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05 outubro, 2025

Embraer C-390: cerimônia em Uppsala marcará novo capítulo da aviação militar sueca

 

*LRCA Defense Consulting - 05/10/2025

A Suécia dará um passo estratégico para modernizar sua capacidade de transporte aéreo militar ao anunciar oficialmente a aquisição de quatro aeronaves Embraer C-390M. O anúncio foi formalizado em comunicado do Centro de Imprensa das Forças Armadas da Suécia, hospedado na plataforma Mynewsdesk, e marca a entrada do país no consórcio formado também pelos Países Baixos e Áustria para operação e desenvolvimento conjunto da família C-/KC-390.

A cerimônia oficial de assinatura do contrato está marcada para 6 de outubro de 2025, na Base Aérea de Arna, na cidade de Uppsala, na Suécia. O evento contará com a participação da mídia internacional, que terá oportunidade de entrevistas e cobertura fotográfica e cinematográfica da aeronave Embraer C-390. 

A aeronave, fabricada pela Embraer, é um avião de transporte tático de alta performance, capaz de transportar até 80 passageiros ou 26 toneladas de carga em missões de média a longa distância. Essa aquisição entra como solução de longo prazo para atender às necessidades operacionais da Força Aérea Sueca, aumentando sua capacidade logística e estratégica.

Esta parceria internacional coloca a Suécia como membro ativo do programa C-390M, reforçando laços industriais e militares com as nações parceiras. A porta-voz da Força Aérea Sueca para assuntos de comunicação, Therese Aakerstedt, destaca a relevância do acordo para a capacidade de defesa nacional e a operação integrada com aliados.

A inclusão do C-390M no inventário sueco representa um avanço significativo na modernização da aviação de transporte militar na Europa, elevando a capacidade sueca para responder a cenários variados que exigem mobilidade rápida e eficiente.

Com esta aquisição, a Suécia reforça sua posição estratégica na segurança europeia, ao mesmo tempo em que impulsiona parcerias internacionais e o desenvolvimento tecnológico no âmbito da indústria aeronáutica de defesa.

Este marco acontece em um momento de crescente importância para a logística militar e cooperação entre países, garantindo que as Forças Armadas suecas estejam equipadas com tecnologia moderna capaz de atender às demandas atuais e futuras.

Este acordo é também um reflexo do reconhecimento global da excelência tecnológica brasileira no setor aeroespacial, com o Embraer C-390M ganhando cada vez mais espaço nas principais forças aéreas mundiais.

 

Embraer, mísseis e submarinos: em visita oficial, Brasil aposta em nova era de colaboração com a Índia

Imagem meramente ilustrativa


*LRCA Defense Consulting - 05/10/2025

O Ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro Filho, realizará uma visita oficial à Índia entre 15 e 17 de outubro de 2025, integrando a comitiva liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. A missão marca um passo significativo na ampliação da cooperação em defesa entre os dois países e ocorre em preparação para a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia, prevista para 2026.

Durante a viagem, a delegação — que inclui ministros e executivos dos setores de defesa, aeroespacial, energia e tecnologia — buscará impulsionar parcerias industriais e promover a integração entre empresas brasileiras e indianas sob o marco da política “Make in India”. A presença de Múcio Monteiro reforça o peso que a pauta de defesa assumirá nas conversações bilaterais.

Cooperação estratégica e contexto global
A visita ocorre em meio à crescente competição geopolítica e ao fortalecimento de iniciativas de autonomia tecnológica no Sul Global. Índia e Brasil vêm intensificando a cooperação em plataformas multilaterais como o BRICS, o IBAS e o G20, com o objetivo de desenvolver novas cadeias de valor para a indústria de defesa, reduzindo dependências externas em setores sensíveis.

Programa KC-390 Millennium e MTA
Um dos principais temas da agenda será o programa de transporte aéreo militar. A Embraer propôs o KC-390 Millennium à Força Aérea Indiana no âmbito do programa Medium Transport Aircraft (MTA), respondendo à RFI emitida por Nova Délhi com uma oferta que pode chegar a até 80 aeronaves.

Para fortalecer sua posição, a Embraer abriu uma subsidiária em AeroCity, Nova Délhi, voltada à engenharia, suprimentos e projetos conjuntos. Além disso, mantém um memorando de entendimento com a Mahindra Defence Systems, assinado em 2024, para produção local do modelo. Caso se concretize, o contrato poderá se tornar o maior da história recente da empresa fora do Brasil.

Intercâmbio tecnológico e sistemas de mísseis
O Brasil estuda a aquisição do sistema de mísseis superfície-ar Akash, desenvolvido pela DRDO indiana, para seu programa de modernização da artilharia antiaérea de média e alta altitude. Apesar de constrangimentos orçamentários, o projeto continua sob análise técnica ativa, segundo autoridades militares brasileiras.

Ambos os governos indicam que as avaliações sobre o Akash e o KC-390 seguem de forma independente, demonstrando uma abordagem pragmática e voltada à diversificação de fornecedores estratégicos.

Parcerias industriais e joint ventures
Segundo a imprensa indiana, a comitiva brasileira incluirá representantes de empresas como Embraer, Avibras, Taurus Armas, CBC, Atech, Ares, Mac Jee, IMBEL, Helibras, EMGEPRON e outras. Companhias como Taurus e CBC já possuem acordos de joint venture com a Jindal Defence e SSS Defence, respectivamente, nas áreas de armamento leve e munições.

O Brasil também demonstra interesse em equipamentos indianos, como os helicópteros de ataque Prachand e Rudra, e sistemas de vigilância aérea baseados no E-145, integrados ao projeto NETRA da Força Aérea Indiana.

Novo impulso na diplomacia de defesa
Como parte de um esforço de institucionalização das relações militares, o Brasil decidiu designar adidos aéreos e navais para sua embaixada em Nova Délhi, ampliando a representação que até então contava apenas com um oficial do Exército. Essa medida permitirá um diálogo técnico mais dinâmico e sustentado sobre cooperação operacional e transferência de tecnologia.

Intensificação dos intercâmbios militares desde 2023
A visita de Múcio sucede uma série de encontros bilaterais recentes, incluindo as visitas do Comandante do Exército (2023), do Vice-Chefe do Exército e do Vice-Chefe da Marinha (2023), bem como as missões oficiais do Almirante Marcos Sampaio Olsen em 2024 e do Comandante da Força Aérea, Tenente-Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, que observou o exercício Tarang Shakti em Jodhpur.

Expansão da cooperação naval
Há também expectativa de ampliar o diálogo em áreas navais, especialmente em operações submarinas e conscientização do domínio marítimo. O Brasil e a Índia operam submarinos da classe Scorpène, o que os integra ao mesmo grupo de operadores e abre espaço para treinamentos conjuntos e intercâmbio técnico voltado à guerra submarina.

Próximos marcos na relação bilateral serão concretizados em fevereiro de 2026
A missão de outubro antecipa a cúpula Modi–Lula, planejada para fevereiro de 2026, quando deverão ser anunciadas iniciativas de codesenvolvimento e coprodução industrial em defesa.

Com ambições alinhadas — modernizar suas forças armadas e fortalecer as exportações — Brasil e Índia caminham para consolidar uma nova fase de cooperação Sul-Sul, baseada em soberania tecnológica, integração industrial e autonomia estratégica compartilhada.

EUA testam com sucesso tecnologia que neutraliza enxame de drones em segundos

 

*LRCA Defense Consulting - 05/10/2025

A Epirus, empresa norte-americana especializada em guerra eletrônica, alcançou um marco tecnológico significativo com o seu sistema de micro-ondas de alta potência, o Leonidas, comprovado como uma solução eficaz contra enxames de drones em testes recentes realizados em Indiana, Estados Unidos. Durante uma demonstração exclusiva para autoridades norte-americanas e aliados, o sistema neutralizou com sucesso 61 drones em tempo real, atingindo 100% de eficácia, inclusive derrubando 49 deles simultaneamente através de um único pulso eletromagnético.

Tecnologia e inovação do Leonidas
Diferente das armas convencionais que usam projéteis, o Leonidas emite feixes de micro-ondas de alta potência que sobrecarregam a eletrônica dos drones, causando perda de controle e queda. O sistema possui destacada versatilidade operacional, capaz de selecionar e atingir alvos específicos sob comando, além de operar em múltiplas direções simultaneamente. Um teste notório demonstrou a possibilidade de direcionar a queda controlada de drones para zonas seguras definidas por software, o que reforça a precisão e segurança do equipamento em operações reais.

Batizado em homenagem ao rei espartano Leônidas I, o Leonidas utiliza tecnologias avançadas baseadas em semicondutores de nitreto de gálio (GaN), que garantem maior durabilidade, menor peso e consumo reduzido de energia em comparação com dispositivos mais tradicionais. O sistema é também software-driven, o que permite discriminar entre drones inimigos e drones aliados em operação na mesma área, otimizando a resposta tática.

Avanços recentes e investimentos robustos
A primeira geração do Leonidas foi desenvolvida em 2022, com a Epirus investindo intensamente em pesquisa e desenvolvimento internos. Em julho de 2025, a empresa apresentou a versão Leonidas Generation II, que promete mais que o dobro do alcance e letalidade do modelo inicial na mesma configuração compacta.

Desde 2023, a Epirus firmou contratos com o exército dos EUA que ultrapassam US$ 66 milhões e, em março deste ano, captou mais US$ 250 milhões em rodada de investimentos, totalizando mais de US$ 550 milhões em financiamentos para aprimorar e expandir a produção do sistema.

Contexto estratégico global e demandas modernas
O uso crescente de drones em guerras assimétricas representa um desafio crescente nas áreas de defesa e segurança. Drones são baratos, difíceis de detectar e podem ser usados em enxames para sobrecarregar defesas convencionais. O Leonidas se posiciona como uma resposta tecnológica de ponta para neutralizar esse tipo de ameaça de maneira rápida, precisa e com menor custo operacional, tanto em campos de batalha quanto em proteção de infraestruturas críticas militares e civis, bases aéreas, quartéis-generais, centros de comando, aeroportos, portos e estádios.



Vozes da indústria e impacto futuro
Andy Lowery, CEO da Epirus, classificou o teste como um “momento decisivo” para as operações de guerra eletrônica e para a defesa americana, destacando o sistema como a única solução capaz de enfrentar enxames, em um combate conhecido como “one-to-many fight” (um contra muitos). O sistema está sendo integrado em plataformas móveis, como veículos blindados Stryker, e versões compactas para operações especiais e marítimas já foram apresentadas.

Especialistas afirmam que a demonstração abre um novo capítulo na corrida por tecnologias de defesa antimicrodrones, fundamental para manter a superioridade nas futuras operações militares de alta intensidade e segurança doméstica.

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