Segundo
a empresa gaúcha, o início da produção ocorrerá ainda em 2020 e existe uma
expectativa de o governo indiano comprar meio milhão de fuzis em cinco anos.
Salesio Nuhs, Presidente e CEO Global da Taurus Armas, acompanhado de executivos da empresa e do Jindal Group, mostra a pasta com o documento assinado |
*LRCA
Consulting – 27-01-2020
Após quase um ano de negociações com grupo indiano Jindal, a empresa gaúcha Taurus Armas S.A., por meio de Fato Relevante (comunicado) divulgado nesta manhã (https://urlzs.com/DrfzU), informou que foi assinado nesta segunda-feira (27) um acordo definitivo para criação de uma joint venture que permitirá a fabricação e comercialização de armas na Índia. A assinatura da parceria aconteceu durante a missão comercial do governo brasileiro à Índia, em reunião entre empresários indianos e brasileiros, e contou com a presença de autoridades do Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Defesa.
Salesio Nuhs, Presidente e CEO global da empresa, assim se pronunciou “É um passo muito importante para o futuro da Taurus. Temos 80 anos no Brasil e uma fábrica nos Estados Unidos há 40 anos. Porém, pela primeira vez, estamos num programa de transferência de tecnologia na área de Defesa de governo, de uma grande economia mundial, segundo maior comprador de armas do mundo, a Índia. Brasil e Índia, duas potências econômicas mundiais. Taurus e Jindal, dois grupos econômicos que são referência no mundo em suas áreas de atuação. Queremos montar uma fábrica aqui na Índia que será referência mundial, a exemplo das nossas fábricas no Brasil e nos Estados Unidos”.
Salesio Nuhs, Presidente e CEO global da empresa, assim se pronunciou “É um passo muito importante para o futuro da Taurus. Temos 80 anos no Brasil e uma fábrica nos Estados Unidos há 40 anos. Porém, pela primeira vez, estamos num programa de transferência de tecnologia na área de Defesa de governo, de uma grande economia mundial, segundo maior comprador de armas do mundo, a Índia. Brasil e Índia, duas potências econômicas mundiais. Taurus e Jindal, dois grupos econômicos que são referência no mundo em suas áreas de atuação. Queremos montar uma fábrica aqui na Índia que será referência mundial, a exemplo das nossas fábricas no Brasil e nos Estados Unidos”.
O Jindal Group é um dos mais poderosos grupos industriais indianos,
além de ser o maior fabricante de aço da Índia e um dos dez maiores do mundo,
com um faturamento superior a US$ 24 bilhões e com 200 mil funcionários no
mundo, sendo 45 mil deles somente na divisão de aço.
Na joint venture, a Taurus ficará com 49% e o grupo indiano com 51% do
empreendimento. O aporte da empresa brasileira se dará por meio da
transferência de tecnologia para o Jindal
Group, ou seja, não haverá dispêndio financeiro por parte da Taurus.
A parceria resultará no
estabelecimento de uma grande fábrica de armas na Índia, aproveitando a recente
abertura do mercado de defesa desse país a iniciativas abrigadas no programa
"Make in India", que contam com o total apoio e incentivo do
governo indiano.
As armas produzidas para
o mercado civil terão a marca “Taurus”;
as produzidas para o mercado militar terão a marca “Taurus Jindal”, com o
início da produção ocorrendo ainda em 2020.
Desde sua
fundação em São Leopoldo-RS no ano de 1939, este é o maior e mais significativo
negócio da história da Taurus Armas.
Dentre as múltiplas
possibilidades de negócios no imenso mercado militar e civil indiano, despontam
as referentes a fuzis CQB e pistolas para as forças armadas, paramilitares e
policiais.
Até poucos anos sob o
domínio completo do governo, a produção de munições e de armas portáteis
(fuzis, metralhadoras de mão e pistolas) era feita por empresas pertencentes ao
Departamento de Defesa, o que gerou uma grande defasagem tecnológica em relação
aos modernos produtos existentes no mundo.
1.
Fuzis CQB
O governo da Índia está
realizando uma milionária licitação internacional para adquirir uma grande
quantidade de fuzis CQB (close-quarter-battle)
para equipar suas forças policiais e militares. Estas armas nada mais são do
que fuzis de assalto menores e com um cano mais curto, comparativamente mais
leves e fáceis de manusear do que o fuzil de assalto, sendo adequados para
operações policiais ou militares que requeiram combates a curta distância.
O fuzil Taurus T4, em
suas três versões, é o grande trunfo da empresa para essa licitação.
Adotado, desde o segundo
semestre de 2017, como arma padrão pela Polícia Real de Omã, que importou 10
mil unidades, o Fuzil T4 produzido pela Taurus Armas S.A. em São Leopoldo-RS é
um dos atuais carros-chefes da empresa para os mercados policial e militar do
Brasil e do exterior.
No Brasil, o T4 é
utilizado com sucesso pelas polícias militares e civis de diversos Estados.
Recentemente, venceu uma licitação internacional para equipar a Polícia Civil
do Estado de São Paulo.
É baseado na consagrada
plataforma M4/M16, amplamente empregada pelas forças militares em todo o mundo
e, principalmente, pelos países membros da OTAN, por ser considerada uma arma
extremamente confiável, leve e de fácil emprego e manutenção.
Além disso, tem alta
performance, confiabilidade, segurança e é fabricado com materiais de última
geração, sendo adaptado para permitir o uso de uma vasta gama de acessórios.
Segundo a Taurus: “Existe uma expectativa de o governo comprar meio
milhão de fuzis em cinco anos”.
2.
Pistolas
A pistola padrão das
forças armadas, paramilitares e policiais indianas é a Pistol Auto 9mm 1A, uma antiga e obsoleta pistola semiautomática de
ação simples, cópia licenciada da pistola Inglis
9mm (Browning Hi-Power),
fabricada sob licença na Índia pela empresa estatal Rifle Factory Ishapore desde 1981. A Hi-Power foi descontinuada em 2017 pela Browning Arms, mas permanece em produção sob licença e ainda é
utilizada como pistola padrão pelas forças armadas e policiais de diversos
países.
Em virtude dessa
obsolescência, a joint venture entre
a Taurus Armas S.A. e o Jindal Group
poderá também fabricar a nova pistola padrão para as forças armadas, paramilitares
e policiais. Para estas áreas, a Taurus disponibiliza pistolas de última
geração, como a TS9, por exemplo.
A Taurus Striker TS9, no
calibre 9mm, foi adotada pela Polícia Nacional da Filipinas - uma das mais
exigentes do mundo - como resultado de uma licitação internacional no final de
2018. A aquisição de um grande lote inicial de 10 mil pistolas Striker TS9 foi
realizada após as armas passarem por um dos mais rigorosos processos de
avaliação, incluindo teste de resistência de 20.000 disparos, onde as amostras
foram aprovadas sem nenhum incidente, atendendo plenamente os requisitos da
Norma NATO AC-225.
Um
mercado que impressiona pelo tamanho
O segundo país mais
populoso do mundo (1,37 bilhão de pessoas) é considerado também uma das maiores
potências militares do planeta, atrás apenas dos EUA, Rússia e China. Com mais
de 1,3 milhão de homens e mulheres a serviço da nação, a Índia possui a quarta
maior força militar do mundo em termos de efetivo, segundo levantamento da Global Firepower. Seu orçamento de
defesa para 2018 foi de 45 bilhões de dólares previstos, embora haja fontes que
situem os gastos militares do país nesse ano entre 62 e 66,5 bilhões de dólares
(Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo - Sipri).
Na área de Segurança Pública, a Índia possui 1,4
milhão de policiais e cerca de sete milhões de agentes de segurança
particulares, sendo um dos países do mundo em que o efetivo de agentes de
segurança pertencentes às empresas particulares do setor supera em muito o
efetivo policial. Seja como for, o número de agentes e policiais armados
impressiona.
Uma
joint venture bilionária
O objetivo final da joint venture com o poderoso Jindal Group é montar uma grande fábrica
nesse país e passar a fabricar e comercializar todo o seu portfólio de armas.
Conforme a Taurus: “A empresa indiana está apta a
participar de processos licitatórios realizados pelo governo da Índia,
oferecendo as pistolas, revólveres, carabinas, fuzis e submetralhadoras que a
Taurus fabrica, abastecendo o imenso mercado militar, policial e de segurança
privada”.
Com a
associação ao Jindal Group, a Taurus Armas conquistou um poderoso aliado com
porte suficiente para abrir o imenso mercado indiano e de outros países asiáticos
aos seus produtos.
Conforme esta consultoria
divulgou no relatório datado de 03 de julho de 2019 (“A
Nova Taurus Armas”), posteriormente atualizado na análise
divulgada em 15 de dezembro (“O
turnaround da Taurus Armas”), as
profundas transformações efetuadas na empresa desde 2017, o novo cenário
brasileiro, a entrada em operação da nova fábrica nos Estados Unidos (duplicando
a capacidade produtiva naquele país), o agora confirmado estabelecimento de uma
fábrica na Índia e a agressiva conquista de importantes mercados internacionais
têm tudo para tornar a década em curso uma era de ouro na história da companhia
– a Era Taurus, representando um auspicioso e ímpar momento para a empresa
gaúcha, que realizou uma completa reengenharia em seus processos e, num
verdadeiro turnaround, passou a
oferecer somente produtos de alta qualidade e com inovações tecnológicas,
voltando a ser lucrativa e a ter excelentes perspectivas.
Saiba
mais sobre o assunto:
- “CBC e Taurus Armas podem vir a ser
proeminentes no mercado indiano de munições e armas portáteis”
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