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31 janeiro, 2023

Akaer vence Seleção Pública para desenvolvimento de tecnologia aeronáutica


*LRCA Defense Consulting - 31/01/2023

A Akaer, por meio de sua unidade de negócios Equatorial Sistemas S.A., foi a vencedora da Seleção Pública MCTI/FINEP/FNDCT nº 13/2022, referente ao projeto "Plataformas Demonstradoras de Novas Tecnologias Aeronáuticas". A publicação do resultado foi feita pela FINEP, no último dia 19 de janeiro.

Na Linha Temática I da seleção, denominada "Aeronave demonstradora de tecnologias com foco no transporte de passageiros", a Embraer foi a vencedora do certame, e liderará o projeto contando com o apoio de empresas coexecutoras do setor espacial, como: a Equatorial Sistemas, ALLTEC, XMobots, Stella Tecnologia dentre outras.

O projeto tem o objetivo de desenvolver e validar um conjunto de plataformas demonstradoras de novas tecnologias, que visa acelerar e incrementar ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o ecossistema aeronáutico brasileiro.

Como uma das coexecutoras, a Equatorial fornecerá a bateria para a propulsão elétrica da aeronave utilizando células eletroquímicas de última geração e sistema de gerenciamento eletrônico avançado. 

Já na linha temática II, chamada “Aeronave demonstradora de tecnologias remotamente pilotada e com peso máximo de decolagem maior que 150 kg”, a Akaer foi classificada em primeiro lugar, sendo a líder e principal executora do projeto, comprovando mais uma vez a competência e dedicação de todos os profissionais envolvidos.

A Akaer usará sistema de propulsão elétrica híbrida com células de hidrogênio para voo horizontal e bateria eletroquímica para decolagem e pouso verticais. O projeto prevê também a operação BVLOS (Beyond Visual Line of Sight) para aumentar o alcance do voo além do horizonte, assim como o teste e validação de múltiplos subsistemas viabilizadores do voo autônomo.

Em cooperação com o Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (CIMATEC SENAI BA) o projeto integrará um sistema para teste e validação de tomada de decisão autônoma em tempo real baseado no sensor LIDAR (Light Detection and Ranging).




30 janeiro, 2023

Taurus Armas: os motivos de ser uma empresa antifrágil


*LRCA Defense Consulting - 29/01/2023

Como o erro e o imponderável são fatores sempre presentes na vida, não há como evitá-los, por melhor, mais detalhado e mais ponderado que o planejamento seja feito. No entanto, o caos, o imprevisto e o indesejado gerados por tais situações podem ser positivos, desde que sejam bem aproveitados, e é nisso que se baseia o conceito de antifragilidade.

Antifrágil é um adjetivo utilizado para descrever organizações ou pessoas que se fortalecem e florescem com o caos. A antifragilidade é uma característica diferente da robustez e da solidez, porque além de serem fortes o suficiente para aguentar um choque, tais organizações e pessoas se desenvolvem devido aos choques e crises.

O conceito foi desenvolvido por Nassim Nicholas Taleb, professor, trader e gerente de um hedge fund, em seu livro "Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos", lançado em 2012.

A antifragilidade consiste em uma característica pela qual as adversidades, especialmente as imprevistas, não são superadas por uma reação, que pode ser impensada e não planejada, mas pela aceitação estratégica. Nesse caso, aceitar não significa permanecer resignado perante um problema, mas entender o contexto em torno de um imprevisto no menor prazo possível, aprender com isso e tomar as melhores decisões consequentes.

A questão aqui é entender que certas coisas, depois que acontecem, provocam mudanças tão profundas que não há remédio que não seja se ajustar rapidamente, encarando o indesejável não como um problema, mas sim como uma oportunidade.

Ser antifrágil, portanto, significa se colocar em posição proativa e consciente, aceitando que a vida, o trabalho e os negócios sempre apresentam fatos novos e inesperados.

A antifragilidade, então, é a resposta mais indicada para lidar com situações que fogem à previsibilidade, à compreensão ou ainda são complexas demais para ser entendidas, pelo menos no curtíssimo ou curto prazo. Trata-se de um novo parâmetro comportamental e estratégico, uma vez que sua premissa é: "não rejeite o imprevisto, mas o abrace quando ele aparecer".

Assim, ser antifrágil significa aceitar a realidade tal como ela se apresenta e não como gostaríamos que fosse, lidando com as situações imprevistas, na vida e nos negócios, de maneira a aprender com elas, assimilando os impactos, extraindo lições valiosas, melhorando as habilidades e aptidões pessoais e/ou da equipe e se mantendo fiel aos seus objetivos.

Quanto mais houver exposição às incertezas, mais utilidade será encontrada no conceito antifrágil. E se as coisas vão bem, ele também serve como um poderoso antídoto contra a acomodação, evitando consequências às vezes irreversíveis.


O caso da Taurus Armas
Na primeira década deste século, a Taurus Armas (então Forjas Taurus) era uma empresa pujante com unidades fabris no Brasil e nos EUA, para onde exportava cerca de 85% de seus produtos. Nos Estados Unidos, seus revólveres e pistolas já eram um sucesso, especialmente os disruptivos revólveres das séries Judge e Taurus Bull, e a pistola PT92.

Em 2007, as ações da empresa bateram recordes de valorização, embaladas pelo melhor  desempenho  comercial  de  sua  história até então, chegando ao pico de R$ 58,88 ou cerca de US$ 30,00 em valores da época.

No entanto, em 2008, a Taurus começou o seu "inferno astral", que se estenderia até 2014/2015, quando, em meio a escândalos administrativos, com uma dívida elevada e em vias de pedir recuperação judicial, foi vendida para a CBC.

É relevante lembrar que em 2008 aconteceu uma das maiores crises financeiras internacionais desde o crash da bolsa em 1929, atingindo em cheio os Estados Unidos e impactando duramente as vendas da Taurus naquele país, seu maior cliente, causando também grandes perdas nas principais ações brasileiras.

Junto com um cenário internacional totalmente adverso e com uma grande retração nas vendas nos EUA, a empresa passou a sofrer também graves problemas administrativos diversos que causaram repercussões na imprensa e fizeram com que as ações fossem desvalorizadas. Além disso, a partir de abril de 2010, as ações sofreram com alguns mal planejados desdobramentos e grupamentos. Com outros graves problemas administrativos vindo à tona, entre altas e baixas, as ações atingiram um valor mínimo de apenas R$ 1,00 no final de 2015, permanecendo na faixa de R$1,xx a R$ 2,xx por quase três anos.

Em 2015, a CBC – Companhia Brasileira de Cartuchos passou a exercer seus direitos como controladora da Taurus, resultado de um movimento que teve início em 2014 com a compra de ações da companhia e, posteriormente, com um processo de aumento de capital.

Quando a CBC adquiriu o controle da Taurus, Salesio Nuhs era o Vice-presidente Comercial e de Relações Institucionais da CBC e passou a ocupar também o cargo de Vice-presidente de Vendas e Marketing da empresa gaúcha, sendo promovido ao cargo de CEO Global em janeiro de 2018.

Experiente, dinâmico, proativo e um grande estrategista, o executivo atua há 32 anos no segmento de armas e munições e é uma das mais importantes referências nesse mercado, possuindo um amplo e profundo conhecimento de sua operação e dos mercados brasileiro e internacional. Nuhs é também Presidente Taurus Holdings, Inc. (Taurus USA), da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições – ANIAM desde 2012 e membro do Conselho Consultivo do Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro.

Em 2005, quando o governo pretendia acabar com o comércio e o uso de armas no Brasil através de um referendo, Salesio Nuhs - como é do seu feitio arrojado - assumiu a liderança nacional do movimento contrário, resultando em uma esmagadora vitória do "Não" com a maior votação que um pleito já teve no País.


Após fazer um diagnóstico inicial da Taurus e retirá-la das antigas instalações em Porto Alegre no ano de 2015, centralizando a produção em São Leopoldo, a CBC, tendo Salesio como ponta de lança, passou a promover uma robusta reengenharia na filosofia empresarial e nos processos tecnológicos, operacionais e administrativos que acabaram por transformar radicalmente a “velha Taurus".

A "nova Taurus" atuou de forma decisiva na redução de custos e desperdícios, realizando análises dos giros de estoques de matérias primas e maior frequência de inspeção para redução de perdas, bem como constantes auditorias e identificação de oportunidades com fornecedores e outros parceiros.

O moderno mix de armas, especialmente as desenvolvidas a partir de 2017, passou a ter foco no tripé Inovação, Tecnologia e Qualidade. Neste último quesito, a empresa estabeleceu padrões superiores às normas técnicas exigidas pelo mercado internacional.

Em termos operacionais, as diversas mudanças focaram em oferecer produtos de qualidade, com tecnologia incorporada, competitivos no mercado mundial e que proporcionassem maior rentabilidade para a operação. Foram adotados e desenvolvidos processos operacionais eficientes e robustos, proporcionando estabilidade na produção. Foi também retirada a interferência de colaboradores no ajuste de peças na montagem das armas, de modo que o processo de produção garantisse a máxima qualidade.

Assumindo como CEO Global da empresa em 2018, Salesio Nuhs montou uma competente equipe de executivos e impulsionou decisivamente as transformações, realizando o mais icônico turnaround empresarial deste século no Brasil, tanto na unidade brasileira como na americana, onde mudou a sede para a Georgia em 2019 (com muitas vantagens), trocou o CEO local por um executivo dinâmico e experiente, e dinamizou os processos de produção, vendas, marketing e inteligência de mercado, passando a responder prontamente às necessidades e desejos dos consumidores.

Com relação à dívida, desde que a nova equipe assumiu, estabeleceu um rígido controle de despesas e do custo final, que começa já no Departamento de Engenharia, quando novos produtos são planejados e desenvolvidos. Aliando este fato a toda uma reengenharia financeira, o que se vê hoje é que a alavancagem da companhia, medido pela relação do EBITDA dos últimos 12 meses sobre a dívida líquida em 30/09/22, caiu de um índice de 11,2 (em 2014) para apenas 0,23 ao final do 3T22, mostrando que 23% da geração de caixa anual medida pelo EBITDA seria suficiente para quitar a totalidade da dívida bancária registrada em 30/09/2022.


Salesio também criou o CITE - Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/EUA, centralizando no Brasil todo o desenvolvimento de novas armas e tecnologias disruptivas, como grafeno, nióbio, DLC e polímero de fibras longas. O CITE é alimentado pelo Setor de Inteligência de Mercado da empresa, que procura antecipar tendências e necessidades dos consumidores.

Em 2020, a empresa firmou uma joint venture com o poderoso Grupo Jindal para produzir armas leves na Índia. A fábrica, que deverá entrar em operação em breve, já está participando de vultuosas licitações para fornecer armas às enormes forças armadas, policiais e paramilitares desse país, bem como a seu inexplorado e gigantesco mercado civil.

O executivo e sua equipe criaram um projeto estratégico de expansão 2020/2025, com o objetivo de tornar a Taurus a maior e melhor fabricante mundial de armas leves, o que já foi alcançado com três anos de antecedência. Nesse bojo, foi estabelecido um Condomínio de Fornecedores junto à empresa e estão para entrar em operação as moderníssimas Células de Manufatura Autônomas, baseadas em robotização e inteligência artificial, que trabalharão por meio de Processos Tracionados de Valor.

Juntamente com o processo de Trem Logístico que está sendo estabelecido e a construção de novas instalações (CITE, Estande de Tiro, Centro de Logística, laboratórios e administração), a síntese culminará na transformação da Taurus em uma Indústria 4.0, possibilitando que a empresa passe a ser também um hub de fornecimento de produtos acabados, kits e peças para as unidades dos EUA e da Índia.


O elevado padrão de qualidade, tecnologia e inovação que passou a caracterizar a Taurus, especialmente a partir de 2018, já recebeu diversas premiações nacionais e 38 prêmios internacionais, entre eles os mais importantes da indústria de armas dos Estados Unidos. A marca é detentora de sete prêmios concedidos pela National Rifle Association, uma das premiações de maior prestígio na indústria de armas de fogo nos Estados Unidos, e seus produtos foram eleitos 14 vezes como a arma do ano. Desde 2018, a Taurus vem conquistando aproximadamente três grandes prêmios americanos a cada dois anos.

Recentemente, em face da inequívoca intenção do governo de desarmar o cidadão de bem e de desarticular a indústria e o comércio de armas leves, Salesio Nuhs - fazendo jus ao seu passado de lutas em prol do mercado brasileiro de armamento leve e do direito inalienável de os cidadãos poderem exercer com liberdade a legítima defesa pessoal, de sua família e de seus bens - chamou para si a difícil missão de tentar salvar o mais importante, ou seja, procurar preservar e defender o setor, lutando pela manutenção de dezenas de milhares de empregos e pelo direito de milhões de brasileiros que não estão no meio dessa discussão, mas agindo com oportunidade, racionalidade, coragem e responsabilidade para fazer o certo e conquistar o que é possível dentro do atual cenário.

Em síntese, sob a proativa liderança de seu CEO Global e de seus executivos, a Taurus está fazendo com maestria o seu dever de casa, ou seja:
- completou seu turnaround, focando em qualidade, tecnologia e dinâmica de vendas/distribuição;
- aumentou significativamente seus números (produção, vendas, lucros, EBITDA), a ponto de se tornar referência mundial no mercado e a maior vendedora de armas leves do mundo;
- diminuiu drasticamente seu endividamento e alavancagem para números totalmente confortáveis;
- surfou nos anos atípicos de 2020 e 2021, obtendo resultados históricos;
- aumentou seu market share no atual maior mercado mundo (EUA);
- em breve começará a produzir na Índia, país que representa o maior e mais inexplorado mercado mundial militar e civil para armas leves modernas;
- recomeçou a pagar dividendos significativos a seus acionistas em 2022 e tornou isso um objetivo estratégico daqui para a frente, inclusive com pagamentos trimestrais;
- pretende realizar eventuais recompras de ações para valorizar o capital de seus acionistas;
- está se organizando para ingressar no cobiçado mercado de Law Enforcement (agências de aplicação da lei) nos EUA.

Antifragilidade
Uma empresa com mais de 3.000 funcionários que, em 2014, estava em estado pré-falimentar, enfrentando um caos de dívidas e problemas administrativos de toda a ordem, só sai dessa situação e se torna a maior vendedora de armas leves do mundo (com alavancagem inexpressiva, com múltiplos prêmios de qualidade no mais exigente mercado mundial e com tecnologias disruptivas) se tiver uma característica decisiva: a antifragilidade.

É por ser antifrágil que a Taurus não somente enfrentou e sobreviveu à grave crise que a assolava, como cresceu e floresceu com ela. Entendendo o que se passou e aceitando essa condição, a empresa, com uma atitude proativa, oportuna e consciente, aprendeu com seus erros e evoluiu a partir disso.

Um dos mais recentes exemplos de sua antifragilidade aconteceu quando o mundo enfrentava a maior das pandemias e, concomitantemente, os EUA tiveram uma conturbada eleição presidencial, gerando algo como uma "tempestade perfeita" que levou os norte-americanos a adquirir armas em volumes muitos superiores à antiga normalidade. Nesse caso, em uma perspectiva antifrágil, a Taurus percebeu a crise e, rapidamente, respondeu com as medidas logísticas e operacionais necessárias, surfando nessa demanda e obtendo seus melhores e históricos resultados. Graças a isso, aumentou decisivamente seu market share nos EUA e se tornou a maior vendedora de armas leves do mundo.

No entanto, como afirmava Oliver Wigh, mesmo com a transformação digital (e todos os demais processos ultramodernos), nos dias de hoje são as pessoas que continuam tomando decisões e fazendo a diferença nas empresas.

No caso da Taurus, não há dúvidas de que um nome se destaca. Além de sua competência, proatividade, senso de estratégia, capacidade de enfrentar as crises e de aprender com os erros, Salesio Nuhs se enquadra perfeitamente no conceito de uma pessoa e de um administrador antifrágil, capaz de tomar decisões acertadas no meio do caos, de modo a torná-lo uma oportunidade, como fez com a Taurus.

Além disso, Salesio também se caracteriza por saber escolher, liderar e motivar os principais colaboradores da empresa, haja vista ter montado uma invejável equipe de competentes e dinâmicos executivos que colaboram decisivamente para que os objetivos da Taurus sejam atingidos. Os permanentes exemplos de trabalho, de dedicação e de seriedade de Salesio Nuhs e de seus executivos são os faróis que estimulam e  conduzem os mais de 3.500 colaboradores da empresa, engajando-os e os tornando partícipes decisivos nas inegáveis conquistas da empresa.

*Esta matéria contou com a colaboração do engenheiro e investidor Christian Lima.

*Os conceitos sobre antifragilidade foram recolhidos, compilados e adaptados de publicações existentes na Internet.

Embraer anuncia Andreza Alberto como vice-presidente de Pessoas, ESG e Comunicação


*LRCA Defense Consulting - 30/01/2023

A Embraer anunciou hoje (30) que Andreza de Souza Alberto, atual diretora de operações da unidade de Gavião Peixoto (SP), será a nova vice-presidente de Pessoas, ESG e Comunicação Corporativa. O atual VP da área, Carlos Alberto Griner, anunciou em dezembro sua decisão de deixar a companhia. A mudança passa a valer a partir de 1º de fevereiro.

Com 17 anos de atuação na Embraer, Andreza é formada em engenharia mecatrônica, com cursos de especialização em gestão pela Fundação Dom Cabral e governança pelo IBGC. Na empresa, lidera hoje a unidade de Gavião Peixoto (SP), dedicada principalmente à produção de aviões de Defesa e jatos executivos, e que conta com mais de 2 mil colaboradores. Anteriormente, já atuou como gerente de produção e supervisora de engenharia de manufatura, com forte atuação em gestão de pessoas, segurança e qualidade, melhorias de processos e implementação Lean.

“Andreza é uma grande líder de pessoas e uma profissional focada em resultados e na busca constante pela eficiência. Suas competências estão totalmente alinhadas com a nova cultura organizacional que estamos implantando na companhia”, disse Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer. “Tenho certeza de que ela irá dar continuidade à transformação em andamento na área e irá nos desafiar a acelerar ainda mais as ações e processos voltados à gestão de pessoas, meio ambiente, saúde e segurança”.

Griner, que anunciou sua decisão de deixar a empresa em dezembro, liderou a área nos últimos 5,5 anos. “Agradeço mais uma vez ao Griner por todas as suas contribuições na transformação da área de Pessoas e desejo muito sucesso em sua nova fase de carreira”, disse Francisco.

29 janeiro, 2023

Às armas. Pacifistas juntam-se à tendência de investimento na defesa

Japão e Alemanha, em resposta à China e à Rússia, revertem décadas de políticas de secundarização das forças de segurança e de defesa motivadas pelo expansionismo que desembocou na Segunda Guerra. Tóquio e Berlim validam máxima do chanceler Bismarck: "A diplomacia sem armas é como uma orquestra sem instrumentos".

Miniatura de um tanque soviético T-80BV. Indiferente às sanções económicas, Vladimir Putin diz não haver restrições de financiamento aos militares.© NATALIA KOLESNIKOVA/AFP

*Diário de Notícias, por César Avó - 29/01/2023

Há coisa de 11 meses, dias depois de Vladimir Putin ter dado ordem para a "desmilitarização" e "desnazificação" da Ucrânia, o chanceler alemão proferia um discurso no parlamento sobre os "tempos de mudança" (Zeitenwende) e no qual anunciou cem mil milhões de euros para reequipar o exército. O Japão, outro país que carrega o peso do militarismo associado a um regime totalitário, respondeu ao fortalecimento militar da China (e à contínua ameaça da Coreia do Norte) com uma nova estratégia de segurança nacional e um orçamento a condizer. Não por acaso, Zeitenwende foi a palavra de 2022 para os alemães e os monges japoneses do templo de Kioymizu escolheram como ideograma do ano o que significa batalha ou guerra.

Estes são os exemplos de maior simbolismo e que implicam movimentos tectónicos nas respetivas sociedades. Porém, da América do Norte ao Extremo Oriente está em curso, se não uma corrida ao armamento, pelo menos um movimento de investimento militar, que não foi desencadeado com a invasão russa, antes ganha novas dimensões.

Em 2021, os gastos combinados das forças armadas ultrapassaram os 2,1 biliões de dólares, um crescimento de 0,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior e um máximo de sempre, segundo contabilidade do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI). E a tendência é para agravar.

A ascensão da China a potência militar desencadeou uma resposta musculada dos Estados Unidos e do Japão, mas também da Índia, cujos cidadãos veem agora Pequim como a maior ameaça militar e não o arqui-inimigo Paquistão.

O país que mais gasta em defesa, os Estados Unidos, tem um orçamento para 2023 de 858 mil milhões, um aumento de oito pontos percentuais. O seu grande rival económico, a China, aprovou para 2022 um orçamento de 229 mil milhões de dólares, um aumento de 7,1 pontos percentuais. A desaceleração económica - o produto interno bruto cresceu 3% em 2022, o valor mais baixo desde 1976 se excluirmos 2020, marcado pela pandemia - trará um dilema aos decisores do regime comunista, que por norma fazem acompanhar o crescimento orçamental militar a par do económico.

Nos últimos meses, e em particular depois da visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi a Taiwan, Pequim respondeu com uma agressividade inédita. As demonstrações de poderio militar chinês sucederam-se no estreito de Formosa ou na zona de identificação aérea e o líder chinês Xi Jinping não excluiu o uso da força para tomar a ilha, ao que o presidente norte-americano Joe Biden disse que as forças do seu país apoiariam Taipé.

O contratorpedeiro de mísseis guiados INS Mormugao é o segundo da sua classe da Marinha indiana, construído em Mazagão. O seu nome presta homenagem ao porto de Mormugão, em Goa.© THOMAS KIENZLE / AFP


A fechar o pódio dos mais gastadores em defesa (e o maior importador de armamento) está a Índia. A maior democracia do mundo, que historicamente olha com desconfiança para o Paquistão, está agora mais preocupada com a China. É o que revela uma sondagem recente, segundo analisa a Foreign Policy: 43% dos inquiridos veem em Pequim a maior ameaça, e 22% em Washington, ficando Islamabade a par de Moscovo, com 13% de respostas.

A Índia é o país que mais armas adquiriu no estrangeiro entre 2017 e 2021, 11% do bolo total. O PM Modi quer a indústria indiana a produzir tudo e cancelou compras de aviões e helicópteros, mas peritos avisam que o país pode ficar sem equipamento suficiente.

O que leva a estes resultados explica-se em parte com as recentes disputas fronteiriças, ao que não ajudará o facto de a linha ao longo de mais de 3400 quilómetros entre ambos os países não estar definida - o problema que levou à guerra de 1962 e que terminou com uma vitória chinesa. Por outro lado, Nova Deli vê com preocupação a presença crescente da marinha chinesa no Índico, enquanto Pequim se prepara para ter um terceiro porta-aviões.

A China, uma vez mais, é também o fator decisivo para a viragem histórica do Japão. Nos últimos anos, o primeiro ultrapassou o segundo na vice-liderança económica enquanto os orçamentos militares também acompanharam essa expansão. Sete décadas de pacifismo não chegam ao fim no papel, uma vez que a Constituição não foi objeto de mudança e mantém-se o princípio de umas forças de defesa e sem recurso a armas nucleares.

Artigo 9.º A Constituição japonesa estipula que "renuncia para sempre à guerra como um direito soberano da nação e à ameaça ou uso da força como meio de resolução de disputas internacionais".

No entanto, a aprovação da nova estratégia de segurança nacional, que premeia o esforço de anos de Shinzo Abe, o ex-líder japonês assassinado no ano passado, aponta o dedo a Pequim: "um inédito e maior desafio estratégico" para a paz e a segurança do Japão e da região. Em concreto, Tóquio vê com preocupação as atividades militares chinesas em redor das ilhas Senkaku, que a RPC reclama suas (bem como Taiwan) e o lançamento de mísseis balísticos que caíram em águas próximas do Japão.

O PM japonês Fumio Kishida e o presidente norte-americano Joe Biden na Casa Branca.© EPA/JIM LO SCALZO

O governo de Fumio Kishida apresentou o orçamento da defesa de 2023 para um recorde de 55 mil milhões de dólares, mais 20% que no ano anterior. Além disso planeia quase duplicar o orçamento dentro de cinco anos. As prioridades passam por melhorar a cibersegurança e os serviços de informações, e pela aquisição de centenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk, que podem ser instalados nos navios e ter capacidade para atingir locais de lançamento de mísseis, seja na China, seja na Coreia do Norte, uma permanente ameaça à paz na região.

500 Tomahawk. Entre outros investimentos, o plano japonês a cinco anos passa pela aquisição de meio milhar de mísseis de longo alcance Tomahawk, de fabrico norte-americano.No final do período, o país deverá ter o terceiro maior orçamento em defesa.

O norte-coreano Kim Jong Un quer um "aumento exponencial" do arsenal de armas nucleares do país já nos próximos meses, e Pyongyang está a construir uma frota de lança-foguetes móveis de grandes dimensões com a capacidade de atingir qualquer ponto do Sul com uma ogiva nuclear. A febre atómica do ditador pode traduzir-se em até 300 armas nucleares nos próximos anos.

A reação de Seul não se fez esperar e, pela primeira vez, o presidente Yoon Suk Yeol sugeriu a entrada no clube nuclear, enquanto afirmou que o caminho para prevenir ataques passa por ter uma capacidade para "ripostar cem vezes ou mil vezes mais". Contas feitas, o orçamento da defesa para 2023 sofre um aumento de 4,6% em relação a 2022 e situa-se nos 42 mil milhões de dólares.

A Rússia, na sequência do ataque lançado em larga escala à Ucrânia, viu-se na obrigação de rever em alta o orçamento da defesa, que é agora de 84 mil milhões de dólares. Vladimir Putin, que disse não haver "restrições de financiamento" para os militares, planeia gastar um total de 600 mil milhões de dólares na defesa nacional, segurança e ordem pública entre 2022 e 2025.

O chanceler Scholz, de visita às instalações da empresa Hensoldt, observa um sistema de vigilância.© THOMAS KIENZLE / AFP

A Alemanha, que desde a reunificação apostou no desenvolvimento de relações económicas com a Rússia como um fator de mudança pró-ocidental, ou pelo menos de estabilidade, em especial com os gasodutos Nord Stream, acordou para a realidade e o chanceler Olaf Scholz denunciou o "imperialismo" de Putin. Anunciou também um pacote de cem mil milhões de euros para investir em equipamento militar e em cumprir de então em diante, o compromisso de reservar o equivalente a 2% do PIB em despesas de defesa.

67% de apoio. Segundo sondagem publicada em junho no portal T-online, dois terços dos alemães aprovam o pacote de cem mil milhões para equipar o exército, mas as regiões orientais mostram-se divididas.

Mas é mais fácil de dizer do que fazer num país que carrega às costas o passado nazi, ao que se juntam repetidos escândalos de neonazis infiltrados nas forças armadas. A isto acrescente-se uma burocracia tão extensa como o nome do departamento responsável pela aquisição (Gabinete Federal de Equipamento, Tecnologias de Informação e Apoio ao Serviço do Exército). Uma encomenda de um artigo como uma mochila tem de passar por 12 repartições, segundo revela a NPR. Um funcionário da empresa construtora dos tanques Leopard, KMW, diz que nem um euro foi encomendado, o que ajudará a explicar porque nem o orçamento anual de 50 mil milhões foi gasto na totalidade (300 milhões a menos) e que, em consequência, o objetivo de atingir 2% do PIB esteja muito longe de alcançar.

Na sexta-feira, o novo ministro da Defesa, Boris Pistorius, mostrou que quer agitar as águas: disse que o processo de aquisição tem de ser mais rápido, é da opinião que os cem mil milhões não chegam para as encomendas, nem o orçamento.

Na base aérea de Mont-de-Marsan, o presidente Macron anunciou que o orçamento da Defesa vai aumentar em um terço em sete anos.© EPA/Bob Edme/POOL

O par de Berlim na construção europeia pós-guerra, Paris, não é indiferente aos desafios da Rússia. E estes não se restringem ao continente europeu. Em África, o presidente Macron anunciou o fim da operação Barkhane, de combate aos grupos jihadistas, com os mercenários russos a preencherem o vazio.

Mais concentradas na Europa, as forças armadas francesas vão receber mais de 400 mil milhões de euros para o período 2024-2030, um aumento de 30% em relação ao período em vigor. "Depois de repararmos as forças armadas, vamos transformá-las", prometeu o líder francês, apostando na rapidez de ação e no incremento da força, em paralelo com um maior investimento nas defesas aéreas, na cibersegurança e nos serviços de informações militares.

Investimentos no Programa Espacial Brasileiro

Imagem: Expansão Astronauta

*LRCA Defense Consulting - 29/01/2023

O consultor independente e especialista no setor aeroespacial Fernando Ikedo - com a grande expertise adquirida em suas passagens por empresas como Embraer, Avibras, Mectron, AEl Sistemas e Rockwell Collins - publicou no LinkedIn uma reflexão interessante sobre os investimentos no Programa Espacial Brasileiro, à luz de suas postagens sobre o orçamento dos principais projetos estratégicos de Defesa para 2023.

Referindo-se à Lei Orçamentária Anual (LOA 2023), Ikedo afirma que o orçamento dos projetos voltados ao tema "Espaço" vêm, majoritariamente, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com 87% dos recursos, sendo o restante complementado pelo Ministério da Defesa (MD).

Ao observar os números, o especialista conclui que, em termos comparativos, o valor destinado a projetos na área espacial em 2023 corresponde aproximadamente a:
- 1/8 do programa Gripen
- "meio KC-390"
- 50% do projeto SISFRON
- 20% do Forças Blindadas
- 6% do projeto das fragatas

28 janeiro, 2023

Governo de Rondônia adquire fuzis Taurus T4 para a Polícia Militar do Estado


*Diretoria de Comunicação Social da PMRO - 26/01/2023

Na manhã de hoje (26), o Governo de Rondônia entregou 69 fuzis Taurus T4 calibre 5,56 para a Polícia Militar. O material adquirido com recursos de emendas parlamentares alocadas no Fundo de Modernização e Reaparelhamento da Polícia Militar (Fumrespom) custou cerca de R$ 760.000,00 e será distribuído para o 6°, 8º, 9º, e 10° Batalhões, além dos Batalhões de Polícia Ambiental (BPA) e de Fronteira e Divisas (BPFron). A solenidade de entrega aconteceu no hall de entrada do Quartel do Comando Geral em Porto Velho-RO.

“O Governo de Rondônia proporcionou para as unidades operacionais e especializadas da PMRO um armamento moderno com características mais adequadas para o emprego da tropa, uma maior capacidade de operação, proporcionando melhor segurança ao policial e aumento do poder de fogo” disse o comandante-geral da Polícia Militar, coronel PM James Padilha, explicando que o nível de segurança da arma é elevado, considerando a modernidade do projeto.

O comandante-geral também destacou a gestão do governador Marcos Rocha que tem proporcionado mais e melhores condições de trabalho, atuando em várias frentes para aquisição de equipamentos de segurança à Polícia Militar.

A compra do material foi fruto de emendas parlamentares do deputado estadual Alex Silva e ex-deputado estadual Jesuíno Boabaid, o qual se fez presente ao evento e parabenizou o Governo do Estado pelo investimento realizado na segurança pública, especificamente na Polícia Militar, com a autorização das emendas para a compra dos armamentos: “durante o meu mandato na Assembleia Legislativa, fiz questão de ajudar nesse propósito em equipar nossa Polícia Militar. Agradeço ao Governador do Estado por estar realizando essa entrega tão importante aos nossos policiais militares” disse Jesuíno Boabaid.

Representando a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania, o tenente-coronel PM Jeferson Leandro Machado, Gerente de Integração e Segurança de Fronteiras, disse que a compra do material por emendas parlamentares demonstra a integração e preocupação de todos os órgãos, inclusive do Legislativo com a segurança pública. “Este armamento significa segurança ao policial que está na ponta da linha e terá um equipamento com melhor tecnologia. A preocupação do governo de Rondônia, ao longo de quatro anos, foi e continuará sendo uma política de investimentos e valorização às forças de segurança do Estado” disse o Gerente.


Para o Governador Marcos Rocha, que por questões de agenda em Brasília-DF, não pôde comparecer ao evento, disse que os armamentos fazem parte da política de investimentos na segurança pública em Rondônia e que as armas serão importantes para o combate ao crime organizado: “Continuamos investindo na segurança pública pois acreditamos que a Polícia Militar necessita estar sempre pronta para combater a violência em nosso Estado. Os armamentos adquiridos são avançados tecnologicamente. E essa característica fará com que a atuação dos policiais militares seja com mais segurança durante o policiamento ostensivo” enfatiza o Governador Marcos Rocha.

Saiba mais:

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Curso de Extensão em Defesa Nacional será realizado em Porto Alegre, presencial e online


*LRCA Defense Consulting - 28/01/2023

A Escola Superior de Defesa (ESD), por intermédio da Divisão de Extensão, Pesquisa e Pós Graduação, oferece, a partir de 2023, o Curso de Extensão em Defesa Nacional.

O principal objetivo do curso é o estímulo à reflexão e aos estudos de temas que envolvem Defesa Nacional, em cumprimento ao 6º Objetivo da Política Nacional de Defesa - “Ampliar o envolvimento da sociedade brasileira nos assuntos de Defesa Nacional”.

O Curso é gratuito e ocorre em formato de palestras e debates do mais alto nível, com renomados especialistas civis e militares de todo o país.

Modalidade: presencial e com transmissão online pela nossa página no Youtube.

Duração: uma semana.

Carga horária: 20 horas.

Público-alvo: o curso é gratuito e aberto à sociedade para todos os inscritos.

Certificado: ao fim do curso será emitido um certificado para todos os participantes que completarem, pelo menos, 75% da carga horária.  

Inscrições e programação EM BREVE.

O evento será realizado na Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), em Porto Alegre.

Para acompanhar de forma online, acesse a página no Youtube, mediante inscrição. 

27 janeiro, 2023

Brigadeiro Mesquita destaca prioridades da nova gestão da Seprod


*LRCA Defense Consulting - 27/01/2023

Estruturação de uma ampla base de dados para uma melhor consciência situacional da Base Industrial de Defesa, simplificação tributária, fomento à produtividade e desenvolvimento tecnológico estão entre as prioridades do novo Secretário de Produtos de Defesa (Seprod), do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro do Ar Rui Chagas Mesquita. Ele debateu estes e outros temas com as associadas da ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), durante a plenária mensal realizada nesta última terça-feira (24).

A reunião, em formato online, contou com a participação de cerca de 100 associadas e convidados. A plenária foi aberta pelo Presidente do Conselho Diretor da ABIMDE, Dr. Roberto Gallo, que cumprimentou todos os participantes na pessoa do Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha do Brasil, representado pelo Alte Muradas, passando a palavra ao Brigadeiro Mesquita.

Abertura da Plenária
O Secretário de Produtos de Defesa fez sua apresentação a partir do MD, em Brasília, ao lado de parte de sua equipe: Brigadeiro Antonio Ferreira de Lima Júnior, Diretor do Departamento de Promoção Comercial; Brigadeiro Alex Orçay Reis, Diretor do Departamento de Financiamentos e Economia de Defesa; Coronel Rafael Aquino dos Santos, coordenador do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação, representando o diretor, General Carlos Eduardo da Mota Góes; Capitão de Mar e Guerra Leonardo José Trindade de Gusmão, Coordenador-geral do Departamento de Produtos de Defesa, e da Gerente do Gabinete da Seprod e Assessora Especial para o Comércio Exterior, Juliana Ribeiro Larenas.

Ao abrir a apresentação, o Brigadeiro Mesquita enalteceu o trabalho realizado por seus antecessores à frente da Seprod, destacando a atuação do Dr. Marcos Degaut e do General Luis Antônio Duizit Brito, e revelou a escolha de duas palavras como principais vertentes da sua gestão: continuidade e produtividade.

A primeira, explicou o Secretário, refere-se a dar continuidade à missão que foi iniciada com a criação do Ministério da Defesa, para implementação e fortalecimento dos marcos referenciais da Base Industrial de Defesa. Já a segunda vertente, produtividade, indica que a Seprod seguirá a diretriz do novo governo, que tem como máxima a reindustrialização do parque industrial brasileiro, buscando soluções disruptivas, com bases tecnológicas e de inovação.

Foco no PAED...
O Brigadeiro afirmou que o objetivo principal da Seprod é manter o foco no PAED (Plano de Articulação e Equipamento de Defesa) e nas necessidades de produção, emprego e treinamento das Forças Armadas. “Esse é um alerta à nossa Base Industrial de Defesa: olhar para nosso Plano de Articulação e Equipamento de Defesa [PAED], lá estão nossas necessidades.”

Nova Política Industrial
O Secretário acredita que o MDIC (Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio) implementará uma política moderna de desenvolvimento industrial, que beneficiará também a Base Industrial de Defesa.

“Um dos primeiros atos do novo governo foi criar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que convergirá os discursos público e privado, e, certamente, trabalhará nos gargalos dos incentivos para aumentar a nossa produção industrial, no sentido da competitividade, das exportações e, principalmente, do atendimento ao mercado interno”, disse o Brigadeiro Mesquita.

Considerando a vocação tecnológica e para as exportações da Defesa, ele afirmou que a Seprod já iniciou uma boa relação com as pastas que possam contribuir com o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa (BID), principalmente o MDIC, MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e o MRE (Ministério das Relações Exteriores).

“Com o MDIC, estamos em uma estreita articulação no sentido de ter nossas garantias e incremento dos nossos financiamentos. Esse é um grande desafio, que eu vejo como uma das principais metas para este ano”, citou como exemplo.

Outra urgência ressaltada pelo Secretário é a necessidade da simplificação e da isonomia tributária no comércio exterior, lembrando que esta foi uma das primeiras pautas que o Presidente da ABIMDE apresentou a ele.

Ciência Tecnologia e Inovação
Ao longo de toda a apresentação, o Brigadeiro Mesquita enfatizou o desenvolvimento científico e tecnológico como premissa para o fomento industrial e aumento da competitividade da Indústria de Defesa.

Neste sentido, ele aponta que a aproximação do BNDES ao MCTI, também anunciada pelo novo governo, representaria um avanço também para a Indústria de Defesa, pois será mais um player no fomento da competitividade e das exportações de produtos com maior valor agregado.

Na agenda da produtividade, ele destacou ainda a necessidade de formação e qualificação da mão de obra especializada, da fusão das tecnologias da Indústria 4.0, do foco em sustentabilidade e da inserção da bioindústria na nossa Base Industrial de Defesa.

Pedido de Colaboração

O Brigadeiro Mesquita aproveitou a oportunidade para solicitar a colaboração da ABIMDE e das empresas da Base Industrial de Defesa em ações prementes que poderão contribuir com o crescimento do setor, com foco em: gargalos à produtividade, comunicação institucional, agenda regulatória, políticas de pesquisa e desenvolvimento, e acordos de compensação, entre outros.

Entre estas ações, ele destacou a necessidade de regulação e normatização da Política de Ciência, Tecnologia e Inovação de Defesa, da Política Nacional da Base Industrial de Defesa, da Política de Compensação Tecnológica das Exportações e Importações de Produtos de Defesa, e das diretrizes relacionadas aos processos de investimento, seguros e garantias para exportações.

Sobre esta última questão, ele afirmou: "nós já sensibilizamos nossos Conselhos e Comitês do MDIC da importância que é dar esse apoio no financiamento e nas garantias das exportações de produtos de defesa."

Com relação à promoção comercial da BID no exterior, o Secretário disse que já estão sendo criados Grupos de Trabalho (GT) direcionados a países interessados em fazer negócios com a Base Industrial de Defesa do Brasil.

"Eu queria reforçar que a nossa missão está pautada permanentemente na formulação dos nossos marcos referenciais, iniciativa de valor estratégico para o desenvolvimento permanente da nossa Base Industrial de Defesa. Para isso, nós temos que atender as necessidades de preparo, prontidão, emprego, aparelhamento e modernização das nossas Forças Armadas", finalizou o Secretário, ressaltando que a Seprod está de portas abertas para receber as demandas e dialogar com todas as empresas da BID e instituições interessadas.

Após a apresentação, o Secretário ainda falou sobre quatro temas encaminhados pelo General Aderico Mattioli, Presidente Executivo da ABIMDE: TLE (Termo de Licitação Especial), feiras internacionais, Observatório da Indústria (para identificação de demandas logísticas internas e externas) e catalogação de empresas e produtos.

Lembrando à audiência que está iniciando sua terceira semana à frente da Seprod e por isso ainda está se adaptando às funções e vivenciando a fase da curva de aprendizagem, o Brigadeiro Mesquita respondeu assertivamente às perguntas.

Termo de Licitação Especial
“O TLE é muito importante para fortalecimento da Base, mas está sendo pouco utilizado. Fiquei surpreso com esse baixo uso pela importância que ele representa para a Base Industrial de Defesa, principalmente, na qualidade e segurança que dá aos produtos. Já pedi para fevereiro uma conversa com as três Forças para divulgação e fortalecimento desse processo e já determinei também que o Departamento Comercial da Seprod iniciasse o planejamento para um workshop, ou um seminário, reunindo todos os atores.”

Feiras de Defesa
“Logicamente são o carro-chefe da promoção comercial. Nós temos o planejamento já aprovado para este ano, pelo menos até o segundo semestre. Estaremos presentes e incentivaremos todas as feiras que estiverem dentro do nosso alcance. Para as áreas que não forem abarcadas por essas feiras, estamos abertos para conversas, para pensar em uma promoção especial dedicada a elas, principalmente com relação a outros países.

Por isso os Grupos de Trabalho que estamos fazendo com os países interessados; por exemplo, já recebemos Marrocos. Já estamos combinando com a ABIMDE uma visita à Apex, e ao Departamento de Assuntos de Defesa e Segurança do MRE. Precisamos dessa união de esforços para que as feiras gerem negócios.”

Observatório da Base Industrial
“Eu senti falta disso aqui. Precisamos ter um sistema de gestão do conhecimento e de nossas funções, principalmente em relação à modernização do cadastro da Indústria de Defesa. Mas não é só um cadastro dos produtos, nós temos que tirar inferências desse banco de dados, para podermos reagir principalmente com relação ao comércio exterior. É uma demanda que está em nossa meta estratégica: o melhoramento e aperfeiçoamento desse sistema da indústria, para que ele tenha mais dados e consiga apresentar inferências e informações para nossas decisões e planejamento.”

Catalogação de Produtos e Empresas de Defesa
A parte de catalogação nesse sistema dual vai ao encontro do que eu falei, realmente ainda carecemos de fomentar essa base com mais dados para podermos tirar inferências.

O Secretário aproveitou para solicitar às empresas da BID, principalmente as certificadas como ED (Empresas de Defesa) e EED (Empresas Estratégicas de Defesa), para atualizarem suas informações para que a Seprod possa fazer as conexões e buscar caminhos para fomentar o desenvolvimento de novos produtos e negócios.

Ele também apontou a necessidade de registro dos resultados gerados à Base Industrial de Defesa nas feiras, missões, negociações com embaixadas e quaisquer ações que visam a promoção comercial. Isso permitiria a mensuração e o escalonamento das entregas em direção à meta de crescimento da BID.

“O resultado do nosso trabalho é que vai fortalecer o nosso planejamento para o ano que vem. Queria colocar essas entregas no papel, eu tenho certeza que com essa motivação a nossa alta direção não terá dúvida da nossa dedicação e da nossa presença nesses eventos”, explicou o Brigadeiro.

O Presidente do Conselho Diretor da ABIMDE agradeceu as palavras do Secretário e disse estar feliz com o direcionamento da nova gestão da Seprod. “Claro que temos muitas preocupações que precisam ser endereçadas, mas quero crer que aproveitar aquilo que deu certo e avançar naquilo que precisa de avanço é sempre o caminho mais adequado.”, disse Dr. Gallo.

Ele parabenizou a intenção da Seprod de buscar uma melhor consciência situacional criando uma ampla base de dados e colocou a ABIMDE como parceira nesta empreitada. “Vamos pensar como podemos auxiliar o Ministério da Defesa a ter uma maior consciência situacional.”

O General Aderico Mattioli, Presidente Executivo da ABIMDE, também agradeceu ao Secretário pela apresentação e ressaltou o constante apoio que a entidade e toda a Base Industrial de Defesa tem recebido das diretorias da Seprod.

“Com certeza, as nossas associadas estão percebendo que apesar do pouco tempo que o senhor está à testa da Secretaria, por uma vocação pessoal, por seu background e pela determinação que está trazendo, aqueles temas que são caros para nossas associadas estão sendo rapidamente absorvidos, identificados e trabalhados. E, além de dar continuidade, o senhor está estabelecendo novas metas”, disse o General Mattioli.

Assuntos de Interesse do Setor
Dando prosseguimento à plenária, o General Mattioli abriu a pauta sobre os assuntos de interesse das associadas, falando sobre a colaboração da ABIMDE com a Agenda Legislativa da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e a criação do Catálogo de Empresa, Produtos e Serviços, dentre outros temas.

O Diretor Executivo da ABIMDE, Coronel Armando Lemos, falou sobre a participação da entidade na SHOT Show, em Las Vegas, e destacou os principais eventos e ações programados para este ano.

A primeira feira internacional com a participação do Pavilhão Brasil será a IDEX, entre 19 e 24 de fevereiro, em Abu Dhabi (EAU), com presença de 14 empresas brasileiras.

Outro evento importante previsto no calendário é a LAAD 2023, feira internacional de Defesa e Segurança que acontece no Rio de Janeiro, em abril, com presença da ABIMDE.

De acordo com o Coronel, os organizadores da LAAD estão oferecendo um pequeno espaço gratuito às empresas que participam pela primeira vez do evento, as interessadas podem contatar a administração da ABIMDE para obter mais informações..

Parcerias e Novas Associadas
Ao final da plenária, Coronel Lemos apresentou as novas empresas associadas da ABIMDE: Energy Source, de São João da Boa Vista (SP); Indústria Nacional de Pinus, de São Paulo (SP); Infinity Safe Tecnologia em Segurança, de São Paulo (SP); Liramax Etiquetas, de São Paulo (SP); e Trilobit Comercio, Montagem e Fabricação de Placas Eletrônicas, de São Paulo (SP).

O Presidente Executivo deu as boas-vindas e enalteceu as capacidades das novas associadas. "Tenho certeza que as novas associadas vêm fortalecer ainda mais a nossa entidade. Reitero aqui que a ABIMDE está sempre com suas portas abertas ao diálogo com todas as suas associadas e disposta a ouvir e atender as demandas que possam fomentar e promover o crescimento do nosso setor de Defesa e Segurança.”

Grécia demonstra interesse na aeronave Embraer C-390 Millennium


*LRCA Defense Consulting - 27/01/2023

O Ministério da Defesa Nacional da Grécia informou ontem (26) que, no dia 25 de janeiro, foi realizada reunião da representante da empresa Embraer, Sra. Carla Salleron (Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Vendas) com funcionários relevantes do Estado-Maior Geral da Aeronáutica (GEA).

O objetivo da reunião foi a apresentação de informações sobre as capacidades da aeronave C-390 Millennium.

Embraer investe R$ 20 milhões em fundo gerido pela MSW e fortalece seu programa de Corporate Venture Capital


 

*LRCA Defense Consulting - 27/01/2023

 A Embraer anunciou hoje um investimento inicial no MSW MultiCorp 2 de R$ 20 milhões, com o objetivo de atrair e impulsionar startups brasileiras inovadoras que tenham sinergia com a estratégia de inovação da empresa. A Embraer tem fortalecido a sua atuação para fomentar o empreendedorismo no ecossistema brasileiro, realizando não só investimentos, mas criando parcerias com empreendedores interessados em atuar de forma colaborativa.

O MSW MultiCorp 2 é gerido pela MSW Capital, gestora de Venture Capital, pioneira no Brasil a se especializar em Corporate Venture Capital. Esse é o segundo fundo Multi-Corporate Venture da MSW. O modelo desenvolvido pela gestora permite que grandes Corporações invistam em startups de forma estratégica e estruturada. Ao entrar no fundo, a Embraer se junta a Moura Baterias e BB Seguros ampliando as áreas-foco de investimento do fundo em Seguros e Energia para startups com soluções digitais e de plataforma para os setores aeroespacial, agro e cargo-logística.

“Nossa missão é cocriar o futuro da Embraer, das investidas e do ecossistema por meio de uma inovação pensada em conjunto. Desta forma, buscamos, via Embraer Ventures, alavancar a estratégia de inovação da companhia, aportando valor às investidas, aumentado suas chances de sucesso, ao mesmo tempo em que geramos retorno financeiro para garantir perenidade ao fundo de investimento. É esse propósito que encontramos no MSW MultiCorp 2 e estamos entusiasmados em poder colaborar ainda mais com a força empreendedora do país,” disse Daniel Moczydlower, Head de Inovação da Embraer e CEO da Embraer-X.

O MSW MultiCorp 2 investirá sempre de forma minoritária em startups em estágios seed e série-A com cheques entre R$3 milhões e R$15 milhões em negócios onde seja possível gerar valor com o impulso da Embraer e/ou dos outros investidores do Fundo. Para toda empresa investida será realizado um Plano de Impulso, forma como o fundo alavanca o negócio das startups e leva inovação para as Corporações. As startups que se enquadrem nesse perfil e nos mercados apontados podem enviar seus decks direto à Gestora.

Para Richard Zeiger, sócio da MSW: “A Embraer é uma das empresas brasileiras que melhor representa o empreendedorismo e a inovação em escala global. Ter a oportunidade de fortalecer o programa de CVC da empresa é um marco muito importante para a MSW e acima de tudo um privilégio. Esse investimento consolida o nosso modelo MultiCoporate onde reunimos mais de uma corporação em um único fundo de venture capital e vamos em busca dos melhores empreendedores que estão criando soluções nos mercados em que as corporações atuam ou desejam em algum momento atuar.”

26 janeiro, 2023

Plataforma digital da WEG permite o monitoramento online e a gestão dos ativos em cooperativa de cafeicultores


*LRCA Defense Consulting - 26/01/2023

A segurança dos operadores, aumento de disponibilidade dos equipamentos, redução do custo de manutenção e o cuidado com o meio ambiente são temas que estão cada vez mais em pauta nas reuniões executivas, impactando diretamente na decisão da habilitação de fornecedores para o mercado estrangeiro de café.

A Expocaccer - Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado - é uma cooperativa que há mais de 29 anos atua no mercado de café da região e uma das pioneiras do ramo a realizar a adoção de soluções digitais WEG para o acompanhamento do estado operacional dos ativos por meio da coleta automática de dados, sensoriamento remoto via wireless e processamento avançado utilizando IA (inteligência artificial). Os alertas e diagnósticos gerados permitem ainda estabelecer planos de manutenção preditiva.

Essa implantação faz parte da primeira fase do projeto, finalizada no primeiro semestre de 2022, e possibilitou ao cliente a redução de gastos com manutenção, pois através do monitoramento da condição de ativos pode realizar a substituição somente dos elementos com desgastes, evitando paradas não planejadas. “Com o monitoramento dos equipamentos, passamos a ter maior segurança nas decisões a serem tomadas tanto em tempo de paradas quanto em peças substituídas”, comenta Célio Eduardo Barreto, Coordenador de Manutenção da Expocaccer.

Desde o início do uso da plataforma, há dez meses, as paradas não planejadas para manutenção corretiva em motores elétricos e outros ativos mecânicos foram reduzidas em até 5,5%, houve ainda um acréscimo na disponibilidade dos equipamentos de 10% em relação aos motores elétricos e 7% em relação aos ativos mecânicos.

“Após a implantação dos sensores WEG conseguimos antecipar a detecção de falhas e possíveis quebras nos equipamentos rastreados antes da efetiva quebra, aumentando a disponibilidade, pois as manutenções passaram a ser programadas junto ao PCP em janelas, sem comprometer a produção”, completa Célio Eduardo.

A Expocaccer sempre em busca de inovação tecnológica se alia a um grande fornecedor de tecnologia, e através das soluções digitais WEG mantém seus ativos em perfeito estado de funcionamento e uma indústria cada vez mais 4.0.

Sobre o WEG Motion Fleet Management (MFM)
O MFM (WEG Motion Fleet Management) é uma solução de software que permite conhecer o estado operacional de motores elétricos, inversores e soft-starters de baixa e média tensão, sistemas de partida com relé inteligente (SRW), redutores, motoredutores, compressores entre outros ativos, com o processamento distribuído permitem a geração de alertas e o acompanhamento total dos ativos, garantindo um aumento de disponibilidade e redução do custo de operação.

China aposta no grafeno como sucessor do silício para fabricar chips


*Zextec - 25/01/2023

O grafeno se mostra como um sucessor interessante ao silício, devido a sua superfície com baixa quantidade de impurezas e e alta mobilidade de elétrons. Composto de uma camada individual em formato hexagonal de carbono, o grafeno é 200 vezes mais forte que o aço. Ao mesmo tempo, sua condutividade térmica e elétrica são superiores às do cobre, o que torna o componente uma opção para a fabricar além de chips, também baterias e dissipadores de calor.

A grande dificuldade, pelo menos por enquanto, na produção em massa de chips de grafeno está nos custos de manufatura. Chips de grafeno são complicados de fabricar e possuem custo elevado. A ideia não é nova, mas até o momento ninguém conseguiu desenvolver um método de fabricação comercialmente viável, e o consórcio da China pretende criar uma solução para tal problema.

Durante a Convenção Internacional de Grafeno da China, diversas companhias e instituições criaram um consórcio para investir no grafeno como sucessor do silício na fabricação de chips. A intenção do consórcio é criar soluções internas que ofereçam 10 vezes mais performance do que os chips atuais.

Com certeza, o consórcio chinês olha para o futuro na intenção de desenvolver soluções internas e aumentar sua independência com os componentes. A China não é o único país em busca de novas soluções e os Estados Unidos vêm realizando investimentos bilionários na construção de fábricas de chips. Por enquanto, resta saber se a união de diversas empresas será capaz de criar uma tecnologia de manufatura comercialmente viável para produzir chips de grafeno.

Empresas como The Chint Group, Shanghai Electric Cable Institute e Shanghai Graphene Industry Technology Functional Platform são algumas das companhias participantes do consórcio.

25 janeiro, 2023

A revolução tecnológica da Taurus em 2023


*LRCA Defense Consulting - 26/01/2023

A Taurus Armas S.A. se tornou a maior vendedora mundial de armas leves e líder em indicadores financeiros entre suas congêneres. Com isso, como afirmou Sérgio Sgrillo Filho (seu CFI) no mês passado, consegue ser agressiva nas licitações internacionais sem perder a excelente margem de lucro que a caracteriza como grande geradora de caixa.

Neste ano, a multinacional gaúcha está para iniciar um de seus mais ousados e importantes passos, capaz de catapultá-la a um nível de qualidade, produtividade e eficiência sem paralelo no setor.

Utilizando-se de Sistemas Tracionados de Valor, um novo e revolucionário conceito de manufatura, a empresa está implantando, em um grande pavilhão recém construído, a 1ª Célula de Manufatura Autônoma, baseada em robotização e inteligência artificial, com máquinas e equipamentos também adquiridos em 2022.

Essa primeira célula, que validará o processo, será destinada à produção de revólveres, com a entrega inicial de 900 armas/dia a partir de abril deste ano. Após tal validação, serão implantadas mais duas células, uma para pistolas e outra para armas táticas. No final, haverá três fábricas totalmente automatizadas.

O novo sistema possibilitará um grande ganho de qualidade, de produtividade e de lucratividade, já que reduzirá a níveis mínimos o estoque intermediário, praticamente eliminará as perdas (sucata), reduzirá a necessidade de mão de obra e diminuirá os tempos de produção, gerando uma economia estimada em mais de R$ 15 milhões por ano. 

Além disso, possibilitará também a internalização de processos que hoje são terceirizados, com uma economia de cerca de 30% nesse custo.

A produção de revólveres, como início do novo sistema, é explicada pela dificuldade que todas as fabricantes têm para produzir esse tipo de arma, tanto que só há três big players de revólveres no mundo, ao passo que há muitos de pistolas. Além disso, a Taurus é a líder mundial na produção e venda de revólveres, estando focada atualmente nessa arma como um de seus carros-chefes, dada à fidelidade do mercado americano a ela, tanto para o porte oculto, como para caça e tiro esportivo.

Paralelamente às três novas fábricas automatizadas, está havendo também a robotização da produção de componentes estratégicos, como o ferrolho da pistola Striker (TS9), que será produzido por um robô de sete eixos que já está pronto para entrar em operação. No entanto, como a Taurus tem a possibilidade de realizar um grande negócio com essa arma, está aguardando sua eventual concretização para tomar a decisão.


SAP, replicação USA e Índia, produção, férias, margem da GX4 e Law Enforcement

Outra importante medida em direção à Transformação Digital da Taurus foi a conversão do sistema SAP ECC para o SAP S/4HANA Private Cloud, utilizando a abordagem Redfield da Delaware Brasil, uma solução de migração com riscos reduzidos, altamente gerenciável e capaz de proporcionar a máxima continuidade das operações comerciais por meio de uma plataforma de ponta preparada para os próximos desafios digitais da empresa.

Todos esses novos sistemas, que ora estão sendo implantados na Taurus Brasil, serão também replicados na Taurus USA e na Taurus Índia, de modo que as três unidades fabris da empresa funcionem e possam ser geridas de igual modo e integradamente.

Em consequência de tantas novidades tecnológicas, não está previsto um aumento significativo de produção para este ano, a não ser que um fato novo sobrevenha, como uma grande licitação, por exemplo. Caso contrário, o foco será obter ganhos de produtividade e de margem, que tendem a ser expressivos.

Por falar em margem, o Diretor de Engenharia da Taurus, Leonardo Brum Sesti, comentou que a pistola GX4 tem margens "fora do padrão", o que é excelente, uma vez que ela está se tornando uma das armas mais vendidas e de maior sucesso da empresa. 

Um outro comentário do Diretor de Engenharia foi de que boa parte dos investimentos realizados no ano passado estão destinados também às licitações do mercado americano de Law Enforcement, uma nova e excelente oportunidade em que a Taurus está trabalhando ativamente com vistas a ampliar seus negócios nos EUA.

A propósito, foi dito também que a empresa antecipou a produção, de modo que as férias coletivas não tivessem impacto negativo na operação.


Outras tecnologias de ponta
A Taurus já lançou no Brasil, em caráter pioneiro no mundo, a versão da pistola GX4 com grafeno no polímero e está com estudos avançados para a utilização de nanopartículas de nióbio nas partes metálicas (MIM). Além disso, essa arma conta também com a tecnologia DLC (material que dá ao aço a resistência do diamante - diamond like carbon) e, em breve, contará ainda com o polímero de fibras longas.

A empresa negociou um contrato inédito de nacionalização da tecnologia de aplicação de DLC, que já era utilizada no cano da linha de pistolas microcompactas GX4 na fábrica da Taurus USA, sendo que os primeiros 1.000 canos brasileiros já estão sendo produzidos no Condomínio de Fornecedores, onde ficará a nova fábrica. O DLC consiste em um filme fino de carbono com características físico-químicas próximas ao diamante. É aplicado em superfícies metálicas para garantir novas propriedades, como altíssima resistência ao atrito e à corrosão.

Além disso, está sendo montada também uma parceria inédita de transferência de tecnologia com uma empresa norte-americana para desenvolver polímeros com fibras longas, material que proporciona maior resistência e robustez ao produto, além de baratear o custo final. Os engenheiros da Taurus já estão desenvolvendo um protótipo no Brasil para aplicação em carregadores de armas táticas.

Em síntese, tais tecnologias visam proporcionar maior resistência, robustez, leveza e durabilidade à arma, tornando-a também praticamente imune ao "câncer dos metais" (corrosão), qualidades estas que são muito valorizadas pelos mercados policiais e militares americanos e que, conforme a empresa, poderão se constituir em um diferencial imbatível nos EUA e no mundo.


Uma marca que cada vez mais ganha prêmios e outras distinções
O elevado padrão de qualidade, tecnologia e inovação que passou a caracterizar a Taurus, especialmente a partir de 2018, já recebeu diversas premiações nacionais e 38 prêmios internacionais, entre eles os mais importantes da indústria de armas dos Estados Unidos, como Handgun of the Year, Golden Bullseye, Editor’s Choice Award, NASGW-POMA Caliber e Best Value Handgun. A marca é detentora de sete prêmios concedidos pela NRA (National Rifle Association), uma das premiações de maior prestígio na indústria de armas de fogo nos Estados Unidos, e seus produtos foram eleitos 14 vezes como a arma do ano (Handgun of the Year).

Desde 2018, quando a competente equipe liderada pelo dinâmico e brilhante estrategista Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, assumiu a condução da empresa e empreendeu o mais bem-sucedido turnaround da indústria brasileira neste século, a Taurus vem conquistando aproximadamente três grandes prêmios americanos a cada dois anos.

Em 2019, a pistola TX22 conquistou o prêmio Handgun of the Year 2019, da revista americana GUNS & AMMO, pelo seu design excepcional, desempenho confiável, diversas aplicações e baixo custo, sendo considerada a pistola calibre .22 LR mais avançada do mercado.

Em 2021, a pistola GX4 ganhou outros dois importantes prêmios do setor nos Estados Unidos: Melhor Nova Arma de 2021 e Melhor Novo Produto Geral na 5ª edição do NASGW-POMA Caliber Awards (Prêmios de Qualidade/Excelência).

Os mais recentes destaques, em 2022, foram o revólver 856 Executive Grade, que foi selecionado como Handgun Of The Year pela criteriosa e especializada equipe editorial do Shooting Illustrated, um dos jornais oficiais da NRA (National Rifle Association), e a plataforma de pistolas Taurus GX4 que ganhou o cobiçado prêmio Handgun of the Year 2022, da revista americana GUNS & AMMO.

A Taurus também se destacou em 2022 na quinta edição anual do prêmio Ballistic 's Best Guns Of The Year Awards, com a família de pistolas Taurus GX4 ganhando o prêmio Best Value Handgun, da revista Ballistic, nos Estados Unidos. A escolha dos editores para a premiação foi para a arma que oferece a melhor relação entre recursos oferecidos ao usuário e seu preço (melhor custo-benefício), e a família GX4 foi a seleção lógica nestes critérios.

Ainda no ano passado, a pistola TX22 Competition SCR, lançada em meados do ano, ganhou o prêmio Escolha do Editor no Teste de Arma de Mão de 2022 da conceituada publicação americana Field & Stream. Conforme afirmou o Editor Richard Mann: "De todas as armas de fogo rimfire que disparamos durante o F&S Handgun Test, esta pistola de tiro rápido da Taurus saiu no topo".

Além disso, os produtos Taurus são constantemente avaliados e destacados por especialistas em reviews publicadas nas principais fontes de notícias dos Estados Unidos para os consumidores do mais exigente mercado de armas do mundo. Apenas como um exemplo, em avaliação feita por Rob Reaser - autor e co-autor de vários livros sobre armas e também editor-chefe da Shoot On - principal fonte de notícias especializadas dos Estados Unidos - o conceituado especialista declarou que a GX4 é a micropistola mais precisa que a Shoot On já testou, e que a GX4 na versão T.O.R.O mantém o alto desempenho de sua versão standard.


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