Em 2018 as ações da Taurus Armas valorizaram mais de 180% mas a expectativa não se manteve nos anos anos seguintes. Fica o questionamento se os investidores estão olhando a Taurus Armas (BOV:TASA3) (BOV:TASA4) como deveriam.
A Taurus Armas registrou lucro líquido de R$ 39 milhões no 2T20, queda de -10,6% na comparação com o mesmo período de 2019. A Taurus está com suas unidades industriais em plena produção, com a nova operação no Estado da Georgia, nos Estados Unidos, avançando em ramp-up de produção e contando com estabilidade em seus processos produtivos para ampliar o volume de armas produzidas.
A alta na expectativa e a baixa no fato. Por que os investidores ainda não enxergam os bons números da Taurus Armas (TASA3)?
O ano de 2018 foi atípico em vários aspectos, e o mercado financeiro também foi amplamente impactado naquele cenário. A expectativa da eleição de Bolsonaro, que sempre defendeu publicamente a ampliação do uso de armas, fez as ações da Taurus Armas(TASA3) valorizarem mais de 180% naquele ano.
Apesar da grande valorização em 2018, a Taurus começou bem antes (em 2016) uma reestruturação que tornou a gestão mais eficiente, com redução de custo, análise de giro de estoque e identificação de fornecedores e parceiros.
O bom planejamento iniciado em 2016 deu resultado. “No segundo trimestre de 2020, o lucro bruto da Taurus foi de R$ 179,9 milhões, superior aos R$ 172,4 milhões alcançado nos seis primeiros meses do ano passado, que já tinha sido um ano com fortes resultados operacionais. Também a geração operacional de caixa medida pelo Ebitda no segundo trimestre de 2020, de R$ 107,7 milhões, superou os R$ 94, 9 milhões acumulados em todo o primeiro semestre de 2019. E isso acompanhado de ganho de rentabilidade, com aumento na margem bruta, que chegou a 42,4% no segundo trimestre de 2020, e na margem Ebitda, que cresceu no trimestre em mais de 10 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2020, atingindo 25,4%”, segundo dados da Taurus apresentada na última quinta-feira dia 13 de agosto 2020.
Em entrevista exclusiva à ADVFN o presidente da Taurus Armas, Salesio Nuhs, contou porque a Taurus é muito mais do que expectativa para quem busca bons investimentos.
Francisco Tramujas – O que mudou na Taurus Armas(TASA3) para que a companhia conquistasse tão bons números no primeiro semestre de 2020?
Salesio Nuhs – Trouxemos esta nova Taurus Armas uma experiência de mais de 30 anos no mercado de armas e munições. Hoje a companhia está mais focada nas armas, com o mix de armas desenvolvido em grande parte a partir de 2017.
A Taurus manteve o foco no tripé: Inovação, Tecnologia e Qualidade.
Nada como estar forte no Brasil e no maior mercado consumidor de armas no mundo, Estados Unidos, onde a Taurus hoje já possui 15% do mercado. E a companhia já ocupa o 4° lugar como a quarta marca mais desejada pelo público norte-americano.
Além da operação nos estados unidos a Taurus Armas está presente em mais de 100 países.
Em relação a qualidade a companhia estabeleceu padrões superiores às normas técnicas exigidas pelo mercado internacional.
Possuímos nos Estados Unidos e Brasil um corpo qualificado de engenheiros trabalhando de forma integrada para manter a marca com um DNA muito forte na inovação.
FT – Você mencionou que a empresa hoje possui 15% do mercado norte-americano, qual a participação da Taurus no mercado brasileiro de armas?
NS – Atualmente a Taurus detém 90% do mercado brasileiro de armas.
FT – Quanto da receita da companhia na venda de armas vem do setor público e quanto ainda vem do setor privado?
NS – Acredito que em torno de 30% para o setor público e a maior parte, 70%, para o setor privado.
O cliente do setor privado são empresas de segurança, colecionadores e caçadores, aí também a importância no lançamento de novos modelos de armas.
FT – É possível dizer que nesta reestruturação da companhia a empresa está com maior foco nas armas, reduzindo o investimento em outros segmentos como capacetes, por exemplo?
SN – Sim. O foco da companhia tem sido no mercado mundial de armas, com lançamentos nos 4 segmentos de armas tais como revólver, pistola, espingarda e fuzil para a venda em mais de 100 países.
Nos últimos dois anos, a Taurus vem continuamente apresentando novidades ao mercado, com produtos inovadores, de qualidade e custo competitivo.
No primeiro semestre de 2020, foram 56 novos produtos agregando 268 novos SKUs (Unidade de manutenção de estoque – como cada produto é identificado) ao portfólio da Companhia, sendo que 46,3% da receita de armas são oriundos de produtos lançados nos últimos dois anos.
Sinal de que os novos lançamentos tem tido grande aceitação do mercado.
FT – Qual a capacidade de produção de armas da Taurus?
SN – Com a equipe atual a nossa capacidade é de 5 mil armas por dia.
FT – Hoje a Taurus possui no Paraná, no município de Mandirituba, uma das maiores indústrias da capacetes da América Latina, qual o objetivo desta planta no planejamento da companhia?
SN – A planta de Mandirituba é uma operação independente, os número da planta desta operação nós não consolidamos na nossa operação da Taurus, e como o nosso objetivo é focar em armas o negócio de capacetes está disponível para a venda.
É uma operação positiva, porém está fora do foco que a companhia tem implementado nos últimos anos.
FT – Em relação ao endividamento da Taurus Armas apontado por alguns investidores, como a companhia tem trabalhado?
SN – Recentemente conseguimos alongar uma dívida de curto prazo no valor de R$123 mi por um prazo de 31 meses, que pode ser paga sem grande aperto do nosso caixa com o nosso ganho operacional e também com a venda do ativo que é a planta de Mandirituba.
FT – Como a companhia tem se preparado para atender os consumidores?
SN – A dedicação em fazer uma ampla renovação na companhia, revisando e melhor adequando tanto os processos de gestão como os processos comerciais e produtivos, foi o que permitiu a empresa atingir esses resultados. Temos, mais uma vez, a admiração do consumidor pela marca Taurus e oferecemos ao mercado produtos que vão ao encontro de suas demandas. Estabelecemos novo nível de produção, com aumento da capacidade nas fábricas do Brasil e dos Estados Unidos, o que proporcionou novo grau também de resultados operacionais e geração de caixa para a companhia.
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