Fachada da futura sede da unidade brasileira da Taurus Armas |
*LRCA Defense Consulting - 28/03/2022
Com unidades fabris em São Leopoldo (RS), nos Estados Unidos e, em breve, na Índia, a multinacional gaúcha Taurus Armas, após ter se tornado a maior vendedora de armas leves do mundo em 2021 e voltado a pagar elevados dividendos a seus acionistas, está se preparando para uma grande transformação na unidade brasileira.
Desde dezembro passado, a Taurus passou a contar, em São Leopoldo, com o mais moderno complexo industrial de fornecedores de itens estratégicos para a produção de armas, utilizando tecnologia de ponta, onde serão produzidos:
- 3.000 ferrolhos/dia para a Linha G e Striker;
- 3.000 canos/dia para as pistolas da linha G, Striker e Metálicas;
- 3.000 ferrolhos/dia para as linhas G, Hammer e 1911;
- 6.000 conjuntos/dia; solução completa para entrega de subconjuntos, usinagem, acabamento, tratamento térmico e montagem;
- 30.000 carregadores/dia na JV com a Joalmi;
- expansão da produção da pistola TS9, dado o seu sucesso no Brasil e no mundo.
Investimentos de meio bilhão de reais em direção à Taurus 4.0
No entanto, é importante ressaltar que o Projeto Estratégico Condomínio é apenas um dos componentes que integram o grande Plano Diretor quinquenal da empresa, o qual, mediante investimentos da ordem de meio bilhão de reais, irá modernizar completamente a fábrica com a agregação de novas instalações, equipamentos, tecnologias e processos, entre estes a revolucionária fabricação de armas com grafeno, a produção totalmente robotizada da família de pistolas GX4 e o revólver "mais barato do mundo", além de uma outra tecnologia também revolucionária, que a empresa ainda mantém em segredo.
A ampliação completa contemplará também as novas instalações do Centro de Distribuição Logístico, do Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia BR/EUA e de outras áreas vitais da companhia, como a Unidade MIM (Metal Injection Molding), o Laboratório de Tiro Externo e um novo Centro Administrativo, entre outras.
O futuro Centro de Distribuição Logístico, que englobará o condomínio de fornecedores, contará com o emprego de recursos e ferramentas que levarão a Taurus ao conceito de indústria 4.0 (conceito este que já estará presente no novo Centro de Distribuição Logístico desde o início).
Com o capital contratado com o BTG no final de 2021, a intenção estratégica da Taurus, manifestada por Salesio Nuhs, CEO Global da multinacional, é antecipar os investimentos em CAPEX (capital expenditure - montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital), haja vista que o atual panorama mundial torna mais difícil a aquisição e/ou a entrega das máquinas e equipamentos que a empresa necessita para a expansão e para a modernização previstas.
Expansão do Plano Diretor
A aquisição recente de uma enorme área de cerca de 100 mil metros quadrados, adjacente à
unidade fabril da empresa em São Leopoldo, configurou-se como uma iniciativa estratégica, pois abrirá o espaço necessário para a expansão do seu Plano Diretor, ficando este em consonância com as novas perspectivas internacionais da empresa.
O complexo industrial de fornecedores,
aliado à esta nova área adquirida, vai possibilitar uma mudança completa no
processo de fabricação da Taurus, passando de "processo por operação" para
"processo tracionado com fluxo unitário" e resultando no estabelecimento de três fábricas dedicadas: Revólveres, Pistolas e Armas Longas/Táticas.
Esse marco na estratégia global de crescimento da
unidade brasileira da empresa possibilitará:
- ampliar em 50% a produção de armas no RS, passando a 9.000 armas/dia ou mais;
- estabelecer um hub de produção de peças e componentes (kits) com capacidade para 1.500 armas/dia, distribuindo-os às unidades fabris dos EUA e da Índia, onde serão utilizados para a montagem das armas que receberão o Made in USA ou Made in India, conforme o caso;
- dobrar a capacidade produtiva da fábrica americana, haja vista que esta tem espaço físico para também crescer muito.
A ampliação, a modernização tecnológica e a racionalização do parque fabril de São Leopoldo permitirão à Taurus otimizar ainda mais seus processos administrativos, operacionais e logísticos, o que se traduzirá em uma redução drástica de custos e de tempos internos, bem como em um significativo aumento da qualidade dos produtos e das margens de lucro da empresa, resultando em uma maior rentabilidade da empresa para seus acionistas.
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