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15 agosto, 2021

Taurus pode estar preparando o seu segundo turnaround


*LRCA Defense Consulting - 15/08/2021

Após divulgar um dos melhores resultados da história da Taurus Armas, onde esta quase quintuplicou seu lucro em relação ao mesmo período de 2020, o CEO Global da empresa, Salesio Nuhs, participou de cinco lives com casas de análise e deu diversas entrevistas a jornais e revistas, os quais destacaram os robustos resultados e também as excelentes perspectivas da companhia para o futuro, tanto no curto como no longo prazo. 

No dia 12, durante uma das lives, ao ser questionado pela analista sobre a possibilidade de a empresa abrir capital nos EUA ou emitir ADR, o CEO da Taurus respondeu que "Pode acontecer alguma coisa do gênero aí...". Veja o trecho no vídeo abaixo:


No dia 12, o Valor Investe assim publicou: "Em novembro do ano passado, Salesio Nuhs disse ao Valor Investe que os investidores da empresa devem começar a embolsar dividendos a partir do segundo semestre de 2022. 'A dívida deixou de ser uma preocupação para a Taurus, para os investidores e os analistas. Temos caixa hoje para pagar dividendos e estamos vendo a estruturação para fazer isso', disse o executivo em entrevista na tarde de ontem, avaliando que os proventos podem chegar ainda mais cedo.

Já para o InfoMoney, ainda no dia 12, Salesio afirmou que: "o segundo semestre teria tudo para ser 'o melhor dos mundos' para a companhia.

No dia seguinte (13), falando ao jornal Zero Hora sobre o investimento de R$ 500 milhões que a empresa fará no RS nos próximos cinco anos, o CEO disse:  "E estamos já pensando no pagamento de dividendos (parte do lucro que é distribuída a acionistas) em busca de um investidor com perfil de mais longo prazo. A empresa já tem caixa. Falta um ajuste contábil. Contratamos a consultoria EY [Ernst & Young] para isso".

Um segundo turnaround?
A contratação da conceituada consultoria Ernst & Young visa encontrar a melhor e mais rápida solução para resolver a questão dos prejuízos acumulados em exercícios anteriores no valor de R$ 442,7 milhões, que impedem que a empresa pague dividendos enquanto não for equacionada.

No entanto, no entender desta Consultoria, tal equacionamento poderá representar muito mais que o pagamento de dividendos, como poderá ser visto nos itens a seguir.

- Emissão de ADR nos EUA
Mesmo já sendo tecnicamente possível no atual momento, o equacionamento da dívida citada destrava os procedimentos preliminares que viabilizarão a emissão de ADR, como será visto no próximo item.

Mais conhecido por sua sigla (ADR), o American Depositary Receipt é o certificado de ações que permite a empresas estrangeiras (incluindo as brasileiras) negociarem os seus títulos nas Bolsas de Valores dos Estados Unidos. São emitidos por bancos estadunidenses, a partir dos chamados recibos de ações. Essa é, inclusive, a razão do nome American Depositary Receipt - que, em tradução livre, significa Recibo Depositário Americano.

Os ADRs atuam como facilitadores entre investidores e empresas estrangeiras, possibilitando a comercialização das ações a um preço favorável para ambos.

Para a Taurus, ter ADRs em circulação abre a possibilidade de disponibilizar as suas ações de forma mais barata nos EUA, podendo alcançar um mercado vantajoso no país que é o maior do mundo em volume de transações de renda variável.

Além disso, muitos americanos enxergam a Taurus como uma legítima empresa americana, já que a empresa tem fábrica no país há 40 anos, é a quarta marca de armas mais vendida e a primeira mais importada lá, além de esse país absorver mais de 80% das vendas atuais da unidade brasileira.

Uma das vantagens de emitir um ADR é garantir que a empresa também estará apta a receber investimentos nos Estados Unidos, especialmente na NYSE (New York Stock Exchange), que hoje é a maior bolsa de valores do mundo. 

Ressalta-se que o fato de a Taurus ter, em seus estatutos, a obrigação de pagar um dividendo mínimo de 35% sobre o lucro líquido (LL) anual a seus acionistas (10% acima do mínimo de lei), torna-se um atrativo a mais aos investidores americanos, já que os EUA é o país onde é mais arraigada a cultura de o cidadão formar uma poupança por esse instrumento. Estima-se que cerca de 60% dos americanos possuam ações, boa parte como formação de poupança.

- Recompra de ações
Com tal dívida equacionada, abre-se também a possibilidade de a Taurus ir a mercado e fazer operações de recompra de ações, quer para mantê-las em tesouraria (caso julgue um bom e/ou estratégico investimento), quer para reservá-las para uma emissão de ADR, já que esta requer uma quantidade de ações que ficará depositada em uma instituição brasileira para esse fim.

Podendo recomprar suas ações, a Taurus também estará preparada para fazer frente a vendas intempestivas de grandes quantidades de ações, já que poderá vir a adquiri-las no mercado, com vistas a um dos objetivos explicitados no parágrafo acima.

- Interesse de grandes investidores nacionais e internacionais
Por último, mas não menos importante, o equacionamento dessa dívida também tornará a Taurus apta a receber aportes de grandes investidores privados e institucionais, nacionais e estrangeiros, que, por uma questão estatutária ou por vontade de seus dirigentes, não podem ou não querem investir em empresas com tal tipo de dívida pendente.

Nesse escopo, concorrerão fortemente para essa atratividade os fatos de a Taurus vir a pagar um dividendo mínimo de 35% e de ter suas ações listadas em bolsas americanas via ADR.

Sendo assim, o sucesso no equacionamento da pendência relativa a exercícios anteriores realmente poderá elevar a Taurus a um novo patamar.

Ou seja, a mesma empresa que enfrentou uma fase praticamente pré-falimentar em 2014, foi comprada pelo controlador da CBC no final desse ano, realizou uma reengenharia total em seus sistemas e processos a partir do final de 2017 e colocou uma dinâmica e proativa diretoria em 2018, passando a ser muito lucrativa e reconhecida pela alta qualidade de seus produtos desde então, subiria agora para um outro patamar, onde novas e importantes ações geradoras de valor para si e para seus acionistas poderão catapultar seu valor de mercado para níveis antes impensáveis.

Se as etapas anteriores foram consideradas por analistas como um verdadeiro "turnaround de livro", agregando-se agora o pagamento de dividentos, uma possível emissão de ADR, o início das operações na Índia (Jan 22 - quando a empresa ingressará no maior e mais promissor mercado ainda não explorado no mundo capitalista), a ampliação/modernização e o hub mundial em São Leopoldo (também em Jan 22), e ainda a produção de armas com o revolucionário grafeno, esta Consultoria acredita que a Taurus Armas está muito próxima de configurar o seu segundo turnaround, criando um grande valor para seus acionistas e correndo célere para se tornar a maior e melhor fabricante mundial de armamento leve.


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