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03 junho, 2025

Eve, da Embraer, anuncia financiamento de até US$ 15,8 milhões da FINEP para acelerar a aviação sustentável e a inovação digital


 

*LRCA Defense Consulting - 03/06/2025

A Eve Air Mobility, uma empresa do Grupo Embraer, anunciou hoje que foi selecionada em chamada pública pela FINEP, a Financiadora de Estudos e Projetos do Brasil, para receber um financiamento de até US$ 15,8 milhões[1]. O valor total do investimento do projeto é de até US$ 33,8 milhões[2], somando o financiamento da FINEP com a contribuição da Eve. Este é o primeiro financiamento (financiamento não reembolsável) concedido à Eve, reforçando a liderança da empresa no desenvolvimento de soluções inovadoras para a mobilidade aérea urbana sustentável.

A bolsa, concedida no âmbito da seleção pública da FINEP para “Tecnologias para uma Aviação Mais Sustentável”, está alinhada com as áreas de foco estratégico definidas pela chamada, como sistemas de voo autônomo, armazenamento avançado de energia, propulsão híbrida-elétrica e a hidrogênio, testes de combustível de aviação sustentável (SAF), redução de ruído, configurações eficientes de aeronaves, novos materiais e sistemas avançados de gerenciamento de tráfego aéreo para mobilidade aérea avançada (AAM). O projeto da Eve priorizará as áreas mais relevantes para seu roteiro de inovação.

“Esta parceria com a FINEP representa um marco fundamental para a Eve e para o ecossistema aeroespacial brasileiro”, disse Johann Bordais, CEO da Eve Air Mobility. “Nossa missão é reimaginar a relação das pessoas com o tempo, o espaço e a cidade, criando experiências de mobilidade aérea seguras, sustentáveis ​​e eficientes. Aproveitando o legado de 55 anos da Embraer e nossa mentalidade inovadora, esta bolsa nos permitirá acelerar o desenvolvimento de soluções e tecnologias digitais avançadas que moldarão o futuro da mobilidade aérea urbana no Brasil e em outros países”.

Luiz Mauad, Vice-Presidente de Atendimento ao Cliente da Eve, acrescentou: “Suportar a operação futura de eVTOLs exige uma estrutura digital robusta — esta é a base para operações de AAM escaláveis. Ao desenvolver nossas plataformas digitais e soluções de serviço em paralelo com nossas aeronaves, capacitamos nossos clientes com uma experiência integrada e completa que garante eficiência operacional, segurança e alta disponibilidade desde o primeiro dia”.

Elias Ramos de Souza, Presidente da FINEP, afirmou: “Este projeto representa nossa crença de que os eVTOLs são uma tendência disruptiva no cenário de UAM. Estamos muito satisfeitos com a parceria com a Eve neste empreendimento, com um financiamento que reforça nossa posição de mais de R$ 1 bilhão em apoio à Embraer e suas investidas”.

Um pilar central deste projeto é o avanço do ecossistema digital da Eve, incluindo o desenvolvimento contínuo do Eve TechCare — sua plataforma de serviços de pós-venda totalmente integrada. A Eve TechCare é um conjunto pioneiro de soluções completas, projetado para otimizar as operações de eVTOL, oferecendo os serviços mais completos do setor, suporte especializado ao cliente e soluções operacionais de ponta. O portfólio de peças de reposição inclui suporte técnico e soluções, serviços de MRO, peças e soluções de bateria, além de serviços de treinamento e soluções para operações de voo. As soluções de serviço e suporte da Eve TechCare abrangerão todos os aspectos operacionais necessários para garantir a operação diária do eVTOL.

A empresa está avançando no estágio atual de desenvolvimento do eVTOL, que envolve uma série de testes abrangentes com o protótipo para avaliar todos os aspectos da operação e do desempenho da aeronave, desde as capacidades de voo até os recursos de segurança. 

Moya Aero revela família de drones elétricos de carga para transformar a logística aérea

 


*LRCA Defense Consulting - 03/06/2025

A Moya Aero anunciou o lançamento de sua Família de Drones Elétricos, uma estratégia de plataforma inovadora projetada para aprimorar a modularidade, a eficiência e a escalabilidade na logística aérea.

A família de drones Moya inclui dois modelos: o Moya 256, que já está em voos de teste, e o Moya 760, cujo protótipo está atualmente em desenvolvimento. A Moya Aero fabricará esses modelos eVTOL com base em uma arquitetura elétrica compartilhada. Essa estrutura comum permite a integração perfeita entre diversos perfis de missão, desde transporte médico urgente até cadeias de suprimentos industriais, minimizando a complexidade operacional e o custo total de propriedade. 

O Moya 256 foi projetado para resposta rápida com capacidade de média distância, cerca de 160 km, enquanto o 760 pode atingir até 190 km com uma carga útil de 190 kg.

"Ao criar uma família de drones que compartilham características comuns, permitimos que nossos clientes escalem suas operações sem incorrer em custos adicionais ou precisar de treinamento extensivo", disse Alexandre Zaramela, CEO da Moya Aero.

A família Moya proporciona interoperabilidade nas operações da frota, processos de manutenção simplificados e implementações mais rápidas em diversos ambientes geográficos e industriais. O software de solo, os módulos de bateria e os sistemas de voo são unificados em toda a plataforma, garantindo eficiência e confiabilidade incomparáveis ​​no emergente setor de logística de baixa altitude.

A dedicação da Moya à sustentabilidade é evidente em cada uma de suas aeronaves. Todos os modelos são totalmente elétricos, projetados para operação silenciosa e emissões reduzidas, em linha com os esforços globais para descarbonizar a cadeia de suprimentos.

A família Moya deverá entrar em serviço em 2027.

MOYA 256 - Totalmente elétrico

- Envergadura traseira - 5,2 m / 17,06 pés
- Envergadura dianteira - 5,1 m / 16,7 pés
- Comprimento total - 3,5 m / 11,4 pés
- Alcance - 160 km / 99 mi
- Carga útil - 30 kg / 66 lb
- Velocidade de cruzeiro - 130 km/h / 81 mph
- Tipo de configuração - eVTOL
- Célula - Materiais compostos

MOYA 760 - Totalmente elétrico
- Envergadura traseira - 7,4 m / 24,2 pés
- Envergadura dianteira - 7,1 m / 23,3 pés
- Comprimento total - 5,1 m / 16,7 pés
- Alcance - 190 km / 118 mi
- Carga útil - 190 kg / 420 lb
- Velocidade de Cruzeiro - 160 km/h / 99 mph
- Tipo de Configuração – eVTOL
- Célula – Materiais Compósitos

Sobre a Moya Aero

A Moya Aero, fundada em 2020, é uma spin-off da ACS Aviation, empresa brasileira de engenharia aeronáutica, pesquisa e desenvolvimento de aeronaves, localizada em São José dos Campos. Essa experiência extraordinária está por trás do Moya eVTOL, o primeiro veículo autônomo de alta capacidade construído na América Latina.

A experiência da equipe da Moya abrange um amplo espectro da indústria aeroespacial. Esse conhecimento é usado para capitalizar oportunidades de mercado com conceitos de veículos aéreos que abordam muitos problemas logísticos de longa data, como a redução das emissões de CO₂, a conexão de regiões remotas com suprimentos vitais, a melhoria da eficiência, produtividade e custo-benefício do manejo de culturas e a capacitação de empresas para se conectarem com os clientes de forma mais rápida, econômica e direta. Seed4Science, Hards e Techstars investiram na Moya, e a empresa conta com o apoio da FINEP no desenvolvimento de seu protótipo. Helisul Drones, ProAero e Certifica Drones são parceiras. 

FAB lança paraquedistas do KC-390 a grande altitude pela primeira vez


*LRCA Defense Consulting - 03/06/2025

O Salto Livre foi a modalidade usada na quinta-feira (29/05) para realizar a demonstração operacional do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o Para-Sar, da Força Aérea Brasileira (FAB) e das Brigadas de Infantaria (Bda Inf) do Exército Brasileiro (EB). Em um feito inédito, os paraquedistas foram lançados das aeronaves KC-390 Millennium a partir de uma altitude de mais de 12.000 pés (aproximadamente 3.650 metros), reforçando o preparo, a tecnologia e a versatilidade operacional da FAB em cenários de alta complexidade.

O salto, coordenado por militares altamente treinados, simboliza não apenas um avanço tático, mas também a ampliação das capacidades de infiltração aérea em operações reais. Operar em altitudes elevadas exige planejamento rigoroso e protocolos específicos, entre eles, o uso obrigatório de máscara de oxigênio.

"A emoção de realizar o primeiro salto a partir da aeronave KC-390, acima de 12 mil pés, é algo único. Trata-se de um salto mais complexo, diferente do que estamos acostumados, por ser feito em grande altitude e exigir o uso de oxigênio suplementar. Esse tipo de lançamento é essencial em operações de infiltração, pois permite que a aeronave voe em níveis elevados, reduzindo a chance de ser avistada, e possibilita que as tropas cheguem ao terreno de forma discreta", relatou um dos militares do Para-Sar.

"Em voos de grande altitude, é fundamental o uso de oxigênio suplementar por meio da máscara de oxigênio. Isso porque, quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica o que reduz a disponibilidade de oxigênio no ar e aumenta o risco de hipóxia, condição que pode comprometer as capacidades físicas e cognitivas dos ocupantes da aeronave", explicou a médica do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) - Esquadrão Gordo -, Capitão Médica Aline Zandomeneghe Pereira Franco.

Em operações de lançamento de paraquedista, o papel do piloto vai além de conduzir o avião. É ele quem garante a estabilidade do voo, segue a rota traçada com precisão e monitora variáveis como altitude, velocidade e clima. Toda essa atenção aos detalhes é essencial para que os militares saltem no ponto certo, com segurança e dentro do tempo previsto.

O Piloto do Esquadrão Gordo, Capitão Aviador Arthur Corrêa Lima de Araújo, comentou sobre o uso da máscara de oxigênio para este tipo de missão. "A importância desse tipo de voo está justamente no uso do oxigênio suplementar, que permite operar em altitudes mais elevadas. Com isso, é possível realizar lançamentos de paraquedistas em níveis que, sem o auxílio do oxigênio, não seriam viáveis. Essa capacidade representa uma vantagem tática para a Aviação de Transporte, pois possibilita o lançamento de tropas em áreas hostis, reduzindo a chance de avistamento da aeronave, graças à maior altitude de voo", finalizou.

*Com informações da Agência Força Aérea

02 junho, 2025

'Podemos estabelecer a linha de montagem final na Índia se recebermos um pedido de 200 aviões', afirma a Embraer

 


*The Times of India, por Saurabh Sinha - 02/06/2025

A Embraer, gigante aeroespacial brasileira, afirma que aumentará o fornecimento de aeronaves da Índia e fará até mesmo a montagem de sua linha de aviões comerciais no país, caso receba um pedido firme de 200 aeronaves de clientes indianos.

Embora, até o momento, apenas a maior companhia aérea regional da Índia, a Star Air, possua aeronaves Embraer em sua frota, a empresa está em negociações com diversas companhias aéreas, incluindo a Air India e a IndiGo, além de startups, para receber encomendas. 

A empresa estabeleceu uma subsidiária integral indiana que terá uma unidade de fornecimento dedicada para explorar oportunidades em TI, software e engenharia.“A Índia é um mercado-chave para a Embraer. Estamos entusiasmados em aprofundar nossa colaboração com a indústria aeroespacial e de defesa indiana, alavancando nossa expertise e tecnologia para contribuir para o crescimento do país e para a campanha Make in India. Vemos oportunidades significativas em defesa, aviação comercial, aviação executiva, serviços e suporte, e no emergente setor de mobilidade aérea urbana”, disse Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer.

A Embraer tem uma presença com quase 50 aeronaves de 11 tipos operando atualmente no país, desde aviação comercial até aviação de defesa e executiva. “Estamos em negociações com vários participantes. Um pedido firme de 200 aeronaves nos permitirá aumentar a terceirização e ter uma linha de montagem final na Índia. Há um vasto mercado para nossas aeronaves de capacidade, que variam de 80 a 146 assentos, com um alcance significativo, ao contrário dos turboélices. Acreditamos que a Índia precisará de 500 dessas aeronaves nos próximos 20 anos", disse Raul Villaron, vice-presidente sênior da Embraer.

A subsidiária indiana da empresa, com escritório corporativo na AeroCity de Nova Déli, buscará oportunidades nos setores de defesa, aviação comercial, aviação executiva, serviços e suporte e mobilidade aérea urbana.“A Embraer está trabalhando para expandir sua equipe no país, desenvolvendo capacidade para capitalizar as oportunidades da indústria aeroespacial e de defesa em constante evolução. Isso inclui a formação de equipes em todas as funções corporativas e células especializadas focadas em compras, cadeia de suprimentos e engenharia”, afirmou a Embraer em um comunicado.

A Embraer Defesa & Segurança e a Mahindra Defence Systems assinaram um memorando de entendimento em fevereiro passado “para avaliar a oportunidade de buscar conjuntamente o programa de Aeronaves de Transporte Médio (MTA) da Força Aérea Indiana com o C-390 Millennium”.

“Na frente da aviação comercial, a família E-Jets de aeronaves regionais e pequenas aeronaves narrowbody pode desbloquear oportunidades de 'oceano azul' encontradas em cidades de segundo e terceiro níveis e contribuir para as aspirações da Índia de se tornar um importante centro global de aviação”, acrescentou o comunicado. 

Embraer está em negociações com a IndiGo e a Air India referentes à aeronave E-2


*Infra from The Economic Times - 02/06/2025

A Embraer vê muitas oportunidades na Índia nos segmentos de jatos comerciais e executivos, bem como aeronaves militares e eVTOL , disse seu CEO Francisco Gomes Neto, enquanto a brasileira busca fortalecer sua presença no mercado indiano de rápido crescimento. Além disso, a empresa está em negociações com a IndiGo e a Air India para explorar a possibilidade de vender sua aeronave E-2 , que pode ter até 146 assentos.

Para aproveitar as oportunidades, a Embraer criou uma subsidiária integral indiana com seu escritório corporativo na capital nacional.

Em uma entrevista exclusiva à PTI na capital nacional, Neto disse que a empresa criará uma equipe de compras para explorar oportunidades na cadeia de suprimentos indiana e analisar a possibilidade de adquirir componentes e serviços da Índia. A empresa está contratando pessoas na Índia para as equipes de relações governamentais, comunicação, compras e engenharia, vendas e marketing.

Atualmente, há cerca de 50 aeronaves Embraer e 11 tipos de aeronaves operando na Índia, nos segmentos de aviação comercial e executiva, e de defesa.

Terceiro maior mercado de aviação global
"A Índia é o terceiro maior mercado de aviação global... vemos muitas oportunidades para nós no futuro neste mercado para todos os produtos que temos, as diferentes unidades de negócios, jatos comerciais, jatos executivos, aeronaves militares e eVTOLs. É por isso que queremos realmente aprofundar nossa colaboração com o país e este passo de abrir uma subsidiária na Índia", disse Neto.

No segmento de aeronaves civis, os aviões da Embraer são operados pela companhia aérea regional Star Air, e entidades também utilizam os jatos executivos da empresa.

Neto afirmou que a Embraer pretende instalar uma unidade de MRO (Manutenção, Reparo e Revisão) para aeronaves civis na Índia e que isso dependerá dos pedidos de aeronaves.

Negociações com a IndiGo e a Air India
Raul Villaron, vice-presidente sênior de Vendas e Marketing e chefe da região Ásia-Pacífico da Embraer Aviação Comercial, disse à PTI que a empresa está em negociações com a IndiGo e a Air India.

A maioria dos mercados não atendidos na Índia são muito estreitos para aeronaves de fuselagem estreita ou muito longos para turboélices. "Portanto, o E2 está no ponto ideal", disse ele. Os jatos E195-E2 podem ter até 146 assentos, dependendo da configuração.

Villaron afirmou anteriormente que era difícil para a empresa entrar no mercado indiano devido a produtos anteriores, já que a proposta de valor dos jatos E1 se baseava mais no custo da viagem do que no custo do assento. "Agora temos o E2, que tem um custo de assento muito competitivo, o que nos permite ser mais competitivos no mercado indiano", disse ele.

Setor de defesa indiano

A Embraer tem uma presença significativa no setor de defesa indiano. No ano passado, a Embraer Defesa & Segurança e a Mahindra Defence Systems assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para avaliar a oportunidade de prosseguir conjuntamente com o programa de Aeronaves de Transporte Médio (MTA) da Força Aérea Indiana com o C-390 Millennium.

As aeronaves Embraer operadas pelas forças indianas incluem o Legacy 600, usado para o transporte de funcionários governamentais e VIPs pela Força Aérea Indiana (IAF) e pela Força de Segurança de Fronteira (BSF), e também a aeronave Netra AEW&C baseada na plataforma Embraer ERJ145 operada pela IAF.

Jatos Executivos
Em relação ao segmento de jatos executivos, Neto afirmou que haverá muito mais oportunidades com algumas mudanças na regulamentação.

Globalmente, há um interesse crescente em aeronaves eVTOL (decolagem e pouso vertical elétricos), que também são vistas como uma solução fundamental para a mobilidade urbana.

Neto está na capital do país para participar da assembleia geral anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Enorme potencial
Índia e Brasil têm um enorme potencial para expandir o comércio bilateral, que não é tão grande atualmente. "Vemos muitas oportunidades", não apenas devido ao relacionamento de longo prazo entre os dois países, mas também porque ambos fazem parte do BRICS, disse Neto. "Esperamos que o hemisfério sul aumente a colaboração... aumente o comércio entre os países", acrescentou.

O maior mercado para a Embraer, que atingiu receitas recordes em 2024, são os Estados Unidos. Quando questionado sobre o quão preocupantes são as incertezas tarifárias, ele disse que as tarifas estão trazendo muita complexidade e custos para a indústria e que a empresa está aprendendo a lidar com isso neste momento. "Mas não esperamos nenhuma mudança na orientação que damos ao mercado em termos de receitas, lucro e geração de caixa para 2025", observou ele. 

01 junho, 2025

Análise: Operação "Teia de Aranha" - o audacioso e histórico ataque da Ucrânia contra a aviação estratégica russa


*EOKHUB - 01/06/2025

Nas primeiras horas de 1º de junho de 2025, o mundo testemunhou o que pode ser lembrado como uma das operações secretas mais sofisticadas da história da guerra moderna. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) executou com sucesso a Operação "Spiderweb", resultando na destruição ou danos graves a mais de 41 aeronaves estratégicas russas em quatro aeródromos militares no interior do território russo. Este não foi apenas mais um ataque de drones — foi uma obra-prima de 18 meses de inteligência, inovação e planejamento estratégico que desafiou fundamentalmente a compreensão convencional das capacidades de guerra assimétrica.

A operação, supervisionada pessoalmente pelo presidente Volodymyr Zelensky e orquestrada pelo chefe do SBU, Vasyl Malyuk, representa mais do que uma vitória tática. Ela demonstra como o pensamento criativo, a tecnologia avançada e o planejamento meticuloso podem superar desvantagens militares aparentemente intransponíveis, atingindo o cerne da capacidade da aviação estratégica da Rússia a distâncias superiores a 1.000 quilômetros.

A anatomia da inovação: 18 meses em construção
A Operação "Spiderweb" começou não com os ataques dramáticos que capturaram a atenção global, mas com preparativos silenciosos que começaram mais de um ano e meio antes. Agentes de inteligência ucranianos enfrentaram um desafio sem precedentes: como transportar drones FPV sofisticados para o interior do território russo, posicioná-los para ataques coordenados e executar ataques simultâneos em vários aeródromos fortemente defendidos sem serem detectados.

A solução que conceberam era tão engenhosa quanto audaciosa. Em vez de tentar penetrar o espaço aéreo russo com métodos de lançamento convencionais, os agentes ucranianos desenvolveram o que só pode ser descrito como uma estratégia de "Casa de Tróia". Construíram casas móveis de madeira especialmente projetadas que pareciam estruturas civis comuns, mas escondiam segredos mortais dentro das cavidades do teto.

Essas estruturas móveis serviam a um duplo propósito que exemplificava o planejamento sofisticado da operação. Durante a fase de infiltração, as casas forneciam ocultação perfeita para drones FPV, permitindo-lhes atravessar o território russo como parte de um tráfego civil aparentemente inofensivo. As estruturas foram projetadas com mecanismos de teto controlados remotamente que podiam ser ativados em coordenadas predeterminadas, transformando edifícios de aparência pacífica em plataformas de lançamento instantâneas para ataques de precisão.

O domínio técnico encontra a visão estratégica
Os drones utilizados na Operação "Spiderweb" representaram uma evolução significativa nas capacidades de guerra de drones da Ucrânia, estendendo-se muito além dos sistemas táticos FPV que se tornaram sinônimo de operações de linha de frente. Eram instrumentos de precisão de longo alcance, capazes de percorrer mais de 1.000 quilômetros, mantendo links de comunicação e precisão de orientação terminal suficientes para atingir aeronaves específicas em aeródromos lotados.

As especificações técnicas, embora não totalmente divulgadas, sugerem sistemas de navegação sofisticados que combinam posicionamento GPS/GLONASS com recursos de orientação terminal. As ogivas foram especificamente otimizadas para destruição de aeronaves, projetadas para penetrar no revestimento da aeronave e detonar dentro de tanques de combustível ou áreas de armazenamento de armas para maximizar os danos. Os sistemas de comunicação demonstraram notável resiliência, mantendo conexões de controle a vastas distâncias enquanto operavam em ambientes eletromagnéticos altamente contestados.

Talvez o mais impressionante seja que a operação exigiu coordenação em tempo real entre múltiplos alvos, sugerindo capacidades avançadas de comando e controle que permitiram aos operadores ucranianos sincronizar ataques para obter o máximo impacto estratégico. Esse nível de coordenação representa um salto qualitativo nas capacidades militares ucranianas, demonstrando a evolução das operações táticas com drones para capacidades de ataque de precisão em nível estratégico.

Visando o Coração do Poder Estratégico Russo
Os quatro aeródromos alvos abrigavam alguns dos ativos de aviação estratégica mais críticos da Rússia, incluindo os bombardeiros estratégicos Tu-95 Bear e Tu-160 Blackjack, os bombardeiros táticos Tu-22M3 Backfire e aeronaves de apoio essenciais. Não se tratava de alvos aleatórios, mas sim de ativos cuidadosamente selecionados que formavam a espinha dorsal da capacidade de ataque de longo alcance da Rússia contra a infraestrutura civil ucraniana.

A importância estratégica vai muito além do impacto tático imediato. Essas aeronaves representavam a capacidade da Rússia de projetar poder a vastas distâncias, ameaçar cidades ucranianas com armas convencionais e potencialmente nucleares e manter a pressão sobre a infraestrutura civil, que se tornara uma marca registrada da estratégia russa. Ao atingir com sucesso esses ativos em território russo, a Ucrânia demonstrou não apenas capacidade técnica, mas também alcance estratégico que alterou fundamentalmente a dinâmica do conflito.

O sucesso da operação em penetrar nessas instalações fortemente defendidas revela lacunas significativas nos sistemas de defesa aérea russos, particularmente na detecção e no combate a alvos pequenos, voando baixo e operando a longas distâncias. Essa vulnerabilidade tem implicações profundas para o planejamento defensivo russo e pode forçar uma reavaliação abrangente dos protocolos de segurança das bases aéreas em toda a Federação Russa.

Guerra de Inteligência e Segurança Operacional
Os aspectos de segurança operacional da "Spiderweb" revelam capacidades sofisticadas de inteligência que vão muito além da realização técnica dos ataques em si. Fontes do SBU enfatizam que os agentes envolvidos na missão foram extraídos em segurança para a Ucrânia, contrariando diretamente as potenciais alegações russas de prisões ou capturas. Isso sugere um planejamento abrangente de exfiltração, redes de agentes secretos dentro da Rússia e capacidades avançadas de contravigilância que permitiram à inteligência ucraniana manter a segurança operacional durante todo o longo período de preparação.

A operação exigiu um gerenciamento sofisticado da cadeia de suprimentos, com componentes individuais do drone transportados separadamente para evitar a detecção, seguidos de montagem no país por agentes treinados. O posicionamento das unidades de lançamento móveis exigiu profundo conhecimento dos protocolos de segurança, padrões de tráfego e capacidades de vigilância russos. O mais notável é que toda a operação manteve uma segurança compartimentada que impediu a inteligência russa de detectar ou interromper a missão, apesar do cronograma de preparação de 18 meses.

Esse nível de sofisticação operacional sugere capacidades de inteligência ucranianas que rivalizam com as das principais potências mundiais, representando uma evolução drástica em relação às capacidades pré-conflito. A capacidade de manter redes de inteligência humana em território russo, ao mesmo tempo em que coordena operações técnicas complexas, demonstra aprendizado institucional e desenvolvimento de capacidades que terão implicações duradouras para a dinâmica da segurança regional.

Contexto histórico e evolução da guerra
A Operação "Spiderweb" se junta a um seleto grupo de operações militares que desafiaram fundamentalmente o pensamento estratégico convencional. Assim como o Ataque Doolittle de 1942, que demonstrou a capacidade americana de atacar o território japonês, ou a precisão da Operação Chastise na infraestrutura alemã, a "Spiderweb" alcançou um impacto psicológico e estratégico muito superior aos seus resultados táticos imediatos.

No entanto, esta operação representa algo mais significativo do que precedentes históricos. Ela demonstra a democratização de capacidades militares avançadas, mostrando como forças militares menores podem alavancar tecnologia e inovação para superar desvantagens convencionais. As soluções criativas empregadas — desde plataformas de lançamento ocultas até capacidades de drones de longo alcance — representam mudanças de paradigma na doutrina da guerra assimétrica que influenciarão o planejamento militar em todo o mundo.

A operação também destaca a evolução dos conflitos modernos, onde os conceitos tradicionais de linhas de frente, áreas de retaguarda e santuário perdem cada vez mais o sentido. As forças ucranianas demonstraram a capacidade de projetar poder a vastas distâncias utilizando recursos relativamente modestos, desafiando fundamentalmente as premissas russas sobre profundidade territorial e segurança de ativos estratégicos.

Implicações para as comunidades de segurança e munições explosivas
As consequências da Operação "Spiderweb" apresentam desafios e oportunidades significativos para as comunidades de segurança e desativação de explosivos. As preocupações imediatas incluem potenciais ogivas de drones não detonadas em locais-alvo, explosões secundárias de munições de aeronaves danificadas e contaminação por combustível de aviação e materiais explosivos. Esses locais exigirão operações abrangentes de limpeza, conduzidas em condições de segurança desafiadoras.

De forma mais ampla, a operação destaca tendências emergentes em tecnologia de segurança que exigem atenção dos profissionais de EOD. A penetração bem-sucedida em espaço aéreo fortemente defendido usando drones pequenos e de baixa assinatura demonstra vulnerabilidades nos sistemas atuais de detecção e engajamento. As tecnologias antidrones devem evoluir para enfrentar ameaças que operam em alcances estendidos, com sistemas de orientação sofisticados e perfis de ataque coordenados.

A integração da cobertura civil com operações militares, como demonstrado pelo sistema de ocultação de casas móveis, representa uma nova categoria de ameaça que desafia os paradigmas tradicionais de segurança. Os sistemas de detecção devem levar em conta ameaças que podem permanecer latentes por longos períodos antes de serem ativadas com aviso mínimo, exigindo capacidades de vigilância aprimoradas e protocolos de avaliação de ameaças.

Avaliação estratégica e implicações futuras
A Operação "Spiderweb" atinge múltiplos objetivos estratégicos que vão muito além da destruição imediata de aeronaves russas. A operação degradou significativamente a capacidade da aviação estratégica russa, reduzindo a pressão de bombardeio sobre a infraestrutura ucraniana e, ao mesmo tempo, demonstrando a capacidade de ataque de longo alcance da Ucrânia tanto para aliados quanto para adversários. O impacto psicológico sobre a liderança militar russa e a população civil não pode ser subestimado, visto que a operação abalou as premissas sobre santuário territorial e capacidade defensiva.

As implicações de longo prazo sugerem potenciais mudanças na postura defensiva russa, com medidas de segurança reforçadas para ativos estratégicos e possíveis mudanças nas estratégias de base. A operação também pode influenciar os cálculos de apoio militar ocidental, demonstrando a capacidade ucraniana de conduzir operações sofisticadas que justificam a continuidade da transferência de tecnologia avançada.

Talvez o mais significativo seja o fato de a operação estabelecer precedentes para conflitos futuros que se estendem muito além da atual guerra entre Ucrânia e Rússia. A integração bem-sucedida de capacidades de ataque de precisão de longo alcance com métodos de lançamento inovadores cria modelos que outras forças militares estudarão e potencialmente replicarão. A democratização das capacidades de ataque estratégico tem profundas implicações para a estabilidade regional e os cálculos de dissuasão em todo o mundo.

O Futuro da Guerra
A Operação "Spiderweb" representa um momento decisivo na guerra moderna, demonstrando como a inovação tecnológica, o pensamento criativo e o planejamento estratégico podem superar as desvantagens militares convencionais. O sucesso da operação na destruição de mais de 41 aeronaves estratégicas, utilizando recursos relativamente modestos, mantendo a segurança operacional durante um período de preparação de 18 meses, estabelece novos padrões de capacidade militar e impacto estratégico.

Para planejadores militares em todo o mundo, a operação exige uma reavaliação fundamental da segurança das bases aéreas, dos protocolos de proteção de ativos e das estratégias defensivas. A penetração bem-sucedida em instalações fortemente defendidas, utilizando métodos inovadores de ocultação e lançamento, desafia pressupostos básicos sobre santuário e segurança que sustentam o planejamento militar há décadas.

As implicações mais amplas se estendem à evolução da guerra assimétrica, à democratização de capacidades militares avançadas e à natureza mutável da dissuasão estratégica em uma era em que forças pequenas e inovadoras podem projetar poder a vastas distâncias com efeitos devastadores. A Operação "Spiderweb" será, sem dúvida, estudada em academias militares e centros de planejamento estratégico nos próximos anos, não apenas como um sucesso tático, mas como uma mudança de paradigma na forma como a guerra moderna pode ser conduzida.

Enquanto as comunidades de segurança e de munições explosivas lidam com as implicações dessa operação, uma coisa permanece clara: o futuro da guerra será moldado não apenas pela tecnologia avançada, mas pela aplicação criativa dessa tecnologia de maneiras que desafiam o pensamento convencional e redefinem o que é possível no campo de batalha moderno.



Crédito: @ConflictDISP  

Na Nigéria, aviões Embraer A-29 Super Tucano seguem em combate contra grupos insurgentes



*LRCA Defense Consulting - 01/06/2025

A Força Aérea Nigeriana (NAF) adquiriu 12 aeronaves A-29 Super Tucano, fabricadas pela Embraer em parceria com a Sierra Nevada Corporation (SNC), como parte de um contrato de US$ 329 milhões firmado em 2018 com o governo dos Estados Unidos. Essas aeronaves foram entregues em dois lotes, com o primeiro grupo de seis aviões chegando em julho de 2021.

Emprego Operacional
Desde sua introdução, os A-29 Super Tucano têm desempenhado um papel crucial nas operações de combate da NAF. Projetados para missões de ataque leve, apoio aéreo aproximado, vigilância e reconhecimento, esses aviões são utilizados principalmente no combate a grupos insurgentes como o Boko Haram e o Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) .

As aeronaves estão baseadas na Base Aérea de Kainji, onde foram construídas novas instalações de apoio, incluindo hangares e centros de manutenção, como parte de um projeto de US$ 38 milhões concluído em 2023. Até agosto de 2024, a frota já havia acumulado mais de 10.000 horas de voo, evidenciando sua intensa utilização em diversas missões, incluindo operações especiais e treinamentos .

Impacto Estratégico
A introdução do A-29 Super Tucano representou um avanço significativo na capacidade de combate aéreo da Nigéria. Além de substituir plataformas mais antigas, como os jatos Alpha, essas aeronaves oferecem maior precisão e eficiência em operações contra insurgentes. O treinamento dos pilotos e equipes de manutenção foi realizado nos Estados Unidos, garantindo uma transição eficaz para o novo sistema .

Assim, os A-29 Super Tucano têm sido fundamentais para fortalecer a capacidade ofensiva da Força Aérea Nigeriana, permitindo operações mais eficazes contra ameaças internas e contribuindo para a segurança nacional. 

Na matéria abaixo, acompanhe a última atuação dos A-29 Super Tucano em combate na Nigéria.
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Tropas neutralizaram 60 terroristas em Borno

*Vanguard - 30/05/2025

As tropas da Operação Hadin Kai neutralizaram 60 terroristas em Bita, Borno, em uma operação conjunta terrestre e aérea durante a noite.

Uma fonte militar confiável, que confirmou isso à NAN (Agência de Notícias da Nigéria) em Maiduguri, disse que os terroristas foram dominados durante um violento confronto à 1h09 da manhã de sexta-feira.

A ofensiva coordenada, de acordo com a fonte, que envolveu tropas da 26ª Brigada da Força-Tarefa do Setor 1 e da Força Aérea Nigeriana (NAF), ocorreu após uma tentativa de ataque dos terroristas a uma posição militar.

A NAN também citou uma publicação no perfil oficial do exército, @HQNigerianArmy, dizendo que a operação marcou um sucesso significativo nos esforços contínuos de combate ao terrorismo no Nordeste.

O Componente Aéreo da Operação Hadin Kai mobilizou aeronaves A-29 Super Tucano e a plataforma Dragon, realizando ataques de precisão que destruíram dois caminhões de armas inimigos e neutralizaram dezenas de insurgentes, disse a fonte.

“Mais de 60 terroristas foram confirmados como neutralizados no confronto inicial, enquanto forças terrestres iniciaram operações de exploração para perseguir elementos em fuga”, acrescentou a fonte.

A fonte também disse que os ataques aéreos subsequentes estavam em andamento, com mais caminhões de armas destruídos e vários terroristas fugindo para as florestas vizinhas.

Outro alto oficial militar, que falou sob anonimato, descreveu a operação como "um dos ataques mais decisivos e devastadores contra o ISWAP (Província do Estado Islâmico na África Ocidental) nos últimos meses", elogiando a sinergia entre as forças aéreas e terrestres.

A NAN relata que Bita, localizada no eixo de Gwoza, no sul de Borno, testemunhou um aumento nas atividades terroristas nas últimas semanas, o que levou à intensificação da ação militar na área. 

SMASH Fire Control System: o "atire e esqueça" chega aos fuzis

SMASH Fire Control System acoplado a um fuzil de assalto

*LRCA Defense Consulting - 31/05/2025

O SMASH Fire Control System, que em sua última versão é mais conhecido como SMASH 3000, é um sistema de controle de fogo inteligente desenvolvido pela empresa israelense Smart Shooter. Ele é acoplado a armas portáteis, como fuzis, e tem como principal função aumentar significativamente a precisão do disparo, mesmo contra alvos em movimento e drones, bem como em situações de estresse, onde haja pouca visibilidade (noite, neblina, fumaça).

Como funciona
O sistema integra tecnologias de visão computacional, inteligência artificial (IA), sensores eletro-ópticos e controle automatizado de disparo, permitindo que o operador “trave” o alvo usando uma mira inteligente. Após a designação, o sistema só libera o disparo no exato momento em que a arma está alinhada com o alvo, corrigindo erros humanos comuns como tremores, respiração, fadiga ou movimentação do alvo.

Principais capacidades
- Rastreamento automático de alvos (inclusive drones).

- Aumento significativo da precisão de disparo.

- Detecção de alvos em movimento.

- Capacidade antidrone (Counter-UAS).

- Gravação de vídeo e dados dos disparos.

- Pode operar em condições adversas (noite, poeira, nevoeiro).

Integração e aplicações
Pode ser instalado em fuzis como o M4, AR-15, AK-47, FN SCAR etc., sendo usado por forças terrestres, unidades de proteção de infraestruturas críticas ou por outras forças que requerem alta precisão nos disparos, como snipers, forças especiais etc.

O SMASH 3000 está sendo muito empregado na proteção contra drones, especialmente em ambientes urbanos ou de fronteira.

De certa forma, é a concepção "atire e esqueça" dos mísseis sendo utilizadas agora em fuzis.

Aspectos estratégicos
O SMASH 3000 é visto como um multiplicador de força, pois permite que soldados comuns atinjam níveis de precisão anteriormente restritos a atiradores de elite. Sua capacidade de combate a drones voando em baixa altura é altamente valorizada, especialmente frente ao preponderante uso de drones comerciais e militares em conflitos modernos, especialmente na guerra Rússia x Ucrânia.

Similares
Há sistemas similares no mundo, mas, em sua maioria, são utilizados para contextos específicos. O SMASH se diferencia por ser compacto, portátil, requerer treinamento mínimo e ser adaptável a armas convencionais (como fuzis), oferecendo uma solução prática contra drones e atiradores inimigos, com capacidade de rastreamento visual e disparo assistido. Conheça alguns destes similares:
- TrackingPoint Smart Scopes (EUA)
- DARPA EXACTO (EUA)
- AimLock (EUA)
- Intelligent Tracking and Control Systems (China)
- Rheinmetall Fire Control Systems (Alemanha)
- FN Elity (FN Herstal)
- Trijicon Ventus (EUA)

 

31 maio, 2025

Embraer poderá emergir como a grande beneficiada após GOL e Azul sairem da recuperação judicial

Imagem meramente representativa

*LRCA Defense Consulting - 29/05/2025

O portal Pontos para Voar, em postagem de 29/05, afirma que a possibilidade de vermos aeronaves Embraer E195-E2 operando com as cores da GOL ganha força com os novos movimentos do setor aéreo brasileiro. Citando divulgação do canal “Viajando com o Luiz”, noticia que o tema estaria em estágio bastante avançado e que informações dão conta que existem negociações entre GOL e Embraer, incluindo discussões sobre a configuração de assentos do Embraer 195-E2 e os prazos estimados para a entrega das aeronaves.

Segundo essas informações, representantes da GOL teriam inclusive viajado até a Holanda, onde foram iniciadas tratativas sobre o treinamento de pessoal da companhia aérea. O destino da viagem não foi aleatório: a KLM, parceira internacional do grupo Air France-KLM, já opera o E195-E2 e conta com simuladores de voo dedicados ao modelo, estrutura essencial para capacitação de tripulantes e pilotos.

Ainda de acordo com o canal, a GOL estaria aguardando apenas a conclusão de seu processo de reestruturação financeira nos Estados Unidos, o chamado Chapter 11, para oficializar o acordo com a Embraer. A expectativa é que esse processo seja finalizado em junho, abrindo caminho para o anúncio de uma possível nova fase na história operacional da companhia aérea brasileira.

Nesta sexta-feira (30/05), após os acionistas aprovarem o plano de saída da recuperação judicial nos EUA, o chamado Chapter 11, a GOL informou que está preparada para concluir o processo no início de junho, fortalecendo sua estrutura financeira para garantir sustentabilidade a longo prazo. Entre as medidas aprovadas está o aumento do capital social, que pode variar entre R$ 5,3 bilhões e R$ 19,3 bilhões, por meio da conversão de dívidas em ações para os credores. Também houve alterações estatutárias para flexibilizar regras para acionistas controladores.

Por outro lado, o Valor Negócios, em matéria de 29/05 assinada por Christian Favaro, divulga que a United Airlines e a American Airlines assumirão papel maior na Azul após reestruturação, devendo investir até US$ 300 milhões na empresa assim que a reestruturação for finalizada, tornando-se sócias de capital.

A United já detém participação na Azul e é parceira de longa data. A American Airlines, por outro lado, é aliada estratégica e acionista da Gol. As expectativas do mercado apontavam para um provável investimento da American na reestruturação da Gol — e não da Azul. “A Gol continua sendo uma parceira fundamental”, disse Stephen Johnson, diretor de estratégia da American Airlines, em um comunicado.

Segundo fontes citadas pelo Valor, as negociações entre acionistas da Azul e da Gol sobre uma possível fusão foram suspensas enquanto a Azul se concentra em sua reestruturação financeira.

A Gol pretende concluir sua reestruturação até 6 de junho. Com a aproximação desse marco, a atenção do setor agora está se voltando para a Azul, que pretende concluir o processo do Capítulo 11 até o final deste ano, afirmam pessoas familiarizadas com a situação, uma vez que já garantiu financiamento DIP e financiamento de saída. Ainda assim, fontes alertam que as reestruturações judiciais nos EUA costumam trazer reviravoltas inesperadas.

Ainda conforme a matéria do Valor, de acordo com Joana Bontempo, especialista em reestruturação do CSMV Advogados, a Azul avançou significativamente em suas negociações preliminares, garantindo compromissos críticos de credores e parceiros importantes.

United e American: duas grandes operadoras de jatos Embraer nos EUA
Tanto a United Airlines como a American Airlines operam aeronaves Embraer, principalmente por meio de suas parceiras regionais dentro dos sistemas United Express e American Eagle, respectivamente. As aeronaves utilizadas são os jatos da família Embraer E175 e ERJ 145, que são utilizados para voos de curta e média distância, conectando hubs principais a cidades menores.

No caso da United Express, esses aviões são operados por empresas regionais contratadas (como SkyWest, Mesa Airlines e Republic Airways), mas voam com a pintura e o serviço da transportadora, utilizando 134 aeronaves E175 e 59 ERJ 145. Assim como a United, a American terceiriza parte de sua malha regional para empresas como Envoy Air, Republic Airways e SkyWest, que operam sob a marca American Eagle e usam 220 jatos E175 e 67 ERJ 145. 

Imagem meramente representativa

Consequências para a Embraer
Como a GOL ainda não opera aeronaves da Embraer, a introdução dos E195-E2 na frota representaria uma mudança significativa em sua estratégia operacional, oferecendo maior flexibilidade para atender rotas regionais e de menor demanda, além de fortalecer a indústria aeronáutica nacional.

Diferentemente, a Azul Linhas Aéreas é uma das principais operadoras dos jatos da família Embraer E-Jets, especialmente o modelo E195-E2, que representa a nova geração de aeronaves comerciais da fabricante brasileira, possuindo 36 unidades. Além destes, a Azul ainda opera 44 aeronaves do modelo E195 da primeira geração, que estão sendo progressivamente substituídas pelos modelos mais novos. 

Segundo a Exame, quando circulou a notícia de que a Azul estava próxima de reestruturar suas dívidas e a intenção de se fundir com  Gol, o BTG se animou e escreveu um relatório citando uma oportunidade incremental para os E2 da Embraer, cenário que ficou nublado após o pedido de recuperação judicial (RJ) da Azul.

No entanto, em duas extensas reportagens divulgadas em 29 de maio, O Globo (Redução de frota da Azul afeta a Embraer?) e Exame (Por que a recuperação judicial da Azul não deve pesar sobre a Embraer), com base em opiniões de analistas do BTG Pactual e outros, defenderam que a recuperação judicial da Azul pouco irá afetar a Embraer, sem um impacto maior em seus números ou negócios.

Nesse cenário, os fatores preponderantes a considerar são:
- a United Airlines e a American Airlines pretendem assumir um papel maior na Azul após a reestruturação, investindo até US$ 300 milhões na empresa assim que a reestruturação for finalizada, tornando-se sócias de capital; 

- a United já detém participação na Azul e é sua parceira de longa data. A American Airlines, por outro lado, é aliada estratégica e acionista da Gol.

- Azul e GOL já iniciaram um movimento de fusão, pausado agora pela nova situação da primeira; 

- United e American são grandes operadoras de aeronaves Embraer;

- a GOL está próxima de também adquirir jatos E Jets E2, que já são utilizados pela Azul;

- a recuperação judicial da GOL deve ser encerrada em junho, enquanto a da Azul pode acabar no final de 2025;

- a recuperação judicial da Azul terá pouco efeito sobre a Embraer.

Conclusão
Portanto, é razoável concluir que a American e a United, grandes operadoras Embraer e parceiras em GOL e Azul, tenham todo interesse em apoiar a recuperação das duas empresas, assim como também na futura fusão entre ambas, da qual serão sócias. 

Por outro lado, a companhia resultante da provável fusão, contando com o suporte das duas gigantes americanas, além de se tornar também uma aérea gigante, tenderá a ter a Embraer como sua parceira preferencial, como acontece com suas duas sócias.

Ao fim e ao cabo, a Embraer, longe de ser prejudicada, poderá emergir como a grande fabricante beneficiada, seja já após o encerramento da RJ da Gol (junho), seja após o da Azul (final do ano) ou seja ainda após a fusão esperada entre as duas empresas.

Revisão Crítica de Projeto (CDR) marca importante avanço do Microlançador Brasileiro (MLBR)


 

*RCA Defense Consulting - 31/05/2025

Nos dias 29 e 30 de maio, a Agência Espacial Brasileira (AEB) participou da Revisão Crítica de Projeto (CDR, na sigla em inglês) do Microlançador Brasileiro (MLBR), veículo lançador de pequeno porte (VLPP) em desenvolvimento nacional. 

O encontro, realizado em São José dos Campos–SP, contou com a presença de representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), das empresas que compõem o arranjo industrial responsável pelo projeto, liderado pela CENIC: Plasmahub, Concert, Delsys, Etsys e de outras empresas participantes, como a Bizu Space, Almeida's, CLC e Fibraforte.

A CDR é importante para avaliar a maturidade do projeto e sua prontidão para avançar à próxima fase do ciclo de desenvolvimento, o que inclui a fabricação e os ensaios de qualificação dos equipamentos; a montagem e os testes dos subsistemas; bem como a integração e os testes do sistema completo. A revisão demonstra que o projeto apresenta um design consolidado, com os requisitos técnicos atendidos nos níveis de sistema e subsistemas, e com interfaces críticas devidamente definidas.

Durante a reunião, foram analisados a situação da qualificação de processos críticos, a compatibilidade com interfaces externas, o planejamento das atividades de montagem, integração e testes (AIT), além de aspectos relacionados à segurança, à garantia do produto, à mitigação de riscos e aos destroços espaciais (debris).

Para o Coordenador da Unidade Regional da AEB em São José dos Campos, Alexandre Macedo, a realização da CDR marca um avanço significativo rumo à materialização do lançador nacional. “A participação da AEB na CDR do MLBR é essencial para assegurar que os marcos técnicos estejam sendo cumpridos com rigor e que o sistema esteja pronto para a fase de implementação. Essa etapa demonstra o comprometimento das instituições e empresas envolvidas com o desenvolvimento de uma capacidade autônoma de acesso ao espaço no Brasil”, afirmou.

Já o Coordenador de Veículos Lançadores da AEB, Fábio Rezende, destacou o papel do trabalho conjunto entre governo e indústria nacional: “A CDR do MLBR mostra como a articulação entre instituições públicas e empresas privadas pode gerar resultados concretos e sustentáveis para o setor espacial brasileiro. O fortalecimento da base industrial e o domínio tecnológico são fundamentais para o avanço do nosso Programa Espacial".

O MLBR é um projeto estratégico que visa consolidar a base tecnológica nacional na área de lançadores e fortalecer a indústria espacial brasileira. A conclusão bem-sucedida da CDR representa um passo importante para o Brasil avançar na construção de um sistema completo de lançamento de satélites de pequeno porte com inovação, engenharia de ponta e protagonismo nacional.

Saiba mais:

Projeto de foguete brasileiro conclui primeira fase e é apresentado em São José dos Campos

*Com informações da Agência Espacial Brasileira  

30 maio, 2025

Grupo Mahindra, parceiro da Embraer na Índia, tem uma destacada indústria no Brasil


*LRCA Defense Consulting - 30/05/2025

Sediado em Mumbai, na Índia, e com atuação em mais de 100 países, o Grupo Mahindra é um poderoso conglomerado com negócios que vão desde agronegócio, veículos, tecnologia, serviços financeiros, energia, TI, defesa, entre outros.

Em 2024, ficou conhecido no setor brasileiro de Defesa após a Embraer ter firmado um Memorando de Entendimento (MoU) com a Mahindra Defence Systems, uma subsidiária de defesa do Grupo. O acordo prevê potencial atuação conjunta na megalicitação do programa de Aeronave de Transporte Médio (MTA) da Força Aérea Indiana, para o qual há previsão de aquisição de 40 a 80 aeronaves e onde a Embraer compete com o C-390 Millennium. 

No entanto, fora do Agronegócio, poucos conhecem a Mahindra Tratores do Brasil, unidade fabril que opera desde 2012 e que teve o controle direto assumido pela matriz indiana em 2016. Trata-se de uma extensão da divisão agrícola da Mahindra & Mahindra (empresa-mãe do Grupo), responsável pela produção, comercialização, distribuição e assistência técnica de tratores e equipamentos agrícolas no Brasil, com capacidade de produção de cerca de 2.600 tratores por ano.

No ano fiscal de 2024, encerrado em março, a Mahindra registrou a venda de 2.980 tratores no Brasil, representando um crescimento de 44% em relação ao ano anterior, mesmo diante de uma retração de quase 20% no setor de máquinas agrícolas. A empresa projeta um crescimento adicional de 23% para o ano seguinte, consolidando sua posição no mercado nacional.

A Mahindra Tratores do Brasil anunciou planos para transferir sua sede e operações industriais de Dois Irmãos para Araricá, no Rio Grande do Sul, com um investimento previsto de até R$ 100 milhões. A nova fábrica, projetada para aumentar a capacidade de produção de 2.600 para 8.000 tratores por ano, seria construída em um terreno de 93 mil m² às margens da RS-239 .

No entanto, em 2025, questões relacionadas ao licenciamento ambiental em Araricá levaram a empresa a reconsiderar sua decisão. Diante desses obstáculos, a Mahindra optou por manter e expandir suas operações em Dois Irmãos, adquirindo um novo terreno na Colônia Japonesa, próximo à BR-116. A nova planta industrial será construída nesse local, com o objetivo de quadruplicar a capacidade de produção e atender tanto ao mercado interno quanto às exportações para a América do Sul.

A divisão Mahindra Tractors é líder mundial em vendas de tratores por volume, com forte presença na Ásia, África, América do Norte e América Latina.

A operação brasileira faz parte da estratégia global do grupo indiano de expansão no setor agrícola, especialmente em mercados emergentes como a América Latina. Os tratores comercializados no Brasil são desenvolvidos seguindo os padrões de qualidade, engenharia e robustez da matriz na Índia, adaptados às necessidades do mercado agrícola brasileiro.

A subsidiária brasileira foca na produção e comercialização de tratores para agricultura familiar e médios produtores. A Mahindra tem se destacado por focar no segmento de pequenos e médios produtores rurais, oferecendo tratores na faixa de 25 cv a 110 cv, que representam a maior parte das vendas no país.  

A Mahindra Brasil é a subsidiária que mais cresce fora da Índia, sendo o quarto maior mercado da empresa, atrás de EUA, Turquia e Índia. 

 

Embraer anuncia nova subsidiária e reforça compromisso com a Índia

 


*LRCA Defense Consulting - 30/05/2025

A Embraer anunciou hoje um reforço significativo de seu compromisso com a Índia, por meio do estabelecimento de uma subsidiária no país que terá como sede um escritório corporativo em AeroCity, Nova Delhi. Essa decisão estratégica ressalta a visão de longo prazo da Embraer para o crescimento e a potencial colaboração com o cenário aeroespacial e de defesa da Índia, que está em rápida evolução. 

A criação de subsidiária na Índia pretende fortalecer suas frentes de atuação em defesa, aviação comercial, executiva, serviços & suporte e no crescente setor de mobilidade aérea urbana. A Embraer está trabalhando na ampliação de sua equipe no país, fortalecendo sua capacidade para buscar as oportunidades em um setor aeroespacial e de defesa em constante evolução. Isso inclui o estabelecimento de equipes em funções corporativas e departamentos especializados com foco em compras, cadeia de suprimentos e engenharia. 

“A Índia é um mercado-chave para a Embraer, e essa expansão demonstra nosso compromisso inabalável com o país”, disse Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer. “Estamos entusiasmados em poder aprofundar nossa colaboração com a indústria aeroespacial e de defesa indiana, aproveitando nossa expertise e tecnologia para contribuir com o crescimento da nação e as ambições da iniciativa 'Make in India'. Vislumbramos oportunidades significativas em defesa, aviação comercial, executiva, serviços & suporte e no emergente setor de mobilidade aérea urbana”. 

A Embraer está reforçando significativamente seu engajamento na Índia e já possui uma presença relevante no país, com aproximadamente 50 aeronaves e 11 modelos diferentes em operação nos segmentos de aviação comercial, defesa e executiva — todos apoiados por sua rede local de serviços e suporte. 

O crescimento da Embraer no país também ressalta o fortalecimento dos laços entre o Brasil e a Índia, com a expansão da Embraer na região refletindo um compromisso compartilhado com uma colaboração mais profunda e crescimento mútuo. O envolvimento da Embraer na Índia, incluindo a participação na próxima Assembleia Geral Anual (AGM) da IATA 2025 em Nova Delhi, destaca o foco estratégico da empresa no mercado indiano e os esforços contínuos para se envolver com os principais stakeholders em todo o ecossistema da aviação. 

O anúncio dá continuidade às iniciativas estratégicas recentes da Embraer na Índia, como o Memorando de Entendimento (MoU) assinado em fevereiro de 2024 com a Mahindra Defence Systems. O acordo prevê potencial atuação conjunta no programa de Aeronave de Transporte Médio (MTA) da Força Aérea Indiana, por meio do C-390 Millennium. 

O C-390 é uma aeronave multimissão de última geração projetada e construída para atender às demandas do ambiente operacional do século XXI. A aeronave é a mais avançada de sua classe e voa mais rápido (470 nós), com maior alcance e transporta mais carga (26 toneladas) em comparação a outras aeronaves de carga militar de porte médio. O C-390 opera há alguns anos com Capacidade Operacional Completa e pode executar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de carga e tropas, evacuação aeromédica, busca e salvamento, missões humanitárias, combate a incêndios e reabastecimento aéreo, como aeronave reabastecedora e como receptora. 

Na Aviação Comercial, a família E-Jets de jatos narrowbody regionais traz vantagens significativas para a conectividade aérea da Índia. As aeronaves oferecem novas oportunidades em metrópoles e centros regionais com potencial de expansão, contribuindo para as aspirações da Índia de se tornar um hub global de aviação. 

Os E-Jets já transformaram e aprimoraram a conectividade regional local, como comprovado pela Star Air – uma operadora dos modelos E175 e ERJ145, fabricados pela Embraer. Os E-Jets têm alcance estendido quando comparados a turboélices e outras aeronaves narrowbody abaixo de 180 assentos. Assim, os E-Jets permitem às companhias aéreas indianas explorar ao máximo a expansão da conectividade regional e otimizam a capacidade de atender à demanda em rotas de baixa densidade. 

As aeronaves Embraer que são operadas pela Forças Indianas incluem a aeronave Legacy 600 usada para o transporte de funcionários do governo e VIPs pela Força Aérea Indiana (IAF) e pela Força de Segurança de Fronteira (BSF), além da aeronave AEW&C 'Netra' baseada na plataforma Embraer ERJ145 operada pela IAF. 

Exército consolida segurança cibernética com data center em São Paulo


*LRCA Defense Consulting - 30/05/2025

O 3° Centro de Telemática de Área (3° CTA) inaugurou um data center no dia 29 de maio, na capital paulista. Nomeado Data Center Marechal Rondon, o centro de processamento de dados reforça as capacidades do Data Center Coronel Ricardo Franco, localizado em Brasília (DF), e consolida a segurança cibernética da Força Terrestre.

O Data Center Marechal Rondon será um pilar no suporte à tomada de decisão estratégica, fornecendo dados em tempo real, análises avançadas e suporte informacional confiável ao Alto Comando do Exército Brasileiro. Sua infraestrutura permite o intercâmbio seguro e rápido de informações entre diferentes níveis operacionais e institucionais.

“No mundo de hoje, com ameaças cibernéticas, a proteção dos ativos digitais das Forças Armadas precisa de uma atenção especial”, afirmou o Chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, General de Exército Achilles Furlan Neto.

Big data
Projetado para atender às demandas atuais e futuras da transformação digital, o data center possui infraestrutura voltada ao big data, com alta capacidade de processamento, armazenamento e análise massiva de dados. Essa competência é essencial para atividades de inteligência, defesa cibernética, planejamento estratégico e desenvolvimento de tecnologias emergentes.

A estrutura conta com sala segura, projetada para proteger fisicamente os dados corporativos sensíveis, obedecendo aos mais rigorosos critérios de segurança física e lógica. O ambiente é monitorado 24 horas por dia e implementa controles de acesso restritos, barreiras físicas e tecnologias de blindagem, o que proporciona proteção robusta contra ameaças internas e externas.

Redundância geográfica
Com arquitetura baseada em redundância geográfica – estratégia em Tecnologia da Informação que replica dados e recursos em diferentes locais geográficos –, o Data Center Marechal Rondon garante continuidade operacional mesmo diante de eventos extremos, como desastres naturais ou falhas sistêmicas. Essa capacidade permite que os serviços essenciais permaneçam ativos por meio de centros alternativos de operação, assegurando a disponibilidade dos dados e a estabilidade das operações em tempo real.

Como exemplo, o Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva citou as tempestades tropicais e o terremoto que atingiram o Haiti durante a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). “A tecnologia, hoje, é fundamental para a gente ter sucesso nas operações”, destacou o Comandante.

Certificação
O Data Center Marechal Rondon é certificado internacionalmente com o selo TIER III, emitido pelo Uptime Institute, referência global em padrões de qualidade de data centers. Essa certificação garante que o centro possui alto grau de resiliência, disponibilidade mínima de 99,982% e capacidade de manutenção sem interrupção dos serviços (manutenção simultânea), assegurando confiabilidade e excelência no suporte às operações críticas.

Cerimônia
A fita inaugural na porta da sala segura foi cortada pelo General Tomás, pelo General Furlan, pelo Coronel José Eduardo França, que esteve à frente do 3º CTA de janeiro de 2023 a janeiro de 2025, e pelo Tenente-Coronel Jeronymo Mota Alves de Carvalho, atual Chefe do 3º CTA.

A inauguração do Data Center Marechal Rondon contou com a presença do Comandante Militar do Sudeste, General de Exército Pedro Celso Coelho Montenegro, do General de Exército Francisco Carlos Modesto, antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, entre outras autoridades militares.

*Com informações do Exército Brasileiro.

29 maio, 2025

Momento histórico: primeiro voo em formação tática com quatro aeronaves Embraer KC-390 Millennium


*LRCA Defense Consulting - 29/05/2025

Em um marco inédito para a Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira (FAB), quatro aeronaves KC-390 Millennium realizaram, pela primeira vez, no dia 27/05, um voo conjunto em formação tática durante o Exercício Operacional EXOP AIRLIFT COMAO 2025. A decolagem aconteceu a partir da Base Aérea de Anápolis (BAAN), e simboliza um avanço significativo na capacidade de projeção aeroterrestre da FAB.

O exercício teve como objetivo o adestramento avançado das tripulações, a integração com tropas aeroterrestres e o aprimoramento das táticas de infiltração aérea em ambiente simulado de combate.

Major Daniel Elias Souza
Major Joyce de Souza Conceição


“Para o Esquadrão, o voo em formação é uma oportunidade única de promover a integração operacional e o aprimoramento doutrinário, no qual temos a oportunidade de exercitar as técnicas, as táticas e os procedimentos da Aviação, em cenários de alta complexidade, o que exige bastante coordenação, fortalecendo nossa capacidade de planejamento e decisão”, disse a Comandante do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/ 1° GT) - Esquadrão do Gordo, Major Joyce de Souza Conceição.

As decolagens em seqüência, o voo em formação tática e os lançamentos coordenados demonstraram a capacidade do KC-390 Millennium de operar de forma integrada em missões complexas de assalto aeroterrestre, cumprindo um dos principais papéis da aviação de transporte.

"A aeronave KC-390 tem passado por diversos estágios desde sua implantação em elevação operacional e a cada passo, a cada exercício que a gente executa, atingimos um nível maior de operacionalidade. Esse voo de quatro aviões em sessão foi mais uma amostra disso. Podemos empregar a aeronave em um cenário de airdrop com assalto aeroterrestre, fazendo um lançamento em massa de paraquedistas com toda a precisão e operacionalidade, ingressando em um cenário tático com simulações de defesa. Então, foi um marco muito importante, uma quantidade significativa de aeronaves para um lançamento significativo de paraquedistas, demonstrando ainda mais a capacidade dos Esquadrão Zeus e Gordo", completou o Comandante do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) - Esquadrão Zeus, Major Daniel Elias Souza.

KC-390 Millennium
O KC-390 Millennium é uma aeronave multimissão desenvolvida em parceria entre a FAB e a Embraer. Com alta capacidade de carga, autonomia e versatilidade, o vetor já demonstrou sua eficiência em diversas missões reais e exercícios conjuntos, tanto no Brasil quanto no exterior. 

*Com informações da Agência Força Aérea 

Embraer avança na busca de parcerias firmes no Marrocos e na Tunísia

 


*LRCA Defense Consulting - 29/05/2025

A Embraer está expandindo sua presença na África por meio de parcerias estratégicas, vendas de aeronaves e investimentos em infraestrutura e MRO, abrangendo os setores comercial, executivo e de defesa, aproveitando o potencial de crescimento do mercado africano.

A África representa 2% do mercado global de aviação comercial, mas concentra 20% dos acidentes, muitas vezes devido à má manutenção. A empresa projeta um crescimento anual de 4,8% no mercado de transporte aéreo africano até 2037, com potencial para 400 milhões de passageiros.

As diversas iniciativas em curso no continente demonstram o compromisso da empresa em fortalecer sua presença na África, adaptando-se às necessidades específicas locais e promovendo parcerias para impulsionar o crescimento sustentável no setor aeroespacial.

A Embraer vê a África como um mercado promissor para seus jatos comerciais, especialmente os E-Jets (E175, E190, E195) e a nova geração E2, que são adequados para rotas regionais com menor densidade de passageiros. Assim, a gigante aeroespacial brasileira foca na potencial demanda por aeronaves menores e mais eficientes, adequadas às rotas intra-regionais africanas, onde grandes aviões têm baixa ocupação e frequência. A empresa já opera mais de 150 aviões no continente, um aumento significativo em relação às 40 aeronaves de dez anos atrás.

No setor de Defesa, a Embraer tem intensificado os esforços para a venda das aeronaves militares C-390 Millennium e A-29 Super Tucano para países do continente africano, onde já possui diversos clientes desta última.

Nas duas matérias abaixo, com origem em portais do Marrocos e da Tunísia, são mostrados os mais recentes esforços comerciais da Embraer nesses países e a receptividade que estão tendo.

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A gigante aeronáutica brasileira Embraer desembarca no Marrocos em busca de novos negócios

*Rue20 Espanhol/Casablanca- 29/05/2025

O CEO da Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, visitou o Marrocos esta semana com uma delegação de altos executivos para explorar oportunidades de expansão no mercado aeronáutico do país.

A visita incluiu um encontro importante com o Ministro dos Transportes e Logística do Marrocos, onde foi discutido o fortalecimento da cooperação técnica e comercial entre a empresa brasileira e a Royal Air Maroc (RAM).

A RAM, que já opera quatro aeronaves Embraer, está considerando adquirir aeronaves adicionais como parte de seu plano de renovação de frota.

Essa potencial expansão está alinhada à estratégia da companhia aérea de permanecer na vanguarda do setor e fortalecer sua competitividade.

Durante a reunião, o Ministro dos Transportes e Logística destacou o crescimento do setor de transporte aéreo no Marrocos, impulsionado pela visão estratégica de Sua Majestade o Rei Mohammed VI de transformar o país em um centro regional e internacional de transporte, logística e indústrias relacionadas.

A delegação da Embraer também foi presenteada com projetos de desenvolvimento de infraestrutura e fortalecimento de competências nacionais no setor.

O CEO da Embraer, por sua vez, apresentou os últimos avanços tecnológicos da empresa na fabricação de aeronaves, destacando sua especialização em aeronaves de pequeno e médio porte. Ele elogiou a colaboração existente com o Marrocos e as reformas estruturais implementadas para melhorar a competitividade e a sustentabilidade do setor da aviação.

A Embraer, que representa aproximadamente 37% da frota aérea regional nas Américas, busca consolidar sua posição como líder na indústria aeronáutica global por meio dessa potencial expansão no mercado marroquino.

A visita ressalta o interesse da empresa em contribuir para o desenvolvimento do setor aéreo no Reino e fortalecer sua parceria com a Royal Air Maroc.

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Tunísia–Brasil: rumo a uma parceria industrial em aeronáutica com a Embraer

*La Presse - 29/05/2025

O ministro dos Transportes (da Tunísia), Rachid Amri, recebeu uma delegação da empresa brasileira fabricante de aeronaves Embraer na noite de quarta-feira, na presença do embaixador do Brasil na Tunísia, Fernando José Marroni de Abreu. Este encontro faz parte de uma missão comercial multissetorial à Tunísia, iniciada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Exportações e Investimentos.

Na ocasião, o Ministro elogiou a qualidade das relações históricas que unem os dois países, apelando ao fortalecimento da cooperação bilateral no setor dos transportes, em particular na aviação civil. Ele destacou a necessidade de aproveitar as respectivas habilidades e conhecimentos da Tunísia e do Brasil para desenvolver parcerias concretas e mutuamente benéficas.

De acordo com um comunicado do Ministério dos Transportes, Rachid Amri destacou a importância estratégica que seu departamento atribui ao fortalecimento da frota nacional e ao desenvolvimento do setor de aviação civil, considerado uma alavanca para o crescimento e a modernização.

Por sua vez, o embaixador brasileiro expressou o interesse de seu país em desenvolver novas oportunidades de cooperação com a Tunísia, particularmente no setor aeronáutico, afirmando o desejo de Brasília de promover investimentos e lançar as bases para uma parceria global nessa área.

A delegação da Embraer apresentou a experiência e o know-how da empresa na indústria aeronáutica, reafirmando seu interesse em uma parceria fortalecida com a Tunísia. As discussões se concentraram no apoio à frota nacional, no investimento na fabricação de aeronaves, no fornecimento de peças de reposição, bem como no treinamento e na transferência de habilidades.

O encontro também permitiu identificar oportunidades concretas de parceria para a fabricação de componentes aeronáuticos na Tunísia, com vistas à criação de valor agregado e à promoção do emprego. Concluiu-se com um acordo que visa aprofundar o intercâmbio técnico entre especialistas dos dois países, com vista à definição de áreas de cooperação, mecanismos de implementação e desenvolvimento de um plano de ação em coordenação com as estruturas nacionais competentes.

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