*Ministério da Defesa - 02/12/2020
Brasília (DF), 02/12/2020 - Com
o objetivo de promover negócios no setor da aviação comercial e
militar, ocorreu, nesta quarta-feira (2), o início da Eurasia Airshow
2020. Nesta edição, o Eurasia Airshow será virtual e ocorrerá até
domingo (6). Durante a abertura, o Secretário de Produtos de Defesa
(SEPROD) do Ministério da Defesa (MD), Marcos Degaut, representou o
Ministro Fernando Azevedo e falou sobre a “Visão Estratégica do Modelo
Brasileiro”, com destaque para os seguintes aspectos: cenário, futuro da
mobilidade, inovação e realidade no Brasil. A abertura também contou
com a participação de Haitham Misto, representando o Primeiro Ministro
da Jordânia, Bisher Al-Khasawneh. Ele falou sobre a necessidade de
desenvolvimento de projetos em conjunto na área de inovação. O evento,
em 2018, teve a participação de 168 delegações militares e civis
oficiais de 73 países.
Em uma avaliação inicial, o Secretário
Degaut destacou que “à medida em que incertezas e riscos cresceram e
permaneceram em níveis preocupantes, nossas conexões e interdependências
passaram a ser inevitáveis”. Na ocasião, ele ressaltou que é
fundamental a busca de tecnologias avançadas para dar suporte aos
desafios que virão, especialmente no que se refere à segunda onda
mundial da COVID-19, que ameaça a recuperação econômica em alguns
países. Ao analisar o momento brasileiro, o Secretário comentou que,
apesar das turbulências ocasionadas pela pandemia do coronavírus, o
setor de Defesa começa a dar sinais claros de recuperação. “O Brasil
superou momentos desafiadores e a nossa Indústria de Defesa comprovou o
seu valor. Após mais de 60 anos desenvolvendo produtos e soluções, o
setor se apresenta como robusta e diversificado”, destacou.
Degaut
enfatizou que a indústria nacional tem competência para oferecer
produtos em diferentes ambientes operacionais: aéreo, terrestre,
marítimo, espacial e cibernético. Além de possuir experiência no
desenvolvimento, certificação, fabricação, entrada em serviço e suporte
para operação de novos produtos. Um exemplo disso é o avião C-390, que
já entrou em operação com a Força Aérea Brasileira e foi vendido para
Portugal e Hungria.
No que diz respeito à ação governamental no setor
de Defesa, o secretário revelou que o Brasil vem fortalecendo as
relações com alguns países no sentido de ampliar a cooperação na área de
indústria de defesa. Ele comentou que a Industria de Defesa nacional
vive um momento de amadurecimento, tendo estabelecidas ações voltadas à
sustentabilidade do negócio, como o fortalecimento da Tríplice Hélice
(projetos que envolvem o Governo, Indústria e Academia).
A
indústria também tem buscado parcerias para ampliar a eficiência
operacional e melhorar o uso de recursos, além de ampliar os mercados.
“O Brasil entende que o cenário atual requer uma colaboração
significativa entre as diferentes áreas de Defesa para que o setor tenha
condições de ampliar a sua força e capacidade de reação, neste cenário
complexo”. Os produtos de Defesa (PRODE) brasileiros já estão presentes
em 130 países. “Além disso, o Ministério da Defesa brasileiro está
intensificando as relações com os governos e a participação em feiras
internacionais”.
Setor Aéreo
Em relação ao
setor aéreo brasileiro, Marcos Degaut relatou que nos anos 70, a Força
Aérea Brasileira desenvolveu o sistema integrado de gestão de tráfego
aéreo e Defesa, em parceria com a iniciativa privada. O modelo é
aplicado em outros países, com o mesmo nível de integração. O sistema,
que conta com alto nível de integração, permite economia de custos e
resposta mais rápida, o que facilita ações de defesa e segurança.
Ele
também teve sua segurança comprovada internacionalmente pela ICAO
(Organização da Aviação Civil Internacional) no Programa de Auditoria de
Supervisão de Segurança Universal. Conforme avaliação, o sistema
brasileiro alcançou o índice de 95,07% de conformidade, o que o
classifica entre os cinco primeiros do mundo.
No que diz respeito à capacidade, a indústria brasileira conta com uma base bem estabelecida. O principal cluster do setor está localizado no estado de São Paulo onde se concentram mais de 300 empresas e dezenas de startups.
Ao comentar aspectos relativos à
mobilidade, Degaut informou que São Paulo já tem o segundo maior tráfego
global de helicópteros. “Estamos cientes dos novos desafios que chegam
com o Urban Air Traffic Management (UATM) e a popularização do
ecossistema. Os órgãos públicos e empresas privadas brasileiras têm um
roteiro para expandir suas capacidades e lidar com o novo modelo. Os
impactos precisam ser tratados corretamente para obter a
sustentabilidade do modelo”, avaliou. No futuro, aeronaves elétricas
irão ampliar o tráfego urbano. O cenário exigirá cooperação entre as
nações, na busca de soluções. “O Brasil está preparado para fazer parte
deste cenário global”.
Inovação
No que se
refere à inovação, o Secretário destacou projetos em que as empresas
brasileiras desenvolveram aeronaves que operam com alta eficiência, o
que demanda menos quantidade de combustível por passageiro. Também há
uma elaboração de estudos para o desenvolvimento de plataformas híbridas
em que as aeronaves terão condições de decolar e pousar em pistas
curtas, com menos de mil metros. O conceito estabelece o desenvolvimento
de motores híbridos nos sistemas de turboélice e elétrico. Também, em
produção no Brasil, projetos no segmento de sistemas de radar e
segurança cibernética.
“A próxima década terá muitos
desafios. Mas o conceito brasileiro de Gestão Integrada do Tráfego Aéreo
(ATM) é uma base estável para lidar com a ideia de operação integrada
de um novo padrão de mobilidade urbana”. Degaut lembrou que o Brasil,
com a sua tradição está preparado para liderar os esforços
internacionais e oferecer soluções ao mercado. “O cluster brasileiro é
referência internacional em aeronaves de controle full fly-by-wire e
automação, capacidade de desenvolvimento multifuncional, defesa e
desenvolvimento de software”, concluiu.
Com informações da SEPROD
Fotos: divulgação/SEPROD
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será submetido ao Administrador. Não serão publicados comentários ofensivos ou que visem desabonar a imagem das empresas (críticas destrutivas).