*LRCA Defense Consulting - 14/04/2021
O mercado de carregadores - uma das peças fundamentais da arma - está extremamente aquecido, acompanhando o de armamento leve. A margem de lucro por peça é muita atrativa, pois esta tem um maior valor agregado e maximiza a margem operacional da empresa.
Para se ter uma ideia da demanda, só para os EUA, no primeiro trimestre deste ano já foram vendidos mais carregadores que em todo o ano de 2020.
A Taurus espera estar produzindo 7.000 carregadores/dia em abril e cerca de 10.000/dia em junho, com um detalhe: os carregadores produzidos pela joint venture com a Joalmi tem qualidade superior aos utilizados anteriormente, incluindo os importados. A previsão é que a produção já se dê em São Leopoldo no final do ano, dentro do Projeto Estratégico Condomínio.
Segundo o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, tem afirmado nas diversas lives em que participou neste ano, há uma tendência de se atribuir maior importância à joint venture (JV) com a indiana Jindal Defense, devido ao tamanho do mercado desse país e às enormes possibilidades futuras que o negócio tem. No entanto, para curto e médio prazos, a JV de carregadores com a Joalmi será muito mais importante e estratégica, pois a empresa está entrando em um novo e lucrativo negócio, no qual há poucos fabricantes no mundo, e também garantindo sua autossuficiência. Obviamente, tal afirmação é válida enquanto a Taurus não vencer uma grande licitação na Índia, como a de cerca de 94.000 fuzis T4 para o Exército Indiano, na qual já está participando, em um negócio que poderá render mais de 50 milhões de dólares.
Em paralelo, a produção de carregadores propiciará uma forte redução de custo para as operações da
companhia, por meio da agilidade e integração logística, com flexibilidade de
volumes. Esse componente - de extrema importância para a qualidade final dos
produtos - era, até então, importado. Produzindo-o, a empresa, além de cortar este custo em dólares, passou a deter a
gestão de sua fabricação e, consequentemente, a evitar que a
qualidade de seus produtos possa ser eventualmente comprometida por uma peça que não era
fabricada por ela.
Segundo a Taurus, com a produção no Brasil, o custo do carregador cairá em
50%, sendo possível produzir uma arma nos EUA com a mesma margem bruta
com que seria fabricada no Brasil. Assim, esta redução de custos poderá contribuir para que a empresa aumente seu ticket médio e maximize o potencial de ganhos, principalmente por meio do lançamento de produtos voltados para uma faixa de preço superior, que incorporam, também, maior rentabilidade.
Entendendo a joint venture com a Joalmi
Atualmente, a demanda anual prevista da Taurus é de aproximadamente 6 milhões de
carregadores (com a previsão de produção 2 milhões de armas em 2021), considerando-se as fábricas do Brasil e dos Estados Unidos,
sem contar o aumento de produção de 50% previsto para 2022 e o enorme e promissor mercado de
reposição.
Para supri-la e tornar a empresa autossuficiente em carregadores, foi firmada uma joint venture estratégica com a Joalmi Indústria Metalúrgica Ltda., uma
empresa com mais de 30 anos de atuação no setor automotivo e com
expertise em engenharia, tecnologia e desenvolvimento de peças
estampadas em metais ferrosos e não ferrosos, e montagem de produtos com
alta complexidade, em sua maioria, relacionadas a sistemas de segurança
automotiva. Os produtos fabricados e/ou desenvolvidos pela Joalmi são
aplicados em diversos modelos de veículos das principais montadoras brasileiras e
internacionais, tais como: Jeep, Peugeot, Citroën, Chery, Hyundai, VW,
Ford, Volvo e Renault.
Atualmente, a Joalmi conta com uma moderna
planta industrial de 26 mil m² localizada na cidade de Guarulhos, no
Estado de São Paulo, e possui diversas certificações nacionais e
internacionais de qualidade, além de equipe técnica altamente
qualificada.
A joint venture terá uma capacidade instalada de 7,4 milhões por
ano até o final de 2022 e sua ampliação poderá ser antecipada,
dependendo da atuação da JV no mercado de reposição. Seu capital
acionário é formado por ambas as empresas, na proporção 51% Taurus e 49%
Joalmi. Seu objetivo primordial é desenvolver tecnologia própria compatível
com os mais altos padrões de qualidade do mercado para atender a demanda
global da Taurus e também o mercado de reposição de carregadores no
mundo inteiro.
A nova empresa de carregadores está totalmente alinhada com a estratégia global da Taurus de tornar a unidade do Brasil a mais eficiente fábrica de armas no mercado mundial e um hub de distribuição de peças para todas as unidades do grupo, com a finalidade de sustentar o seu eficaz e lucrativo modelo produtivo. A JV também promove a entrada da Taurus em um novo segmento de negócio, que é o mercado de reposição, até então não explorado pela companhia.
A operação foi iniciada no parque industrial da Joalmi, em Guarulhos (SP), com previsão de transferência para o complexo industrial da Taurus, em São Leopoldo (RS), a partir do quarto trimestre de 2021.
Esta parceria faz parte da estratégia da Taurus de investir em crescimento e inovação, e foi possível devido à sinergia entre duas empresas que possuem, como característica, fortes investimentos no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias de ponta visando a segurança das pessoas.
Estimativas
Apesar de a empresa não divulgar o custo dos componentes de suas armas, ao se saber que a demanda por carregadores pela própria companhia gira em torno de 6 milhões de unidades/ano, estima-se que a nova JV possa representar uma receita milionária e uma drástica redução nos custos operacionais de produção. Tal afirmativa é reforçada ainda pelo fato de que, até 2022, a capacidade produtiva poderá quadruplicar em relação a hoje e atingir 7,4 milhões de carregadores/ano, que serão fornecidos não apenas à Taurus, mas também a outras empresas nacionais e internacionais, bem como a representantes, distribuidores e varejistas.
Em outubro de 2020, a Taurus estimava que, entre resultados operacionais e redução de custos, o projeto poderia gerar mais de R$ 100 milhões nos próximos cinco anos. No entanto, o aumento de produção em curso nas unidades fabris do Brasil e dos EUA, bem como o forte aquecimento da demanda por armamento leve, especialmente nos Estados Unidos, levam esta Consultoria a acreditar que tal valor tenha sido conservadoramente estimado, podendo ser incrementado substancialmente.
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