*LRCA Defense Consulting - 04/11/2021
A Taurus Armas S.A. informou à CVM no final da tarde de hoje (04) que submeterá à AGE convocada para 30 de novembro próximo a contratação de uma operação junto ao Banco BTG Pactual no valor total de U$D 20,000,000.00 (vinte milhões de dólares americanos), com prazo de pagamento de dois anos e com Garantia de Cessão Fiduciária de recebíveis.
Informou também que apresentará à AGE a proposta de redução do capital social da companhia para absorção parcial do saldo de prejuízos acumulados registrados nas Demonstrações Financeiras de 31 de dezembro de 2020.
Com isso, submeterá também à AGE a alteração do Artigo 5º do Estatuto Social no que se refere ao valor do capital social e quantidade de ações, considerando os aumentos do capital social aprovados pelo Conselho de Administração nas reuniões realizadas em 26/04/2021, 28/07/2021 e 07/10/2021 e, ainda, a redução do Capital Social.
O capital social da Taurus foi atualizado, em 07 de outubro, para R$ 673.092.079,61, representado por 117.110.796 ações, sendo 46.445.314 ações ordinárias e 70.665.482 ações preferenciais.
Confiança do mercado e investimento em CAPEX
A operação a ser realizada com o BTG, com prazo de pagamento de dois (02) anos e com Garantia de Cessão Fiduciária de recebíveis, já pode ser considerada como uma operação inserida no patamar mais elevado que a Taurus galgou, pois, ao não exigir garantias físicas, evidencia a confiança que o mercado passou a ter na empresa, que tem hoje índices de endividamento saudáveis e confiáveis, recordes seguidos de produção, de vendas e de rentabilidade, pedidos em carteira (backorder) correspondentes a mais de um ano de produção e excepcionais perspectivas de crescimento.
Com o capital contratado, a intenção estratégica da Taurus, manifestada por Salesio Nuhs - seu CEO Global, é antecipar os investimentos em CAPEX (capital expenditure - montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital), haja vista que o atual panorama mundial torna mais difícil a aquisição e/ou a entrega das máquinas e equipamentos que a empresa necessita para a expansão e a modernização previstas dentro do seu planejamento estratégico quinquenal. Aí estão incluídas a expansão da planta de São Leopoldo (para aumento da produção em 50%), tornando-a um hub mundial de produção e distribuição para a Taurus USA e para a Jindal Taurus (Índia), a robotização de linhas de montagem e outros passos em direção à transformação da Taurus em uma indústria 4.0.
Dividendos
Esta consultoria acredita que a redução do capital social da empresa
deva fazer parte da operação sugerida pela Ernest & Young para
eliminar os saldos negativos nas contas de reservas de capital e
prejuízos acumulados em exercícios anteriores.
Dentro desse cenário, a empresa agiria em duas direções convergentes: redução do capital social e apreciação do resultado positivo dos três primeiros trimestres deste ano. Com isso, como foi colocado em matéria anterior (bit.ly/3mBsgKS), faria uma "soma de resultado zero", ou seja, uma operação meramente contábil (em que não há desembolso financeiro) onde, sem deixar de ter lucros, utiliza-os na zeragem dos prejuízos acumulados anteriores.
Seja como for, o objetivo primeiro da empresa seria viabilizar a remuneração de seus acionistas por meio do pagamento de dividendos no menor prazo possível, já que esta é a firme intenção manifestada por seu CEO e por seu CFO em diversas lives e entrevistas havidas desde 2020.
No entanto, como foi elencado na matéria referida acima - e esta consultoria faz questão de reavivar agora, o retorno da empresa à situação de
Patrimônio Líquido positivo e o fato de vir a zerar (contabilmente apenas) os
prejuízos acumulados de exercícios anteriores, têm importantes e consequentes
implicações que vão além do pagamento de dividendos e poderão fazer uma
grande diferença para o futuro da companhia:
- possibilidade de investimento em suas ações por grandes fundos e gestoras de capital nacionais e internacionais, até então impedidos de fazê-lo;
- acesso a financiamentos nacionais e internacionais em condições vantajosas (vide o com o BTG agora);
- eventuais aquisições e/ou novas joint ventures estratégicas;
- recompra estratégica de ações para mantê-las em tesouraria, valorizando-as;
- listagem de seus títulos em uma bolsa de valores norte-americana, seja por meio de ADR, seja por IPO da unidade americana (Taurus USA), ou seja ainda pela migração de suas ações para uma bolsa de valores dos EUA.
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