*Portal Cascais, por Benedito Cabral - 06/11/2022
Jackson Schneider, CEO da divisão de defesa da brasileira Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves civis do mundo depois da Boeing e da Airbus, enfatizou isso em entrevista a um repórter em 27 de outubro. O presidente Jackson Schneider disse: “Visitei a Coréia pela primeira vez para explorar várias possibilidades de cooperação industrial, como assinar memorandos de entendimento com empresas coreanas”. Em comunicado à imprensa, a Embraer disse: “Para fortalecer a cooperação com a Coréia na fabricação de aeronaves, assinamos um memorando de entendimento com as empresas aeroespaciais ASTG, EMK, Kencore Aerospace (KENCOA) e o fornecimento de peças para o C-390 ‘Millennium’.
A aeronave de transporte C-390 da Embraer está participando do segundo maior programa de aeronaves de transporte promovido pela Administração do Programa de Aquisição da Força Aérea e Defesa. O 2º Grande Projeto de Aeronaves de Transporte foi designado como um projeto piloto que exigirá que as empresas nacionais participem da fabricação e exportação de componentes-chave para aeronaves de transporte e expandam a participação nas cadeias de suprimentos globais por empresas de defesa domésticas. A cooperação com empresas nacionais é necessária para obter pedidos. Nesse contexto, foi assinado um memorando de entendimento entre a Embraer e três empresas nacionais.
O Presidente Schneider disse: “Acredito que o fortalecimento da cooperação por meio deste MOU beneficiará tanto a Embraer quanto as empresas coreanas. Com base em nossas diversas experiências, esperamos construir parcerias significativas com empresas coreanas para criar novos negócios e soluções”.
Investimento de 710 bilhões adquiridos 3 grandes aeronaves de transporte
A Embraer é uma fabricante de aeronaves de classe mundial, mas é uma empresa relativamente desconhecida na Coréia, e a visita do CEO à Coréia é incomum. Como Schneider e Embraer observaram, isso está intimamente relacionado ao desafio da aeronave de transporte C-390 na segunda fase do programa da Força Aérea para grandes aeronaves de transporte.
O segundo plano para grandes aeronaves de transporte é investir 710 bilhões até 2026 para comprar três grandes aeronaves de transporte da Força Aérea. O Lockheed Martin C-130J Super Hercules dos EUA, o Airbus A400M da Europa e o Embraer C-390 do Brasil estão participando da guerra em três frentes. Sabe-se que as três empresas apresentaram um pedido de proposta (RFP) para o projeto à Administração do Programa de Aquisição de Defesa em 25 de outubro. Os processos de negócios, como negociação e avaliação, continuarão enquanto a Administração do Programa de Aquisição de Defesa determina se a proposta é elegível até meados deste mês.
“A aeronave de transporte C-390 atende a todos os requisitos críticos (ROC) da Força Aérea Coreana”, enfatizou o presidente Schneider. “O C-390 é mais rápido e tem um alcance maior em comparação com outras aeronaves, e atende a muitos requisitos de seleção, além dos requisitos essenciais da Força Aérea Coreana”, disse ele.
A aeronave de transporte C-390, que realizou seu primeiro voo em 2015, é dividida em C-390 básico e KC-390 com capacidade adicional de reabastecimento aéreo. Equipado com dois motores turbofan, tem uma autonomia de 8450 km. A distância de decolagem e pouso é de apenas 1000-1100m. Tem 35 m de comprimento, 11,8 m de altura e 35 m de envergadura, podendo transportar até 26 toneladas de carga. Pode transportar 24 contêineres, 64 pára-quedistas totalmente armados e 3 tanques auxiliares de combustível de 4 toneladas. Além disso, realiza várias tarefas como extinguir incêndios florestais, evacuar o trabalho.
O KC-390 está em serviço desde que foi entregue à Força Aérea Brasileira em 2019, e o tempo total de voo ultrapassou 7.000 horas. A taxa de conclusão de obras atingiu 99%, o que mostra a melhor disponibilidade e produtividade no setor de transporte, disse a Embraer. A Força Aérea Brasileira encomendou um total de 22 KC-390.
Em junho passado, o Ministério da Defesa holandês anunciou que havia selecionado o KC-390 (cinco) para substituir o operacional C-130 Hercules. O motivo da escolha do KC-390 foi que “a aeronave de transporte tem excelente desempenho e pode ser operada e mantida com eficiência”, segundo o Ministério da Defesa Nacional holandês. Portugal e Hungria planejam introduzir cinco e dois KC-390 em 2023 e 2024, respectivamente.
O presidente Schneider enfatizou sua disposição de cooperar ativamente com as empresas coreanas em relação ao segundo projeto de grandes aeronaves de transporte. Durante esta visita, a equipe da Embraer visitou 22 empresas coreanas e assinou MoUs com 3 delas. “Muitas empresas coreanas entraram no Brasil, como Samsung e Hyundai, e têm boa reputação pelos produtos coreanos”, disse.
“Espero que essa cooperação estratégica também seja estendida à Ásia”, acrescentou. A Embraer disse: “Ao trabalhar com fornecedores estrangeiros, o volume de importações como peças chega a 4 bilhões de dólares (cerca de 5,7 trilhões de won) por ano.
A aeronave de transporte brasileira Embraer C-390 CG participou do segundo grande projeto de aeronave de transporte da Força Aérea Coreana. A marca Taegeuk está estampada nele. Foto Embraer |
“A possibilidade de cooperação com a KAI está aberta”
Anteriormente, a KOTRA (Korea Trade Investment Promotion Agency) em seu relatório de tendências do mercado externo em novembro do ano passado disse: “As companhias aéreas brasileiras, incluindo a Embraer, veem a indústria de aviação coreana como um grande mercado. Também estamos considerando formas de fornecer peças. Construir o avião juntos.
Uma das razões pelas quais o Embraer KC-390 está chamando a atenção é o potencial de cooperação com a KAI. A Embraer realizou um dia de mídia da Embraer em São José dos Campos, Brasil, em junho, para buscar um parceiro para a indústria KC-390. Na época, o presidente Schneider disse: “A Embraer está em consulta antecipada com parceiros do setor para expandir o escopo comercial de seu principal produto, o KC-390.
A razão pela qual a KAI é mencionada como parceira industrial da Embraer é porque a KAI anunciou no ano passado um conceito para uma aeronave de transporte militar de médio porte com um design semelhante ao KC-390. Na ‘2021 Aerospace Power Generation Conference’, a KAI anunciou que desenvolverá aeronaves de transporte doméstico para substituir as aeronaves de transporte C-130 e CN-235 atualmente operadas pela Força Aérea. O custo de desenvolvimento é de cerca de 3 trilhões de won, e o período de desenvolvimento deve ser de 7 anos para aeronaves de transporte e aeronaves de patrulha marítima, respectivamente, e 5 anos para aeronaves civis de médio porte. Em relação à possibilidade de cooperação com a KAI, o presidente Schneider disse: “Ainda não há discussão específica com a KAI, mas todas as possibilidades estão abertas (em relação à cooperação)”.
Desde sua fundação em 1969, a Embraer fabricou e entregou mais de 8.000 aeronaves. Tem 18.000 funcionários em todo o mundo. As aeronaves construídas pela Embraer transportam mais de 145 milhões de passageiros por ano. Na década de 1980, o caça AMX foi desenvolvido em colaboração com a Itália e, depois disso, o avião de ataque leve a hélice Super Tucano ganhou destaque no mercado global. Em 2015, a Korea Express Air estabeleceu um relacionamento com a Coreia ao lançar o ERJ-145, um jato de 50 assentos. Algumas empresas nacionais forneceram a infraestrutura necessária para a produção regional de E-jets.
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