*LRCA Defense Consulting - 02/04/2021
Em 23 de março de 2021, o Cônsul-Geral Amit Mishra discursou no webinar "Oportunidades na Indústria de Defesa Brasil-Índia", organizado pelo IBREI - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais e pelo Consulado Geral da Índia em São Paulo, com o suporte da Sociedade dos Fabricantes de Defesa da Índia (Society of Indian Defence Manufacturers), do SIMDE - Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa, e da Confederação da Indústria Indiana (Confederation of Indian Industry).
Em seu discurso, o Cônsul-Geral destacou as recentes reformas políticas sob a iniciativa AatmaNirbharBharat (Índia Autossuficiente), que visam impulsionar as exportações e fabricação do setor de defesa, e sublinhou as oportunidades de colaboração para a indústria de defesa brasileira.
O Presidente do Comitê de Exportações do SIDM, Sr. Rajat Gupta, o Vice-Presidente Executivo do SIMDE, Sr. José Cláudio Manesco, e Assuntos de Política Internacional do SIDM, Sr. Avnish Patnaik, também discursaram no evento. A sessão virtual foi moderada pelo Presidente do IBREI, Sr. Maurício Prazak.
Taurus e CBC já estão na Índia
Em 2019, quando a Taurus Armas e a CBC,
empresas do mesmo grupo, buscaram reduzir sua dependência do mercado
americano - o maior do mundo para armamento leve e suas munições,
fizeram uma escolha estratégica, mirando no país que, de acordo com
relatórios do Fundo Monetário Internacional, tem uma perspectiva
de crescimento econômico superior a da China, devendo ultrapassá-la nos
próximos 10 anos. Assim, a escolha recaiu sobre a Índia, país que é
considerado também
uma das maiores potências militares do planeta, atrás apenas dos EUA,
Rússia e China.
- é considerada a quarta potência militar do planeta, atrás apenas dos EUA, Rússia e China;
- tem o 8º PIB do mundo, à frente de países como Itália, Coreia do Sul, Canadá e Rússia.
Com relação ao armamento leve, à exceção de algumas unidades especiais, a maior parte das forças regulares e a quase totalidade das forças de segurança ainda usa submetralhadoras, pistolas e fuzis antiquados produzidos pelas fábricas estatais. Recentemente, houve uma grande importação de fuzis de assalto americanos e foi firmada uma joint venture com a Rússia para a produção local do fuzil de assalto AK-203. A partir daí, diversas iniciativas semelhantes estão sendo costuradas com empresas de outros países, sempre com transferência de tecnologia.
É esse enorme hiato criado pela obsolescência das armas leves que levou o Jindal Group e a Taurus Armas a firmarem uma joint venture para produzir, na Índia, fuzis CQB (também chamados de carabinas, para uso a curta distância), submetralhadoras, pistolas e revólveres destinados, conforme o caso, às forças armadas, de segurança e ao mercado civil. Motivo semelhante também norteou a decisão da CBC de produzir munições no país.Junto a este fato, está o de que Grupo CBC/Taurus passará a fabricar armas e munições na Índia, criando um ecossistema facilitador completo para o Exército Indiano e para as demais forças militares, paramilitares e de segurança do país.
A poderosa parceria com o Jindal Group, maior fabricante de aço da Índia e um dos dez maiores do mundo, também é um fator muito positivo, pois fornece a segurança política e os respaldos financeiro e de infraestrutura necessários para as operações da JV da Taurus nesse país.Em virtude de a pandemia estar sendo um entrave natural ao estabelecimento dos parques fabris e ao início das operações das JV da Taurus e da CBC na Índia, o vídeo abaixo traz uma entrevista do Cônsul-Geral Amit Mishra ao programa JRMundo da Record TV, abordando uma ampla gama de tópicos, incluindo o sucesso que a Índia vem obtendo contra a pandemia da Covid19, a força da sua indústria de vacinas e a colaboração Índia-Brasil em diversos campos.
"Nós estamos falando do país que será a maior população mundial 1,4 bilhões e a maior população de classe média do mundo e provavelmente a única economia que crescerá de 4 a 6 vezes nos próximos 20 a 30 anos . Todas as previsões são bem claras de que a Índia será a segunda maior economia até 2050 . Mas as empresas brasileiras estão ignorando isso. Nós acreditamos que há uma grande oportunidade para as empresas brasileiras se internacionalizarem e olharem para a Índia. Um bom começo foi feito durante a visita do presidente Bolsonaro, fazendo várias alianças com a Índia. Desde então, nós vimos bastante interesse em ouvir sobre a Índia e em entender mais o setor.", afirmou o Cônsul-Geral.
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