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25 setembro, 2023

Stella Tecnologia e FAB firmam MoU visando desenvolver drones para controle do espaço aéreo e defesa aérea

Momento da assinatura do MoU (Foto: Sargento Muller Marin / CECOMSAER)

*LRCA Defense Consulting - 25/09/2023

No dia 21 de setembro, em Brasília (DF), a empresa Stella Tecnologia Indústria e Comércio Aeroespacial Ltda. e a Força Aérea Brasileira (FAB) firmaram um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com o objetivo de desenvolver estudos conceituais de tecnologias-chave e de sistemas e aeronaves não tripuladas. O ato foi realizado pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno e pelo Vice-presidente Executivo e CEO da empresa, Gilberto André Buffara Junior.

A parceria representa mais um passo na realização de missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), de Busca e Salvamento (SAR), de emprego de armamento ar-solo e de Posto de Comunicação Aeroespacial (P-COM-AEPC). 

Com o memorando, ambas as partes se comprometem a definir, de forma coordenada, os conceitos relacionados aos sistemas e veículos aéreos não tripulados, conhecidos pela sigla UAS (do inglês Unmaned Aerial Systems/Vehicles) englobando, ainda, sistemas habilitadores e interfaces entre sistemas, além de envolver a Base Industrial de Defesa (BID) e as Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) nacionais na cooperação em pesquisas dos assuntos em questão.Clique aqui para baixar a imagem original

O Comandante da Aeronáutica enfatizou que a ação e a utilização dos equipamentos UAS - que servem tanto para o controle do espaço aéreo quanto para a defesa aérea - estão alinhados com o Planejamento Baseado em Capacidades (PBC). “Que a gente possa cooperar com a Indústria e manter a nossa soberania. Seria muito bom se a gente pudesse decolar com um drone, por exemplo, com todos os itens nacionais, tudo produzido aqui”, expressou o Oficial General. 

*Com informações da Agência Força Aérea
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Atobá, Albatroz e Condor: os três principais drones da Stella Tecnologia
A empresa produz três tipos de aeronaves remotamente tripuladas (ARP, VANT, UAS, drone), popularmente conhecidos como drones:

Atobá
O ARP Atobá voou em 2020, sendo a maior plataforma aérea desse tipo já desenvolvida na América Latina, possibilitando o monitoramento de fronteiras e áreas extensas com sua surpreendente autonomia de 28 horas.

Dados técnicos:
MTOW: 500 kg
Comprimento: 8 metros
Envergadura: 11 metros
Motorização: 60 hp
Carga-paga: 150 kg
Autonomia: 20 horas
Alcance do datalink: 250km
Decolagem e pouso: 400 metros
Possibilidade de embarcar múltiplos sensores. 

Drone Atobá com munição planadora Siopi, também da Stella

Albatroz
O Albatroz é uma plataforma aérea extremamente versátil, com uma autonomia surpreendente, que pode ser operada a partir de pistas não preparadas com menos de 150 metros. Foi desenvolvido para atender uma demanda da Marinha do Brasil, para operações a partir do Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico.

Dados técnicos:
MTOW: 500 kg
Comprimento: 4 metros
Envergadura: 7 metros
Motorização: 25 hp
Carga-paga: 6 kg
Autonomia: 28 horas
Alcance do datalink: 250km
Decolagem e pouso: 150 metros
Possibilidade de embarcar múltiplos sensores.


Drone Albatroz com munição planadora Siopi

Condor
O Condor é uma plataforma em desenvolvimento para atender as necessidades de monitoramento persistente de fronteiras com habilidade de embarcar múltiplos sensores e subsistemas com até 390 kg por 40 horas. Além disso, um outro diferencial é o alcance ilimitado do seu datalink (quando são utilizadas informações satelitais). Quando estiver operacional, ocupará o lugar do Atobá como a maior plataforma aérea do tipo já desenvolvida na América Latina.

Dados técnicos:
MTOW: 1400 kg
Comprimento: 9 metros
Envergadura: 15 metros
Motorização: 145 hp
Carga-paga: 390 kg
Autonomia: 40 horas
Alcance do datalink: 250km
Alcance do datalink satelital: ilimitado
Decolagem e pouso: 600 metros
Possibilidade de embarcar múltiplos sensores.


Drone Condor, em desenvolvimento

Stella Tecnologia surpreende o Setor de Defesa com o desenvolvimento de munições vagantes

A Stella Tecnologia surpreendeu o Setor de Defesa brasileiro e mundial quando, em janeiro deste ano, o jornalista e pesquisador de Defesa Roberto Caiafa divulgou que a empresa está preparando seus drones para o emprego de loitering munitions (munições vagantes, vadias, de vadiagem ou ociosas).

Esse tipo de munição, também conhecida como "drone kamikaze ou suicida", têm a capacidade de rondar durante algum tempo a área que foi identificada como potencial alvo e de atacar, mediante comando, apenas quando é encontrado algo compensador. Na maioria dos casos, são pequenas, portáteis e fáceis de lançar, mas a sua maior vantagem é serem difíceis de detectar e poderem ser disparadas à distância.

Essa característica das munições vagantes as difere dos mísseis e foguetes mais tradicionais, pois conseguem operar como pequenas aeronaves em atividades de vigilância e reconhecimento antes de impactar seu objetivo como um míssil ar-terra comum.

Podem ser lançadas a partir de múltiplas plataformas: desde as mais simples, como o ombro de um soldado ou um pequeno morteiro, até outras mais sofisticadas, como viaturas de combate, drones, aviões e navios.

Revolução no Setor de Defesa
A Stella Tecnologia - fundada em 2015 para desenvolver aeronaves não tripuladas de grande porte - desenvolve, fabrica e opera sistemas aéreos não tripulados para emprego no setor de defesa e em setores industriais que necessitam de produtos de alto desempenho.

Seus projetos aeronáuticos utilizam recursos de última geração altamente configuráveis para atender a uma ampla gama de requisitos operacionais de missões táticas e estratégicas, com o emprego dos melhores sensores e subsistemas, escolhidos com isenção, para compor sistemas integrados de altíssimo desempenho e confiabilidade.  

Percebendo que o mercado necessitava de armamentos leves para serem embarcados em  drones (VANT, ARP, SARP) e que os armamentos disponíveis no mercado internacional eram de difícil acesso devido a questões geopolíticas, a Stella iniciou o desenvolvimento de uma linha de munições vagantes para serem embarcadas em suas plataformas.

O primeiro exemplar dessa linha é a munição planadora Siopi, com uma razão de planeio máxima de 20:1, ou seja: a cada 20 metros de deslocamento, perde 1 metro de altitude. Desta forma, se lançada a 10.000 metros, ela poderá planar 200 km levando uma "cabeça de guerra" de 4 kg. 

Essa munição tem uma assinatura acústica praticamente nula, uma assinatura de radar mínima e uma assinatura térmica também próxima a zero. Desta forma, torna-se muito difícil de ser detectada.

Para atingir o alvo com precisão exata, a Stella trabalha em um sistema de guiamento que utiliza medições inerciais combinadas com visão computacional. Além do mais, o operador poderá corrigir o curso da munição, ou destruí-la, se assim o desejar, até muito perto do momento da detonação da carga.

A munição vagante terá um custo de aquisição baixíssimo e poderá também operar por enxame (sworm), pois a empresa está trabalhando em parceria com um importante pesquisador nessa área. 

A ideia é criar um produto barato, eficaz e disruptivo que permitirá o armamento de pequenos e grandes drones fabricados pela Stella Tecnologia ou por outras empresas brasileiras ou estrangeiras.

Em contato com a empresa, a LRCA apurou que todos os seus três modelos de drones de defesa poderão ser utilizados para o uso desse tipo de munição.  

Com isso, a empresa revoluciona o Setor de Defesa brasileiro, com reflexos na América do Sul e no mundo, haja vista ser a primeira fabricante sul-americana de drones a desenvolver tal recurso.




Munição planadora Siopi, da Stella Tecnologia

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