*LRCA Defense Consulting - 05/11/2021
No 3T21, a Embraer entregou nove aeronaves comerciais e 21 executivas (14 jatos leves e sete grandes), totalizando 32 jatos comerciais e 54 executivos (36 jatos leves e 18 grandes) entregues nos primeiros nove meses de 2021 (9M21). Após uma sólida atividade comercial no período, em todos os segmentos de negócio, a carteira de pedidos firmes (backlog) encerrou o trimestre em US$ 16,8 bilhões.
Segundo o CEO da empresa, Francisco Gomes Neto: "Os resultados do terceiro trimestre e do acumulado do ano, que anunciamos hoje, reforçam a confiança em nossa estratégia. Os números comprovam a disciplina na execução de nosso plano estratégico de longo prazo. Além das vendas e entregas de aeronaves, um elemento-chave para a melhoria de nosso desempenho tem sido o foco em ganhos de eficiência, como gestão mais eficiente do estoque e redução do ciclo de produção das aeronaves. Por fim, estamos avançando em nossas práticas ESG e mantendo o DNA de inovação vivo em nossos 18 mil colaboradores. Tenho certeza de que estamos no caminho certo para o crescimento sustentável, tornando a Embraer uma empresa maior e cada vez melhor para todos os stakeholders".
Destaques do 3T21
• A Receita líquida atingiu R$ 5.010,4 milhões, representando aumento de 22% em relação ao 3T20 com crescimento de dois dígitos em todos os segmentos de negócio.
• Excluindo-se os itens especiais, o EBIT e EBITDA ajustados foram de R$ 183,0 milhões e R$ 410,7 milhões, respectivamente, levando a margens ajustadas de 3,7% e 8,2%. Nos 9M21, a margem EBIT ajustada foi de 3,7% e a margem EBITDA ajustada foi de 8,8%;
• A companhia apresentou Prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) de R$ 179,7 milhões e Prejuízo por ação ajustado de R$ 0,24;
• A empresa gerou Fluxo de caixa livre de R$ 123,3 milhões, resultando em um Uso de caixa livre de R$ (872,0) milhões nos 9M21. Pela primeira vez em mais de 10 anos a Companhia gerou Fluxo de caixa livre positivo no terceiro trimestre, que é sazonalmente fraco. A geração de Fluxo caixa livre nos dois últimos trimestres representou uma melhora significativa em comparação aos mesmos períodos do ano anterior, dada uma melhor rentabilidade e eficiência do capital de giro, particularmente em relação à gestão de estoque;
• A Companhia encerrou o trimestre com caixa total de R$ 13,6 bilhões e dívida líquida de R$ 9,8 bilhões;
• Dado o Fluxo de caixa livre acima das estimativas iniciais ao longo dos 9M21, a Embraer está revisando sua estimativa para que ele seja de US$ 100 milhões ou maior, sem considerar fusões e aquisições ou desinvestimentos, a partir da estimativa anterior que era entre US$ (150) milhões e zero. A Empresa reitera suas demais estimativas financeiras e de entregas para 2021: entrega de 45 a 50 jatos comerciais e de 90 a 95 jatos executivos; Receita líquida consolidada de US$ 4,0 a US$ 4,5 bilhões; Margem EBIT ajustada de 3,0% a 4,0% e Margem EBITDA ajustada de 8,5% a 9,5%.
Atualização das estimativas para o ano
Ao longo dos 9M21, a Embraer registrou Fluxo de caixa livre acumulado de R$ (872) milhões - US$ (160,2) milhões, acima das estimativas iniciais da Empresa para o período, que ocorreu devido a uma combinação de fatores tais como:
1) entrada de caixa resultante das fortes vendas nas unidades de negócio de Aviação Executiva e de Aviação Comercial, em que a assinatura de um pedido firme é geralmente acompanhada de adiantamentos financeiros pelos clientes, que ocorrem no momento da venda e posteriormente em intervalos periódicos (geralmente de seis meses) até a entrega final da aeronave, e;
2) melhoria significativa na gestão de Estoques que levaram a um Fluxo de caixa livre positivo no 3T21, quando normalmente no terceiro trimestre a Companhia utiliza caixa devido à sazonalidade do negócio. A Embraer espera que no 4T21 as entregas e receitas aumentem e fiquem dentro dos padrões sazonais normais, levando a um Fluxo de caixa livre positivo.
Como resultado, a Embraer está atualizando sua estimativa de Fluxo de caixa livre para 2021 que era inicialmente de US$ (150) milhões a zero, para US$ 100 milhões ou maior. Todas as demais estimativas iniciais de entregas e financeiras permanecem inalteradas no momento.
Receita líquida e margem bruta
A Embraer entregou nove jatos comerciais e 21 jatos executivos (14 jatos leves e sete jatos grandes) no 3T21, totalizando 30 aeronaves entregues no período. Isso se compara aos sete jatos comerciais e 21 jatos executivos (19 jatos leves e dois grandes) que foram entregues no 3T20. Nos 9M21, a Companhia entregou 32 jatos comerciais e 54 jatos executivos (36 leves e 18 grandes) totalizando de 86 aeronaves entregues, em comparação às 59 aeronaves (16 jatos comerciais e 43 jatos executivos) entregues nos 9M20. A Embraer reitera sua estimativa de entregas para 2021 de 40 a 45 jatos comerciais e de 90 a 95 jatos executivos, com a expectativa de aumento no volume de entregas no quarto trimestre, como costuma ocorrer devido à sazonalidade do negócio.
A Receita líquida foi de R$ 5.010,4 milhões, o que representou um crescimento de 22% em comparação ao 3T20, levando a Companhia a ter um crescimento de receita em todas as suas unidades de negócios nos 9M21 em relação aos 9M20. O crescimento da receita da Aviação Comercial foi impulsionado pelo maior número de entregas, enquanto o crescimento da Aviação Executiva foi devido a um mix mais favorável de entregas no 3T21, com os jatos grandes representando um terço das entregas totais em comparação a uma participação de 10% nas entregas do 3T20.
A Empresa também registrou crescimento de receita de dois dígitos nos segmentos de Serviços & Suporte (+26%) e de Defesa & Segurança (+10%), em relação ao 3T20. Nos 9M21, a Receita líquida consolidada cresceu 57% e foi de R$ 15.385,3 milhões, comparada aos R$ 9.829,8 milhões nos 9M20, que foram menores principalmente pelos impactos negativos da pandemia da Covid 19. A Companhia espera que a receita do 4T21 seja a maior do ano, impulsionada por maiores entregas de jatos comerciais e executivos e reitera sua projeção para 2021 de que as receitas consolidadas terminem o ano entre US$ 4,0 e US$ 4,5 bilhões.
A Margem bruta consolidada no 3T21 foi de 18,9% ante os 7,3% reportada no 3T20, com melhora na Margem bruta na comparação entre os anos, em todos os segmentos de negócio, devido às maiores entregas e receitas, melhor preço médio, mix positivo, menores despesas com capacidade ociosa e maior eficiência na produção. Nos 9M21, a Margem bruta consolidada da Embraer foi de 15,9%, ante os 12,4% nos 9M20 e melhorou em todos os segmentos de negócios da Empresa, impulsionada pelos mesmos fatores elencados anteriormente.
Resultado operacional e margem operacional
O Resultado operacional (EBIT) e a Margem operacional reportados no 3T21 foram de R$ 153,0 milhões e 3,1%, respectivamente, comparados aos R$ (197,8) milhões e aos -4,8% reportados no 3T20. Os resultados do 3T21 e do 3T20 incluem vários itens especiais. No 3T21, o impacto negativo nos resultados foi decorrente do reconhecimento de R$ 30,0 milhões de Despesas com reestruturação.
Os resultados do 3T20 incluem itens especiais, sem impacto no caixa, que representam um total líquido negativo de R$ 41,7 milhões, assim dividido: 1) R$ 292,5 milhões de Despesas com reestruturação da Companhia ocorrida em setembro de 2020; 2) R$ 68,9 milhões de provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia; 3) R$ (317,2) milhões de reversão de impairment na Aviação Comercial e; 4) R$ (85,9) milhões de reversão de impairment na Aviação Executiva. Os itens especiais estão resumidos na tabela abaixo:
Excluindo-se esses itens especiais, o EBIT ajustado e a Margem EBIT ajustada do 3T21 foram de R$ 183,0 milhões e 3,7%, respectivamente, uma melhoria significativa na rentabilidade em relação aos R$ (239,5) milhões e -5,9% reportados no 3T20. A melhor rentabilidade do 3T21 foi observada em todas as unidades de negócio da Companhia devido a uma combinação de entregas e receitas mais altas no período atual, gerando uma melhor absorção de custos fixos, maior margem bruta como mencionado anteriormente, que foram parcialmente compensadas por maiores Despesas comerciais, de Pesquisa além de Outras despesas operacionais. Além disso, no período atual, o EBIT ajustado foi impactado pela despesa de R$ 30,0 milhões decorrente do Programa One Embraer que visa a reintegração do negócio de Aviação Comercial e seus serviços relacionados, em conexão com a parceria estratégica, agora encerrada, com a Boeing, enquanto no 3T20 não houve esses mesmos custos.
Nos 9M21, o EBIT ajustado, excluindo-se o impacto positivo líquido total de R$ 147,4 milhões, foi de R$ 565,0 milhões, gerando uma margem EBIT ajustada de 3,7%. Isso se compara ao EBIT ajustado de R$ (930,5) milhões e a margem EBIT ajustada de -9,5% gerados nos 9M20. Nos 9M21, os custos de reintegração relacionados à parceria, agora encerrada, com a Boeing, foram de R$ 55,7 milhões, comparados aos R$ 379,0 milhões de custos de separação reconhecidos nos 9M20. Entregas e receitas mais altas, assim como um mix mais favorável, combinados com medidas de controle de custos explicam em grande parte a melhor rentabilidade nos primeiros nove meses de 2021 em relação ao mesmo período de 2020. A Embraer segue na direção para que a Margem EBIT ajustada encerre o ano de 2021 dentro da estimativa de 3,0% a 4,0%.
No 3T21, as Despesas administrativas foram de R$ 186,3 milhões e ficou em linha com os R$ 187,7 milhões reconhecidos no 3T20. Nos 9M21, as Despesas administrativas da Companhia totalizaram R$ 590,6 milhões, em comparação aos R$ 513,2 milhões dos 9M20. Esse aumento pode ser explicado pelo aumento das provisões relacionadas à remuneração e incentivos de curto prazo e da participação nos lucros sobre melhores resultados esperados pela Companhia para 2021, em comparação a 2020, combinada com a consolidação das despesas da Tempest, empresa de segurança cibernética adquirida pela Embraer no terceiro trimestre de 2020.
As Despesas comerciais foram de R$ 312,3 milhões no 3T21 em comparação aos R$ 244,5 milhões no 3T20. Esse aumento no período atual pode ser explicado principalmente por despesas anormalmente baixas no terceiro trimestre do ano passado devido às restrições causadas pela pandemia da Covid-19. No 3T21, a Embraer começou a voltar para níveis mais normalizados de suas atividades de marketing, voos de demonstração e despesas com campanhas de vendas, como viagens. Nos 9M21, as Despesas comerciais reportadas foram de R$ 828,5 milhões em comparação aos R$ 712,8 milhões reportados nos 9M20, aumento esse explicado por fatores semelhantes à comparação trimestral.
Os Ganhos líquidos sobre contas a receber e ativos de contrato no 3T21 foram uma reversão (impacto positivo) de R$ 10,0 milhões em comparação com provisões de Perdas líquidas de R$ (74,4) milhões registradas no 3T20, em função da recuperação financeira de vários de nossos importantes clientes da Aviação Comercial. No 9M21, esta rubrica teve um impacto positivo de R$ 20,0 milhões contra um impacto negativo de provisões de R$ (333,4) milhões nos 9M20. É importante mencionar que a maioria dessas provisões para perdas de crédito registradas em 2020 foram consideradas itens especiais e removidas do cálculo do EBIT ajustado.
As despesas com pesquisa aumentaram de R$ 38,2 milhões no 3T20 para R$ 54,3 milhões no 3T21, enquanto nos 9M21 esta rubrica foi de R$ 149,7 milhões, em comparação aos R$ 98,8 milhões dos 9M20. O aumento nesta linha de despesas foi causado pelo retorno a níveis mais normalizados de gastos após os esforços de contenção de custos, nos primeiros meses de 2020, em meio à crise causada pela pandemia da Covid-19.
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas apresentou despesa de R$ 257,8 milhões no 3T21 em comparação a uma receita de R$ 50,4 milhões no 3T20. Esta linha incluiu todos os itens especiais do 3T21, bem como os itens especiais do 3T20, exceto pelos R$ 68,9 milhões em Provisão adicional para perdas de crédito esperadas durante a pandemia. Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas excluindo-se os itens especiais em ambos os períodos, apresentaram uma despesa de R$ 227,8 milhões no 3T21 versus uma despesa de R$ 60,2 milhões no 3T20.
O crescimento da Despesa operacional no 3T21 se dá devido a uma combinação de maiores despesas relacionadas ao processo de arbitragem em andamento contra a Boeing Company, maiores gastos com projetos corporativos de tecnologia da informação e os gastos mais altos relacionados à reintegração do negócio de Aviação Comercial e seus serviços relacionados, através do programa One Embraer.
No acumulado do ano, as Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas apresentaram despesa de R$ 197,0 milhões em comparação à despesa de R$ 1.805,4 milhões no mesmo período de 2020. Excluindo-se os itens especiais contabilizados nesta linha em todos os períodos, Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas nos 9M21 apresentaram despesa de R$ 344,4 milhões versus a despesa de R$ 822,5 milhões nos 9M20.
Os principais motivos para a queda das despesas em 2021 incluem custos mais baixos relacionados ao monitor externo além dos custos menores de reintegração / separação no período atual, bem como o reconhecimento de custos anormais relacionados a salários de funcionários que estavam em licença remunerada durante o 9M20, em vez de contabilizar essas despesas em custo das mercadorias vendidas, despesas administrativas, comerciais e de pesquisa.
Resultado líquido
A Embraer apresentou Prejuízo líquido de R$ 234,2 milhões e Prejuízo por ação de R$ 0,32 no 3T21, comparados ao Prejuízo líquido de R$ 649,0 milhões e o Prejuízo por ação de R$ 0,88 registrados no 3T20. Nos 9M21, a Companhia apresentou Prejuízo líquido de R$ 285,9 milhões e Prejuízo por ação de R$ 0,39.
O Prejuízo líquido ajustado, excluído do Imposto de renda e contribuição social diferidos e do impacto líquido, após imposto dos itens especiais que eventualmente tenham sido contabilizados, no trimestre foi de R$ 179,7 milhões e o Prejuízo por ação ajustado ficou em R$ 0,24.
Na comparação entre os trimestres, no 3T20, o Prejuízo líquido ajustado foi de R$ 797,5 milhões e o Prejuízo por ação ajustado foi de R$ 1,08. Nos 9M21, a Companhia apresentou Prejuízo líquido ajustado de R$ 489,8 milhões e Prejuízo por ação ajustado de R$ 0,67, comparados ao Prejuízo líquido ajustado de R$ 2.302,1 milhões e Prejuízo por ação ajustado de R$ 3,13 reportados nos 9M20.
Ativos e passivos monetários e análise de liquidez
A Embraer encerrou o 3T21 com uma posição de Dívida líquida de R$ 9.810,8 milhões, em comparação à Dívida líquida de R$ 9.207,0 milhões ao final do 2T21 e de R$ 13.340,7 milhões ao final do 3T20. Esse pequeno crescimento da Dívida líquida do 2T21 para o 3T21 foi resultado da variação cambial do período, uma vez que no trimestre houve uma geração positiva de fluxo de caixa livre, conforme explicado mais abaixo.
Ao final do 3T21, a posição de Caixa da Companhia era de R$ 13.618,5 milhões, acima dos R$ 12.461,9 milhões ao final do 2T21. A posição Total de financiamentos ao final do 3T21 era de R$ 23.429,3 milhões, acima dos R$ 21.668,9 milhões reportados ao final do 2T21. Esse crescimento, tanto da posição de Caixa total, quanto do Total de financiamentos, também pode ser explicado pela variação cambial do período.
No 3T21, a Companhia apresentou um Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais ajustado (líquido de investimentos financeiros e ajustado pelos impactos não recorrentes no caixa) de R$ 499,4 milhões e uma Geração livre de caixa ajustado de R$ 123,3 milhões. Na comparação com o 3T20, a Companhia apresentou um Caixa líquido usado pelas atividades operacionais ajustado de R$ 2.797,0 milhões e um Uso livre de caixa ajustado de R$ 3.035,0 milhões.
A Geração livre de caixa ajustado no 3T21 melhorou muito em relação ao mesmo período do ano passado, com um melhor resultado líquido e disciplina contínua com relação ao capital de giro, em particular os Estoques, e pela primeira vez em mais de 10 anos a Companhia gerou Fluxo de caixa livre positivo no terceiro trimestre, considerando a sazonalidade normal das entregas. Nos 9M21, a Embraer teve um Uso livre de caixa ajustado de R$ (872,0) milhões, apresentando melhora significativa em comparação ao Uso livre de caixa ajustado de R$ (8.467,1) milhões reportados nos 9M20. Conforme mencionado anteriormente, a Embraer está atualizando sua estimativa de Fluxo de caixa livre para 2021 que era inicialmente de US$ (150) milhões a zero, para US$ 100 milhões ou maior.
As Adições líquidas ao imobilizado totalizaram R$ 183,7 milhões no 3T21, em comparação aos R$ 83,8 milhões reportados no 3T20. Do total de Adições líquidas ao imobilizado no 3T21, o Capex representou R$ 60,1 milhões e as Adições do programa Pool de peças de reposição representaram R$ 123,2 milhões, além dos recursos da Baixa de imobilizado que foi de R$ 0,4 milhão. As Adições ao intangível no 3T21 foram de R$ 192,4 milhões e estão relacionadas principalmente ao desenvolvimento do programa dos E-Jets E2, no segmento de Aviação Comercial. Nos 9M21, a Companhia investiu o total de R$ 362,1 milhões em Adições líquidas ao imobilizado e R$ 514,9 em Desenvolvimento (líquido da contribuição de parceiros).
No final do 3T21, o endividamento da Empresa teve crescimento de R$ 1.760,4 milhões em relação ao final do 2T21 e totalizou R$ 23.429,3 milhões. A dívida de longo prazo totalizou R$ 19.165,9 milhões, enquanto a dívida de curto prazo foi de R$ 4.263,4 milhões. Considerando o perfil atual da dívida, o prazo médio de endividamento caiu de 4,0 anos para 3,8 anos. O custo da dívida em Dólar, ao final do 3T21 ficou em 4,99% a.a., e em linha com os 5,03% a.a. do final do 2T21. Já o custo da dívida em Reais subiu para 3,44% a.a. no 3T21, em comparação aos 2,73% ao final do 2T21.
A relação do EBITDA nos últimos 12 meses versus as despesas sobre os juros ficou em 2,1 e acima do 1,8 do 2T21. Ao final do 3T21, 0,3% da dívida total era denominada em Reais.
A estratégia de alocação de caixa da Embraer continua sendo uma das principais ferramentas para a mitigação do risco cambial. Ajustando a alocação do caixa em ativos denominados em Reais ou Dólares norte-americanos, a Companhia busca neutralizar sua exposição cambial sobre as contas do balanço. Ao final do 3T21, o caixa alocado em ativos denominados em Dólar Norte-Americano era de 96%.
Complementando sua estratégia de mitigação dos riscos cambiais, a Companhia aderiu a alguns hedges financeiros para reduzir a exposição do seu fluxo de caixa. Essa exposição ocorre pelo fato de que aproximadamente 10% da Receita líquida da Companhia é denominada em Reais e aproximadamente 20% dos seus custos totais também são denominados em Reais. Ter os custos denominados em Reais superiores às receitas gera tal exposição.
Para o restante de 2021, cerca de metade da exposição em Real está protegida, caso o Dólar se desvalorize abaixo de R$ 5,20. Para taxas de câmbio acima deste nível, a Empresa se beneficiará até um limite médio de R$ 6,32 por Dólar. Para 2022, a maior parte da exposição em Real do fluxo de caixa da Embraer já está protegida por uma taxa de câmbio média de R$ 5,20 como mínimo e de R$ 6,45 como máximo.
Ativos e passivos operacionais
A variação cambial no período foi a principal influência no aumento dos valores reportados do capital de giro.
A eficiência do capital de giro foi um dos principais contribuintes para o Fluxo de caixa livre positivo da Empresa no 3T21, com destaque no trimestre para o forte controle de Estoque, mesmo com a Embraer se preparando para acelerar as entregas no quarto trimestre, o que normalmente ocorre devido a sazonalidade do negócio. O trabalho realizado no planejamento da produção e na geração de eficiências em todas as unidades de negócio, levou o Estoque a encerrar o 3T21 em R$ 12.537,7 milhões, em linha ao valor apresentado no 2T21, porém representou uma redução considerável em relação aos R$ 18.266,9 milhões reportado ao final do 3T20.
Além disso, o forte fluxo de novos pedidos e adiantamentos para entregas futuras, principalmente no segmento de Aviação Executiva, gerou um aumento de R$ 1.133,0 milhões na linha de Passivos de contratos durante o 3T21, encerrando o trimestre em R$ 7.431,7 milhões. Também contribuíram para o Fluxo de caixa positivo no trimestre um aumento de R$ 407,3 milhões na conta Fornecedores e um aumento de R$ 25,2 milhões na conta Fornecedores – Risco sacado que encerraram o 3T21 em R$ 2.985,4 milhões e R$ 35,2 milhões, respectivamente. Os Ativos de contrato subiram R$ 211,1 milhões, encerrando o 3T21 em R$ 3.365,9 milhões e as Contas a receber de clientes subiram R$ 110,6 milhões e encerraram o trimestre em R$ 1.104,8 milhões.
Pedidos firmes em carteira
Considerando-se todas as entregas, bem como os pedidos firmes obtidos durante o período, a carteira de pedidos firmes (backlog) da Companhia fechou o trimestre em US$ 16,8 bilhões. Este é o maior valor de backlog para a Embraer desde o final de 2019 e foi impulsionado pela sólida atividade comercial, principalmente no segmento de Aviação Executiva.
Receita por segmento
O segmento de Aviação Comercial reportou receitas de R$ 1.270,4 milhões, que representou crescimento de 33% em relação ao ano anterior devido ao maior número de entregas no 3T21 em comparação ao 3T20, assim como por um melhor mix de entregas, principalmente de E195-E2.
A receita da Aviação Executiva no 3T21 foi de R$ 1.342,0 milhões, 17% maior do que a receita reportada no 3T20, impulsionada por mais entregas na categoria de jatos grandes.
O segmento de Defesa & Segurança reportou receitas de R$ 916,5 milhões, crescendo 10% em relação ao ano anterior e a receita do segmento de Serviços & Suporte continuou a mostra sólida recuperação e cresceu 26% na comparação entre os períodos para R$ 1.444,0 milhões, com crescimento nos serviços comerciais, executivos e de defesa. Nos 9M21, a Aviação Comercial representou 31,3% da receita total, a Aviação Executiva representou 23,2%, Defesa & Segurança foi 16,5%, Serviços & Suporte representou 28,5% e Outros negócios representou 0,5% da receita.
Aviação Comercial
No 3T21, a Embraer entregou nove aeronaves comerciais. A SkyWest Airlines encomendou 16 novos E175 que voarão para a Delta Connection, a marca regional da Delta Air Lines. As entregas começam em meados de 2022. Esses novos E175s terão 76 assentos e uma configuração de três classes. Além de voar pela Delta, a SkyWest também voa o E175 para a United Airlines, American Airlines e Alaska Airlines. Hoje, a empresa possui 193 E175s em sua frota e outros 29 encomendados. Combinando todas essas aeronaves a essas 16 novas, uma vez entregues, a SkyWest terá quase 240 E175s, o maior número de qualquer companhia aérea do mundo.
O E2 serve agora oficialmente o estratégico Aeroporto de London City (LCY). Em agosto, três meses após a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) ter certificado o E190-E2 para operações de aproximação íngreme em LCY, a Helvetic Airways começou a operar um E190-E2, o único jato de nova geração operando no aeroporto certificado pela estrita regulamentação do Chapter 14 da ICAO. Seu alcance de 4.000 km a partir de LCY é quase o dobro do E190. Voos sem escalas entre LCY e cidades distantes como Istambul, Casablanca e Moscou agora são possíveis, abrindo oportunidades para uma maior penetração da aeronave no mercado europeu.
No final do 3T21, a carteira de pedidos (backlog) e as entregas da Aviação Comercial eram as seguintes:
Aviação executiva
As entregas da Aviação Executiva no 3T21 foram de 14 jatos leves e sete jatos grandes, totalizando 21 aeronaves.
A Embraer entregou seu 1.500º jato executivo, um Phenom 300E, em 3 de setembro à operadora de fretamento suíça Haute Aviation. Esse feito impressionante foi alcançado em menos de 20 anos, enquanto a média da indústria para atingir essa marca é de 34 anos. O Phenom 300E com seu alcance de 2.010 milhas náuticas (3.724 km), combinado as suas excelentes capacidades de pista, permitirá que clientes da Suíça voem pela Europa e pelo mundo. O Phenom 300E pode chegar a toda a Europa partindo da Suíça com capacidade total, mais rápido do que qualquer outra aeronave do segmento.
A Embraer Aviação Executiva continua liderando com iniciativas ambientais e de sustentabilidade. Em 14 de julho, a Empresa recebeu seu primeiro carregamento de Combustível de Aviação Sustentável (SAF) da Avfuel Corporation para uso nas suas operações em Melbourne, Flórida. Cada carga de caminhão (aproximadamente 30.000 litros) deste combustível proporciona uma redução de 19,1 toneladas nas emissões de carbono ao longo de sua vida útil. Isso equivale à quantidade de carbono compensado por 23,4 hectares de florestas dos EUA por ano. A SAF fornece até 80% menos emissões de gases de efeito estufa em relação ao combustível tradicional de jato.
Defesa & Segurança
Durante o 3T21, diversas aeronaves encontravam-se na linha de produção do KC-390 Millennium, incluindo cinco unidades destinadas à Força Aérea Brasileira (FAB) e uma destinada à Força Aérea Portuguesa. A Embraer concluiu no 3T21 a construção da pista não pavimentada, nas instalações de Gavião Peixoto, e iniciou os ensaios em solo sobre terra e cascalho.
Ainda no 3T21, a Embraer realizou a Revisão Preliminar de Projeto do Programa das Forças de Defesa da Hungria e o ensaio de Power On da primeira aeronave da Força Aérea Portuguesa.
Em relação ao A-29 Super Tucano, durante o 3T21, três aeronaves destinadas a NAF (Força Aérea da Nigéria) foram entregues à Sierra Nevada Corporation completando todas as entregas previstas para este Programa. Até setembro, um total de dez aeronaves foram entregues na Nigéria. No mesmo período, foram também entregues três aeronaves A-29 Super Tucano para um cliente não divulgado.
Com relação à execução da Fase Piloto do Projeto SISFRON, o 3T21 foi marcado pela entrega de mais de 70 etapas contratuais ao Exército Brasileiro. Dentre as principais entregas, destaca-se a conclusão da implementação da estação sensora fixa de Guerra Eletrônica na remota Organização Militar de Barranco Branco, no Mato Grosso do Sul, a qual só pode ser acessada por transporte fluvial. No âmbito da implementação da rede transmissão de dados em banda larga (INFOVIA), quatro novos sítios de telecomunicações foram concluídos, ultrapassando a marca de 75 sítios entregues. Seguiram também neste período as entregas relacionadas ao Suporte Logístico Integrado, as quais asseguram alta disponibilidade aos sistemas entregues e em operação pelo Exército Brasileiro.
A Atech teve importantes conquistas no terceiro trimestre, no que diz respeito ao Sistema de Controle de Tráfego Aéreo Brasileiro: aceitação e entrega da versão mais atualizada e moderna de seu Sistema de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (SIGMA), com o objetivo de unificar o processamento de todos os planos de voo no Espaço Aéreo Brasileiro.
Com relação a Tempest, continuou a executar o seu plano de crescimento, tendo superado seus targets de vendas e de receita para o trimestre. Destaque especial para o crescimento do seu novo produto Intelligence Driven SOC, e pelo crescimento orgânico no número de transações do AllowMe, produto de identidade e antifraude.
Serviço e Suporte
Após divulgar os seus planos para uma grande expansão no mercado norte-americano com um pedido firme de 30 aeronaves E195-E2, com 50 opções futuras de compra, a Porter Airlines assinou um significativo contrato de serviços pós-venda com a Embraer. Também assinou um contrato de longo prazo para o programa de pool, uma solução para fornecimento e manutenção de peças, com a CommutAir, pertencente a United Express, para prestar serviços de suporte para a frota de ERJ-145 da companhia. Além desses, Jasmin Airways e Petro Air também assinaram contratos para o programa de pool.
Para os serviços de jatos executivos, o volume das transações de aeronaves no pós-venda continuou a criar oportunidades para o crescimento da sua participação no mercado em programas de serviços pós-venda, como o Embraer Executive Care (EEC), programa pós-venda de manutenção de aeronaves para os seus clientes. O Executive Care, que celebra 15 anos de atividade, tem apresentado renovações de contratos acima do esperado, reafirmando a qualidade dos serviços prestados pelo programa que foi concebido para reduzir a complexidade da manutenção aeronáutica para os clientes.
Adiante, a Embraer está expandindo a sua rede de prestadores de serviços na região nordeste dos EUA, com a seleção de Centros de Serviços Autorizados Embraer (Embraer Authorized Service Center - EASC), que também receberam a ampliação da capacidade do atender a um maior número de modelos das aeronaves Embraer. Os bons resultados gerais e na satisfação dos clientes da aviação executiva têm feito com que a Embraer tenha se mantido no topo do ranking entre as mais bem avaliadas, coroada com a colocação em primeiro lugar e em terceiro lugar em pesquisas de suporte ao produto de 2021, da Professional Pilot Magazine e da Aviation International News, respectivamente.
O terceiro trimestre foi também marcante para a Embraer Defesa & Segurança, com novas entregas, assinaturas de contratos e renovações. A Embraer teve um avanço relevante no treinamento inicial e suporte para dois novos clientes A-29 na Ásia, num total de 11 aeronaves em operação. Seis novos aviões leves de ataque também foram entregues pela Sierra Nevada à Força Aérea da Nigéria e entraram oficialmente em serviço. Com a entrega, um contrato de engenharia de sustentação de três anos foi assinado para a nova frota nigeriana. A Embraer também assinou um Contrato de Manutenção no local com a Força Aérea Chilena, um Contrato de Suporte Integrado de quatro anos para o Legacy 600 Presidencial do Panamá e uma manutenção de 192MO para a frota Legacy 600 da Força Aérea Indiana. Além disso, no terceiro trimestre, a disponibilidade do Contrato de Apoio Integrado do Super Tucano A-29 da Força Aérea Brasileira (FAB) atingiu seu melhor desempenho histórico.
Por último, a OGMA Foi destaque da Aerospace & Defense Review como uma das “Top 10 Centros de Serviço na Europa em 2021”.
Teleconferência de resultados
A apresentação será transmitida ao vivo pela Internet em inglês, através do endereço ri.embraer.com.br, no dia 05 de novembro de 2021 às 11h00min (SP) / 10h00min (NY).
Código da Conferência: EMBRAER
Telefones Brasil: (Dial in São Paulo): +55 11 4210-1803 ou +55 11 4090-1621
Internacional: Estados Unidos (Toll Free): +1 844 204-8942 / (Dial in): +1 412 717-9627; UK: +44 20 3795-9972
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