*LRCA Defense Consulting - 02/05/2023
O Departamento de Defesa e Segurança (DESEG-FIESP) lançou o Projeto InsurTech Defesa durante sua reunião plenária, que ocorreu em 19 de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo (SP) e reuniu autoridades militares e civis, representantes de entidades do setor, empresários e industriais. A iniciativa, desenvolvida em parceria entre o Ministério da Defesa (MD) e a FIESP, tem como objetivo propor soluções para facilitar o acesso a seguros e crédito para as empresas da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) brasileira.
O Setor de Defesa e Segurança (D&S) é uma área estratégica responsável pela proteção e preservação da soberania, integridade territorial e interesses nacionais de um país. Engloba as Forças Armadas e de Segurança, agências governamentais e indústrias relacionadas, atuando em conjunto para garantir a segurança interna e externa, prevenir conflitos e enfrentar ameaças.
A sua importância vai além das questões militares, pois impulsiona o desenvolvimento tecnológico, econômico e social. Investir na BIDS estimula a inovação, cria empregos, fortalece a cadeia produtiva e fomenta a competitividade no mercado global. Dessa forma, o Setor de Defesa e Segurança é um pilar fundamental para o crescimento sustentável e a estabilidade de um país.
Segundo dados do Governo Federal, o Setor de D&S brasileiro emprega cerca de 2,9 milhões de pessoas, sendo 1,6 milhão de empregos diretos e 1,3 milhão de indiretos. Representa cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto). Cada emprego gera 2,6 empregos em outros setores. Ou seja, o investimento no Setor de D&S estimula o mercado de trabalho, como um todo.
O gasto militar global atingiu um recorde de US$ 2,24 trilhões em 2022, representando um aumento de 3,7% em termos reais, impulsionado pela invasão da Rússia na Ucrânia. O aumento foi o maior desde o fim da Guerra Fria, sendo principalmente influenciado pelos gastos da Rússia e Ucrânia, mas muitos outros países europeus aumentaram seus orçamentos militares. O relatório de abril de 2023 do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) mostra que o aumento dos gastos em algumas partes da Ásia e Oceania contribuiu para o crescimento global em 2022, enquanto os gastos militares totais dos países sul-americanos caíram 6,1%. A diminuição em 2022 se deveu principalmente à queda nos gastos militares do Brasil.
Contudo, o Setor enfrenta diversos desafios, como a dependência do orçamento governamental, a concorrência internacional adversa, a dificuldade na obtenção de crédito privado, a alta regulação e a falta de compreensão por parte da sociedade acerca de sua importância para o desenvolvimento do país. Esses obstáculos dificultam o avanço e a expansão das atividades desse setor, tornando-se imprescindível buscar soluções inovadoras para superá-los e promover o seu crescimento sustentável.
O Projeto resulta do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado em 2020 entre o Ministério da Defesa (MD) e a FIESP. É o quarto projeto conjunto decorrente desse acordo, sucedendo iniciativas anteriores como a FinTech Defesa, o Banco de Defesa e o Observatório de Defesa. Essas colaborações visam impulsionar o Setor de D&S, fomentando inovação e desenvolvimento.
Um Grupo de Trabalho (GT) foi formado em março de 2022 para apoiar o Projeto, composto por militares, oficiais superiores do serviço de intendência militar da Marinha, Exército e Aeronáutica, especialistas em financiamentos e economia de defesa, e civis especializados em gestão de projetos, modelagem de negócios, tecnologia, inovação e seguros.
O GT criou uma Plataforma Digital para atender às necessidades específicas das empresas da BIDS. Essa Plataforma oferece soluções inovadoras para a securitização de ativos e tokenização de direitos creditórios. A Plataforma Digital é um sistema que permitirá que clientes, corretoras de seguros, seguradoras e outros parceiros interajam. Ela permite que usuários cotem, negociem, contratem, gerenciem e acompanhem contratos e apólices de maneira eficiente. Usará tecnologias como Blockchain, Tokenização, Inteligência Artificial e Big Data, proporcionando segurança e transparência nas transações, eficiência na gestão de dados, redução de custos e personalização. A implementação efetiva da Plataforma envolve várias etapas e altos investimentos. Agente(s) Implementador(es) serão designados pelo MD e FIESP após o encerramento do Projeto.
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