Ampliar mercados, encontrar acordos de cooperação e ampliar a base de fornecedores são os principais objetivos do poderoso grupo de defesa dos Emirados Árabes Unidos.
*European Defence Review - EDR, por Paulo Valpolini - 13/04/2023
A primeira participação da EDGE, principal grupo de defesa dos Emirados Árabes Unidos, na LAAD Defence & Security foi um claro sinal do interesse que o conglomerado do Oriente Médio tem pela América Latina. Isso foi ainda confirmado pelo anúncio feito no primeiro dia da exposição no Rio de Janeiro, de que a EDGE estava abrindo um escritório regional na capital federal do Brasil, Brasília.
Em sua primeira aparição no Rio, o grupo esteve presente com 10 de suas empresas, que apresentaram cerca de 50 soluções e produtos que incluíam sistemas aéreos e terrestres autônomos, sistemas navais, munições guiadas de precisão, armas pequenas e munições e guerra eletrônica.
“Na verdade, a EDGE estava olhando para a América Latina desde o início”, disse Rodrigo Torres, presidente e CFO do grupo, ele próprio de nacionalidade brasileira, ao EDR On-Line. Três foram as principais razões para tal interesse. Em primeiro lugar, o potencial comercial de defesa e aplicação da lei desta área geográfica. Em segundo lugar, o fato de o Brasil ter várias empresas bem desenvolvidas, como Embraer, SIATT, AVIBRAS e outras que produzem a bons preços e não estão sujeitas às mesmas restrições de exportação encontradas nos Estados Unidos e na Europa. E por fim a presença de inúmeros fornecedores capazes de oferecer produtos de qualidade a preços atrativos, o que permitiria à EDGE ampliar sua base de fornecedores.
Considerando as necessidades da área, “existem muitos roteiros compatíveis entre Brasil, Colômbia, Peru e Chile, que permitiriam unir forças para o desenvolvimento de novos produtos”, destacou Torres, acrescentando que as equipes comuns de pesquisa e desenvolvimento poderão ser criadas .
Ele também destacou que em alguns casos as empresas brasileiras de defesa são mais avançadas que as do grupo EDGE, e citou como exemplo a AVIBRAS com seus mísseis.
Conforme destacado pelo CEO do Grupo na IDEX, a EDGE visa ser disruptiva em termos de preços, oferecendo produtos de alta qualidade a custos muito mais baixos em comparação com os concorrentes. “Até agora o brasil adquiria seus sistemas principalmente nos estados unidos e na europa, mas agora eles têm uma nova fonte que pode fornecer desempenhos semelhantes a um terço do preço, e delegações do exército brasileiro e da força aérea brasileira que nos visitaram no primeiro dia da LAAD ficamos bastante surpresos com isso”, sublinhou o CFO do Grupo.
Considerando o portfólio da EDGE , ele explicou que as três principais áreas de atuação da EDGE, guerra eletrônica, armas de precisão e sistemas autônomos, correspondem às prioridades dos países latino-americanos. “Também podemos ganhar escala”, afirmou Torres, “um dos problemas é a base de clientes”, mas a parceria com o grupo do Oriente Médio deve garantir vendas suficientes para tornar lucrativas as operações comuns.
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