*LRCA Defense Consulting - 14/04/2021
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), por meio da CISCEA (Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo), implantou um novo sistema de gerenciamento do espaço aéreo brasileiro. A Centralização de Planos de Voo, desenvolvida em conjunto com a Atech, uma empresa do Grupo Embraer, é responsável pela unificação do trâmite de todos os planos de voos em território nacional. O sistema entrou em operação neste último domingo, dia 11.
O objetivo do projeto é a padronização de um caminho único para todas essas mensagens que visam a utilização do espaço aéreo brasileiro, buscando uma validação ainda mais segura e automatizada por meio do Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos (SIGMA) – também desenvolvido pela Atech. A centralização garante um planejamento ainda mais estratégico, preciso e seguro para todos os envolvidos em operações de voos pelo país.
Para o Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, Diretor-Geral do DECEA, “a adoção da centralização das intenções de voo no Brasil no Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) é uma ação de extrema relevância para o DECEA, garantindo a confiabilidade e a disponibilidade do sistema 24 horas por dia, o que reforça a visão do Departamento em ser reconhecido como referência global em segurança, fluidez e eficiência no gerenciamento e controle integrado do espaço aéreo”.
O Major Aviador Marcio Rodrigues Ribeiro Gladulich, Gerente do Empreendimento e Chefe da Divisão Operacional da CISCEA, destaca que toda a concepção do projeto foi planejada para uma implantação de forma gradual, buscando o menor impacto possível para os usuários do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). “Apesar dos planos de voo passarem a percorrer o caminho centralizado a partir de abril de 2021, o processo será transparente, não havendo, nesse momento, necessidade de mudanças nos procedimentos dos usuários”.
A centralização constitui um novo paradigma de gerenciamento de planos de voo e suas mensagens de atualização. De acordo com o Coronel Aviador Marcelo Jorge Pessoa Cavalcante, Comandante do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), o Centralizador de Planos de Voo é um módulo do SIGMA que trará maior apoio ao serviço de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo prestado pelo CGNA – organização que permite, a partir das intenções de voo, a harmonização do fluxo de tráfego. “O fato de todos os planos de voo e mensagens associadas serem obrigatoriamente submetidos ao Centralizador traz mais eficiência e segurança nas atividades do CGNA, permitindo um planejamento completo e totalmente automatizado”, destaca o Comandante do CGNA.O sistema conta também com a funcionalidade de envio de planos em lote por parte das empresas aéreas, possibilitando uma integração entre os sistemas das companhias e o centralizador de planos de voo.
Visando ainda uma maior confiabilidade para o usuário, o projeto inclui funcionalidades como um código alfanumérico para identificação única de cada plano (IDPLANO), assegurando a rastreabilidade da informação em todo o sistema. “Isso vai garantir que o usuário tenha a certeza de que o seu plano de voo foi enviado e processado pelo SISCEAB, possibilitando maior segurança para as operações aéreas. A possibilidade de acompanhamento das intenções de voo por parte dos pilotos é um ponto crucial para o DECEA”, ressalta o Brigadeiro do Ar Eduardo Miguel Soares, Chefe do Subdepartamento de Operações (SDOP) do DECEA.
Para o desenvolvimento deste projeto de grande vulto, a CISCEA vem trabalhando, desde 2017, na concepção para tamanha implementação. Para o Major-Brigadeiro do Ar Sérgio Rodrigues Pereira Bastos Júnior, Presidente da CISCEA, “A responsabilidade pelo desenvolvimento e implantação deste projeto é motivo de orgulho e dedicação para toda a equipe. A concepção em que se baseia a Centralização dos Planos de Voo evidencia a busca constante do DECEA pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento dos serviços aeronáuticos para o País”.
A Centralização do Plano de Voo também trará confiabilidade e disponibilidade do sistema 24 horas por dia por meio do novo Centro Reserva concebido no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos – SP. Esse Centro irá operar em paralelo com as mesmas capacidades de processamento do centro principal.
Antes, os planos de voo e mensagens de atualização percorriam diversos caminhos para procedimentos como análise e direcionamento. Os profissionais responsáveis pelo controle de voo utilizavam recursos diversos para executar atividades, como a rastreabilidade e a validação das mensagens. A grande mudança está na inserção do novo módulo do SIGMA, um centralizador que permitirá o tratamento das mensagens de Serviço de Tráfego Aéreo (ATS, do inglês Air Traffic Service).
Desta forma, os planos e mensagens dos operadores serão submetidos ao centralizador. Em seguida, encaminhados para as salas de Informações Aeronáuticas do Aeródromo (AIS, do inglês Aeronautical Information Service) para validação. Após esse passo, serão enviadas aos órgãos ATS responsáveis pelo voo.
“A entrada em operação da Centralização de Planos de Voo é certamente um marco importantíssimo para o desenvolvimento tecnológico brasileiro em uma área altamente estratégica para o país: a gestão do tráfego aéreo. Um avanço que reforça a ousadia, a competência e o compromisso com a otimização do setor, alinhado com o movimento de digitalização dos sistemas que a sociedade vem experimentando em inúmeras áreas”, ressaltou o presidente da Atech, Edson Mallaco.
Com a centralização de planos de voo, os pilotos, os despachantes operacionais de voo (DOV), poderão acompanhar os processamentos das intenções de voo em cada etapa.
O novo sistema se destaca por ser integrado e garantir ainda mais segurança e agilidade. “Não existe mais a possibilidade de um mundo que não seja digital, e esse avanço é fruto de uma visão estratégica concebida pelo DECEA e implementada primorosamente pela CISCEA. A Atech, parceira estratégica dessas duas organizações, se sente muito orgulhosa por fazer parte deste projeto e contribuir para o desenvolvimento do país e para o fortalecimento e a manutenção do conhecimento para a soberania e a sustentação tecnológica do Brasil”, conclui o diretor de negócios ATM da Atech, Marcos Resende.
*Com informações da Atech.
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