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28 novembro, 2021

Armas da Taurus serão avaliadas pelo Exército e forças policiais da Índia em dezembro

Slide da apresentação institucional


*LRCA Defense Consulting - 28/11/2021

Durante visita de uma equipe de analistas e de investidores private da casa de análises Sara Invest à fábrica brasileira da Taurus Armas S.A. (São Leopoldo -RS), realizada no dia 26 de novembro, Sérgio Sgrillo Filho - Diretor Financeiro, de Relações com Investidores e Gerente da joint venture na Índia, e Ricardo Guimarães - Coordenador de Relações com Investidores, anunciaram que, após a situação pandêmica estar sob maior controle, a equipe da Taurus finalmente irá se deslocar para a Índia a fim de apresentar seus produtos, conforme já estava combinado desde o primeiro trimestre deste ano.

A previsão, formulada anteriormente, é de que a empresa leve para a Índia 10 unidades de cada um desses tipos de armas: fuzil T4 em três versões, três tipos de pistola e um de submetralhadora (metralhadora de mão), para serem analisados pelas Forças Armadas e Policiais indianas 

Esse evento começará a acontecer no dia 10 de dezembro, quando a joint venture Jindal Taurus Defence Systems Private Ltd. iniciará a apresentação e demonstração dos produtos Taurus para o Exército.

A seguir, são listadas as principais armas que a empresa gaúcha estará levando para a Índia, bem como as organizações militares ou policiais interessadas.

Fuzil T4 participará de megalicitações de fuzis CQB
No dia 13 de fevereiro, a imprensa indiana informou que o exército desse país emitiu um novo pedido de informações (RFI) para uma aquisição rápida de 93.895 carabinas CQB (a carabina/fuzil Close Quarter Battle é uma arma mais curta que o fuzil de assalto, própria para o combate aproximado). Isso ocorreu cinco meses depois que o Ministério da Defesa revogou a licitação para adquirir um número semelhante de carabinas sob o Procedimento Fast-Track (FTP). Após fevereiro, a licitação não teve seguimento devido às questões da pandemia.

Além da licitação urgente e emergencial de 93.895 carabinas/fuzis CQB, a Índia solicitou 10 unidades do Fuzil T4 para submetê-los a testes, haja vista que pretende fazer, em data ainda não definida, uma megalicitação ainda maior, que poderá variar entre 350.000 e 500.000 fuzis/carabinas CQB para suas unidades de Infantaria, especialmente as que atuam nas regiões de fronteira, onde há a possibilidade de serem travados combates aproximados.

O fuzil T4 será apresentado também à polícia de um estado indiano, que poderá adquirir até 4.000 unidades da arma.

Submetralhadora SMT9 para a Guarda de Segurança Nacional
Contando com um efetivo de cerca de 14.000 integrantes, a Guarda de Segurança Nacional (NSG) é uma unidade indiana de elite contra o terrorismo subordinada ao Ministério de Assuntos Internos da Índia. Embora utilize as submetralhadoras Heckler & Koch MP5 e a SIG Sauer MPX, a NSG está procurando padronizar seu armamento e substituir os atuais modelos estrangeiros por uma opção que seja também moderna e de alta qualidade, mas produzida na Índia, como será o caso da submetralhadora brasileira Taurus SMT9.

A grande perspectiva para a SMT9 é o fato de a submetralhadora mais utilizada pelas forças policiais indianas ser a JVPC - Joint Venture Protective Carbine, também conhecida como MSMC - Modern Sub Machine Carbine até 2014, uma arma hoje com calibre 9 × 19mm Parabellum (anteriormente 5,56 × 30 mm MINSAS) que está substituindo as obsoletas submetralhadoras Sten (inglesa) e SAF Carbine 2A1 (indiana).

Trata-se de uma submetralhadora indiana projetada pelo Armament Research and Development Establishment of Defense Research and Development Organization e fabricada pela estatal Ordnance Factory Board na Fábrica de Armas Pequenas, em Kanpur, e na Fábrica de Armas Tiruchirappalli. Foi desenvolvida para o Exército Indiano com base na experiência anterior da família de armas de fogo da estatal INSAS.

Embora com um design aparentemente mais moderno, é uma arma de concepção mais antiga (2006), carecendo dos aperfeiçoamentos tecnológicos presentes nas modernas submetralhadoras, como as SMT9 da Taurus, por exemplo.

File:MSMC - Modern Sub Machine Carbine.jpg
Submetralhadora MSMC


Pistolas TS9 e THc para a
polícia do estado de Mizoram
A polícia da cidade de Aizawl, capital do estado indiano de Mizoram, irá avaliar as pistolas Taurus TS9 e THc, ambas no calibre 9mm, com o objetivo de dotar o efetivo estadual com armas de mão modernas e de alta qualidade, podendo também se interessar pelo fuzil T4 e pela submetralhadora SMT9.

O armamento da polícia de Mizoram é bastante diversificado, causando um grande problema logístico de manutenção e reposição de peças, pois usam:

  • pistolas: Glock 19 (unidades especiais) e as antigas Pistol Auto 9mm 1A (predominante); 
  • fuzis: AK47, AKM e AKMS (todos no calibre 7,62 x 39), 1A1 Self Loading Rifle (versão indiana do FN FAL, no calibre 7,62 x 51), os antiquados fuzis INSAS (indiano, predominante) e Colt M4 (USA, unidades especiais), estes no calibre 5,56; 
  • submetralhadoras: a alemã Heckler e Koch MP5 (unidades especiais) e a inglesa Sterling Sub Machine Gun (predominante), ambas em 9mm.

Com algumas exceções, a pistola padrão das forças armadas e policiais indianas é a Pistol Auto 9mm 1A, uma antiga e obsoleta pistola semiautomática de ação simples, cópia licenciada da pistola Inglis 9mm (Browning Hi-Power), fabricada sob licença na Índia pela empresa estatal Rifle Factory Ishapore desde 1981. A Hi-Power foi descontinuada em 2017 pela Browning Arms, mas permanece em produção sob licença e ainda é utilizada como pistola padrão pelas forças armadas e policiais de diversos países.

Em virtude desse fato, a Jindal Taurus Defence Systems Private Ltd., caso seja escolhida para produzir uma nova pistola padrão para os mercados militar, paramilitar e policial desse país, poderá ter aí um negócio bilionário para a empresa, haja vista os grandes efetivos dessas forças.

File:Pistol Auto 9 mm 1A - Kolkata 2012-01-23 8779.JPG
Pistol Auto 9mm 1A

Índia mudará
completamente a perspectiva da Taurus
Se a pandemia prejudicou por um lado, causando demora no processo, por outro ela também impediu que, por enquanto, a concorrência passasse a produzir no país, no âmbito do Programa Make in India.

Em termos do imenso mercado militar e de segurança indiano, é preciso considerar que esse país conta com forças armadas que têm mais de 1,3 milhão de integrantes e forças de segurança (policiais e paramilitares) que possuem um efetivo de mais de 1,4 milhão de pessoas, além de segurança privada com mais de 7 milhões de homens e mulheres. 

A obsolescência e a diversidade de origens de seu armamento leve faz com que a Índia esteja enfrentando graves problemas operacionais e também logísticos, haja vista a dificuldade para suprir, manutenir as armas e repor peças gastas ou defeituosas.

Como seu objetivo é se tornar uma das nações proeminentes no mundo dentro de alguns anos, suas forças armadas e de segurança necessitarão caminhar no sentido de padronizar o respectivo armamento leve, limitando-o a poucos modelos e passando a utilizar armas modernas e de alta qualidade fabricadas no próprio país (Make in India / Atmanirbhar Bharat - Feito na Índia / Índia Autossuficiente). Só assim obterão excelência operacional e logística, com grande economia de tempo e recursos.

Em síntese, a JV Jindal Taurus Defence Systems Private Ltd. tem um gigantesco mercado potencial, civil e militar, sem parâmetros no mundo capitalista, o que levou o CEO e o CFO da multinacional brasileira a afirmarem, por mais de uma vez, que, no momento em que a Taurus entrar lá, mudará completamente a perspectiva da empresa.
 
Segundo tudo indica, esse fato está bem próximo de se tornar real....

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