*LRCA Defense Consulting - 06/02/2023
Entre o final de semana e hoje (06), a Embraer já viu seus negócios e possibilidades de negócio para 2023 aumentarem bastante.
Além de estar participando de uma grande licitação na Índia, onde disputa com boas chances uma aquisição que poderá variar entre 40 e 80 aeronaves militares multitarefa C-390, o Irã renova agora o seu interesse em adquirir 40 aviões, enquanto a aérea espanhola Binter fecha acordo bancário para comprar cinco novas aeronaves brasileiras.
Confira nos links abaixo:
* Irã quer incrementar relações econômicas com o Brasil, iniciando retomada com a compra de aviões da Embraer
- Alvo imediato do país persa é a compra de 40 aviões da Embraer
* Aérea espanhola Binter fecha financiamento com consórcio bancário para comprar cinco novos jatos Embraer E195-E2 por US$ 389 milhões
- Acordo foi assinado pelo presidente e pelo VP da Binter, Rodolfo Núñez e Alfredo Morales.
Embraer na Aero India 2023
A Aero India 2023 pretende ser não apenas uma ocasião, mas também uma demonstração das capacidades em expansão das indústrias aeroespacial e de defesa do país, bem como o surgimento de uma poderosa e independente Nova Índia.
A Embraer já é um fornecedor de defesa reconhecido na Índia, pois fabrica a aeronave Legacy 600 usada pela Border Security Force (BSF) e pela Indian Air Force (IAF) para transportar altos funcionários do governo e VIPs. Além disso, a empresa brasileira contribuiu para o desenvolvimento do sistema de radar aéreo indiano NETRA AEW&C (Airborne Early Warning and Control System), instalado a bordo dos Embraer ERJ-145.
Na Aero India 2023, a Embraer estará promovendo seu A-29 Super Tucano como uma plataforma militar ideal para a Força Aérea, Marinha, Guarda Costeira e Força de Segurança de Fronteira da Índia para patrulhar as conturbadas fronteiras do país, bem como o C-390 Millennium como a aeronave militar multitarefa de transporte mais adequada, moderna e com a melhor relação custo benefício para a Força Aérea Indiana. A empresa brasileira já está em negociações com a estatal Hindustan Aeronautics Limited (HAL) para produzir localmente o C-390 e o A-29 no país, caso a IAF concorde em adquiri-los. A HAL é a principal indústria dos poderosos setores aeronáutico e aeroespacial da Índia.
A gigante brasileira também estará apresentando uma linha completa de soluções e aplicações integradas, como o Centro de Comando e Controle (C4I), radares e ISR (Intelligence, Surveillance & Reconnaissance), onde estão incluídos sistemas integrados de informações, comunicações, monitoramento e vigilância de fronteiras.
Além das aeronaves voltadas à área de Defesa, a Embraer também estará promovendo seus eJets voltados à aviação privada - como o Phenom 300E, o Praetor 500 e o Praetor 600, e os destinados à aviação comercial, como o E195-E2 e outros, bem como a prestação de serviços de manutenção e outros ligados à área aeronáutica.
Em virtude da importância da Aero India 2023, é possível que a Embraer divulgue novidades sobre seus novos negócios ou mesmo a assinatura de um ou mais contratos, como já fez em outras feiras aéreas de importância, haja vista que a oportunidade tem um grande apelo de marketing junto à concorrência e aos futuros clientes.
Na matéria abaixo, embora seja direcionada primordialmente ao mercado de ações da empresa, é comentado um relatório do BTG sobre as perspectivas da Embraer.
BTG vê Embraer barata; defesa, Eve e cyber potencializam upside
Num relatório de 85 páginas, o BTG reiterou hoje sua recomendação de compra para a Embraer, com preço-alvo de US$ 19, um upside de 48% em relação ao preço de tela. O banco revisitou sua tese sobre a empresa, ajustando suas estimativas de resultados e o valuation. “Achamos um bom call de valor (valuation barato em relação aos peers globais), e sem considerar nenhuma oportunidade de longo prazo, como os segmentos de defesa, cibersegurança e a Eve,” escreveram os analistas.
A Embraer passou por disrupções relevantes desde 2018, incluindo o lançamento de um novo produto na aviação comercial (o E2), uma tentativa mal-sucedida de fusão com a Boeing e, é claro, a maior crise da história no setor de aviação (a covid). Agora, a empresa está gradualmente voltando à normalidade, “aumentando as entregas de aeronaves comerciais e gerando caixa,” escreveram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia. “Esse longo processo de ‘redenção’ inclui alguns novos (e ainda não completamente compreendidos) produtos, como os eVTOLs.”
Nas contas do BTG, a Embraer negocia a 7,4x seu EBITDA estimado para este ano, em comparação a um múltiplo médio de 11x dos peers globais. O banco disse ainda que vê opcionalidades que podem adicionar valor à tese. Para os analistas, o segmento de defesa poderia adicionar US$ 0,90/ADR; a Eve poderia adicionar US$ 2,4/ADR, “assumindo um valuation altamente conservador”; o segmento de cibersegurança (onde a Embraer opera pela Tempest), outros US$ 0,1/ADR; e o processo de arbitragem com a Boeing outros US$ 1,4/ADR. “Usando um valuation conservador para a Eve, o valuation da Embraer já cairia para 4,9x o EBITDA de 2023,” diz o relatório.
Segundo os analistas, considerando todas essas opcionalidades o EV total desses outros negócios seria de US$ 901 milhões (ou US$ 4,9/ADR), o que representa 38% do market cap atual da Embraer. Apesar dos elogios à tese, o BTG cortou suas estimativas para os resultados na revisão. O banco reduziu sua projeção para o EBITDA de 2023 e 2024 em 11% e 6%, respectivamente, e o lucro em 29% e 19% — “refletindo o ritmo de entregas mais lento que o esperado por conta de gargalos na cadeia de suprimentos enfrentados ano passado, que devem persistir este ano, ainda que numa magnitude menor.”
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Leia mais:
- Índia quer adquirir entre 40 e 80 aeronaves de transporte. Embraer C-390 é forte concorrente
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