“Isto vai agilizar o lançamento de novos produtos no mercado reduzindo os prazos e aumentar a competitividade da indústria nacional”
*ABIMDE Notícias - 12/02/2021
A ABIMDE segue atuando em prol da BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança) promovendo novas ações visando a competitividade das empresas no mercado nacional e também no cenário externo. A entidade avançou no processo para se tornar um Organismo Certificação de Produtos (OCP), podendo assim certificar Produtos Controlados pelo Exército (PCE). O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (12), durante plenária mensal mediada pelo presidente executivo, Almirante Rodrigo Hônkis.
No evento, realizado mais uma vez de forma virtual devido às restrições impostas pelo Coronavírus, foi informado às associadas o processo para que a ABIMDE se torne uma OCP. A entidade passou pela validação da primeira remessa de documentos e a previsão é que todas as etapas sejam concluídas e em maio deste ano já esteja operando.
“Em breve, a ABIMDE estará certificando produtos controlados, se inserindo em um novo ambiente regulatório”, comemora o diretor técnico da ABIMDE, Coronel Armando Lemos. Ele explica que esse passo será possível graças à novas regulamentações lançadas pelo Exército e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Isto vai agilizar o lançamento de novos produtos no mercado reduzindo os prazos e aumentar a competitividade da indústria nacional”.
Lemos explica que esse novo trâmite de certificação colocará os produtos fabricados pelas empresas nacionais no mesmo patamar de exigência dos internacionais. “Isto nos aproxima da isonomia de tratamento em relação ao produto importado”, afirma.
Durante a plenária, o consultor Fábio Sianga informou sobre como funciona o ambiente regulatório e quais as mudanças recentes que foram implantadas. A aprovação da ABIMDE como OCP vai coloca-la em um novo patamar na defesa da indústria nacional”, afirmou.
Comitê de Segurança Sanitária (CSS)
Outro assunto comentado na plenária foi a instauração do Comitê de Segurança Sanitária (CSS), criada em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO). As empresas da ABIMDE que integram o CSS são Cristanini do Brasil, Cecil e Atrasorb. Os interessados em participar devem enviar e-mail para abimde@abimde.com.br.
Ao final, foram apresentadas as novas empresas associadas à ABIMDE: Albatross Indústria Aeronáutica e Tecno Crata Engenharia (ambas de São José dos Campos-SP) e Eco Mach Tech do Brasil (Joinville-SC).
Novo sistema tende a desafogar o processo de homologação
Todos os produtos controlados pelo Exército, que são fabricados no Brasil (armas letais e não-letais, munições, coletes, granadas, etc.), necessitam de homologação dessa Força através de um Relatório Técnico Experimental – RETEx – antes de serem disponibilizados ao mercado de consumo. Mesmo uma simples alteração estética, como a mudança do material ou da cor de um cabo de arma, já requer todo um novo processo de homologação.
Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus Armas, lembrou que, há apenas dois anos, devidos às restrições de calibre até então existentes, sua empresa lançava somente cerca de oito novos modelos de armas por ano, quantidade suficiente para que o Exército pudesse avaliá-los e liberá-los com oportunidade, sem prejuízos para a companhia.
Com a liberação havida desde 2019, a Taurus já desenvolveu cerca de 300 novos modelos. Somado com os produzidos pelas demais empresas do segmento de armas e munições, compreensivelmente esse número ultrapassou em muito a capacidade do órgão técnico do Exército, causando uma lentidão de meses ou até anos na homologação de produtos.
Como muitos desses produtos concorrem no dinâmico mercado internacional, essa demora traz grandes prejuízos às indústrias nacionais, que perdem em oportunidade por não poderem vender no País produtos já comercializados ou com similares no mundo.
Hoje, para homologar um produto, se não tiver mais nada na fila, a Taurus
alega demorar de 18 a 24 meses para obter a certificação junto aos
órgãos competentes. Como a empresa tem hoje mais de 100 novos produtos
na fila, pela média dos últimos tempos iria demorar muitos anos até
homologar todos, o que significa expressivas perdas em oportunidades de
negócios.
Assim, a notícia de que a ABIMDE se tornará um Organismo Certificação de Produtos (OCP) é muito bem-vinda pela Base Industrial de Defesa e Segurança, especialmente, pelas fabricantes de armamento leve, representando um grande passo em direção à competitividade e à inovação oportunas, fatores fundamentais para que possa concorrer de igual para igual com seus pares internacionais.
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