Twitter da Nord Research - 18/12/200 |
*LRCA Defense Consulting - 20/12/2020
No final da semana que passou, Marco Saravalle @marcosaravalle (Sarainvest) e Bruce Barbosa @BruceBarbosa88 (Nord Research), dois conceituados e reconhecidos analistas brasileiros, destacaram, em outras palavras, o turnaround vivenciado pela empresa Taurus Armas S.A. nos últimos anos, após ter sido adquirida pela Companhia Brasileira de Cartuchos - CBC no final de 2014 e, especialmente, depois que passou a ter seus destinos conduzidos pela competente equipe de executivos liderada por Salesio Nuhs, Presidente e CEO Global da empresa.
Sem deixar de reconhecer e comentar os problemas passados que assombravam os investidores, como o alto nível de endividamento e questões relativas à qualidade entre 2011 e 2014, os analistas focaram na forte e sólida recuperação que a Taurus apresenta desde 2018, quando os números de seus balanços, com ênfase na geração de caixa, passaram a refletir a pesada reengenharia feita em todos os processos e sistemas da empresa desde 2016, vindo a culminar com a quebra de oito recordes no 3T20.
Qualidade
Os problemas de qualidade não existem mais, tanto que a empresa é hoje a maior produtora mundial de revólveres, a quarta marca mais vendida nos EUA e também a marca mais importada por este país, para onde dirige cerca de 85% de sua produção. Além disso, a convite da indiana Jindal Defense, formou uma joint venture com esta empresa e começará a produzir armas para o maior e mais inexplorado mercado mundial de armas leves no 1T21, tendo grandes chances de vir a ser a fornecedora das imensas forças armadas e policiais indianas em fuzis CQB no calibre 5,56mm (T4) e em pistolas 9mm (TS9).
Ainda no quesito qualidade, recentemente venceu uma licitação do Exército das Filipinas para o fornecimento de 12.412 fuzis T4, estando no aguardo da assinatura do contrato. Entre 2017 e 2019, já havia vencido outra licitação, desta vez da Polícia Nacional das Filipinas, fornecendo 20.000 pistolas TS9 para essa instituição. Vale lembrar que as forças de segurança e militares filipinas têm um dos mais exigentes padrões de qualidade do mundo.
Endividamento / alavancagem
Com relação à dívida, desde que a nova equipe assumiu, estabeleceu um rígido controle de despesas e do custo final, que começa já no Departamento de Engenharia, quando novos produtos são planejados e desenvolvidos. Aliando este fato a toda uma reengenharia financeira, o que se vê hoje é que a alavancagem da companhia caiu de um índice de 11,2 (em 2014) para apenas 3,1 em setembro último, o que é uma situação considerada tranquila para qualquer empresa. Com a inevitável subscrição dos bônus em poder do mercado e a venda dos ativos em processo de alienação (um grande terreno em Porto Alegre e a lucrativa fábrica de capacetes), diminuirá mais esse índice, trazendo-o para o patamar de 1,9, possivelmente ainda em 2021. Vale acrescentar que, de dezembro de 2019 para setembro de 2020, a dívida da Taurus foi encolhida 47% em reais e 11% em dólares.
Outro fator que está aumentando as expectativas dos analistas é que, com o equacionamento do endividamento, a empresa voltará a ter patrimônio líquido positivo, o que também poderá acontecer ainda em 2021, com todas as importantes e consequentes implicações deste fato: pagamento de dividendos anuais aos acionistas (35% pelo Estatuto); acesso a financiamentos nacionais e internacionais em condições vantajosas; eventuais aquisições e/ou novas joint ventures estratégicas; possibilidade de investimento em suas ações por grandes fundos e gestoras de capital nacionais e internacionais, hoje impedidos de fazê-lo; e, por que não, listagem de seus títulos em uma bolsa de valores norte-americana.
Trecho do programa "Dica de Hoje" de 17/12/20: As melhores Small Caps para 2021, com Marco Saravalle https://bit.ly/3amy4SS
Comparativo com empresas americanas do setor / valor das ações
Foi comentado também que, em relação aos demais players mundiais de armamento com ações em bolsas
de valores, o múltiplo Valor de Mercado / Ebitda da Taurus está disparadamente mais atrativo que o de empresas como Ruger e Smith & Wesson, que
foram antigos parâmetros para ela e que hoje mostram números
inferiores aos seus. Esse fato, aliado aos de a companhia ter conquistado uma
governança corporativa superior à exigida pelo Nível 2 da B3, aos robustos números operacionais e financeiros que vem
apresentando e às perspectivas para curto, médio e longo prazo,
evidencia que o valor de suas ações está muito descontado, ou seja,
estão baratas e podem ainda se valorizar bastante.
Outras questões positivas levantadas foram o Projeto Estratégico de Expansão da Taurus para os próximos cinco anos, a joint venture com a Joalmi para a fabricação de carregadores e a demanda recorde por armas nos EUA, que leva a empresa a estar, hoje, com 10 meses de pedidos à frente (backorders).
Perante tais considerações, vale acrescentar ainda que, embora tenha causado surpresa e até incredulidade para muitos o fato de a casa de análises internacional Simply Wall St estar projetando hoje um valor justo de R$ 142,35 para as ações preferenciais da Taurus Armas, esse valor é, teoricamente, possível de ser alcançado se forem mantidos ou melhorados os robustos resultados que a empresa vem apresentando, especialmente com relação à geração de caixa.
No entanto, é forçoso entender que tal possibilidade é prevista dentro de um horizonte de médio ou longo prazo, como propõe seu método de análise, e em linha com o acontecido em 2007, quando a companhia estava em seu auge e suas ações chegaram a valer mais de 30 dólares.
Aquisição estratégica?
Por fim, embora o assunto não tenha sido comentado pelos analistas, esta Consultoria lembra que a Taurus, aproveitando-se do fato de ter um caixa reforçado no presente momento, pode estar em vias de realizar uma aquisição estratégica que possa vir a contribuir para o seu core business, haja vista que esta possibilidade já foi aventada tanto na live realizada na Apimec, como no próprio balanço do 3T20.
Maior empresa de armamento leve do mundo
Lembra-se também que a intenção da equipe dirigente da companhia é torná-la, em um horizonte de médio a longo prazo, a maior empresa de armamento leve do mundo, como seus dirigentes têm, orgulhosa e publicamente, afirmado em lives e entrevistas ocorridas após os resultados do último trimestre.
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