A Embraer exibe um Super Tucano e seu transporte tático multifuncional C-390 no Dubai Airshow. (Foto: David McIntosh) |
*AIN, por Charles Alcock - 12/11/2023
A Embraer Defesa & Segurança reforçou sua perspectiva otimista para o mercado do Oriente Médio investindo em um novo escritório de vendas em Dubai. A equipe do fabricante brasileiro nos Emirados Árabes Unidos está buscando ativamente múltiplas perspectivas de vendas na região, bem como na Ásia Central e do Sul, segundo o presidente e CEO da divisão, Bosco da Costa Junior.
A presença no Dubai Airshow do transporte tático multifuncional C-390 Millennium da Embraer e do A-29 Super Tucano – que é considerado uma plataforma versátil para treinamento, interceptação aérea e funções de vigilância – reflete a nova vitrine da Embraer em Dubai. “Os clientes [no Médio Oriente] estão a considerar várias missões possíveis para o C-390, incluindo busca e salvamento e reabastecimento a bordo”, disse da Costa à AIN numa entrevista pré-show. “É um trunfo para diversas missões e é por isso que algumas pessoas o chamam de canivete suíço.”
O C-390 entrou agora em serviço nas forças aéreas do Brasil e de Portugal, e a Embraer também registrou vendas firmes de exportação para a Hungria. Continuam pendentes acordos de aquisição adicionais com a República Checa, a Áustria e os Países Baixos. Segundo da Costa, o governo austríaco declarou recentemente que gostaria de garantir um contrato conjunto com as autoridades holandesas, por isso a Embraer levou em consideração a mudança nas negociações finais do contrato com vista à conclusão de um acordo no primeiro trimestre de 2024. Ele informou que a frota em serviço de C-390 regista agora taxas de disponibilidade de 80 por cento, com Portugal a implantar as suas aeronaves há apenas algumas semanas.
Entretanto, a Índia declarou a sua intenção de adquirir uma frota multifuncional, o que levou a Embraer a procurar um parceiro local, que espera anunciar até ao final do ano. A Embraer também participa de outro concurso de compras na Coreia do Sul, que já está em fase final.
Está bem estabelecido que os compradores militares do Oriente Médio querem servir mais do que clientes; os seus governos procuram parcerias para aumentar a capacidade técnica local e o emprego. Segundo da Costa, a Embraer está pronta para adotar essa abordagem e está aberta a acordos que envolvam transferência de tecnologia e fornecimento de capacidades adicionais, como treinamento.
No atual clima de crescentes tensões geopolíticas e preocupações sobre o conflito de Israel com o Hamas, desencadeando conflitos regionais no Golfo, a Embraer não ignora a posição do Brasil como uma nação neutra, não diretamente alinhada com os blocos de protagonistas ocidentais e orientais. “Como um país neutro, temos flexibilidade para agregar valor a muitos países ao redor do mundo”, comentou da Costa com tato, ao mesmo tempo em que destacou que o C-390 é adequado para funções humanitárias, bem como para apoio a conflitos.
Em abril, a Embraer lançou a versão NATO do Super Tucano, e da Costa disse que espera um primeiro cliente de lançamento nos próximos meses. Ele disse que as investigações incluem vários países do Oriente Médio.
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