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13 julho, 2020

WEG avança com oferta de soluções digitais à indústria




A fabricante de máquinas e equipamentos WEG acabou de concluir uma etapa importante da estratégia de avançar num novo segmento, o de soluções voltadas à “indústria 4.0”. Há cerca de um ano, a companhia montou uma estrutura dedicada aos negócios digitais, organizando movimentos que já vinham surgindo nas diferentes áreas da empresa. De lá para cá, realizou uma série de aquisições de startups para completar o “ecossistema digital”, sendo que a última transação foi fechada na semana passada.

“Nosso objetivo é simplificar a ‘indústria 4.0’, do uso inteligente dos dados, e esse processo acontece em camadas. As startups que adquirimos reúnem todas essas camadas, com elas, e aí conseguimos ganhar escala”, afirma Carlos Grillo, diretor de Negócios Digitais da WEG.

A mais recente aposta da empresa catarinense partiu de um movimento natural de “proteção” de seus produtos tradicionais, como motores, geradores e transformadores, que inevitavelmente passariam por um processo de digitalização. Com o projeto tomando forma, constatou-se também que, além de agregar mais valor aos produtos no curto prazo, os negócios digitais abriam portas para que a companhia ampliasse a atuação para “ramos adjacentes”.

A primeira aquisição, anunciada em setembro do ano passado, foi do grupo PPI-Multitask, que fornece softwares de MES (“Manufacturing Execution System”). Considerada a “espinha dorsal” da indústria 4.0, essa solução conecta informações do chão de fábrica, da produção e das máquinas, com as demandas do corporativo, de vendas, suprimentos e estoques.

Um mês depois, foi fechada a compra do controle da V2COM, especializada em IoT (sigla em inglês para “internet das coisas”) e soluções completas de telemedição para sistemas de energia elétrica e smart grid.

Neste ano, a companhia completou seu “ecossistema digital” com a Mvisia e a BirminD, ambas focadas em inteligência artificial aplicada à industria. A primeira startup é especializada em visão computacional, com tecnologias de captura, tratamento, processamento e armazenamento de dados através de imagens e vídeos. Já a segunda é voltada à “industrial analytics”, e oferece soluções de otimização de malhas de controle e avaliação do retorno financeiro de serviços.

Em todos os casos, a WEG adquiriu uma participação de 51% das empresas, com possibilidade, prevista em contrato, de aumentar sua fatia nos negócios futuramente. O valor das aquisições não foi revelado.

Dentro dessa área, a companhia já desenvolveu e está comercializando quatro programas, voltados a gerenciamento de frota de acionamento, gestão do consumo de energia elétrica e utilidades, um específico para fabricantes de máquinas e a plataforma IoT WEGnology. “Esses produtos têm ajudado a motivar a venda dos nossos produtos tradicionais”, afirma Grillo. Ainda de acordo com ele, outras “duas dezenas” de soluções estão em desenvolvimento.

A avaliação é que a pandemia despertou ainda mais o interesse das empresas na digitalização de processos industriais. “Num primeiro momento, percebemos com a covid-19 uma certa dificuldade para evoluir no mesmo ritmo. Hoje, é o inverso, houve uma boa retomada nas últimas semanas”.

Por ora, a companhia não prevê novas aquisições. “Estamos sempre muito atentos às oportunidades e ao que vem acontecendo neste mercado de startups e também nas universidades. Mas, de imediato, não vemos necessidade de outra compra para fechar qualquer ‘gap’ nessa área”, destaca o executivo.

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