*Mint, por Shashank Mattoo - 15/01/2023
Com a expectativa de que a Índia gaste cerca de US$ 130 bilhões em modernização de defesa nos próximos anos, a Embraer, importante empresa brasileira de defesa e aviação, planeja aumentar as parcerias locais em uma tentativa de ajudar as ambições de indigenização da Índia e aumentar as exportações globais de defesa do país.
“Além de impulsionar a fabricação local do país, a Embraer também pode ajudar a Índia a se tornar um fornecedor crítico na cadeia de suprimentos global por meio de suas ofertas substanciais em unidades aeroespaciais”, disse Caetano Neto, executivo sênior da Embraer, em resposta às perguntas do Mint. O objetivo, acrescentou Neto, é aumentar as capacidades domésticas da Índia e, ao mesmo tempo, ajudá-la a alcançar o status de exportador global de defesa.
A Embraer, fundada em São Paulo, no Brasil, em 1969, é a terceira maior fabricante de aeronaves civis depois da Boeing e da Airbus. A empresa também construiu presença no mercado de aviação de defesa com vendas para países da OTAN como Portugal, Hungria e Holanda, entre outros.
Setor de Defesa
A Embraer já garantiu alguns pedidos de defesa da Índia. Os jatos Legacy 600 da empresa são usados pela Força de Segurança de Fronteiras e pela Força Aérea Indiana para transportar altos funcionários do governo e VIPs. Além disso, a empresa brasileira também contribuiu para o desenvolvimento do sistema de radar aerotransportado AWACS (Airborne Early Warning and Control System) da IAF.
A empresa também está em negociações para vender à IAF sua aeronave de transporte militar C-390, principalmente para uso nos setores do norte da Índia.
Caetano Neto também expôs os planos futuros da Embraer. Primeiro, a empresa espera vender à Índia sua aeronave de ataque leve multifuncional, o A-29 Super Tucano. O executivo da empresa de aviação brasileira acredita que esta plataforma será atraente para a IAF, Marinha Indiana, Guarda Costeira e forças de segurança de fronteira, como a Polícia de Fronteira Indo-Tibetana (ITBP) e a Força de Segurança de Fronteira (BSF). Esta plataforma é usada atualmente pelas Filipinas, Indonésia, Líbano e várias forças aéreas latino-americanas. A Embraer também espera usar sua experiência anterior em sistemas de radar para ajudar a Índia a administrar suas fronteiras terrestres e costeiras.
“A Índia é um mercado importante para nós e estamos ansiosos para estabelecer parcerias locais no país que possam impulsionar ainda mais as indústrias e capacidades de defesa da Índia”, disse Neto em resposta a uma pergunta sobre a disposição da Embraer de transferir tecnologia para parceiros indianos.
A Embraer, acrescentou, estava “em negociações com várias empresas indianas para possíveis parcerias não apenas para os requisitos das forças indianas, mas também para atender aos requisitos globais”.
“Vemos a Índia não como um cliente, mas como um parceiro de negócios promissor”, disse ele.
Taurus Armas
Nos últimos anos, a relação de defesa entre a Índia e o Brasil cresceu significativamente. Mint havia informado anteriormente sobre os planos do fabricante de armas pequenas Taurus Armas de estabelecer uma fábrica em parceria com a Jindal Defense na Índia. A Taurus, uma empresa brasileira, deixou claro que estava aberta a transferências de tecnologia de defesa e reforçando as ambições de indigenização da defesa da Índia. A Taurus, que deve iniciar a produção de suas pistolas e carabinas em uma fábrica com sede em Haryana neste mês, delineou seus planos para construir o ecossistema de defesa doméstico, adquirindo em grande parte componentes nativos.
Saiba mais:
- Embraer oferece o C-390 Millennium à Força Aérea Indiana para carga e reabastecimento aéreo
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