O empresário indiano Abhyuday Jindal, diretor administrativo da Jindal Stainless Ltda e CEO da joint venture desta empresa com a Taurus Armas, em entrevista para o portal indiano Raksha Aniverda publicada no dia 17, citou um fuzil de assalto no calibre 7.62 mm como integrante do portfólio da Taurus, informação que era desconhecida até agora.
Ontem (21), esta Consultoria confirmou que estão em desenvolvimentos pela empresa gaúcha três novos fuzis: um na plataforma AR-10 com calibre 7.62x 51 mm NATO, um na plataforma AR-15 no calibre 7,62x39 e, por último, um fuzil (rifle) de ferrolho nas versões de ação curta e ação longa.
Segundo a fonte, as novas armas serão lançadas no mercado para consolidar a estratégia agressiva de desenvolvimento de novos produtos e mercados com o suporte de alta tecnologia, estratégia essa que a Taurus vem empregando a partir da sua nova gestão.
O fuzil ArmaLite AR-10
O fuzil ArmaLite AR-10 foi desenvolvido nos EUA na década de 1950 e sua concepção inicial é a origem dos modernos e consagrados AR-10, AR-15 e M16. Atualmente, esse modelo é produzido por diversas indústrias de armamentos, mas com outros nomes e em diversos calibres, já que a marca AR-10 pertence à atual empresa ArmaLite. A designação AR significa ArmaLite Rifle, com suas plataformas AR-10 e AR-15.
O AR 10 é um fuzil de última geração que se caracteriza por sua precisão e, por isso, é empregado por unidades especiais de várias forças policiais e militares do Brasil e do mundo.
No Brasil, o AR-10 está sendo utilizado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e pela Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, além do Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Ações com Cães e Grupamento Aeromóvel, todos do Rio de Janeiro, em substituição ao FN FAL e ParaFAL (ambos produzidos nacionalmente pela Imbel). Também é utilizado pelo Grupo de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás, sendo empregado tanto nas aeronaves quanto nas viaturas terrestres, pelo Grupo Tático 3 da Policia Civil de Goiás e pelo BOPE-TO.
O fuzil Colt AR-15
Um fuzil na plataforma AR-15 é um fuzil semiautomático leve baseado no projeto Colt AR-15 que, por sua vez, era baseado no ArmaLite AR-10. Sua versão militar automática é o M16 e suas variantes (que incluem a Carabina M4), em uso, principalmente, pelas forças armadas americanas.
Depois que as patentes da Colt expiraram em 1977, um mercado expandido surgiu, com muitos fabricantes produzindo sua própria versão da plataforma AR-15 para venda comercial.
O AR-15 no calibre 5.56 x 45 mm NATO é o fuzil mais popular dos Estados Unidos, pois é considerada a ferramenta mais eficaz para defesa do lar e da propriedade. É utilizado também nos veículos policiais e pelas equipes da SWAT.
No Brasil, a Taurus Armas produz três versões do fuzil T4 nessa plataforma, que equipa as polícias de vários estados brasileiros e de outros países, como Omã e Senegal. Nas Filipinas, a Taurus já é praticamente a vencedora de uma grande licitação de 11,5 mil fuzis para a polícia nacional. Na Índia, por meio da joint venture com a Jindal Stainless, têm previsão de venda de até 500 mil fuzis em cinco anos.
Por que um fuzil AR-15 no calibre 7.62 x 39 mm?
O calibre 7.62 x 39 mm foi desenvolvido na antiga União Soviética para ser o padrão russo dos fuzis Kalashnikov AK-47. Atualmente, esse calibre é usado principalmente pelas forças armadas e por civis da Rússia, bem como por outros países da antiga URSS e por diversos países do mundo que ainda usam o AK-47 ou suas evoluções, incluindo a última, o modelo AK-203.
Ocorre que, em 2018, foi firmada uma joint venture entre o governo indiano, representado pelo conglomerado de empresas estatais indianas de armamentos (Ordnance Factory Board), e o governo russo, representado pela empresa Kalashnikov Concern, para produzir na Índia um total de 750 mil fuzis AK-203 (anteriormente conhecido como AK-103M) no calibre 7.62 x 39 mm. O objetivo é tornar esta arma o fuzil padrão das forças armadas (FFAA) indianas nos próximos anos.
Finalizada burocraticamente em meados de 2019, essa JV está tendo dificuldades em sair do papel. Conforme o analista Rakesh Krishnan Simha, autor da matéria citada acima: "o acordo com a Kalashnikov atingiu um gargalo. O projeto de Rs 4.300 milhões foi parado por mais de um ano, com o parceiro russo e o OFB incapaz de apresentar um plano de preços razoável. Isso não é novidade em acordos envolvendo fabricantes russos. De fato, é um padrão que remonta ao contrato de porta-aviões Gorshkov de 2001, em que o custo rapidamente subiu de US $ 700 milhões para US $ 3,2 bilhões. Não esqueça que este é um casamento envolvendo a Rússia, que possui um sistema de cadeia de suprimentos atroz, e um monopólio do setor público indiano não conhecido por sua ética no trabalho. Se a [parte da] manhã mostrar o dia [todo], levará muito tempo até que a fábrica de Korwa produza um único Kalashnikov".
Embora
a fonte desta Consultoria tenha declarado que o desenvolvimento de um
fuzil nesse calibre vise aumentar o portfólio da empresa, sem declinar se há ou não clientes em vista, chamam a atenção os
fatos de não ser utilizado pela OTAN e de a Índia planejar adotá-lo
como calibre primordial para os futuros fuzis de assalto de suas forças
armadas.
Em um cenário hipotético, do ponto de vista logístico seria bastante interessante a Taurus poder oferecer ao mercado militar, paramilitar e policial indiano um fuzil no mesmo calibre usado pelas forças armadas desse país, ainda mais com possibilidade de exportação para os demais países que também o adotam.
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Fuzil Taurus T4, baseado na plataforma AR-15
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O fuzil (rifle) de ferrolho
Armas com ação de ferrolho são muito populares nas atividades civis de caça e tiro ao alvo, bem como para o uso por atiradores militares de elite (sniper), pois oferecem um excelente equilíbrio entre força, robustez, confiabilidade e precisão. Via de regra, são mais leves e têm um custo menor do que as armas de fogo semiautomáticas. Outra vantagem é poderem ser desmontadas e remontadas muito mais rápido, devido ao menor número de peças móveis.
A ação de ferrolho é um tipo de ação da arma de fogo em que a abertura e o fechamento da culatra são realizados com ação sobre uma pequena alavanca, normalmente localizada no lado direito da arma. À medida que a alavanca é operada, o parafuso é desbloqueado, a culatra é aberta, a cápsula deflagrada é retirada e ejetada, o percursor fica armado, um novo cartucho (se disponível) é colocado dentro da culatra e o sistema é fechado.
Dentro do vasto mix de calibres possíveis de serem empregados no fuzil de ferrolho, a fonte desta Consultoria afirmou que ainda não estão definidos quais serão utilizados e priorizados, podendo ser: 6,5 CREED, .308 WIN, 6mm CREED, 7mm-08 REM, .243 WIN, .22-250 REM, .30-06SPG, .270WIN, .25-06 REM, 7mm REM MAG, .300 WIN MAG e .338 LAPUA MAG. Assim, não há como determinar ainda qual seria o emprego principal do armamento, se civil ou militar.
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Fuzil inglês de ferrolho L115A3.
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Novos nichos e maior presença global
Independentemente de haver objetivos específicos ainda não divulgados, as novas armas irão aumentar e enriquecer o portfólio da Taurus Armas, possibilitando conquistar novos e importantes nichos de mercado e contribuir para uma maior projeção global da empresa.