*LRCA Defense Consulting - 22/11/2021
Os pavilhões que abrigarão os principais fornecedores da Taurus Armas S.A. estão em fase final de construção, só faltando a pavimentação externa e obras de acabamento.
Conhecido como Projeto Estratégico Condomínio, a ampliação faz parte da nova área fabril da unidade brasileira da empresa, localizada na cidade de São Leopoldo (RS).
Após inaugurada, os grandes fornecedores da Taurus virão para dentro do complexo industrial, entre eles a joint venture
de carregadores com a Joalmi, onde vão entregar seus produtos, já
auditados e aprovados pelo pessoal de recebimento e qualidade, direto na
linha de produção da empresa, por meio do processo conhecido como "trem logístico". Isso vai
proporcionar importantes ganhos em termos de garantia de abastecimento,
qualidade, rapidez e custo.
Prevista para ser inaugurada em 15 de dezembro, a
ampliação total de 22 mil metros quadrados realizada pela Macro
Engenharia permitirá que a Taurus dê o primeiro grande passo de seu Plano Diretor de cinco anos, que visa:
- ampliar em 50% a produção de armas no RS, passando a até 9.000 armas/dia;
- estabelecer um hub de produção de peças e componentes (kits) com capacidade para 1.500 armas/dia, distribuindo-os às unidades fabris dos EUA e da Índia, onde serão utilizados para a montagem das armas que receberão o Made in USA ou Made in India, conforme o caso;
- isso permitirá, por exemplo, que a fábrica americana dobre sua produção.
É importante ressaltar que o Projeto Estratégico Condomínio é apenas um dos componentes que integram o Plano Diretor, o qual irá modernizar completamente a fábrica com a agregação de novas instalações, equipamentos e tecnologias, entre as quais a revolucionária fabricação de armas com grafeno, a produção totalmente robotizada da pistola GX4 e o revólver "mais barato do mundo", além de uma outra tecnologia também revolucionária, que a empresa ainda mantém em segredo.
A ampliação completa contemplará também as novas instalações do Centro de Distribuição Logístico, do Centro
Integrado de Tecnologia e Engenharia BR/EUA e de outras áreas vitais da
companhia, como a Unidade MIM (Metal Injection Molding), o Laboratório de Tiro Externo e um novo Centro Administrativo, entre outras.
O futuro Centro de Distribuição Logístico, que englobará o condomínio de fornecedores, contará com o emprego de recursos e ferramentas que
levarão a Taurus ao conceito de indústria 4.0, permitindo-lhe otimizar
ainda mais seus processos administrativos, operacionais e logísticos, o
que se traduzirá em uma redução drástica de custos e de tempos internos,
bem como em um significativo aumento da qualidade dos produtos e das
margens de lucro da empresa.
Embora ainda não tenham sido divulgado oficialmente os fornecedores que ocuparão os pavilhões do Condomínio, esta Consultoria levantou que ali serão produzidos:
- 3.000 ferrolhos/dia para a Linha G e Striker;
- 3.000 canos/dia para as pistolas da linha G, Striker e Metálicas;
- 3.000 ferrolhos/dia para as linhas G, Hammer e 1911;
- 6.000 conjuntos/dia; solução completa para entrega de subconjuntos, usinagem, acabamento, tratamento térmico e montagem;
- 30.000 carregadores/dia na JV com a Joalmi;
- expansão da produção da pistola TS9.
Joint venture de carregadores
com a Joalmi
A joint venture de carregadores
com a Joalmi, uma das empresas do Condomínio, é considerada como
estratégica pela Taurus, haja vista que o custo de produção dessas peças
no Brasil é muitas vezes inferior ao preço de aquisição praticado no
mercado internacional.
A produção foi iniciada na unidade da Joalmi em São Paulo pelos carregadores da família G calibre 9mm 12 tiros e está sendo realizado um extenso trabalho de desenvolvimento para melhoria da qualidade do carregador atual e equalização ao benchmarking mundial. Foi também aumentada a capacidade da linha de solda & tratamento superficial para possibilitar um incremento de produção para atender à alta demanda. Neste ano, está havendo um aumento do mix, com desenvolvimento de novos modelos.
O carregador que está sendo produzido pela joint venture possui a qualificação premium,
ou seja, é considerado igual ou melhor que os famosos similares
italianos. No entanto, enquanto estes são importados com um custo de 6
euros, os novos carregadores brasileiros custam apenas cerca de 17/18
reais, significando uma enorme economia para a empresa.
Em
virtude da alta demanda do mercado brasileiro e internacional, a Taurus
continua, por enquanto, mantendo a importação do item e está destinando
os novos carregadores para o mercado de reposição, com direcionamento principal para exportação, haja vista que este mercado
proporciona uma excepcional margem de lucro.
A joint venture se encontra em ramp up
de produção, com mais de 7.000 carregadores/dia, o que poderá aumentar
consideravelmente após a Joalmi se instalar dentro do parque produtivo
da Taurus. A nova fábrica terá uma capacidade instalada de
7,4 milhões de carregadores por ano (30.000 unidades/dia) até o
final de 2022, mas sua ampliação poderá ser antecipada, dependendo da
atuação da empresa no mercado de reposição.
Apesar de a Taurus não divulgar o custo dos componentes de suas armas,
ao se saber que a demanda por carregadores pela própria companhia gira
em torno de 6 milhões de unidades/ano, estima-se que a nova JV possa
representar uma receita milionária e uma drástica redução nos custos
operacionais de produção. Tal afirmativa é reforçada ainda pelo fato de
que, até 2022, a capacidade produtiva de carregadores poderá quadruplicar em relação a
hoje. Estas peças serão fornecidos não
apenas à Taurus, mas também a outras empresas nacionais e
internacionais, bem como a representantes, distribuidores e varejistas.
Em
outubro do ano passado, a Taurus estimava que, entre resultados operacionais e
redução de custos, o projeto poderá gerar mais de R$ 100 milhões nos
próximos cinco anos. No entanto, o aumento de produção em curso nas
unidades fabris do Brasil e dos EUA, bem como o forte aquecimento da
demanda por armamento leve, especialmente nos Estados Unidos, levam esta
Consultoria a acreditar que tal valor tenha sido conservadoramente
estimado, podendo ser incrementado substancialmente. Observa-se que ainda não foi levada em conta a futura fabricação na Índia.
Rumo a se tornar a maior e mais rentável fabricante de armas leves do mundo
Segundo
Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, com o início do funcionamento do condomínio de fornecedores, "as peças
estratégicas para o nosso negócio serão produzidas dentro do nosso
complexo industrial, sob a nossa supervisão de engenharia e de
processos".
Ao se referir ao Plano Diretor de cinco anos, Salesio afirmou que a expansão será "um
marco importante na estratégia global de crescimento da Taurus, no
desenvolvimento econômico e social do Estado do Rio Grande do Sul e no
futuro da indústria nacional de defesa. Um passo que alavancará ainda
mais a posição de destaque da Taurus no mercado mundial de armas.
Estamos alinhados com os movimentos mundiais do setor e seguimos firme
com processos baseados em rentabilidade sustentável, qualidade e melhora
dos indicadores financeiros e operacionais, além do forte investimento
no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias".
Aumentando
significativamente a produção e a produtividade, reduzindo custos e
incrementando ainda mais a qualidade e a tecnologia de seus produtos e processos, a
Taurus almeja se tornar a maior e mais rentável fabricante de armas leves do mundo, gerando orgulho e divisas para o Brasil, além de um maior valor para seus acionistas.
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