualizar parcialmente as aeronaves para que permanecessem operacionais até 2030 e depois substituí-las (no período 2031-2033), mas no final prevaleceu o cenário de retirada e substituição imediata. Das quatro (4) aeronaves, duas (2) são C-130H (recebidas em 2005) e duas (2) são C-130H-30 (recebidas em segunda mão em 1992).

A principal razão para a decisão de adquirir uma nova aeronave de transporte tático, como afirma o documento, é que “as evacuações para o Afeganistão em 2021 e a mudança drástica da situação de segurança na Europa Oriental no ano passado sublinharam a importância da disponibilidade garantida dos nossos próprios capacidade de transporte tático e estratégico para as Forças Armadas Holandesas.' A nova aeronave“ deve ser capaz de transportar diversos tipos de equipamentos, incluindo munições, ou pelo menos 60 paraquedistas. Também deverá ser capaz de transportar cargas acima de 2.000 milhas náuticas”, afirma o documento.

Na categoria “fase de pesquisa”, o documento afirma que a Holanda apresentou dois candidatos potencialmente adequados, o C-130J e o C-390M. Na categoria "resultados", o documento afirma: "A fase de pesquisa mostra que o C-390M é o único candidato dentro do orçamento alvo que pode atender aos requisitos comerciais/militares prontos para uso (COTS/MOTS)." Atende quase todos os requisitos e pode ser entregue e certificado dentro do prazo especificado. Comparado ao C-130J, o C-390M tem maior disponibilidade e requer significativamente menos manutenção. Como resultado, mais horas de voo podem ser alcançadas com o mesmo número de aeronaves.'

“O C-390M tem pontuação superior ao C-130J em vários requisitos operacionais e técnicos e atende às necessidades operacionais. O C-130J pode atender às necessidades operacionais holandesas, mas precisa ser equipado com vários componentes de missão especializados que não estão disponíveis na configuração que necessitamos para COTS/MOTS. O C-390M requer menos manutenção e pode fornecer mais horas de voo por aeronave do que o C-130J. Com base nas informações recebidas na Fase B, o C-390M pode atender ao requisito mínimo de 2.400 horas de voo com quatro aeronaves. Cinco aeronaves podem atender ao requisito de 4.000 horas de voo. Por outro lado, com base nas informações recebidas durante a fase de pesquisa, são necessários pelo menos cinco C-130J para 2.400 horas de voo, enquanto cinco C-130J são insuficientes para cumprir o requisito de 4.000 horas”, continua o documento. Na categoria “custo vitalício”, o documento afirma: “O custo estimado do ciclo de vida do C-390M está dentro do orçamento alocado. Em contraste, o custo estimado da vida útil do C-130J está errado .'

Calibre .38 TPC: a estratégia antifrágil da Taurus e da CBC

 

*LRCA Defense Consulting - 31/12/2023

No setor brasileiro de armas leves, munições e acessórios, a realidade que passou a imperar - à revelia da vontade da indústria, do comércio de bens/serviços e dos consumidores - é o novo arcabouço de normas legais representado pelos calibres oficialmente permitidos, pelas Portarias 164 e 166,  e pela autorização para controle de javalis, cujo último ato foi publicado no dia 27 deste mês.

Em vista das problemas trazidos pelas novas normas, vale lembrar que, no início dos anos 60 do século passado, a Marinha dos EUA popularizou uma "metodologia" que passou a balizar os planejamentos iniciais para qualquer atividade, sempre que persistissem dúvidas sobre o que fazer. Simbolizada pelo acrônimo KISS (keep it simple, stupid!), a expressão significa, em tradução direta e bem ao gosto americano, "mantenha o simples, estúpido!".  Ou seja, na dúvida, deve-se priorizar o que é mais simples de ser feito.

Assim, apesar da nova realidade imposta pelo governo brasileiro, algumas atividades "simples" são absolutamente necessárias:
- para o cidadão: continuar a adquirir armas, munições e acessórios para a defesa pessoal, da família e de seus bens;
- para os CACs: continuar a praticar a respectiva atividade nas melhores condições possíveis;
- para as empresas: continuar vendendo seus produtos e serviços, gerando empregos, lucros e divisas.

Para além do que é "simples", caberá à Associação Nacional das Indústrias de Armas e Munições (ANIAM), às federações e confederações esportivas, bem como aos representantes de todos os interessados nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas e, principalmente, no Congresso Nacional, continuar na luta por flexibilizar as medidas relativas a calibres, tipos de armas, habitualidade, localização dos Clubes de Tiro e outras que foram engessadas de forma draconiana nas atuais normas.

Dentro das considerações acima, o primeiro fator a levar em conta é que dificilmente o calibre 9mm deixará de ser restrito neste governo, pois acredita-se que, para ele, esta não seja apenas uma questão técnica, mas sim ideológica. O segundo, é que, independente de ser melhor ou pior que os anteriores, agora existe um arcabouço legal a ser seguido, possibilitando que a "vida" continue, tanto para os cidadãos, como para os CACs e para as empresas. O terceiro, é que a luta continua...

A estratégia antifrágil da Taurus e da CBC
Certamente, não foi por falta de planejamento estratégico, flexibilidade e atenção às oportunidades que a Taurus e a CBC se tornaram duas das maiores empresas do mundo livre em seus respectivos setores.

Além de estarem ampliando vigorosamente a expansão geográfica de suas produções e vendas (EUA, Índia e Arábia Saudita), as duas indústrias, frente à nova situação no País, agiram com oportunidade e decidiram continuar a oferecer aos brasileiros a possibilidade de exercer seus direitos com relação às armas. Como empresas que são, decidiram também continuar a vender seus produtos para o mercado interno não institucional (cidadãos e CACs), tanto por este ser significativo em termos comerciais, quanto por ambas terem uma ligação afetiva e de responsabilidade para com ele.

Neste ponto, vale lembrar o conceito de antifragilidade, que consiste em uma característica pela qual as adversidades, especialmente as imprevistas ou não desejadas, tal como a realidade imposta hoje pelas novas normas, não são superadas apenas por atitudes reativas (que podem ser impensadas, não planejadas e até desastrosas, além de não produzirem muitos resultados positivos), mas pela chamada "aceitação estratégica". Neste caso, aceitar não significa permanecer resignado perante o problema, mas aceitar a realidade tal como ela se apresenta e não como gostaríamos que fosse, entendendo o contexto em torno de um imprevisto no menor prazo possível, aprendendo com isso e tomando as melhores decisões consequentes.

A questão aqui é perceber que certas coisas, depois que acontecem, provocam mudanças tão profundas que não há remédio que não seja se ajustar rapidamente, encarando o indesejável não como um problema, mas sim como uma oportunidade, mediante uma posição proativa e consciente, haja vista que a vida, o trabalho e os negócios seguidamente apresentam fatos novos, inesperados ou não desejados.

Assim, a estratégia antifrágil da Taurus e da CBC, frente à nova realidade dos calibres restritos, foi a de criar um novo calibre para o Brasil: o .38 TPC, que tem 40% mais de energia que o .38 (no limite permitido pela legislação) e potência suficiente para ser usado de forma eficiente na defesa pessoal e nas competições de Tiro Prático (IPSC). Como as duas empresas são as grandes patrocinadoras do esporte e o calibre TPC tem recuo e custos menores que o 9mm, com bons resultados finais, a tendência é que cada vez mais atletas adquiram armas nesse calibre, com ênfase nos atiradores dos níveis iniciais.

Tais considerações também se aplicam aos cidadãos comuns que irão adquirir armas a partir de agora, pois além da potência e do preço, serão armas de calibre permitido, acessíveis a qualquer pessoa habilitada.

É relevante lembrar que a outra opção seria a Taurus e a CBC voltarem-se ainda mais para o mercado internacional, abandonado os cidadãos e CACs que necessitassem de armas mais modernas e calibres mais potentes que o .380. Felizmente, essa opção foi prontamente rejeitada pelas duas empresas.

Ou seja, trazendo o conceito de antifragilidade para um jargão bastante popular, em menos de um mês após a publicação da restrição dos calibres, as duas empresas souberam fazer do "limão" a "limonada", e na melhor forma possível para todos os fins e efeitos.

Em entrevista ao repórter Pedro Pligher, de Money Times, Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, esclareceu a questão. “Houve muitos clientes se queixando de que não poderiam comprar uma G2c por conta do novo decreto”. Com a nova legislação, o calibre 9mm, usado na pistola, ficou restrito. “Mas agora poderão comprar a G2c no calibre .38 TPC”, afirma. Ele cita ainda que a nova munição possui algumas vantagens.

“Qual a grande vantagem desse calibre? Primeiro o recuo, pois é mais efetivo que o .380, mas com muito menos recuo (que o 9mm) e uma energia de impacto grande”, diz Salesio.

“Será um calibre mais barato que o do 9mm, na pistola e na munição”, diz. Segundo ele, "a redução deve ser de 5% em média”. Hoje, uma Taurus G2c 9mm na versão mais barata custa R$ 4.146,00 na loja online da Taurus. No novo calibre, deverá custar por volta de R$ 3.900,00.

Gráficos comparativos: Paulo Bedran (Instagram)
Os gráficos acima e os três textos entre aspas imediatamente abaixo foram extraídos de postagens efetuadas pelo Policial Federal e professor Paulo Elias Bedran Júnior,  em seu perfil no Instagram. Paulo Bedran foi um dos palestrantes na 1ª Conferência Internacional de Balística, realizada pela CBC de 06 a 08 de dezembro, onde discorreu sobre Balística Interna e Externa.

- "Pegue um estojo 9 mm Luger, corte cerca de 1 mm do seu comprimento e projete uma carga que não ultrapasse 407 joules de energia. Pronto, você tem um cartucho .38 TPC! Se for para apelidar o 38 TPC, mais justo seria chamá-lo de 9 mm Luger -P. O cartucho faz uso dos mesmos projéteis, tem o mesmo limite de comprimento, apenas está limitado a entregar não mais que 90% do desempenho do 9 mm Luger."

- "Como esperávamos, trata-se de estratégia das empresas envolvidas no projeto (Taurus e CBC) em apresentar uma opção de ferramenta para defesa mais eficaz e que, legalmente, se enquadre como PERMITIDO."

- "A linha .38 TPC contará com uma versão Bonded, equipada com projétil de 124 grains. A promessa é que esse projétil - em disparos diretos - penetre próximo de 14” na gelatina balística calibrada (10%), com expansão de, aproximadamente, 40% de seu diâmetro original, sem perda de massa. Resultados que, se comprovados, podem tornar o .38 TPC uma luz no fim desse túnel para os preteridos dos calibres restritos."

Efeitos comparativos em gelatina balística entre as munições 9mm 115 grs +P+, 9mm 124 grs +P, 9mm 147 grs +P e 38 TPC 124 grs bonded mostrados por um palestrante na 1ª Conferência Internacional de Balística

Um outro dado a considerar é que dificilmente as empresas estrangeiras irão adaptar suas armas para o novo calibre brasileiro, dado ao custo, ao mercado de um único país e ao alto valor de uma arma importada, acessível a poucos.

Portanto, esta Consultoria acredita que a estratégia da Taurus e da CBC, além de evidenciar a antifragilidade das duas companhias, possibilitará que cidadãos comuns, CACs e empresas continuem a exercer seus direitos e atividades relativos ao setor, da melhor forma possível dentro da nova realidade.

Com relação às indústrias e lojas, a tendência é que as vendas de armas e munições no mercado interno aumentem de forma significativa a partir de agora, dada à enorme demanda reprimida em todo o ano de 2023, contemplando, principalmente, produtos nesse novo calibre, tão logo estejam disponíveis.

29 dezembro, 2023

Plataforma Única: inovação nacional com flexibilidade e maior capacidade no controle do tráfego aéreo e defesa aeroespacial

 


*LRCA Defense Consulting - 29/12/2023

Uma nova tecnologia, em resposta a uma demanda do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), foi desenvolvida para integrar os diversos sistemas que compõe o cenário aeroespacial e de defesa brasileiro: a Plataforma Única. A sua concepção concretiza a resposta inovadora aos desafios de integração e modernização dos programas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), o que representa economia de tempo, esforço e, consequentemente, redução de modo significativa dos custos.

A inovação está sendo conduzida pela Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com a empresa Atech, que faz parte do Grupo Embraer. A Atech também é reconhecida por ser uma expertise em tecnologias avançadas e inovação nos setores Aeroespacial e de Defesa.

A natureza dessa plataforma, que não se encontra pronta no mercado como um produto comercial, reflete a necessidade de uma solução customizada e abrangente para atender às demandas específicas dos diferentes sistemas que envolvem o Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, tais como: Sistema de Defesa Aérea e Circulação Operacional Militar (DACOM), Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO), Plataforma Avançada de Treinamento e Atualização Operacional (PLATAO), Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos (SIGMA) e Consciência Situacional de Movimentos Aéreos (COSMOS).

A Plataforma Única tem uma característica fundamental que é a adoção de arquitetura tecnológica padronizada e modular, além da criação de uma Interface Homem-Máquina (IHM) flexível, que permitirá que operadores acessem módulos e serviços de outros sistemas a partir de uma única estação de trabalho, centralizada e compartilhada. Essa tecnologia contrasta com a tradicional criação de plataformas específicas para cada sistema. Na arquitetura atual do DACOM e do SAGITARIO, quando ocorre alguma alteração, necessária, podem surgir problemas em outros que estão a ele conectados.

“Quando um módulo é alterado na arquitetura modernizada, não são afetados os outros módulos do mesmo sistema porque todos eles estão conectados apenas à Plataforma Única, e não um ao outro. É como se cada módulo fosse uma peça independente que não influencia as demais”, declarou o coordenador de projetos da Divisão Operacional da CISCEA, engenheiro Fabio Louback Espíndola.

A operação da Plataforma Única, tanto em ambientes de controle de tráfego Aéreo (ATC) quanto de Defesa Aeroespacial, proporcionará flexibilidade ao Comando da Aeronáutica e ampliará significativamente sua capacidade de resposta a diferentes demandas e cenários operacionais. 

*Com informações do DECEA.

É possível haver um país rico e militarmente fraco, sem capacidade de dissuasão e meios para manter a sua integridade?

- Surge sempre alguém a nos dizer que é melhor ter escolas do que divisões blindadas. Ora, a atualidade noticiosa é muito eloquente em demonstrar que, sem força militar, um país arrisca-se a desaparecer.
- Argumentos focam em Portugal, mas são integralmente válidos para o Brasil.


*Observador, por Jorge Almeida Bernardo - 26/12/2023

Era uma vez um país que tinha metade da população de Portugal e o dobro do seu PIB.

Ou seja, cada um dos seus habitantes gerava quatro vez mais riqueza do que os de Portugal. Sobre a riqueza desse país – chamado Noruega – muitas histórias foram contadas. Que pescavam muito… E confirma-se que pescam, mas apenas metade do que pesca um país pobre como o Vietnam. Depois começou a dizer-se que o segredo era o petróleo, que era por isso que eram ricos. Tinham petróleo, de fato, mas com uma produção de 2 milhões de barris por dia estavam muito atrás da Venezuela, por exemplo, no ano 2000. Enfim, só meia dúzia se referia à educação, à eficiência e à disciplina dos noruegueses.

Foi por isso que, com grande espanto, a maioria das pessoas recebeu a notícia de que a Noruega era quem produzia os sistemas de mísseis mais avançados do mundo – terra-ar, terra-mar e mar-mar. De tal forma eram avançados que passaram a fornecer à marinha dos EUA e também às forças armadas de diversos outros países, como a Lituânia e a Alemanha. Alguém lembrou então a essas espantadas pessoas que a Noruega vai aumentar os seus gastos com a defesa para os 2% do PIB – em 1970 tinha já chegado a ultrapassar os 3,5%! –, enquanto países menos preocupados com a sua soberania, como Portugal, acham razoável manter esse gasto abaixo de 1,5%.

Contas feitas, ainda que arredondadas, cada norueguês gasta em defesa cerca de seis vezes mais do que um português. Não é 20% mais, nem o dobro, nem o triplo, é seis vezes mais. Na verdade, os noruegueses recordam-se de ter tido o seu país invadido e ocupado, recordam-se das batalhas de Narvik, dos raids ingleses sobre os seus fjordes, especialmente daqueles que visavam aniquilar definitivamente o grande couraçado encalhado, Tirpitz. Enfim, lembram-se dessas coisas e sabem que só a força garante a paz e a independência, tanto mais que a anexação soviética de território finlandês no Ártico, em 1940, pôs a Noruega a ver do outro lado do risco e em contacto direto consigo o mais indesejável dos vizinhos – a Rússia, então União Soviética.

Este é o ponto da conversa em que surge sempre alguém a dizer-nos que é melhor ter bons hospitais do que submarinos, e que é melhor ter escolas do que divisões blindadas. Ora, a atualidade noticiosa é muito eloquente no que toca a demonstrar que sem força militar um país arrisca-se a desaparecer e a ver a sua infraestrutura civil ruir por completo. Não há, portanto, que escolher entre o submarino e o hospital. Pelo contrário, o submarino é a garantia de que continuaremos a ter hospital.

Resta o argumento utilitário e oportunista da NATO (OTAN) – os outros que paguem a minha proteção. Ora, a Noruega faz parte da NATO, é membro fundador, tal como Portugal, mas a sua integração na aliança não dispensa o país de, primeiro, cumprir os seus deveres de membro e, depois, garantir a si mesmo uma defesa autônoma. 

Não se trata de um luxo, nem sequer de um luxo moral, mas antes de uma premissa necessária – embora não suficiente – para a prosperidade: não há país rico sem haver país forte, com capacidade de dissuasão e meios para manter a sua integridade. Equivocou-se quem se precipitou ao pensar que tais princípios universais e intemporais estariam ultrapassados no século XXI.

28 dezembro, 2023

Radares da Embraer despertam o interesse da Arábia Saudita

Comitiva tendo ao fundo o radar SABER M200 Vigilante, desenvolvido pelo Centro Tecnológico do Exército Brasileiro (CTEx) e produzido pela Embraer Defesa & Segurança

*LRCA Defense Consulting - 28/12/2023

Representantes dos Ministérios da Defesa do Brasil e da Arábia Saudita reuniram-se, em Brasília, no dia 21 de dezembro, para tratar de cooperação entre as nações em temas de interesse da defesa. A visita dos sauditas ao País ocorreu entre 19 e 21 de dezembro, com atividades também em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.

Em Campinas (SP), a comitiva conheceu as capacidades industriais e de engenharia em radares da Embraer Defesa & Segurança e participou de uma demonstração do Radar Saber M200 Vigilante, na área da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada do Exército Brasileiro. Os sauditas acompanharam, ainda, uma demonstração do Radar Sentir M20 no Comando Militar do Oeste, em Campo Grande (MS).

Além dos representanters dos Ministérios da Defesa dos dois países, participaram das atividades representantes do Exército Brasileiro, da Embraer e da empresa Saudi Arabian Military Industries (SAMI).

Embora a fase ainda seja de conhecimento de capacidades, uma eventual futura parceria entre as duas nações beneficiará o desenvolvimento de tecnologias de interesse da defesa, em especial na área de produção de radares, além de aquecer a economia com a geração de emprego e renda. 

Caso se confirme, será uma parceria muito valiosa para a indústria de defesa brasileira, pois envolve o desenvolvimento de sensores radar, tecnologia de alto valor agregado que tende a elevar o patamar tecnológico de ambos os países. As capacidades complementares em eletrônica avançada possibilitam a transferência de tecnologia entre o Brasil e a Arábia Saudita, permitindo aumentar a capacidade de produção brasileira e a penetração da Embraer no mercado internacional de radares, sobretudo com o advento da participação saudita nos projetos.

Radar M200 Vigilante
O radar M200 Vigilante é um sensor de médio alcance para vigilância aérea e aplicações de alerta precoce. Utilizando técnicas avançadas de processamento, é capaz de detectar e rastrear posições e trajetórias, bem como classificar alvos detectados. Possui sistema integrado de geração de energia que garante operação autônoma por até 48 horas e é de fácil transporte por plataformas terrestres e aéreas.

A Embraer e o Exército Brasileiro concluíram com sucesso o primeiro teste do radar M200 Vigilante, incluindo a implantação do equipamento na aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB). A operação do radar foi realizada no Aeroporto Júlio Belém, localizado em Parintins, durante os meses de junho e julho. A Prefeitura de Parintins, o Aeroporto Júlio Belém e o Aeroporto Internacional de Viracopos também apoiaram a iniciativa.

Radar M200 Vigilante, transportado pela primeira vez em um KC-390 da FAB

“O festival proporcionou a oportunidade de testar o desempenho do M200 Vigilante num ambiente difícil. A implantação conjunta da Embraer com o Exército demonstrou a versatilidade, flexibilidade, precisão e robustez do equipamento em sua primeira implantação. Estamos muito satisfeitos com os resultados, que representam um passo importante para o uso operacional efetivo e futuro em benefício das forças armadas no Brasil e no exterior”, afirmou Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

Radar SENTIR M20
O radar SENTIR M20 é um sensor de vigilância de superfície com histórico de sucesso na vigilância da fronteira terrestre brasileira, como parte do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON). Atualmente utilizado em emprego móvel, fixo e transportável, o radar M20 tem demonstrado excelentes resultados no aumento da eficiência operacional, gerando potencial para atender o mercado internacional, além da expectativa de incremento das unidades para compor a expansão do projeto SISFRON.

Radar SENTIR M20


Sobre a SAMI
Fundada em maio de 2017, a SAMI é uma subsidiária integral do Fundo de Investimento Público (PIF) do Reino da Arábia Sauditan que trabalha de acordo com as diretrizes descritas na Visão Saudita 2030. Com o objetivo de estar entre as 25 principais empresas das indústrias de defesa do mundo até 2030, espera-se que a SAMI desempenhe um papel fundamental na contribuição para a localização (gastos locais) de 50% dos gastos totais de defesa do governo do Reino.

A SAMI está combinando as tecnologias mais recentes e os melhores talentos nacionais para desenvolver produtos e serviços de defesa de acordo com os padrões internacionais em suas cinco divisões de negócios; SAMI Aeroespacial, SAMI Land, SAMI Sea, SAMI Defense Systems e SAMI Advanced Electronics. ‎Também se concentra em aumentar as exportações e trazer investimento estrangeiro para o setor das indústrias de defesa do Reino.

Taurus e SCOPA avançam em entendimentos para fabricação de armas na Arábia Saudita

Imagem fictícia e meramente representativa da parceria da Taurus & CBC com a saudita SCOPA Defense

*LRCA Defense Consulting - 28/12/2023

Em Fato Relevante enviado hoje à Comissão de Valores Mobiliários, a Taurus Armas S.A. informou aos seus acionistas e ao mercado que, em continuidade ao Fato Relevante publicado em 31 de Julho de 2023 e após autorização do Conselho de Administração, celebrou nesta data a assinatura de um Term Sheet (Termo de Compromisso), não vinculante, que estabelece as premissas iniciais para avançar com o estudo de viabilidade da constituição de uma joint venture no Reino da Arábia Saudita com a empresa SCOPA MILITARY INDUSTRIES (anteriormente denominada SCOPA DEFENSE TRADING).

O objetivo da joint venture, se obtidas todas as autorizações estatutárias e legais, será a fabricação de armas Taurus no Reino da Arábia Saudita e comercialização em toda a região do “GCC” (Cooperation Council for the Arab States of the Gulf), que tem como membros os seguintes países: Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.

A parceria, caso efetivada, também busca atender uma série de programas e plataformas do projeto Saudi Vision 2030 (www.vision2030.gov.sa), que objetiva uma posição abrangente e ambiciosa para o Reino da Arábia Saudita (KSA) até o ano de 2030, com várias frentes estratégicas para promover o desenvolvimento econômico e social da região, principalmente na área de defesa.

As partes seguirão com os estudos para elaboração do plano de negócios a ser desenvolvido, bem como as demais condições para criação da joint venture.

A SCOPA é uma das principais empresas de defesa do Reino da Arábia Saudita. Através de um portfólio de produtos para indústrias militares, contribui para o projeto SAUDI VISION 2030, de fabricar 50% da produção internamente e ajudar no desenvolvimento das indústrias militares no Reino, visando alcançar a sustentabilidade no atendimento às necessidades e demandas das forças armadas sauditas.

A Arábia Saudita possui atualmente o 5º maior orçamento de defesa no mundo e planeja que, até o ano de 2030, 50% dos investimentos militares tenham origem em empresas locais.

A assinatura deste Term Sheet é um passo importante na estratégia global da TAURUS como líder mundial na fabricação de armas leves e transferência de tecnologias, tendo como base a rentabilidade sustentável, qualidade e melhoria dos indicadores financeiros e operacionais, além do forte investimento no desenvolvimento de tecnologias de novos produtos, processos e materiais.

Saiba mais:
- Taurus prepara "turnaround mercadológico" para 2024
- Na Arábia Saudita, Taurus & CBC podem criar um forte ecossistema logístico para as Forças Armadas e para exportação



27 dezembro, 2023

"Portaria dos CACs" marca retomada do mercado interno para armas, munições e acessórios


*LRCA Defense Consulting - 27/12/2023 (atualizada às 09h04)

Após a publicação da Portaria Conjunta Exército/Polícia Federal disciplinando os calibres oficialmente permitidos e da Portaria do Comando Logístico do Exército referente às normas para os militares, foi publicada hoje a Portaria Nº 166-COLOG/C Ex, de 22 de dezembro de 2023, que aprova as Normas para a Gestão de Produtos Controlados pelo Exército nas atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça excepcional, além de outras providências.

Alívio significativo
A publicação dessas normas representa um alívio significativo para as empresas que produzem e/ou comercializam armas, munições e acessórios no Brasil, bem como para os clubes de tiro, haja vista que, na prática, muitas dessas empresas estavam com suas atividades quase paralisadas, o que vinha gerando um crescente desemprego e até o fechamento de várias delas, especialmente as de pequeno porte e/ou as que não tinham suporte financeiro para aguardar as novas regras.

É voz corrente no setor que, independente das normas hoje publicadas serem melhores ou piores que as anteriores, o que mais importa, pelo menos no cenário atual, é que elas existam e sejam claras, pois assim as empresas podem ter tranquilidade para trabalhar e planejar, bem como os CACS podem exercer a respectiva atividade com pleno conhecimento das regras que os regem.

Salesio Nuhs, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Armas e Munições (ANIAM) e CEO Global da Taurus, assim se posicionou sobre a Portaria hoje publicada:

- “Finalmente, saiu uma portaria antes do final do ano. Isso significa que no ano de 2024, pelo menos nós vamos ter as regras do jogo e isso era o que faltava, porque existe uma demanda que foi reprimida durante este ano todo. A gente está entendendo as regras, mas existem coisas positivas e coisas negativas que inclusive nós, por intermédio da ANIAM, iremos continuar reivindicando, que é a questão do calibre .22 semiautomático ser de uso restrito, a questão da habitualidade por calibre e não por tipo de calibre, a questão das distâncias entre os clubes e as escolas, porque nós entendemos que uma legislação federal não pode alterar o plano diretor ou plano de zoneamento de um município. A portaria em si vai permitir que os CACs voltem a adquirir seus produtos para a prática de seus esportes e tudo o mais. Assim, temos certeza de que o ano de 2024 será um ano bastante desafiador e positivo. Ainda hoje eu vou fazer uma reunião com toda a estrutura do nosso segmento no Brasil, entre os representantes lojistas e clubes, para dar a interpretação da ANIAM com relação à portaria e dizer dos temas pelos quais a gente vai continuar brigando”.

Demanda reprimida
Estimativas feitas por integrantes do mercado mostram a existência de uma grande demanda que foi reprimida durante todo o ano de 2023 e que deverá começar a ser atendida após a publicação dessa portaria, perfazendo cerca de 150 mil novos Certificados de Registro (CR) e de 300 mil CACs (já com CR) aguardando autorizações para aquisição de produtos controlados de uso permitido.

Esse enorme represamento de vendas totaliza aproximadamente 450 mil itens, acreditando-se que boa parte deles seja referente à aquisição de novas armas.

A exclusão do dispositivo que determinava a incidência do imposto seletivo ("imposto do pecado") sobre armas e munições, do bojo da reforma tributária recentemente aprovada, a proximidade das Festas de final de ano e o advento da temporada de caça ao javali em fevereiro, deverão se constituir em fatores impulsionadores adicionais para a venda desses produtos.

Demanda reprimida também nos calibres restritos
É necessário lembrar que a demanda reprimida não se limita aos calibres permitidos, haja vista que os militares (ativos e inativos) e, principalmente, os CACs podem adquirir armas de calibres restritos (Ex.: Atirador nível 3 até 04 armas; Caçador até 02 armas), desde que respeitados os demais parâmetros previstos na nova legislação.

Taurus Armas: estoques, caixa, dividendos e recompra
A Taurus Armas S.A. é única empresa do Setor de Armas e Munições com capital aberto e dados acessíveis ao público. Com isso, torna-se possível analisar algumas das consequências do grande hiato causado pela ausência da legislação e, também, estimar os benefícios que o retorno dessa deverá proporcionar para a empresa.

Vendas da Taurus 2018-2022 (Fonte: balanço da empresa)
 
Vendas no Brasil (em % sobre o total) após o início do turnaround da empresa:
- 2018: 8,67%
- 2019: 9,75%
- 2020: 15,25%
- 2021: 15,84%
- 2022: 19,20%
- 2023: 7 % (estimado pela LRCA)

Embora cerca de 85% (ou mais) da sua produção seja historicamente direcionada ao mercado externo (exceção ao ano atípico de 2022), a parcela referente ao mercado nacional é significativa para a empresa, além de a priorização desse mercado ser parte de sua estratégia, tanto comercial como afetiva. 
 
Portanto, com base nos dados do infográfico acima é possível inferir que, em sendo normalizado o mercado interno, a Taurus poderá, em 2024, voltar a ter números elevados em suas vendas no Brasil, haja vista especialmente a demanda reprimida existente.

A combinação dessa demanda com o aumento de vendas que já está ocorrendo nos EUA, possibilitará a liberação dos estoques que foram acumulados em 2023, principalmente pela exagerada demora na publicação das novas normas no País. 

Com isso, a Taurus normalizará suas atividades e terá uma maior previsibilidade no gerenciamento do caixa, podendo se focar novamente em duas grandes estratégias referentes a seus acionistas: recompensá-los com um maior dividendo (a empresa ainda dispõe de R$ 304,7 milhões em reserva estatutária) e, conjuntamente, iniciar a recompra de até 3,3 milhões de ações (programa autorizado em 21/06/2023 pelo prazo de até 18 meses), beneficiando também seus sócios com a valorização destas.

Taurus Pistol Caliber (TPC): G2c e GX4 já no novo calibre
A Taurus informou recentemente que o novo calibre desenvolvido pela CBC, chamado de Taurus Pistol Caliber (TPC), é 40% mais poderoso que o atual calibre .380, ficando no limite de energia à boca da arma (em joules) permitido pela nova legislação imposta pelo governo Brasileiro.

Segundo Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, o novo calibre .38 TPC será excelente para o esporte do tiro prático (IPSC), haja vista ser potente o suficiente e apresentar um menor recuo da arma, quando comparado ao 9mm, facilitando a retomada de cada tiro.

O executivo afirmou que, em breve, a Taurus lançará no mercado nacional novas armas nesse calibre, com ênfase inicial nas pistolas G2c e GX4, as mais vendidas no Brasil; tais lançamentos só estavam aguardando a Portaria hoje publicada e sua consolidação. Estima-se que boa parte das novas aquisições tenderão a priorizar armas no calibre máximo permitido, como as referidas pistolas.

O vídeo abaixo detalha o novo calibre e mostra as vantagens de ser usado por atiradores esportivos no IPSC.

Saiba mais:
- Ibama volta a analisar os pedidos de autorização para controle de javalis

26 dezembro, 2023

Ibama volta a analisar os pedidos de autorização para controle de javalis


*LRCA Defense Consulting - 26/12/2023

O Ibama informa que o Sistema de Informação de Manejo de Fauna - Simaf voltará a funcionar para emissão de novas solicitações a partir de 27/12/2023.

O trabalho de confecção das novas normas junto ao Ibama foi realizado pela Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM), Dep. Ismael Alexandrino, Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e Frente Parlamentar da Agricultura. A publicação estava prevista para ser feita na mesma data da Portaria Nº 166-COLOG/C Ex (CACs), mas acabou sendo realizada antes desta.

Em atenção às exigências do Decreto 11.615/2023, as autorizações de controle devem ser solicitadas via Simaf e somente serão válidas se durante as ações estiverem acompanhadas de declaração assinada (via GOV.BR ou com firma reconhecida em cartório) do(s) detentor(es) do direito de uso das propriedades, indicando a permissão de acesso com inserção dos nomes de todos os membros da equipe de controladores.

Diante da necessidade de cadastro do polígono da propriedade, é obrigatório que todas as propriedades alvos de ações de controle estejam no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Para executar suas ações, o interessado deverá preencher o campo local de manejo com o número do CAR da propriedade:

Todas as pessoas físicas ou representantes de pessoas jurídicas, durante as atividades de manejo deverão portar:

a) Documento de identidade com foto;

b) Autorização para o controle de espécies exóticas invasoras;

c) Certificado de Regularidade no Cadastro Técnico Federal do Ibama;

d) Declaração de permissão de acesso à propriedade (devidamente assinada via GOV.BR ou com firma reconhecida em cartório).

A equipe técnica do Ibama vem conduzindo estratégias para revisão e aperfeiçoamento da plataforma on-line do Simaf. Essa é uma fase de transição e o desenvolvimento de novos procedimentos, bem como de melhorias da plataforma, estão em discussão e elaboração. As melhorias visam atender as exigências do Decreto 11.615/2023, o que irá garantir maior robustez, controle e melhor interface de acesso/uso do Simaf com o público interessado.

Aos interessados em executar o manejo em Unidade de Conservação-UC, as autorizações deverão ser solicitadas via processo Sei! junto às superintendências do Ibama local com o respectivo documento de anuência emitido pela chefia responsável da UC em questão.

Agir em desacordo ou descumprir as condicionantes da autorização de controle configura-se infração ambiental prevista na legislação ambiental vigente, devendo os infratores serem responsabilizados integralmente por suas condutas.

Em caso de dúvidas, favor entrar em contato pelo e-mail: simaf.sede@ibama.gov.br

Temporada de caça ao javali
A publicação destas normas é importante na medida que se antecipa à temporada de caça ao javali, cuja abertura acontecerá em fevereiro, possibilitando aos caçadores habilitados a aquisição tempestiva de armas, munições e acessórios, bem como o planejamentos das atividades a serem realizadas. No entanto, será necessário aguardar a publicação da Portaria Nº 166-COLOG/C Ex, pois é esta que estabelecerá as regras específicas para Atiradores Esportivos, Colecionadores e Caçadores Excepcionais.

*Com informações do Ibama.

22 dezembro, 2023

Como novidade inicial para 2024, Taurus lança a pistola TH10 nos EUA, a primeira em calibre 10mm da empresa

O calibre 10mm representa um importante nicho de mercado onde a empresa ainda não atuava.

 

*Athlon Outdoors, por Personal Defense World - 22/12/2023

Com base na estrutura robusta de sua série TH mais vendida, a Taurus adiciona a TH10 – a primeira pistola no calibre 10mm da empresa. A nova pistola oferece um puxão suave de ação dupla, com tiros subsequentes quebrando de forma limpa em ação simples. Além disso, a segurança do polegar funciona como um decocker, para que você possa carregá-la armada e travada ou martelada.

A Taurus TH10
Como o resto da série TH, a TH10 é construída sobre uma estrutura de polímero resistente. Da mesma forma, sua construção foi cuidadosamente pensada para suportar o grande impacto do poderoso cartucho de 10 mm. Apresentando um design totalmente ambidestro, todos os controles são configurados para operação tanto para destros quanto para canhotos, sem necessidade de alteração.

A empunhadura ergonômica apresenta ranhuras para os dedos e alças frontais e traseiras estrategicamente texturizadas, bem como painéis laterais. Além disso, o castor e o guarda-mato com corte alto ajudam a promover uma compra alta e sólida. Como resultado, a TH10 proporciona retenção ideal enquanto reduz o risco de mordida por deslizamento.

No topo do quadro de tamanho normal está um ferrolho de liga de aço com acabamento em preto fosco e serrilhados traseiros. A visada é fornecida através de uma mira frontal fixa acoplada a uma mira traseira ajustável à deriva. Da mesma forma, as miras apresentam um design em cauda de andorinha padrão da indústria, para que possam ser facilmente substituídas por miras de reposição de sua escolha. Além disso, um trilho Picatinny de dois slots fica logo à frente do guarda-mato para conectar uma lanterna ou laser.

Prometendo maior precisão, a TH10 apresenta um cano de aço inoxidável premium com câmara de 10 mm. Da mesma forma, uma mola de recuo e uma haste guia meticulosamente elaboradas garantem um desempenho otimizado da poderosa pistola de 10 mm. Como resultado, isso contribui para a durabilidade e longevidade geral da arma de fogo.

A pistola acionada por martelo opera através de um gatilho DA/SA tradicional. Isso proporciona um puxão de ação dupla longo e suave na primeira visada e uma pausa de ação simples limpa e nítida nas visadas seguintes. Da mesma forma, a TH10 pode ser carregada e travada ou martelada através da inovadora combinação de segurança/descocker do polegar da Taurus.

A TH10 oferece capacidade de 15+1, garantindo munição suficiente para defesa pessoal ou doméstica. Além disso, cada pistola vem com dois carregadores de 15 cartuchos.

Disponibilidade
A Taurus TH10 já está disponível nos EUA com um preço sugerido de US$ 529,99.

Especificações da pistola Taurus TH10
- Calibre: 10mm
- Tamanho do quadro:  Completo
- Material da moldura: Polímero Preto
- Material do ferrolho: liga de aço
- Acabamento de ferollho: preto fosco
- Material do cano: aço inoxidável
- Acabamento do cano: inox fosco
- Capacidade: 15 rodadas
- Carregadores: 2x15
- Tipo de acão: DA/SA
- Largura total: 1,43 polegadas
- Peso total: 28,5 onças
-  Comprimento do cano: 4,25 polegadas
- Comprimento total: 7,8 polegadas
- Mira frontal: fixa
- Mira traseira: Deriva ajustável
- Sistema de disparo: martelo
- Segurança: bloco de pino de disparo | Indicador de Câmara Carregada | Segurança manual

Embraer e Força Aérea da Grécia assinam contrato de serviços e suporte integrado


*LRCA Defense Consulting - 22/12/2023

A Embraer fornecerá serviços de suporte logístico integrado para uma aeronave ERJ-135LR e quatro ERJ-145 AEW&C da Força Aérea da Grécia. O contrato inclui peças de reposição, reparos, pool, manutenção e serviços técnicos para os cinco jatos da Embraer em operação na Grécia. 

"A Força Aérea da Grécia está satisfeita em assinar este contrato com a Embraer. Estamos operando os jatos desde janeiro de 2000 e temos contado com o excelente suporte da Embraer sempre que precisamos. Com o novo contrato, aumentaremos ainda mais a prontidão e a disponibilidade de nossa frota", afirma o General Kontantinous Kleniatis, Chefe do Estado-Maior do Comando de Suporte da Força Aérea da Grécia. 

"A Embraer está honrada por ter sido selecionada pela Força Aérea da Grécia para este contrato, o que demonstra confiança em nossa plataforma e suporte. Nossa solução é muito competitiva e a decisão da Força Aérea por este modelo de apoio reforça uma tendência mundial, com clientes buscando uma solução logística completa", afirma Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte. 

O contrato inclui um Programa Pool de peças dedicado aos clientes militares da Embraer, no qual os custos de estoque são compartilhados entre todos os que adquirem o serviço. É uma maneira econômica de assegurar a disponibilidade dos ERJ-135/145, Legacy 600/650 e AEW&C operados tanto por forças de defesa e quanto por clientes governamentais. O programa está em operação há mais de 15 anos e tem fornecido um serviço eficiente e eficaz que reflete o compromisso da Embraer com a excelência. Ao longo dos anos, o programa também tem disponibilizado de recursos de alto valor, suporte e serviços de troca de componentes.

21 dezembro, 2023

Taurus prepara "turnaround mercadológico" para 2024


*LRCA Defense Consulting - 21/12/2023

Para a Taurus Armas, o ano de 2024 tende a ser tão ou mais marcante quanto foi o de 2021, quando consolidou seu turnaround, obteve o melhor desempenho de sua história, tornou-se a maior vendedora mundial de armas leves e seus principais indicadores passaram a superar os de marcas famosas e tradicionais no mercado, como Ruger e Smith & Wesson.

O início das operações da unidade fabril na Índia previsto para o mês de janeiro próximo e, provavelmente, a conlusão da fábrica na Arábia Saudita, possibilitarão à gigante brasileira estar produzindo e abastecendo três dos maiores mercados mundiais capitalistas para armas leves: Estados Unidos, Ásia e Região MENA (Oriente Médio e Norte da África), concretizando o planejamento estratégico da empresa de diversificação de seus mercados internacionais.

Com a recente aquisição de 27 a 28% do Grupo Colt CZ pela CBC, sua controladora, é bastante provável que a Taurus, finalmente, tenha conquistado uma entrada "pela porta da frente" no cobiçado mercado americano de Law Enforcement (Agências de Aplicação da Lei), haja vista que o Grupo Colt CZ, pela participação histórica nesse mercado, seria um parceiro de primeiríssima linha, marcando uma inédita e estratégica cooperação entre as três grandes empresas, tanto para o Law Enforcement como para outras licitações internacionais. Este fato deverá reforçar e maximizar a presença da Taurus nos Estados Unidos, atingindo um mercado de grande relevância onde atualmente não atua.

Avanços de tais dimensões estratégicas em seu posicionamento global significam que a Taurus deverá estar vivenciando, em 2024, algo como um "turnaround mercadológico", pois agregará novos e importantes mercados por meio de fábricas em três dos cinco países que mais investem em Defesa no mundo (EUA, Índia e Arábia Saudita) e compensará integralmente as vendas perdidas no Brasil, podendo ultrapassá-las de forma significativa, haja vista que os novos mercados onde estará presente (Ásia e Região MENA) são os maiores e mais inexplorados do mundo livre, enquanto que o mercado americano de Law Enforcement é o mais significativo no concerto das nações.

WEG e Statkraft firmam parceria para implantação do maior aerogerador onshore produzido no Brasil


 

*LRCA Defense Consulting - 21/12/2023

A WEG S.A. anunciou hoje (21) uma parceria com a Statkraft, empresa líder em energia hidrelétrica internacionalmente e a maior geradora de energia renovável da Europa, para fornecimento e instalação de um aerogerador no Complexo Eólico Brotas de Macaúbas, no estado da Bahia.

A oficialização aconteceu no dia 14 de dezembro, com a participação de Fernando De Lapuerta, CEO e diretor presidente da Statkraft, Thiago Tomazzoli, VP de Operações Estratégicas, Harry Schmelzer Jr., CEO da WEG e João Paulo Gualberto da Silva, Diretor Superintendente da WEG Energia.

A união entre as empresas propiciará a instalação do aerogerador AGW172/7.X e certificação de tipo desta plataforma. O equipamento é resultado da parceria estratégica assinada este ano com a Petrobras para o desenvolvimento do primeiro aerogerador onshore desse porte – e maior – que foi desenvolvido e está sendo fabricado no Brasil. A previsão é que o aerogerador esteja em operação no final do primeiro semestre de 2024.

A expectativa é que, a partir desse primeiro projeto, as empresas possam juntas encontrar novas oportunidades de negócios tanto no país quanto internacionalmente. “Esse é um projeto piloto e inovador no Brasil. Queremos continuar investindo em soluções eficientes para os nossos ativos e seguir contribuindo para injetar ainda mais energia limpa para o país”, reforça Fernando.

“Nossa experiência na execução de obras e o amplo leque de soluções para energias renováveis nos habilitam a ser um parceiro global da Statkraft nos segmentos de energia eólica, solar, hidráulica e novas energias, tais como armazenamento de energia e hidrogênio de baixo carbono. Neste projeto, além do fornecimento do aerogerador da plataforma, forneceremos as obras civis e elétricas para viabilizar a instalação e início do processo de repowering do Complexo Eólico Brotas de Macaúba”, enfatiza João Paulo Gualberto da Silva, Diretor Superintendente da WEG Energia.

A WEG tem investido continuamente para diversificar sua linha de produtos e soluções com foco em descarbonização e divulgou recentemente investimentos em seus parques fabris, que permitirão expandir a sua participação em negócios de eletrificação e energias renováveis em mercados estratégicos.

Sobre a Statkraft
Com 5.700 funcionários em 21 países, a Statkraft é líder em energia hidrelétrica internacionalmente e a maior geradora de energia renovável da Europa. O grupo produz energia hidrelétrica, energia eólica, energia solar, energia a gás e fornece aquecimento urbano.

Com ações pautadas pela ética e transparência, a empresa tem sua sede localizada na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina (SC). Atualmente, controla 18 ativos de geração renovável no Brasil. Em novembro, a Statkraft assinou a compra da Enerfín, subsidiária renovável da espanhola Elecnor, que inclui nove parques eólicos em operação nos estados do Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Dessa forma, a empresa tornou-se uma das maiores geradoras de energia eólica do Brasil, ultrapassando a marca de 2GW de capacidade instalada, entre aquisições, construções e operações no país.

A empresa é pioneira em oferecer energia renovável rastreável com garantia de origem no Brasil, certificando, por meio do I-REC (Certificado Internacional de Energia Renovável), a origem da produção de sua energia, o que garante que a operação é sustentável.

Eve faz fiança ESG com Bradesco em financiamentos de longo prazo


*LRCA Defense Consulting - 21/12/2023

O Bradesco concluiu com a Eve Mobilidade Aérea Urbana, subsidiária da Eve Air Mobility e empresa do grupo Embraer, a primeira operação fiança ESG alinhada aos Green Loans Principles (versão 2023), que segue um conjunto de diretrizes para estruturação de operações de empréstimos destinados a fins sustentáveis. A Eve está desenvolvendo soluções para o ecossistema de mobilidade aérea urbana global, incluindo uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL na sigla em inglês). O valor total afiançado é de até R$ 490 milhões e será destinado exclusivamente para o desenvolvimento do eVTOL, conhecido também como “carro voador”. 

O recurso foi disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), provenientes da Linha Finem e do Fundo Clima (subprograma mobilidade urbana), cujo objetivo é apoiar a implantação de empreendimentos e o desenvolvimento tecnológico relacionados à redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças do clima e aos seus efeitos. 

Para o Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, "trata-se de um projeto de inovação disruptiva, com alta intensidade tecnológica, que busca endereçar problemas relevantes para o mundo inteiro: as limitações de espaço terrestre com crescente adensamento populacional, os elevados custos de infraestrutura de mobilidade e a emissão de gases de efeito estufa. O apoio do BNDES, por meio do Fundo Clima, está em linha com as diretrizes de inovação e descarbonização da nova política industrial, e é mais um passo importante na parceria histórica entre BNDES e Embraer". 

Até o momento, foram emitidas duas fianças totalizando R$ 127 milhões. Novas fianças serão emitidas gradativamente pelo Bradesco, conforme desembolso do BNDES à Eve.

“É uma operação inovadora e representa um marco importante no setor, demonstrando o compromisso das empresas com a agenda de descarbonização, investimento em tecnologias mais sustentáveis e com menos emissão”, afirma Bruno Boetger, diretor executivo do Bradesco. “Este movimento reforça a parceria do Bradesco com a Eve, empresa da qual é sócio desde 2022. Acreditamos que a fiança ESG servirá de referência para outras empresas que desejam adotar práticas mais responsáveis e sustentáveis em seus negócios, uma tendência cada vez maior no mercado de crédito”, conclui o executivo. 

“Na recente Conferência do Clima (COP28), em Dubai, líderes globais debateram ações estratégicas para acelerar a redução das emissões globais até 2030. Nesse sentido, a fiança ESG da Eve é um reflexo direto do nosso compromisso com a sustentabilidade, que está intrinsecamente ligada à nossa estratégia corporativa. Nosso objetivo vai além de oferecer soluções mais verdes para a mobilidade aérea urbana; estamos focados em construir uma cadeia de valor alinhada às melhores práticas de mercado nesse quesito," explica Eduardo Couto, CFO da Eve. 

O eVTOL da Eve é 100% (cem por cento) elétrico e projetado para realizar voos urbanos, proporcionando baixos níveis de ruído, zero emissões locais e maior sustentabilidade em relação aos veículos convencionais atuais. O eVTOL deverá estar disponível no mercado a partir do ano de 2026. A Eve já possui cartas de intenção de compra que somam 2.850 aeronaves de clientes ao redor do mundo, como United Airlines, Republic Airways, Helisul Aviação, VOAR, entre outros. No cenário do Brasil, o número de intenções chega a 335 eVTOLs.

WEG fornece estações de recarga para Rota Elétrica Mercosul


*LRCA Defense Consulting - 21/12/2023

Foram instalados ao longo de 916 km no Rio Grande do Sul, do Chuí, no Extremo Sul, até Torres, no Litoral Norte, 10 eletropostos modelo WEMOB (WEG Electric Mobility) Station com capacidade de 60 kW em corrente contínua (CC) e 43kW em corrente alternada (CA). Esta iniciativa resulta do projeto de pesquisa "Rota Elétrica Mercosul - Suporte ao Desenvolvimento e Gerenciamento para Mobilidade Inteligente", aprovado pela ANEEL, com recursos da CEEE Grupo Equatorial Energia e execução pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Os pontos de recarga estão localizados em Santa Vitória do Palmar/Chuí, Santa Vitória do Palmar/Curral Alto, Jaguarão, Rio Grande, Pelotas, Cristal, Barra do Ribeiro, Eldorado do Sul, Osório e Torres (mapa). O trajeto possibilitará, por exemplo, viajar de carro elétrico até o Uruguai, que já possui uma rota de estações de recarga. A partir do país vizinho, também será possível chegar a Buenos Aires, na Argentina, pela travessia do estuário do Prata. Além disso, há a interligação com o Paraguai, seguindo pelas estações de recarga que já existem nas Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e da Companhia Paranaense de Energia (Copel).

A linha WEMOB oferece conectividade Wi-Fi, Ethernet ou 4G, apresentando tela em alta resolução e LEDs de sinalização. Com conectividade online via OCPP (Open Charge Point Protocol) e funções de medição de energia, proporcionando uma experiência de recarga mais eficiente e integrada para os usuários de veículos elétricos.

Do ponto de vista técnico, as estações WEMOB terão capacidade de fazer recargas rápidas, em 60 minutos. Em média, as estações com recarga semirrápida levam de 4h a 8h e as lentas podem levar de 8h a 12h. Além da potência da estação de recarga, existem outros fatores que influenciam no tempo de recarga como, por exemplo, capacidade da bateria, temperatura ambiente, entre outros. Por isso, as estações de recarga estão sendo instaladas a cada 100 km, a fim de proporcionar mais segurança e tranquilidade aos viajantes.

Um dos maiores desafios para a instalação de estações de recarga rápidas e ultrarrápidas está na infraestrutura de energia elétrica para suportar a potência desses equipamentos, que requerem uma grande quantidade de energia num espaço curto de tempo. E é aí que entram os Sistemas de Armazenamento de Energia em Baterias (BESS).

O projeto incluiu ainda, junto à Estação de Osório, a instalação de um BESS, também desenvolvido, fabricado e fornecido pela WEG, com potência de 100kW e capacidade de 215kWh de energia, o suficiente para recarregar vários veículos elétricos, mesmo sem a disponibilidade da energia da rede elétrica, assegurando infraestrutura adequada, flexibilidade e permitindo estudos da aplicação conjunta de BESS e Estações de Recarga.

Além de possibilitar a recarga para aqueles que já utilizam veículos elétricos e contribuir para o desenvolvimento de uma infraestrutura confiável de recarga, os eletropostos contam com conceito sustentável em sua execução. Construídos com o carport solar, também fornecidos pela WEG com estrutura composta por placas fotovoltaicas para a geração de energia solar potencializando os resultados na redução da emissão de carbono.

“Queremos fomentar o processo de transição energética e descarbonização. A falta de infraestrutura para o abastecimento dos veículos elétricos nas rodovias brasileiras é um dos principais obstáculos a serem superados para a propagação dessa modalidade de transporte”, afirma Sérgio Rodrigo Pereira de Araújo, Superintendente de Digital, Inovação e Projetos Estratégicos do Grupo Equatorial Energia.

“O vizinho Uruguai já tem uma quantidade enorme de eletropostos, a Argentina também está se desenvolvendo. A Rota Elétrica Mercosul nos integra a esse cenário, visto que os três estados da região Sul do Brasil recebem muitos turistas que vêm desses países, sobretudo no Verão. Vamos colocar à disposição uma rota elétrica, barateando a viagem e contribuindo para o turismo da região ser ainda mais atrativo”, complementa Sérgio.

“A WEG está muita orgulhosa deste projeto, não somente pelo fato de o Brasil estar acelerando na criação de hubs de recarga de trajeto, o que é vital para a rápida adoção da mobilidade elétrica, mas principalmente pela convergência das soluções modernas de transição energética, tais como energia solar, armazenamento de energia e estações de recarga operando simultaneamente em um mesmo sistema. Em breve os sistemas BESS fabricados pela WEG também poderão ser construídos utilizando os packs de baterias de segunda vida, acelerando o reuso circular dos produtos na sua fase final de vida”, comenta Carlos José Grillo, Diretor Superintende da WEG Digital e Sistemas.”

20 dezembro, 2023

Clubes de tiro poderão funcionar sem restrições de horário e distanciamento em Porto Alegre


*LRCA Defense Consulting - 20/12/2023

O Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou na sessão desta quarta-feira (20/12) projeto de lei que permite o funcionamento, na Capital, de entidades destinadas à prática e ao treinamento de tiro desportivo sem restrição de horário e sem necessidade de distanciamento mínimo de quaisquer outras atividades, tornando Porto Alegre o 31º município do RS a aprovar tal medida.

A proposta foi do vereador Moisés Maluco do Bem (foto abaixo), do PSDB. Além do projeto, os vereadores também aprovaram a emenda 1, que diz que as entidades de tiro funcionarão em horários determinados pelo Poder Executivo Municipal.

Na exposição de motivos do projeto, Moisés cita que um decreto federal de julho deste ano “criou restrição de distanciamento das entidades de tiro desportivo em relação a outros estabelecimentos de ensino, sob a justificativa de requisito de segurança pública”. O texto também “fixou horário de funcionamento entre 6h e 22h”, destaca o vereador.

O vereador afirma que “a restrição territorial e de horário imposta pela União interfere na competência municipal” prevista na Constituição Federal, “que atribui ao ente local a promoção do adequado ordenamento territorial”. Moisés argumenta que “a restrição imposta, proibindo o funcionamento de clubes entre 22h e 6h, além de não ser matéria afeta à União, dificulta o acesso ao esporte”.

Conforme o parlamentar, é “obrigação do Estado fomentar práticas desportivas e não as dificultar”, e “a restrição de distâncias para outras escolas significa proibir uma atividade lícita”.

*Com informações da Câmara Municipal de Porto Alegre.

CBC, Taurus e Colt CZ: uma parceria estratégica?


*LRCA Defense Consulting - 18/12/2023

Com a venda da Sellier & Bellot, além de receber US$ 350 milhões para reforçar seu caixa, a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) adquiriu uma participação acionária de 27 a 28% no Grupo Colt CZ, que está presente na República Checa, Estados Unidos, Canadá, Suécia, Suíça e Hungria.

Após ter adquirido a Taurus em 2015, o fato marca o segundo ingresso indireto da gigante brasileira de munições no segmento mundial de armas leves (pistolas, submetralhadoras, carabinas e fuzis), onde a Colt e a CZ têm grande expertise e tradição, especialmente a primeira.

"Colaboração estratégica impactante"
A importância do negócio pode ser aquilatada pelas palavras de Marco Fabio Mazzaro, CEO da CBC Brasil e CFO (diretor financeiro) da CBC Global Ammunition, “A contribuição bem-sucedida de uma das principais empresas do CBC Global Ammunition Group para o Colt CZ Group, em troca de uma participação acionária significativa, marca o ponto de partida de uma colaboração estratégica impactante. Estamos convencidos da visão de longo prazo da administração da Colt CZ e acreditamos que a transação levará à criação de valor notável entre os segmentos de munições e armas de fogo”.

Taurus Armas

Como a Taurus Armas S.A. é controlada pela CBC, é admissível que, por meio dessa participação triangular, a líder mundial em vendas de armas leves tenha sua porta de entrada no mercado americano de Law Enforcement, haja vista que o Grupo Colt CZ, pela participação histórica nesse mercado, seria um parceiro de primeiríssima linha, marcando uma inédita e estratégica cooperação entre as três grandes empresas, tanto para o Law Enforcement como para outras licitações internacionais.

A se concretizar tal cenário, é lícito esperar que haja uma inesperada reconfiguração de forças entre as principais fabricantes mundiais de armamento leve, com a Taurus e a Colt CZ assumindo um novo e importante patamar entre seus pares.
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CBC, Taurus Armas and Colt CZ: a strategic partnership?

With the sale of Sellier & Bellot, in addition to receiving $350 million to bolster its cash reserves, Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) acquired a 27 to 28% equity stake in the Colt CZ Group. This group operates in the Czech Republic, United States, Canada, Sweden, Switzerland, and Hungary.

This marks the indirect entry of the Brazilian ammunition giant into the global market of small arms (pistols, submachine guns, carbines, and rifles), where Colt and CZ hold significant expertise and tradition, especially the former.

Significant Strategic Collaboration
The importance of the deal can be gauged by the words of Marco Fabio Mazzaro, CEO of CBC Brazil and CFO (Chief Financial Officer) of CBC Global Ammunition, 'The successful contribution of one of CBC Global Ammunition Group's main companies to the Colt CZ Group, in exchange for a significant equity stake, marks the starting point of a impactful strategic collaboration. We are convinced of the long-term vision of Colt CZ's management and believe that the transaction will lead to remarkable value creation between the ammunition and firearms segments'.

Taurus Firearms
As Taurus Armas S.A. is controlled by CBC, it's plausible that through this triangular participation, the world leader in sales of light firearms could find its gateway into the American Law Enforcement market. This is considering that the Colt CZ Group, due to its historical involvement in this market, would be a top-tier partner, marking an unprecedented and strategic cooperation among the three major companies, both for Law Enforcement and other international tenders.

Should this scenario materialize, it's reasonable to expect an unexpected reconfiguration of strengths among the leading global manufacturers of light weaponry, with Taurus and Colt CZ assuming a new and significant position among their peers.

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