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18 agosto, 2022

Taurus revela as novas estratégias para se manter rentável e foca em seus acionistas


*LRCA Defense Consulting - 17/08/2022

Passada a "corrida às armas" vista nos EUA durante os anos de 2020 e 2021 - motivada pela pandemia, eleições e distúrbios civis - o mercado americano dá sinais de ter diminuído o ímpeto de compras daqueles períodos, ainda que as mantenha em patamares significativamente mais altos do que no período pré-pandemia, registrando números superiores a 1 milhão de verificações de antecedentes para a venda de uma arma de fogo ao longo dos últimos 36 meses. Isso demonstra que os consumidores americanos continuam buscando esse produto em níveis elevados.  

Ao comentar sobre os resultados do 2T22, alguns jornalistas e analistas mais apressados, ativeram-se à queda do lucro líquido e produziram manchetes com o fato, esquecendo de observar que, em primeiro lugar, 2021 foi um ano incomparável, devido ao boom de compras históricas e atípicas pelos motivos já citados, que fez com que a Taurus tivesse o melhor resultado de sua história.

Em segundo lugar, faltou observar também que, embora tenha produzido 1,7% a mais no 1º semestre deste ano e vendido 9,7% a menos que no 1S21, a Taurus teve um aumento de mais de 8% na receita líquida do período em relação ao ano passado. De igual forma, mesmo com dólar médio de R$ 4,93, a empresa obteve margem bruta de 47,6% no 2T22 e lucro líquido de R$ 295,8 milhões no 1S22, 13% acima do 1S21. Isso sem falar no Ebitda semestral de R$ 447,8 milhões, 12,0% superior ao 1S21, com margem de 34,4% e aumento de 1,1%. 

Mas então, se a empresa vendeu um pouco menos que no 1S21, o que explica esse forte rendimento operacional?

As novas estratégias da Taurus
Nas quatro lives públicas (Sara Invest, Eleven, Ticker e Órama) sobre os resultados do 2T22/1S22, Salesio Nuhs, CEO Global, e Sérgio Sgrillo Filho, CFO e DRI da empresa, trouxeram importantes informações sobre a confortável situação atual da Taurus, os seus planos para o futuro e as excelentes perspectivas que possui, especialmente as relacionadas ao desempenho na Índia. 

No entanto, na penúltima live, com a Ticker Research, os executivos trataram quase que exclusivamente sobre as estratégias que a empresa vem utilizando desde que seu Setor de Inteligência de Mercado percebeu que as vendas nos EUA iriam entrar no chamado "novo normal", ou seja, um patamar menor do que nos anos atípicos de 2020/21, mas ainda muito superior aos anos pré-pandemia.

Para esse novo cenário, ao qual se antecipou com oportunidade, a Taurus passou, então, a priorizar a oferta de um mix de produtos de maior valor agregado, com o desenvolvimento de novas armas desejadas pelos consumidores americanos, já que um alto volume só se justificava quando a demanda era excessiva, sendo necessário suprir o mercado com rapidez. 

Desta maneira, a empresa está auferindo melhores resultados com os produtos ofertados, conseguindo obter um forte rendimento operacional e, assim, aumentar suas margens, mesmo que com uma produção praticamente igual à de 2021 e com vendas um pouco menores.

Para ilustrar o fato, o Salesio Nuhs confidenciou que, em 2018, um dos objetivos da Taurus era ter indicadores semelhantes aos da americana Ruger e que, hoje, já ultrapassou essa empresa, obtendo margem Ebitda superior à margem bruta dela. 

Oferecendo novidades mais tecnológicas desejadas por seus clientes e ocupando nichos de mercado onde ainda não estava presente, a Taurus aumentou seu market share (participação no mercado) nos Estados Unidos (e também no Brasil) e percebeu que os consumidores estavam valorizando mais seus produtos, o que a fez poder rentabilizá-los ainda mais, aumentando o ticket médio (TM) significativamente. Para se ter uma ideia, o TM das armas Taurus nos EUA, que era de US$ 199,00 em 2019, passou para US$ 226,00 em 2021 e para US$ 262,00 no segundo trimestre de 2022.

Rentabilização agressiva e constante ao acionista
Segundo os executivos, na fase em que priorizou o volume de produção, a empresa produzia e crescia muito rápido, mas recebia a prazo, o que fazia o working capital (capital de giro) ser mais alongado no tempo. Agora, no novo cenário, há a tendência de estabilização do working capital e a geração de caixa passa a ser ainda mais forte. 

No entender deles, este (geração de caixa) será o principal indicador financeiro de 2022, ressaltando ainda que a Taurus já contabilizou um caixa de R$ 260 milhões no 1S22 e que, como o segundo semestre historicamente se caracteriza por maiores vendas, pode ser esperado um significativo aumento nesse valor.

Sérgio Sgrillo observou também que, nos últimos três anos, além de as ações terem se valorizado, o valor da empresa também aumentou significativamente, mesmo com a diluição havida pela conversão dos bônus de subscrição, bônus estes este que acabarão em outubro, com a conversão do último lote, o que deve deixar as ações mais "livres" para refletirem o bom momento da empresa.

Com isso, e como também não tem mais prejuízos anteriores a abater, a estratégia da Taurus é agora provisionar reservas para rentabilizar agressivamente seus acionistas por meio de dividendos atraentes e pagos trimestralmente, no intuito de fidelizá-los. Além disso, a empresa também realizará um programa de recompra de ações, visando gerar ainda mais valor aos detentores de suas ações.

Por fim, foi comentado também sobre os grandes investimentos que a empresa está fazendo e que ainda fará para cumprir o seu ambicioso plano de expansão e de modernização tecnológica que está em curso. Para atender a essa necessidade e preservar seu caixa para a rentabilização de seus acionistas, a Taurus julga que está na hora de voltar ao mercado e captar recursos, pois a atual relação Dívida Líquida/Ebitda é de apenas 0,3x, indicando que 30% da geração de caixa anual medida por esse indicador seria suficiente para quitar a totalidade da dívida bancária.

Assim, está estudando possíveis captações com taxas atraentes, seja junto à FINEP, seja no mercado internacional, de modo a levar a relação Dívida Líquida/Ebitda até um índice de 0,8x ou de 1x, o que manterá a alavancagem em níveis ainda totalmente confortáveis e proporcionará os recursos necessários aos investimentos planejados.

Com tais estratégias, os executivos da Taurus acreditam que o valor das ações da empresa possam  galgar novos patamares e começar a se aproximar do valor que hoje o mercado paga por algumas das poucas companhias abertas tão rentáveis e agressivas como ela.

Na compilação abaixo, assista Salesio Nuhs e Sérgio Sgrillo detalhando essas estratégias:


Veja, abaixo, a íntegra das quatros lives públicas com os dois executivos da Taurus:
- Sara Invest: https://www.youtube.com/watch?v=rORVjajONfY
- Eleven Research: https://www.youtube.com/watch?v=99O8GZorRkA
- Ticker Research: https://www.youtube.com/watch?v=k_mLzLMAzXA
- Órama Trader: https://www.youtube.com/watch?v=gLqH_u1FZ4c

 

 

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