*LRCA Defense Consulting - 10/08/2020
Por meio de um Fato Relevante divulgado hoje, a empresa Taurus Armas S.A. comunicou aos seus acionistas e ao mercado que "na data de hoje foram assinados os aditivos contratuais referentes aos novos termos e condições para o pagamento das obrigações assumidas perante o Sindicato dos Bancos, os quais contemplam o reescalonamento do pagamento do principal que ocorreria em junho de 2020, no valor aproximado de R$ 123 milhões. O montante será adequado ao fluxo de caixa futuro da Companhia e diluído nos próximos 31 meses juntamente com os demais valores e prazos de vencimento já acordados na posição contratual anterior".
Uma decisão cautelar e estratégica para tempos de pandemia
Sun Tzu, em sua antológica “A Arte da Guerra”, escreveu que “os melhores soldados devem ser colocados como uma vanguarda e cada equipe deve ser seguida por uma reserva sustentável”. Esta máxima é usada até hoje por todos os exércitos do mundo, ao preconizarem que “não se combate sem reserva”.
No entender desta Consultoria, em que pese a Taurus estar se saindo muito bem neste semestre, especialmente nos Estados Unidos onde tem vendas recordes, a pandemia atual requer um cuidado muito grande por parte da empresa.
Se fosse pagar o muro da dívida agora em junho, como estava previsto, a companhia correria o risco de ficar com o caixa muito apertado caso houvesse algum imprevisto, já que a área onde está sua sede entrou novamente em “bandeira vermelha” relativa à pandemia. Eventualmente, se tiver que suspender as operações por algum tempo, será necessário ter caixa suficiente para continuar honrando, com tranquilidade, os compromissos com funcionários, fornecedores etc.
Assim, a medida é cautelarmente estratégica ao permitir um alívio de caixa neste momento incerto da vida empresarial nacional, com essa parte da dívida (R$ 123 milhões) sendo reescalonada para pagamento em 31 parcelas mensais. Possibilita também que os dois bens em processo de venda - a fábrica de capacetes e o terreno em Porto Alegre - sejam preservados de uma eventual necessidade de venda a preços subavaliados.
A propósito, a previsão anterior da empresa era de que essas duas alienações fossem relacionadas ao pagamento da dívida de curto prazo. Com o reescalonamento estratégico, tal ação não necessitará ser realizada, já que o pagamento parcelado poderá ser feito com a geração normal normal de caixa. Isso preserva o referido patrimônio, que poderá ser alienado somente em uma condição favorável de mercado.
O presente acordo com os bancos credores foi viabilizado em virtude da empresa goza de alta credibilidade junto a estes, pois a reengenharia que a fez se reinventar desde 2018, levou a Taurus Armas a um processo reconhecido e sólido de turnaround, tornando-a lucrativa após sete anos de prejuízos e considerada como excelente pagadora pelos credores.
Em síntese, esta Consultoria acredita que a medida é positiva para a Taurus Armas, na medida em que a empresa reescalona a dívida vincenda, preserva o caixa e se acautela para enfrentar qualquer adversidade que possa ser causada pela pandemia.
Veja a síntese do Fato Relevante:
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