*LRCA Defense Consulting - 14-08-2020
Consolidando a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2020 ontem (13), o Presidente e CEO Global da Taurus Armas S.A., Salesio Nuhs (que hoje comemora 30 anos no grupo CBC), e o Diretor Financeiro (CFO) da empresa, Sérgio Sgrillo, participaram de duas lives hoje, a primeira com Carlos Daltozo, da Eleven Financial, e o segundo com Carlo Cauti, da Suno Research.
As informações trazidas por ambos complementaram e foram além do informado no press release relativo ao balanço, sendo de grande relevância para se entender o excepcional processo de turnaround que a Taurus está tendo desde 2017.
Salesio e Sérgio trouxeram novas e importantes informações relativas a: reestruturação da empresa, pagamento da dívida, produção nos EUA e no Brasil, demanda nos EUA, pedidos em carteira nos EUA, projeto do revólver mais barato do mundo, joint venture (JV) na Índia e joint venture com uma empresa brasileira.
Segue uma síntese do que os executivos comentaram.
Resultados trimestrais/semestrais
- A empresa já vinha apresentando bons resultados desde 2018 e vem num crescendo, mas os deste trimestre podem ser considerados “fora da curva”, tanto pela expressividade dos números como pelo que representam para o futuro da empresa.
- A empresa quebrou agora cinco recordes: Ebitda, Margem Bruta, Volume de Produção, Volume de Vendas e Receita.
- A Margem Bruta foi de excepcionais 42,4% (2017: 13%), tornando a Taurus referência no mercado mundial de armas nesse quesito.
- A Margem Ebitda (de 25%) teve um salto gigantesco, com mais de 10 pontos percentuais, sendo também referência no mercado mundial de armas nesse quesito.
- Este semestre consolidou a Taurus como empresa geradora de caixa: 72 milhões.
- A Taurus alcançou um novo patamar operacional e consolidou seu turnaround.
Algumas razões para os sucessos conquistados
- O cenário que proporcionou esses excelentes resultados foi a reorganização operacional com mudanças estruturais, que possibilitou resultados constantes, estáveis e crescentes. O 2T20 teve 28% de aumento de produção sobre o 2T19.
- A prioridade estratégica nº 1 da companhia é o mercado brasileiro; a nº 2 é os EUA por ser, disparado, o maior mercado mundial de armas leves e onde a Taurus uma unidade produtiva; a nº 3 são os contratos policiais e militares no resto do mundo.
- A Taurus reagiu muito bem à alta demanda nos EUA e no Brasil, pois se preparou para esse crescimento quase que exponencial.
- Foi criado o Centro de Engenharia Integrada Brasil/USA. Isso possibilitou robustez e agilidade para garantir qualidade e lançar novos produtos. 46% da receita vem de novos produtos (desenvolvidos nos últimos dois anos), algo difícil no segmento (lançamento de 56 produtos novos).
- Foi realizada uma reorganização da distribuição a nível global, principalmente nos EUA, onde a Taurus passou a ter uma nova imagem. A empresa passou a ter estrutura e postura agressiva nos EUA, onde a demanda está enorme. Este somatório proporcionou um aumento significativo na sua participação no mercado americano, conquistando uma importante fatia de 15%. Houve um aumento de vendas no 2T de 34%.
- A empresa tem agora grande flexibilidade e agilidade na capacidade de produção, por conta da nova estrutura operacional que dispõe no Brasil e nos EUA (a americana é uma réplica da estrutura operacional daqui).
Fábrica da Geórgia
- A fábrica americana está produzindo hoje 2.000 armas/dia. O objetivo inicial era produzir 4.000 armas/dia até o final do ano, mas a meta está sendo revista e deverá ser aumentada em breve.
- Uma das linhas de produção da G2c (transferida recentemente para os EUA) começará a produzir lá 250 armas/dia e chegará 1000 armas/dia no final do ano. Uma linha de produção da TS9 também já está lá.
- Essas duas linhas de produção foram transferidas, mas mantém a mesma rentabilidade que tinham no Brasil.
- Nos EUA, muitas pessoas estão adquirindo a primeira arma e a Taurus é vista como uma ótima opção para essa compra, pois agrega qualidade e custo acessível.
- A grande demanda nos EUA fez com que a empresa tenha cinco meses à frente de pedidos em carteira.
Fábrica de São Leopoldo
- No Brasil, a Taurus está produzindo 5.200 armas/dia, mas já está com tudo planejado para ampliar esta produção no segundo semestre.
- Com a flexibilização das normas brasileiras, a Taurus agora pode comercializar todo seu portfólio de armas e calibres no Brasil, o que acontece pela primeira vez em 80 anos.
- Havia e há uma grande demanda reprimida no Brasil, o que justifica o grande incremento de vendas que está havendo no mercado nacional.
- O carro-chefe é a plataforma G. A G2c é a pistola mais vendida no mundo e no Brasil, mas o fuzil T4 é a arma mais desejada aqui. A enorme demanda por este fuzil está fazendo com que seja a única arma que está com prazo de 90 dias para entrega, mesmo com a produção sendo aumentada semanalmente.
Revólver mais barato do mundo
- O projeto do revólver mais barato do mundo está com seu desenvolvimento adiantado. Há um processo de patente em curso e, em breve, poderão ser anunciadas novidades.
Joint ventures com o Jindal Group (Índia) e com uma grande empresa do setor automotivo
- A fábrica na Índia está pronta e, neste semestre, haverá a transferência das linhas de produção para lá. A unidade produtiva deverá ser inaugurada no final de janeiro ou no início de fevereiro de 2021.
- A Taurus quer ser a primeira fábrica não estatal na Índia a produzir armas para o mercado civil, já a partir de fevereiro de 2021.
- O conceito de instalar uma fábrica na Índia com transferência de tecnologia (através de uma JV) não vai se prender só a esse país (um claro indicativo de que a iniciativa poderá se estender a outros países).
- A joint venture com uma grande empresa do setor automotivo será anunciada antes de setembro e surpreenderá positivamente o mercado. O parceiro tem grande capacidade tecnológica e está agregando muito à engenharia da Taurus.
Endividamento
- O compromisso que a empresa assumiu consigo mesma foi o de desalavancar sua dívida.
- O reescalonamento/parcelamento da dívida de curto prazo deu segurança de caixa à empresa na situação de pandemia.
- O objetivo estratégico do reescalonamento foi não depender de evento extraordinário (venda de ativos, subscrição) para desalavancar a companhia.
- Assim, a ideia é, até 2022, pagar 40% da dívida somente com recursos próprios (geração de caixa). As vendas futuras da fábrica de capacetes e do terreno em Porto Alegre, bem como o resultado da subscrição dos bônus, irão cooperar para esse desalavancamento.
- Foi tirada a pressão de cima do caixa. Os ativos (fábrica de capacetes e terreno) serão negociados no momento mais favorável à empresa.
- A fábrica de capacetes é um ativo atrativo, rentável, gerador de caixa e está se recuperando muito bem. No próximo momento, a tendência é haver fundos de investimento e outras empresas procurando ativos atrativos e rentáveis e, então, a venda poderá ser feita a bom preço.
- A situação atual está muito confortável. A empresa tem 108 milhões em caixa e só precisa pagar 75 milhões nos próximos 12 meses. Com isso, pode focar seus esforços em questões operacionais.
Live com a Eleven Financial. Caso não carregue, clique aqui
Live com a Suno Research
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