*Defence Blog, por Dylan Malyasov - 30/11/2023
O Ministério da Defesa brasileiro anunciou o envio de tropas para a sua fronteira norte como uma “medida defensiva” preventiva em resposta à escalada das tensões entre a Venezuela e a Guiana.
A disputa entre as duas nações gira em torno do território de Essequibo, abrangendo uma área de 159.542 quilômetros quadrados rica em recursos naturais vitais como petróleo, gás, mineração, hidráulica e indústrias florestais, todos administrados pela Guiana.
O regime venezuelano de Maduro planeja realizar um referendo em 12 de dezembro, excluindo a população local, com o objetivo final de anexar o território disputado.
O governo brasileiro, preocupado com os conflitos regionais envolvendo países vizinhos, despachou seu principal assessor de política externa e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para mediar e prevenir um potencial confronto.
“O Ministério da Defesa está monitorando a situação. As medidas defensivas foram reforçadas na região da fronteira norte, contribuindo para um aumento da presença militar”, afirmou o Ministério do Brasil num comunicado de quarta-feira à noite.
A administração Lula da Silva enfatizou que “as medidas defensivas foram reforçadas” ao longo da sua fronteira norte em resposta à disputa territorial.
Recentemente, a Guiana levantou a possibilidade de estabelecer “bases militares” em Essequibo com o apoio dos Estados Unidos.
“Nunca estivemos interessados em bases militares, mas devemos defender os nossos interesses nacionais”, afirmou o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, durante uma conferência de imprensa.
“Estamos interessados em manter a paz no nosso país e nas nossas fronteiras, mas estamos a trabalhar com os nossos aliados para garantir um plano abrangente”, acrescentou, anunciando a próxima visita de funcionários do Ministério da Defesa dos EUA na próxima semana.
“Teremos duas equipes do Ministério da Defesa dos EUA visitando na próxima semana, seguidas de várias visitas em dezembro e representação de alto nível”, confirmou Jagdeo.
“Todas as opções disponíveis serão utilizadas”, afirmou o vice-presidente, conforme noticiado pela AFP.
A mobilização de forças militares pelo Brasil sublinha as crescentes apreensões e as medidas proativas tomadas pelas potências regionais para gerir e mitigar a escalada da dinâmica do conflito entre a Venezuela e a Guiana.
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Saiba mais:
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*G1 - 30/11/2023
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