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20 julho, 2025

Brasil na encruzilhada: tensões com os EUA e o imperativo da autonomia nas capacidades militares do País

Um alerta sobre vulnerabilidades críticas nas capacidades militares nacionais e sobre a importância da Base Industrial de Defesa

 

 

*LRCA Defense Consulting - 20/07/2025

Uma possível decisão do governo brasileiro de revisar, e potencialmente encerrar, acordos e contratos militares em curso com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, conforme noticiado com exclusividade pelo portal DefesaNet em 18 de julho de 2025, acende um alerta de proporções inéditas.

Essa medida, motivada por um cenário de atritos diplomáticos e comerciais entre o presidente brasileiro e o presidente americano, levanta questões cruciais sobre a soberania tecnológica e a capacidade operacional das Forças Armadas do Brasil. Com mais de um bilhão de dólares em contratos via Foreign Military Sales (FMS), a guinada estratégica impõe uma reavaliação profunda das dependências militares e abre um caminho complexo, mas vital, em direção à autonomia.

O legado de uma parceria e suas vulnerabilidades
A cooperação militar de fato entre Brasil e Estados Unidos, consolidada ao longo de mais de sete décadas, enraizou-se nas estruturas operacionais das Forças Armadas Brasileiras. Agora, essa interdependência expõe vulnerabilidades críticas que serão abordadas no âmbito de cada uma das Forças Armadas.

Exército Brasileiro: o ponto de ruptura na sustentabilidade
O Exército Brasileiro (EB) mantém em operação diversos sistemas dependentes de fornecimento e know-how norte-americanos. Entre os mais sensíveis, destacam-se:
• 30 unidades do obuseiro autopropulsado M109A5+ BR, entre os 56 adquiridos dos estoques do Exército dos EUA, foram modernizados com assistência técnica americana.

• 584 veículos blindados M113, cruciais para logística e infantaria mecanizada. Destes, um programa de modernização com a BAE Systems foi implementado, visando atualizar 386 unidades para o padrão M113BR.

• Frota de helicópteros UH-60L Black Hawk, em operação no Comando de Aviação do Exército.

• Adicionalmente, a dependência se estende a 222 mísseis Javelin e 33 unidades de lançamento, em um negócio estimado em US$ 74 milhões, com entregas previstas a partir de 2025.

A interrupção no acesso a peças, manuais, atualizações e treinamentos afetaria diretamente a sustentabilidade desses sistemas e reduziria a capacidade de interoperar com aliados que adotam doutrinas baseadas em padrões OTAN. O projeto Guarani 2.0, que visa dotar os blindados VBTP-MR de uma arquitetura digital de comando e controle, também corre riscos por depender de componentes de criptografia e comunicação de origem americana. A perda de acesso a tecnologias críticas compromete diretamente a capacidade de comando e de consciência situacional no campo de batalha moderno.

Um caso ilustrativo é o da Venezuela, que, após embargos americanos na década de 2010, enfrentou dificuldades para manter sua frota de F-16, resultando em uma taxa de prontidão inferior a 20%, segundo relatórios do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI). Essa realidade serve como um alerta sobre os potenciais impactos em campo.

Marinha do Brasil: navegando em águas turbulentas
A Marinha do Brasil, embora menos exposta que a Força Aérea, também pode sofrer impactos significativos.

• A frota de Helicópteros SH-60 Seahawk, fundamentais para guerra antissubmarino, possue manutenção complexa dependente dos EUA.

• Sistemas de armas de fragatas classe Niterói e algumas embarcações da Esquadra ainda operam com sensores e subsistemas de origem americana. A dependência pode se estender a componentes para as fragatas Tamandaré e até mesmo ao Programa de Submarinos Nucleares (ProSub) que, mesmo liderado pela França, pode ser afetado por restrições em tecnologias dual-use, como sensores e comunicações.

• Projetos de vigilância naval com UAVs e sistemas C4ISR, em fase de planejamento, contavam com possível integração de tecnologia dual americana.

Com a crescente importância do Atlântico Sul e da Amazônia Azul na estratégia marítima brasileira, qualquer redução na prontidão operacional de meios navais representa um risco significativo para o País, haja vista que, sem acesso a peças e a códigos de software embarcado, o ciclo de vida operacional de alguns sistemas pode ser abruptamente encurtado.

Força Aérea Brasileira (FAB): o calcanhar de aquiles do Gripen, mas não só dele
A Força Aérea Brasileira (FAB) é, segundo a maioria dos analistas, a mais exposta à perda de acesso às tecnologias dos EUA. 

Embora o caça F-39 Gripen seja um projeto sueco-brasileiro, cerca de 25% de seus componentes são de origem americana, incluindo sistemas de navegação e guerra eletrônica, bombas guiadas e armamentos inteligentes (como JDAMs), e interfaces de comunicação seguras compatíveis com os padrões NATO. O motor General Electric F414, de fabricação americana, é um ponto crítico para a frota de 36 caças, adquiridos por US$ 5,4 bilhões.

Além disso, o E-99M, aeronave de alerta aéreo antecipado fundamental para o controle do espaço aéreo amazônico e da costa atlântica, possui radar Erieye de fabricação sueca, mas com integração de módulos críticos americanos. 

O mesmo se aplica ao KC-390 Millennium, orgulho da indústria nacional. Apesar de projetado no Brasil, o avião incorpora motores, aviônicos e sistemas de missão desenvolvidos nos EUA. Eventuais embargos podem afetar não só a operação interna, mas também a capacidade de exportação do modelo, atingindo a imagem do Brasil como parceiro de confiança no mercado global de defesa.

Consequências estratégicas
A perda de interoperabilidade, a dependência logística interrompida e a ameaça à continuidade de programas estratégicos apontam para desafios graves e consideráveis. A suspensão de contratos pode alterar significativamente as estratégias de Defesa do Brasil. No curto e até no médio prazo, a redução da prontidão operacional de equipamentos-chave comprometeria a capacidade de resposta a muitas das ameaças em terra, mar e ar. 

A exclusão de exercícios conjuntos com os EUA, como UNITAS e CRUZEX, limitaria a interoperabilidade com aliados da OTAN, reduzindo a eficácia em operações multinacionais. Além disso, a interrupção de acordos de transferência de tecnologia pode retardar ou até inviabilizar projetos de modernização nas três Forças.

Um caminho para a autonomia
Contudo, como uma moeda sempre tem dois lados, a crise também revela oportunidades latentes para inovação e modernização, mesmo que o pior cenário não se configure.

Diversificação de parcerias estratégicas
A necessidade que seria imposta pela crise apontaria para a busca de novos parceiros com políticas de exportação menos restritivas, como Suécia, França, Israel, Turquia, Índia e Coreia do Sul. Especialistas já sugeriam que o Brasil reduzisse o peso dos EUA no setor de defesa e aumentasse as parcerias com outras potências que podem preencher lacunas deixadas pelos EUA. A "guinada radical" em direção a novos e diversificados parceiros, bem como a busca por projetos "livres das restrições americanas ITAR e alemãs BAFA", são indicativos claros dessa nova opção.

Reforço da Base Industrial de Defesa (BID)
A BID é hoje responsável por aproximadamente 3,58% a 4% do PIB nacional e 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo dados do MDIC. A crise pode ser o catalisador para um maior investimento e fomento à indústria nacional. Exemplos como o míssil antinavio MANSUP, produzido pela SIATT em parceria com o grupo EDGE (Emirados Árabes), mostram a capacidade brasileira. Embraer Defesa & Segurança e Avibras (caso se recupere) têm potencial para liderar projetos de sistemas de comando e controle e armamentos.

Adoção de arquitetura aberta e nacionalização progressiva
O foco deve ser em sistemas críticos, sobretudo em áreas como cibernética, sensores e comunicações, sem prejuízo de outros setores importantes, como aeronaves, embarcações, mísseis, armamento leve e pesado e veículos de combate.

Entre soberania e vulnerabilidade: a importância da Base Industrial de Defesa
Uma possível decisão, do Brasil ou dos Estados Unidos, de interromper os contratos existentes na área de Defesa entre ambos, refletiria uma grave e perigosa inflexão estratégica em um momento de tensões globais crescentes. A suspensão comprometeria gravemente a prontidão operacional do Exército, da Marinha e da Força Aérea no curto e no médio prazo. 

O cenário, embora desafiador, forçaria o Brasil a acelerar sua busca por uma defesa mais soberana e resiliente. Isso passa necessariamente pela diversificação inteligente de parcerias, pelo investimento massivo e estratégico na Base Industrial de Defesa e pelo desenvolvimento de tecnologias nacionais que garantam a capacidade operacional a longo prazo. A transição será complexa e custosa, mas é um imperativo estratégico para assegurar a autonomia e a segurança nacional em um mundo cada vez mais multipolar. 

O desafio é claro: equilibrar a necessidade de capacidades imediatas com investimentos de longo prazo em autonomia tecnológica. A conjuntura atual exige uma abordagem proativa, que combine parcerias internacionais estratégicas com o desenvolvimento de soluções nacionais, garantindo a soberania e a resiliência das Forças Armadas Brasileiras em um cenário global volátil.

Saiba mais: 
- Potencial veto à tecnologia israelense: um terremoto silencioso à espreita da defesa brasileira

Azimut JSC (Rússia) e Shamal Space (BR) unem forças visando o mercado brasileiro de sistemas de controle de tráfego aéreo

 Edifício Tecnológico do Centro UATMS consolidado de São Petersburgo
 

*LRCA Defense Consulting - 20/07/2025

A Azimut JSC, fabricante líder de sistemas de controle de tráfego aéreo com sede na Rússia, e a Shamal Space, uma inovadora empresa brasileira de tecnologia aeroespacial com sede em Brasília, firmaram oficialmente um acordo estratégico para apoiar a oferta dos produtos e serviços da Azimut no território brasileiro.

Nos termos deste acordo, celebrado em caráter de exclusividade, a Shamal Space representará a Azimut no Brasil, com o objetivo de apresentar os produtos e serviços da Azimut tanto a operadores privados quanto públicos da aviação civil, envolvidos no estabelecimento de novos aeródromos no país, além de operadores já atuantes em aeródromos existentes.

Fundada em 1960 e presente em mais de 150 aeródromos civis na Federação Russa, Ásia Central, Europa Oriental, Egito, Vietnã e Sri Lanka, a Azimut JSC realiza o desenvolvimento, a produção em série e a entrega de sistemas de radiocomunicação, navegação, pouso, vigilância e automação de controle de tráfego aéreo, com fornecimento completo (turnkey) para empresas de aviação civil. A empresa também desenvolve e executa projetos integrados de equipamento e reequipamento de aeroportos e centros de controle de tráfego aéreo.

O extenso portfólio de produtos da Azimut JSC inclui (entre outros):
- Sistema de Controle de Tráfego Aéreo GALAXY (Gerenciamento de Tráfego Aéreo baseado em Trajetória 4D);
- Sistemas de Navegação e Vigilância;
- Sistemas de Comunicação (HF, VHF e UHF);
- Equipamentos de Medição Adicional (Analisadores de Sinais, Sistemas Fotométricos).

O Dr. Lester de Abreu Faria, cofundador e CTO da Shamal Space, destaca a importância desse acordo para a Azimut, a Shamal Space e o mercado de aviação civil brasileiro:

"...O mercado de aviação civil do Brasil — composto por uma vasta rede com mais de 2.500 aeródromos, aeroportos e heliportos registrados — é superado apenas pelos Estados Unidos em número total de instalações de aviação, ultrapassando a maioria dos mercados europeus e globais em densidade e cobertura geográfica. Ainda assim, oferece grandes oportunidades de modernização e investimento privado. O acordo entre a Shamal Space e a Azimut permitirá a expansão da Azimujt para o Brasil, o mercado mais importante das Américas depois dos EUA, oferecendo aos clientes e organizações locais uma nova opção, sólida e comprovada, em termos de produtos ATC, com preços altamente competitivos... A Shamal Space se orgulha de fazer parte desse ousado movimento da Azimut rumo ao Brasil..."

Sobre a Shamal Space

A Shamal Space é uma empresa brasileira de tecnologia aeroespacial especializada em consultoria e implementação de projetos com base em tecnologia espacial. Subsidiária da Shamal Enterprises e operadora espacial licenciada pela Agência Espacial Brasileira, desenvolve sistemas avançados como unidades de navegação inercial fabricadas no Brasil e o picosatélite de IoT LEPTONSat. A empresa, uma Tech Aeroespacial Brasileira com DNA Global, atua em importantes polos aeroespaciais da América Latina e é uma protagonista no ecossistema de New Space do Brasil.

WEG impulsiona mobilidade elétrica no projeto de eletrificação para 40 ônibus em Belém

 


*LRCA Defense Consulting - 20/07/2025

A WEG reforça sua presença como fornecedora de soluções completas para a eletromobilidade com o fornecimento dos sistemas de tração, baterias e carregadores para os novos 40 ônibus elétricos entregues à cidade de Belém, no Pará. Os veículos eletrificados pela Eletra, montados sobre chassis Mercedes-Benz e carroceria CAIO, foram adquiridos pelo governo estadual para modernizar o transporte público da região metropolitana e atender aos compromissos ambientais da COP30, que será sediada na cidade em novembro de 2025.

Os novos ônibus elétricos vão operar nos corredores exclusivos do Sistema BRT Metropolitano e representam um passo importante rumo à descarbonização do transporte urbano no Norte do Brasil. Com autonomia de até 220 km e capacidade para transportar até 74 passageiros, eles realizam a recarga completa das baterias em até 4 horas, garantindo eficiência operacional e disponibilidade para as operações diárias.

“Estamos orgulhosos de contribuir para um projeto tão relevante como o de Belém, especialmente em um momento em que a cidade se prepara para receber um evento global de sustentabilidade, a COP30”, afirma Carlos Grillo, diretor superintendente da WEG Digital & Sistemas.

Com esta entrega, a WEG amplia ainda mais sua atuação no segmento de veículos elétricos, que já contempla soluções em operação em importantes centros urbanos como São Paulo (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Manaus (AM), Goiânia (GO), entre outros. 

18 julho, 2025

Inaugurada nova Unidade Básica de Saúde em S. Leopoldo, com investimento de R$ 2 milhões da Taurus


*LRCA Defense Consulting - 18/07/2025

O CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, participou nesta quinta-feira (17) da inauguração da nova Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Nova, em São Leopoldo, construída pela empresa em parceria com a prefeitura.  

A moderna UBS Vila Nova, considerada de grande porte com 412 m² de área construída próxima à sede da Taurus, faz parte do projeto “Nova Saúde São Léo” e visa ampliar o atendimento na atenção básica de saúde em São Leopoldo. 

A unidade conta com infraestrutura completa, incluindo seis consultórios, sala de odontologia, recepção e sala de vacina. O espaço abriga duas equipes de saúde formadas por três técnicos de enfermagem, duas enfermeiras e dois médicos, com capacidade para realizar até 48 consultas médicas por dia, além de oferecer acolhimento de enfermagem, vacinação e atendimento odontológico à população.    

A obra recebeu investimento de cerca de R$ 2 milhões da Taurus, primeira empresa na área de segurança e defesa no mundo a adotar a pauta ESG (sigla em inglês para “ambiental, social e governança corporativa”) e que possui forte compromisso com a sociedade. 

A iniciativa representa mais uma parceria de sucesso entre a empresa e o poder público, um exemplo de como companhias podem contribuir para o desenvolvimento social e a promoção da saúde. A nova UBS abrangerá bairros como Campestre, São Borja, Barreira e Monte Blanco. 

“A entrega da nova Unidade Básica de Saúde com infraestrutura moderna para São Leopoldo é mais uma ação da Taurus, que comprova o nosso compromisso com a responsabilidade social e com a sociedade de São Leopoldo, em especial com nossos colaboradores e seus familiares. A nova UBS irá facilitar o acesso a diversos serviços de saúde, reduzir a demanda em hospitais e prontos-socorros, além de representar um marco importante para a saúde pública da cidade de São Leopoldo. Foi um investimento de cerca de R$ 2 milhões que trará muitos benefícios para a população”, afirma Salesio Nuhs. 

Embraer e Força Aérea Portuguesa celebram marcos importantes com entrega do terceiro KC-390 e voo inaugural do A-29N

 


*LRCA Defense Consulting - 18/07/2025

A Embraer (NYSE: ERJ/ B3: EMBR3), líder global em aeroespacial e defesa, e a Força Aérea Portuguesa (FAP) celebraram hoje dois marcos importantes envolvendo os programas KC-390 Millennium e A-29N Super Tucano: a entrega da terceira aeronave KC-390 Millennium à FAP e o lançamento da campanha de testes de voo do A-29N, que incluiu um voo conjunto histórico de ambas as aeronaves.

O terceiro KC-390 faz parte de um acordo entre a Embraer e o governo português que resultará em seis aeronaves em operação, com dez opções de compra adicionais disponíveis para países aliados e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O primeiro A-29N faz parte de uma encomenda de 12 aeronaves para 2024, tornando Portugal o cliente de lançamento da variante Super Tucano, projetada para atender aos requisitos da OTAN.

“Ver ambos os programas progredindo de forma constante e rápida nos dá uma sensação de realização e grande satisfação, que nos permite prosseguir com a visão de ter uma Força Aérea mais moderna, capaz e interoperável. A entrega do terceiro KC-390 aumentará nossa capacidade operacional e, simultaneamente, consolidará a experiência na aeronave, em progresso para atingir a Capacidade Operacional Plena e estabelecer novas fronteiras na utilização desta plataforma. O lançamento da campanha de ensaios em voo do A-29N demonstra que estamos em um bom caminho para obter uma plataforma diferenciada, com uma configuração idealizada pela Força Aérea Portuguesa, que comprovará sua capacidade em treinamento avançado e utilização operacional”, afirmou o Major-General da Força Aérea Portuguesa João Nogueira, Diretor do Programa KC-390.

“Estamos extremamente orgulhosos de contribuir significativamente para o aprimoramento das capacidades operacionais da FAP com o KC-390 e o A-29N. Esta entrega e o voo conjunto representam marcos importantes que refletem nosso compromisso em apoiar a defesa de Portugal com soluções eficientes e inovadoras, sempre alicerçadas em nossa sólida parceria de longo prazo”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O KC-390 Millennium oferece capacidade de carga útil superior (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves de transporte militar de médio porte, além de voar mais rápido (470 nós) e por distâncias maiores. É capaz de realizar uma ampla gama de missões, incluindo transporte de carga e tropas e lançamentos aéreos, evacuação médica, busca e salvamento, combate a incêndios e operações humanitárias. Pode operar em pistas temporárias ou não pavimentadas, como terra compactada, solo e cascalho. A aeronave também pode ser configurada para reabastecimento em voo, tanto como avião-tanque quanto como receptor.

Esta aeronave revolucionária atende plenamente aos padrões e requisitos da OTAN. Além de Portugal, vários aliados europeus e da OTAN – incluindo Hungria, Holanda, Áustria, República Tcheca, Suécia, Eslováquia e Lituânia – selecionaram o KC-390 para modernizar suas forças aéreas. No total, 11 países escolheram esta aeronave de última geração, incluindo Brasil e Coreia do Sul.

O A-29 Super Tucano é uma aeronave versátil e comprovada, oferecendo excepcional flexibilidade operacional. Pode executar uma ampla gama de missões, incluindo apoio aéreo aproximado, patrulha aérea, operações especiais, interdição, JTAC, controle aéreo avançado (FAC), coordenação tática (TAC), ISR armado, vigilância de fronteiras, reconhecimento, escolta e treinamento em todos os níveis – do básico ao avançado, incluindo transição para caças de superioridade aérea e treinamento JTAC/LIFT e FAC.

A variante A-29N Super Tucano contará com aviônicos avançados, sistemas de comunicação específicos da OTAN e outros recursos não divulgados, adaptados para atender às necessidades operacionais da OTAN.

Recentemente, a frota global de A-29 ultrapassou 600.000 horas de voo. Com mais de 290 unidades encomendadas, o A-29 já foi selecionado por 22 forças aéreas em todo o mundo.

 

Novo complexo de 400 mil m² da Toyota em Sorocaba (SP) contará com transformadores tipo seco WEG

 


*LRCA Defense Consulting - 18/07/2025

A TOYOTA – a maior montadora automobilística do mundo anunciou um projeto de restruturação em sua fábrica de Sorocaba (SP), com o objetivo de concentrar toda a sua cadeia produtiva em um único local. O novo complexo abrigará unidades de estamparia, funilaria e toda a montagem dos veículos.

Como parte da estratégia de crescimento, a WEG forneceu à TOYOTA transformadores secos que totalizam mais de 45 MVA de potência. O fornecimento faz parte do Projeto ON 09400 - TOYOTA DO BRASIL LTDA, um dos maiores investimentos da montadora japonesa no Brasil que visa consolidar a produção de veículos híbridos flex no país.

Os transformadores fornecidos pela WEG desempenharão um papel essencial na infraestrutura elétrica da nova planta. Alguns deles serão dedicados exclusivamente à alimentação dos robôs do processo de soldagem, com características elétricas essenciais para essa aplicação. Os demais atuarão como transformadores abaixadores, garantindo o fornecimento contínuo e confiável de energia a todos os outros processos industriais.

A escolha dos transformadores secos da WEG deve-se a sua qualidade e confiabilidade, além da capacidade da empresa em produzir equipamentos para aplicações especiais, com alta complexidade de engenharia e tecnologia.

Com esse fornecimento a WEG reafirma sua solidez no segmento industrial e reforça seu compromisso com a inovação, demonstrando capacidade em atender processos altamente específicos e personalizados, oferecendo soluções que promovem eficiência energética e contribuem para a modernização e competitividade da indústria automotiva no mercado brasileiro. 

16 julho, 2025

Embraer C-390 Millennium: um novo paradigma para a Defesa sul-americana?

Análise revela potencial de aquisição do cargueiro da Embraer por Colômbia, Chile e Peru, impulsionando a segurança regional e a resposta a crises


*LRCA Defense Consulting - 16/07/2025

O Embraer C-390 Millennium, o robusto avião de transporte militar e reabastecedor desenvolvido no Brasil, está no centro das atenções na América do Sul. Uma análise acurada indica que Colômbia, Chile e Peru — nações com desafios geográficos e de segurança semelhantes — emergem como fortes candidatos a integrar essa aeronave em suas frotas aéreas. Essa potencial aquisição não apenas modernizaria as capacidades de defesa desses países, mas também poderia redefinir a dinâmica da cooperação militar na região, promovendo interoperabilidade e fortalecendo a resposta a desafios de segurança e humanitários.

Cenário geopolítico e necessidades militares urgentes
A América do Sul é um continente de extremos, marcado por vastas florestas, imponentes cordilheiras e uma linha costeira extensa. Essa geografia impõe desafios únicos para a logística militar e para a resposta oportuna e eficaz a emergências. Além disso, a região enfrenta ameaças persistentes como o narcotráfico, o crime organizado transnacional e a crescente frequência de desastres naturais — de terremotos a inundações severas. A capacidade de movimentar tropas, equipamentos e suprimentos rapidamente, e de operar em condições adversas, é uma prioridade estratégica.

As frotas de transporte aéreo militar na Colômbia, Chile e Peru, embora competentes, apresentam sinais de envelhecimento. Aeronaves como o C-130 Hercules, um pilar da aviação de transporte global, em muitos casos estão se aproximando do fim de sua vida útil operacional, demandando substituição e modernização.

- Força Aérea Colombiana (FAC)
Lida com uma geografia complexa e a necessidade contínua de apoio logístico em operações contra grupos armados e no combate ao narcotráfico. A modernização visa maior agilidade e versatilidade.

- Força Aérea do Chile (FACh)
Reconhecida por sua capacidade operacional e projeção, a FACh busca otimizar sua logística em um país de grande extensão latitudinal, incluindo o apoio a missões na Antártida. A capacidade de reabastecimento em voo é um atrativo estratégico para estender o alcance de sua frota de caças.

- Força Aérea do Peru (FAP)
Opera em um território que abrange a Amazônia, os Andes e o deserto costeiro. A resposta rápida a desastres naturais e o suporte a operações em áreas remotas são cruciais, exigindo aeronaves robustas e capazes de operar em pistas semipreparadas.

O C-390 como resposta estratégica
Para entender o potencial da aeronave da Embraer na região, é necessário considerar que o C-390 não é apenas um substituto; é um salto geracional para essas forças aéreas. Sua capacidade multifuncional, combinando transporte tático e reabastecimento em uma única plataforma, além de outras potencialidades, é um divisor de águas. Permite que as forças aéreas façam mais com menos, um imperativo para orçamentos de defesa que são sempre apertados.

Em uma outra perspectiva, a padronização se torna um fator preponderante para o continente. Se Colômbia, Peru, Chile e Brasil operarem o mesmo vetor, a interoperabilidade em missões conjuntas, desde exercícios militares até operações de paz e ajuda humanitária em desastres, será exponencialmente facilitada.

C-390 Millennium: análise detalhada das capacidades
O Embraer C-390 Millennium é um avião a jato de transporte militar tático desenvolvido para ser o mais novo e moderno em sua categoria.

- Capacidade de carga
O C-390 pode transportar até 26 toneladas, acomodando desde veículos leves e helicópteros até 80 soldados, 66 paraquedistas ou 74 macas. Sua rampa traseira e sistemas de manuseio de carga são projetados para máxima eficiência em embarque e desembarque.

- Velocidade e alcance

Capaz de atingir Mach 0.8 (aproximadamente 870 km/h), é um dos cargueiros mais rápidos de sua classe. Com um alcance de translado superior a 6.000 km, ou 4.500 km com 23 toneladas de carga, oferece uma flexibilidade operacional notável.

- Operações em pistas não pavimentadas
Um de seus maiores trunfos para a realidade sul-americana. Sua robustez e design permitem pousos e decolagens em pistas de terra, cascalho ou grama, garantindo acesso a regiões remotas e a capacidade de operar em cenários de infraestrutura limitada ou danificada por desastres.

- Reabastecimento em voo (KC-390)
A versão KC-390 é equipada com pods de reabastecimento sob as asas, podendo reabastecer outras aeronaves em voo, uma capacidade que estende significativamente a autonomia e o alcance das missões aéreas.

- Tecnologia embarcada
Com sistemas fly-by-wire, aviônicos de última geração e alta automatização, o C-390 oferece segurança operacional e reduz a carga de trabalho da tripulação.

Impactos e benefícios: para além da capacidade militar
A aquisição do C-390 por Colômbia, Chile e Peru transcenderia a mera modernização de equipamentos. Os impactos seriam sentidos em diversas esferas.

A agilidade e a capacidade de operar em locais remotos fariam do C-390 um recurso inestimável em situações de emergência, permitindo o rápido transporte de ajuda humanitária, equipes de resgate e suprimentos médicos.

A interoperabilidade entre as forças aéreas dos três países, e destes com o Brasil, seria ampliada, facilitando exercícios conjuntos, missões de apoio mútuo e a participação em operações de paz da ONU. Isso solidificaria um bloco de defesa mais coeso na região.

Potenciais acordos de compensação industrial (offset) com a Embraer poderiam significar transferência de tecnologia, investimentos em manutenção local e geração de empregos qualificados nas indústrias de defesa de cada país.

Em termos continentais, a escolha de uma aeronave de fabricação sul-americana reforçaria a capacidade industrial da região e promoveria um senso de autonomia tecnológica.

Desafios no horizonte: do orçamento à política
Apesar dos claros benefícios, o caminho para a aquisição do C-390 não é isento de obstáculos.

O custo unitário da aeronave, embora competitivo em sua categoria, representa um investimento significativo para orçamentos de defesa que muitas vezes enfrentam restrições. Modelos de financiamento flexíveis e pacotes de longo prazo seriam essenciais.

Além disso, a introdução de uma nova plataforma demandaria investimentos substanciais em infraestrutura de manutenção, peças de reposição e, crucialmente, no treinamento de pilotos, mecânicos e equipes de solo. A amenizar tais fatos, estaria a proximidade geográfica da Embraer.

Embora o C-390 se destaque, o mercado de aeronaves de transporte militar é competitivo, com players como o C-130J da Lockheed Martin e as ofertas da Airbus (C295, A400M). Além disso, relações históricas com fornecedores tradicionais, como os Estados Unidos e a Europa, podem influenciar as decisões. 

Estimativas percentuais de probabilidade de aquisição (2024-2029)
Atribuições feitas por ferramentas de inteligência artificial com base nos contextos histórico, técnico e comercial, bem como em notícias recentes e tendências de defesa, apontam que o Chile teria 75% de probabilidade de aquisição, haja vista ter maior estabilidade orçamentária, interesse oficial declarado e prioridade de modernização de frota, além de manter uma relação histórica positiva com a Embraer.

Em segundo lugar viria a Colômbia, com 60%, devido à: necessidade crítica de renovação da frota, já existirem negociações em andamento e delegações terem visitado a Embraer em 2024. No entanto, o país é particularmente sensível à questão de financiamento.

Por último, viria o Peru, com 45%, que tem grande parte da frota de C-130 obsoleta. O C-390 parece ser a opção tecnicamente preferida, porém aquisições podem atrasar ou ser escalonadas dado ao fato de o país evidenciar um severo desafio orçamentário.

América do Sul em um novo patamar logístico e geopolítico
A possível entrada de Colômbia, Chile e Peru ao lado Brasil no universo de operadores do C-390 Millennium implicaria não só em modernização tecnológica, mas na integração a um ecossistema similar ao que países europeus da OTAN estão fazendo. Isso posicionaria a América do Sul em um novo patamar logístico e geopolítico, aumentando a interoperabilidade e inserindo a região em correntes globais de inovação, suporte e treinamento militar em cooperação com aliados internacionais. 

Um novo capítulo na aviação de transporte sul-americana
Esta Consultoria acredita que a probabilidade de Colômbia, Peru e Chile considerarem fortemente a aquisição do Embraer C-390 Millennium é alta, dada a consonância da aeronave com suas necessidades operacionais e a busca por modernização. A aquisição dessa plataforma versátil, robusta e com tecnologia de ponta representaria um avanço significativo em suas capacidades de transporte aéreo, reabastecimento e resposta a emergências. 

O C-390 se consolida assim, em nosso entender, como favorito desses três países, seja pelas sinergias regionais, seja pelo desempenho operacional ou seja ainda pela atratividade comercial para a América do Sul.

Por fim, a combinação de necessidades operacionais prementes com a excelência técnica do C-390 cria um cenário otimista para que o cargueiro brasileiro se torne um pilar da segurança e da cooperação regional, escrevendo um novo e importante capítulo na história da aviação de transporte na América do Sul. 

Taurus esclarece notícias equivocadas sobre decisão administrativa de Primeira Instância da PMSP


*LRCA Defense Consulting - 16/07/2025

A Taurus Armas esclareceu que não é verdadeira a informação publicada pelo portal G1 em 12.jul.2025 e replicada por outros canais de notícias de que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo aplicou multa à Taurus. Trata-se de sanção aplicada pelo Centro de Material Bélico da Polícia Militar do Estado em processo administrativo que foi iniciado no ano de 2016. 

Desde então, já houve outras penalidades aplicadas nesse mesmo processo, todas anuladas pela Justiça de São Paulo ou pela própria Polícia Militar, por sua instância superior. 

Também não é verdadeira a informação de que a Taurus esteja proibida de participar de licitações do governo de São Paulo desde julho de 2020. 

Fato é que a Polícia Militar tem sistematicamente violado garantias processuais da empresa nesse processo, que infelizmente não tem um fim e tem sido utilizado para prejudicar a imagem da Taurus.  

Conforme a Taurus divulgou em Comunicado ao Mercado:

(i) o processo administrativo é relativo a sucessivos contratos de fornecimento de pistolas assinados com o Estado de São Paulo nos anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. Não foram comercializadas pela atual gestão e se referem a modelos de armas que não são mais fabricados ou comercializados; 

(ii) a Companhia cumpriu integralmente esses contratos administrativos, fornecendo as pistolas nas especificações contratadas e cumprindo todas as suas obrigações correlatas de garantia e assistência técnicas; 

(iii) não há evidências técnicas ou fundamentos jurídicos que permitam a penalização da Companhia, que tomará todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis para reversão da penalidade aplicada; 

(iv) há decisões e pareceres judiciais e administrativos que determinaram a anulação das penalidades proferidas em decisão administrativa anterior, para que fossem tomadas as providências para realização de perícia técnica, com a participação da empresa, o que novamente não aconteceu; 

(v) a suspensão do direito de contratar com a administração, se vier a ser confirmada, deve ser restrita à PMESP, não afetando contratações com outros órgãos e Estados; e 

(vi) a decisão administrativa não produzirá efeitos imediatos, uma vez que está sujeita a recurso, com efeito suspensivo. 

Ilação de matéria do G1 não é verdadeira
Ainda sobre a matéria publicada no portal G1 em 12/07/2025, a Taurus esclarece que também não é verdadeira a ilação da reportagem sobre a ocorrência de defeito no armamento mencionado no início do vídeo do programa Fantástico de 2017 veiculado junto com a notícia. A ação judicial relativa ao episódio que alegava supostos defeitos de fabricação de uma submetralhadora Taurus foi julgada totalmente improcedente pelo Poder Judiciário do Estado de Alagoas. A sentença se baseou no laudo pericial elaborado pelo Instituto de Criminalística que concluiu pela ausência de qualquer defeito de fabricação no equipamento. A sentença foi confirmada de forma unânime pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e é definitiva. 

Desde 2015, quando ocorreu a mudança do controle acionário, a Taurus e seus administradores vem seguindo os mais rígidos e estritos padrões de controle e qualidade dos seus produtos. 

A Taurus, respeitando seu compromisso com a transparência, manterá seus investidores e o mercado em geral informado de eventual desdobramento do processo administrativo, naquilo que lhe for de sua responsabilidade, através de seus canais de comunicação. 

Embraer KC-390 e Super Tucano fazem tanto sucesso que elevaram o faturamento da indústria de defesa brasileira a níveis recordes


*Defense Express, 15/07/2025

O volume de exportações de defesa do Brasil no primeiro semestre de 2025 foi de US$ 1,31 bilhão. Esses resultados, por sua vez, se devem à empresa aeroespacial Embraer Defesa & Segurança, que obteve grande sucesso no mercado internacional.

Segundo Janes, a indústria de defesa brasileira conta com 283 empresas, com 2.064 produtos exportados para 140 países. Portanto, é ainda mais impressionante que 34% do volume total tenha sido composto por aeronaves e equipamentos relacionados.

Em termos de recursos, o Brasil exportou US$ 1,78 bilhão em armas e bens de defesa em 2024, um recorde nos últimos 11 anos. E agora, em apenas seis meses, 73,6% desse resultado foi alcançado.

Esta situação oferece uma oportunidade para celebrar a Embraer, que garantiu encomendas de KC-390, incluindo uma sexta aeronave planejada para Portugal e quatro aeronaves para a Suécia. Este é um grande sucesso para a transportadora.

Também contribuíram para os resultados as vendas de aeronaves de ataque leve A-29 Super Tucano para o Paraguai e o Uruguai. Embora tenham sido apenas quatro e cinco unidades, respectivamente, elas se somaram à carteira de pedidos existente.

O Defense Express observa que este é um ótimo exemplo da importância da fabricação em série de aeronaves para a economia do país. Sim, a produção em série de aeronaves pode gerar lucros enormes se conseguir encontrar seu próprio nicho de mercado.

O Embraer KC-390 tornou-se uma solução popular em todo o mundo, chegando à Europa, onde está sendo considerado pela Eslováquia e a Polônia considera a produção nacional. Ao mesmo tempo, a aeronave tem sido promovida como uma solução pragmática até mesmo para operadores do C-130 americano.

Portanto, a fabricação de aeronaves em si não é apenas uma oportunidade estratégica, mas também um investimento industrial e econômico lucrativo. Talvez, no futuro, a Ucrânia consiga ocupar um nicho semelhante no mundo.

14 julho, 2025

Nova delegação da Embraer visita a Tunísia e dá continuidade às negociações iniciadas em maio

 


*Tunisie Numerique, por Mohsen Tiss - 14/07/2025

A FIPA-Tunísia (Agência de Promoção do Investimento Exterior da Tunísia) anunciou que a fabricante aeronáutica brasileira Embraer, um dos principais atores nos setores de transporte aéreo regional e de defesa, representada por uma delegação de alto nível presidida por Francisco Moraes, Vice-Presidente para a Aviação Comercial na África, foi recebida em 10 de julho de 2025 por Jalel Tebib, Diretor-Geral da entidade.

"Essa visita ocorre na continuidade das negociações iniciadas no mês de maio de 2025 e visa, em particular, examinar os meios para uma implantação direta no território tunisiano e avaliar o potencial da cadeia de fornecimento aeronáutica do país, suscetível de ser integrada à sua cadeia global de suprimentos", destacou a FIPA.

A agência acrescenta ainda que, no contexto dessa dinâmica de cooperação, a FIPA-Tunísia manifesta claramente sua ambição: atrair novos investimentos de referência no setor aeronáutico e reforçar as parcerias.

A Embraer, como empresa aeroespacial de renome mundial com sede no Brasil, ocupa a 3ª posição nos setores da aviação comercial e executiva, atrás da Airbus e da Boeing. 
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Saiba mais:
- Embraer avança na busca de parcerias firmes no Marrocos e na Tunísia

WEG lança estação de recarga mais rápida e potente do Brasil


*LRCA Defense Consulting - 14/07/2025

A WEG apresenta ao mercado a WEMOB® STATION HIGH POWER CHARGING (HPC), uma solução inovadora que atende à crescente demanda por recarga ultrarrápida de alta potência para veículos elétricos leves e pesados. Esta tecnologia é capaz de oferecer potência de até 640 kW e de recarregar até quatro veículos simultaneamente. “A WEMOB® STATION HPC, produto global desenvolvido e fabricado no Brasil, reforça a posição de liderança da WEG na transição energética. Esta solução inovadora eleva os padrões de conveniência aos usuários e a eficiência aos operadores, acelerando a adoção de veículos elétricos”, explica Carlos José Bastos Grillo, Diretor Superintendente de Digital e Sistemas na WEG.

Constituída por dois totens e uma cabine de potência modular, a WEMOB® STATION HPC incorpora as mais recentes tecnologias globais para recarga de veículos elétricos. Com flexibilidade superior na distribuição de energia, a solução permite ajustar a potência por ponto de recarga de forma dinâmica, atingindo até 400 kW em incrementos de 30 kW, 40 kW, 60 kW ou 80 kW. Seu design inteligente gerencia a potência de forma dinâmica, direcionando a energia de maneira eficiente para os veículos conectados. Diferente das estações tradicionais, que geralmente integram os módulos de potência diretamente ao totem, a WEMOB® STATION HPC agrupa esses módulos em blocos, em uma cabine centralizada. Essa abordagem otimiza a entrega de energia, disponibilizando apenas a potência necessária para a recarga de cada veículo. Além disso, eleva a segurança e a confiabilidade, pois a estação identifica e isola falhas de forma autônoma, garantindo a continuidade da operação com alta disponibilidade.

A inovação da estação vai muito além do design físico. A WEMOB® STATION HPC integra a tecnologia WEMOB® DynamicShare AI (Adaptive Intelligence), um algoritmo avançado que otimiza a distribuição de potência em tempo real para cada veículo. Essa inteligência adaptativa especializada permite que a estação ajuste dinamicamente a carga conforme a demanda, maximizando a capacidade de recarga disponível e elevando significativamente a eficiência energética. Na prática, isso significa que, mesmo com múltiplos veículos em processo de recarga, a potência pode ser realocada inteligentemente para atender novos veículos sem comprometer o tempo de recarga dos que já estão conectados.

A WEMOB® STATION HPC destaca-se pela sua versatilidade e interface intuitiva. O totem é configurável para os quatro principais padrões de recarga globais (CCS-1, CCS-2, NACS e CHAdeMO) e incorpora o sistema inteligente de gerenciamento de cabos WEMOB® Cable Manager, que otimiza a organização e o manuseio dos cabos.

Para proporcionar uma experiência visual superior, o equipamento oferece duas opções de tela de alto brilho (32" e 15,6"), ambas com 3000 nits, garantindo excelente legibilidade mesmo sob luz solar direta. A tela WEMOB® AdVision permite a exibição de vídeos, imagens e logotipos, com atualização remota simplificada pelo administrador da estação. Complementando a interface, a sinalização de status é realizada por LEDs coloridos e sinais sonoros, com possibilidade de personalização das cores para alinhar-se à identidade visual do cliente.

Para maximizar a conveniência do usuário, a estação integra a funcionalidade WEMOB® Autocharge. Esta tecnologia permite o reconhecimento automático de veículos previamente cadastrados, eliminando a necessidade de cartões RFID ou aplicativos móveis e simplificando significativamente o processo de recarga.

A conectividade da WEMOB® STATION HPC é altamente flexível, com opções via cabo Ethernet, Wi-Fi ou rede móvel LTE (Dual SIM), e suporte completo ao protocolo OCPP. Para garantir máxima confiabilidade, a estação incorpora redundância nas conexões, assegurando alta disponibilidade e continuidade ininterrupta do serviço. Além disso, o gerenciamento remoto completo — que abrange controle de acesso, diagnósticos e atualizações de software via OTA (Over-the-Air) — otimiza significativamente a eficiência operacional.

Para aprimorar a conveniência do usuário final e expandir as oportunidades de negócio para os operadores de estações, a WEMOB® STATION HPC oferece integração com sistemas de pagamento por cartão, tanto por contato quanto por aproximação. Isso inclui compatibilidade com carteiras digitais como Apple Pay e Google Pay, permitindo a cobrança direta no local, de forma rápida e segura, sem a necessidade de cadastros ou identificação prévia. Essa funcionalidade atende às demandas de diversos perfis de clientes, simplificando significativamente a experiência de recarga para todos os usuários de veículos elétricos.

Equipada com o WEMOB® Silent Mode, a WEMOB® STATION HPC é ideal para instalações em locais com restrições de ruído, como áreas residenciais ou durante a noite, garantindo um processo de recarga com mínimo impacto sonoro no ambiente.

Com todas essas inovações, a WEG reafirma seu compromisso com o futuro da mobilidade elétrica, oferecendo uma solução de recarga ultrarrápida, inteligente e segura para os veículos elétricos desta e das próximas gerações. 

13 julho, 2025

Embraer C-390 Millennium em versão AWACS para a Índia pode ser uma realidade

Imagem meramente ilustrativa

*LRCA Defense Consulting - 13/07/2025

Em matéria publicada em abril de 2023, esta Consultoria, em caráter pioneiro, identificou a possibilidade de a Índia ter interesse numa versão do C-390 Millennium para missões AEW&C (Alerta Aéreo Antecipado e Controle). Na época, repercutindo reportagem da imprensa especializada indiana, foi escrito que "O idrw.org informou saber que a aeronave que for selecionada será usada como uma plataforma para o desenvolvimento de aeronaves de reabastecimento em voo (FRA) e, também, de alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C), pois a IAF planeja ter mais plataformas locais para reforçar seus requisitos enquanto a Força Aérea Chinesa (PLAAF) expande sua frota de multiplicadores de força (como são conhecidas as aeronaves AEW&C)".

Posteriormente, em dezembro de 2024, o idrw.org divulgou uma novidade importante: "A Embraer, em seu briefing para a Força Aérea Indiana (IAF) para a licitação de aeronaves de transporte médio (MTA) para 60 transportadores, apresentou uma nova proposta ousada: o C-390M Millennium equipado com hardpoints sob suas asas para transportar sistemas de armas ar-superfície. Essa capacidade, destinada a fornecer capacidades operacionais antiterrestres e anti-navio, pode posicionar o C-390M como uma plataforma versátil e multifuncional, além de suas funções primárias de transporte".

Em junho último, o jornal indiano The Economic Times divulgou que o Ministério da Defesa da Índia estava prestes a analisar um projeto de 10.000 crores de rúpias (cerca de US$ 1,166 bilhão) visando adquirir três aviões espiões avançados (ISTAR) para aprimorar as capacidades de vigilância e aquisição de alvos da Força Aérea Indiana, fornecendo inteligência ar-solo detalhada, o que permitirá ataques precisos contra alvos inimigos. O sistema ISTAR será desenvolvido internamente pelo DRDO, que equipará as aeronaves com sensores e sistemas eletrônicos totalmente nacionais. Esses sistemas de vigilância e direcionamento a bordo já foram desenvolvidos e testados pelo Centro de Sistemas Aerotransportados (CABS) do DRDO.

O C-390 Millennium é uma aeronave multimissão que já possui capacidades para missões de transporte tático, reabastecimento aéreo (como KC-390) e está sendo adaptada para missões ISTAR, incluindo patrulha marítima (Maritime Patrol). Em dezembro de 2024, a Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) assinaram um acordo para desenvolver uma variante específica do C-390 para missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR), chamada C-390 IVR, com foco em patrulha marítima. Essa variante incorpora sistemas avançados de comunicação, sensores e autoproteção, que atendem aos requisitos de missões ISTAR.

C-390 IVR (Embraer)

Portugal está participando do desenvolvimento da nova variante ISR do C-390. Esta versão integrará radar de abertura sintética, sensores eletro-ópticos e infravermelhos, sistemas de comunicação avançados e pontos de fixação externos para carga útil, com uma configuração modular roll-on/roll-off para manter a flexibilidade entre as missões. Esses desenvolvimentos foram anunciados na exposição de defesa LAAD 2025, onde foram formalizados acordos de cooperação entre a Embraer e a Força Aérea Portuguesa.

O Embraer C-390 é uma aeronave de transporte militar tático multimissão que foi projetada principalmente para transportar cargas e tropas, sendo facilmente transformada para a versão de reabastecimento aéreo, a KC-390. Embora não seja uma aeronave dedicada a AEW&C, é possível fazer modificações no projeto original para adaptar a plataforma para essa finalidade.

A transformação do C-390 em uma aeronave de alerta antecipado exigiria a instalação de sistemas de radar e de comunicação especializados, além de outras modificações estruturais e eletrônicas. Essas modificações permitiriam que a aeronave detectasse e monitorasse alvos aéreos, navais e terrestres em uma área ampla e fornecesse informações valiosas para o comando e controle em tempo real. Segundo declarações atribuídas à Embraer, o C-390 Millennium pode ser modificado, interna e externamente, para se adequar às exigências operacionais do usuário. 

Imagem meramente ilustrativa

Em reforço à possibilidade levantada em 2023 e desenvolvida em 2024 e 2025, a matéria do idrw.org abaixo informa que a Embraer teria oferecido à Índia uma versão Sistema de Alerta e Controle Aéreo (AWACS) para o C-390. Confira. 
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Embraer apresenta o C-390M para os requisitos AWACS e MTA da IAF, oferecendo desenvolvimento mais rápido em relação ao ERJ-145 fora de produção

*Indian Defence Research Wing - 13/07/2025

A gigante aeroespacial brasileiro Embraer propôs uma nova abordagem ousada para atender às duas necessidades da Força Aérea Indiana (IAF) — um Sistema de Alerta e Controle Aéreo (AWACS) e uma Aeronave de Transporte Médio (MTA), oferecendo-se para desenvolver em conjunto uma variante AWACS baseada em sua plataforma C-390M Millennium. Esta proposta surge em um momento em que a IAF enfrenta desafios para adquirir aeronaves Embraer ERJ-145 adicionais para seu programa AWACS Netra Mk1A, visto que o ERJ-145 está fora de produção há mais de uma década.

O briefing da Embraer à IAF, conforme relatado pelo idrw.org, destaca o potencial do C-390M para servir como uma plataforma AWACS de próxima geração, equipada com sistemas nativos desenvolvidos pelo Centro de Sistemas Aerotransportados (CABS) da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DRDO). Ao contrário do Netra Mk1, baseado no ERJ-145, que oferece cobertura de radar de 240 graus com alcance de 450 km, o C-390M AWACS poderia incorporar recursos avançados, como um radar AESA (Active Electronically Scanned Array) de 300 graus ou até 360 graus, conjuntos aprimorados de guerra eletrônica e links de dados em tempo real para operações centradas na rede. A maior capacidade de carga útil da plataforma (26 toneladas contra 5,9 toneladas do ERJ-145) e sua maior resistência (até 6 horas sem reabastecimento) a tornam adequada para hospedar sistemas de missão sofisticados, incluindo consoles de operador, radares baseados em nitreto de gálio (GaN) e suítes de autodefesa.

O Embraer C-390M Millennium, uma aeronave de transporte médio bimotor a jato, é um dos principais concorrentes no programa MTA da IAF, que busca de 60 a 80 aeronaves para substituir a antiga frota de Antonov An-32. Projetado para transportar uma carga útil de 26 toneladas em um alcance de 2.815 km, o C-390M é equipado com modernos motores turbofan, um sistema fly-by-wire e um design modular que suporta configurações multifuncionais, incluindo transporte, reabastecimento em voo e inteligência, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento (ISTAR). 

A proposta da Embraer de desenvolver em conjunto uma variante AWACS do C-390M está alinhada à necessidade da IAF por plataformas avançadas de vigilância aérea para combater ameaças regionais da China e do Paquistão, que operam frotas AWACS significativamente maiores.

Situação atual da IAF
A IAF opera atualmente três sistemas AWACS Netra Mk1, baseados em jatos regionais ERJ-145 modificados, que comprovaram sua eficácia operacional em cenários de alto risco, como o ataque aéreo de Balakot em 2019 e a Operação Sindoor em 7 de maio de 2025. Para expandir sua frota de AWACS, a IAF planejou adquirir seis fuselagens ERJ-145 usadas adicionais para o programa Netra Mk1A, que conta com radares AESA baseados em GaN atualizados e conjuntos de missão aprimorados. No entanto, com a produção do ERJ-145 encerrada no início da década de 2010, a obtenção de fuselagens adequadas no mercado secundário global – onde aproximadamente 350 das 700 unidades produzidas permanecem em serviço – apresenta desafios significativos.

A modernização de ERJ-145s usados exige modificações extensas, incluindo a desmontagem e modernização de unidades substituíveis em linha (LRUs), aviônicos e sistemas para atender aos padrões de nível militar. Esse processo é demorado e caro, com preocupações quanto às condições da fuselagem, histórico de manutenção e disponibilidade de peças de reposição. A Embraer, em colaboração com a Adani Defence and Aerospace, foi encarregada de obter essas fuselagens, mas as complexidades da conversão levaram a atrasos no programa Netra Mk1A, estimado em £ 9.000 crore (aproximadamente US$ 1,1 bilhão).

C-390M AWACS: uma alternativa estratégica
A proposta da Embraer para o codesenvolvimento de um AWACS baseado no C-390M aborda esses desafios, alavancando uma plataforma moderna em produção, projetada para adaptabilidade multifuncional. De acordo com fontes do idrw.org, o AWACS do C-390M poderia ser desenvolvido no mesmo prazo da modernização dos ERJ-145, com as seguintes vantagens:

- Integração mais rápida: diferentemente dos ERJ-145 usados, que exigem ampla reconfiguração, o C-390M pode incorporar sistemas AWACS durante a fabricação, agilizando o desenvolvimento e garantindo a conformidade com as especificações da IAF desde o início.

- Recursos avançados: a fuselagem maior do C-390M suporta cargas úteis mais pesadas, permitindo a integração de radares AESA avançados com cobertura potencial de 300–360 graus, maior resistência e compatibilidade com sistemas futuros, como drones lançados do ar ou armas de energia direcionada.

- Eficiência de custo e ciclo de vida: uma nova plataforma evita os desafios de manutenção de fuselagens antigas, oferecendo custos de ciclo de vida mais baixos e maior confiabilidade. O design moderno do C-390M também apoia o impulso da Índia para transferência de tecnologia e produção local no âmbito da iniciativa "Make in India".

Parceria com a Mahindra Defence Systems fortalece a proposta

A parceria da Embraer com a Mahindra Defence Systems, formalizada por meio de um Memorando de Entendimento (MoU) de 2024, fortalece ainda mais sua proposta. O MoU prevê o estabelecimento de uma linha de montagem final do C-390M na Índia, posicionando o país como um polo regional de produção, manutenção, reparo e revisão (MRO) e treinamento. Isso se alinha à iniciativa indiana Aatmanirbhar Bharat, que oferece oportunidades de transferência de tecnologia e fabricação local.

Plataforma C-390M para as funções MTA ou AWACS ainda não foi avaliada pela IAF
A IAF ainda não avaliou formalmente a plataforma C-390M para as funções MTA ou AWACS, gerando incerteza quanto à aceitação da proposta da Embraer. A preferência da IAF pelo ERJ-145 para o Netra Mk1A decorre da comunalidade da frota, visto que já opera cinco variantes do ERJ-145 para transporte VVIP e três para o Netra Mk1, simplificando a logística, o treinamento e a manutenção. No entanto, o desempenho superior do C-390M – oferecendo um alcance de 2.815 km em comparação com os 2.873 km do ERJ-145, um teto de serviço mais alto (36.000 pés contra 37.000 pés) e maior capacidade de carga útil – o torna uma alternativa atraente.

A hesitação da Força Aérea Indiana (IAF) também pode ser influenciada por propostas concorrentes, como o Global 6000 da Bombardier para o Netra Mk1A, que oferece autonomia de 12 horas e maior capacidade de carga útil, mas não possui a mesma frota do ERJ-145. A proposta anterior da Embraer para o Praetor 600, um jato executivo supermédio com o dobro do alcance do ERJ-145 e teto de 45.000 pés, foi rejeitada devido à sua capacidade limitada de carga útil (1,5 toneladas contra 5,9 toneladas do ERJ-145), destacando o foco da IAF em equilibrar custo, capacidade e logística.

Potencial multifuncional do C-390M pode ser decisivo
O potencial multifuncional do C-390M pode ser decisivo, especialmente considerando seu alinhamento com o requisito de MTA da IAF. As avaliações iniciais da IAF favorecem o C-390M em relação a concorrentes como o Lockheed Martin C-130J Super Hercules e o Airbus A400M Atlas devido à sua adaptabilidade para funções como AWACS, MPA e ISTAR. Um acordo de codesenvolvimento com a Embraer também poderia incluir acordos de permuta, com o Brasil expressando interesse em sistemas indianos como o míssil Akash ou o lançador de foguetes Pinaka, fortalecendo os laços bilaterais de defesa. 
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Sobre o portal Indian Defence Research Wing
O idrw.org (Indian Defence Research Wing) é um portal de notícias online lançado em 2006, focado em cobertura detalhada e análise de notícias relacionadas à defesa da Índia. Ele se dedica a reportar sobre as Forças Armadas indianas, incluindo o Exército, a Força Aérea e a Marinha, além de temas como inovações militares, estratégias de aquisição e tecnologias de defesa. O site também aborda questões globais e regionais relacionadas à defesa, com ênfase em projetos indianos, como o desenvolvimento de aeronaves, mísseis e outros sistemas de defesa.

O idrw.org é reconhecido como uma das fontes mais antigas e confiáveis sobre notícias de defesa na Índia, atraindo um público que inclui analistas de defesa, militares e entusiastas. Ele também oferece uma seção chamada “My Take”, onde leitores podem compartilhar opiniões sobre assuntos de segurança e defesa. O portal é conhecido por obter informações de fontes dentro do establishment de defesa indiano, muitas vezes publicando notícias antes da mídia mainstream.

Saiba mais:
- Índia quer aeronaves ISTAR para inteligência ar-solo e aquisição de alvos. Embraer C-390 seria uma opção?

- Embraer C-390 como aeronave de alerta aéreo antecipado AEW&C para a Índia?

Marrocos se aproxima de acordo de US$ 600 milhões para a aeronave militar KC-390 da Embraer

 


*Bladi.net, por Silvano - 11/07/2025

Um passo importante foi dado rumo à aquisição pelo Marrocos da aeronave de transporte militar KC-390 Millennium. Segundo fontes próximas às negociações, o reino entrou em fase avançada de negociações com a Embraer para a aquisição de sua aeronave militar brasileira, como parte de um contrato estimado em mais de US$ 600 milhões, segundo a imprensa brasileira.

Essas negociações ocorrem após a assinatura, por Rabat, de um acordo de cooperação com a Embraer. Além da venda de aeronaves para o Reino do Marrocos, o acordo também inclui suporte logístico, serviços de manutenção e treinamento de pilotos e técnicos marroquinos. Segundo a mídia brasileira, uma possível concretização dessa venda fortaleceria a posição da indústria de defesa brasileira no setor de aviação militar em nível internacional e contribuiria para melhorar a prontidão operacional das Forças Armadas Reais Marroquinas. Essa venda seria uma das maiores já concluídas pela Embraer com um país do continente africano.

Projetado para atender às necessidades estratégicas das Forças Armadas em termos de transporte e intervenção rápida, o KC-390 Millennium se destaca por sua capacidade de transportar veículos de combate pesados com peso superior a 25.500 kg, além de um amplo compartimento de carga que permite o transporte de diversos equipamentos. Esta aeronave também se destaca por sua grande flexibilidade operacional, compatível com os requisitos das guerras modernas e de diversas missões.

O KC-390 Millennium é atualmente utilizado por diversos exércitos ao redor do mundo, incluindo os de países membros da OTAN, como os exércitos português e holandês, que possuem cinco unidades deste modelo cada, bem como o exército húngaro, que possui duas, de acordo com o site do fabricante. Outros países, como Coreia do Sul e Áustria, também utilizam esta aeronave.

A aquisição do KC-390 Millennium deve contribuir para o fortalecimento das capacidades logísticas e aéreas da Royal Air Force (RAF). 
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Saiba mais:
- Embraer aposta no Marrocos: contrato militar, transferência de tecnologia e ecossistema aeronáutico em pauta

- Embraer avança na busca de parcerias firmes no Marrocos e na Tunísia

- Embraer desenvolve sua cadeia de suprimentos no Marrocos

- Marrocos e Brasil constroem pontes militares transatlânticas

 

12 julho, 2025

Produzido pela brasileira IACIT, Sistema Anti-drone SCE 0100 reforça poder de defesa do Exército

 

*LRCA Defense Consulting - 12/07/2025

Em um contexto global marcado por transformações tecnológicas aceleradas e ameaças assimétricas cada vez mais sofisticadas, o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX) segue fortalecendo a capacidade do Exército Brasileiro. No mês de junho, foi realizada, no Forte Marechal Rondon, em Brasília, a entrega e capacitação do novo Sistema Antidrone SCE 0100, tecnologia de ponta integrada ao Projeto SAD/SISFRON, com impacto direto na proteção de tropas e infraestruturas críticas.

A atividade contou com a participação de representantes do 1º Batalhão de Guerra Eletrônica (1º BGE), do Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE), de um engenheiro da Organização Brasileira para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Controle do Espaço Aéreo (CTCEA), além da equipe técnica da empresa responsável pelo sistema, que conduziu uma apresentação detalhada do equipamento e orientou os militares para sua operação segura e eficaz. 

Tecnologia de defesa contra SARP
Os sistemas antidrone são projetados para neutralizar os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARPs). Um dos principais mecanismos empregados é o bloqueio de radiofrequência (jamming), que interrompe a comunicação entre o drone e seu operador, podendo forçar seu pouso controlado ou retorno automático ao ponto de origem do equipamento. O sistema opera por meio de bloqueadores de radiofrequência de forma precisa e eficaz, garantindo a segurança de áreas sensíveis, instalações militares e tropas em movimento. Essa nova camada de proteção torna-se ainda mais relevante diante do crescente uso de drones em ações cinéticas e não cinéticas.

Ganho em prontidão operacional e resposta imediata
A incorporação do Sistema Antidrone SCE 0100 ao SISFRON representa um avanço significativo para o Exército Brasileiro, reforçando a proteção de estruturas estratégicas, a segurança da tropa e a prontidão tecnológica. Desenvolvido por empresa da Base Industrial de Defesa (BID), o sistema oferece neutralização eficaz e resposta adaptável a ameaças emergentes, inclusive de equipamentos de baixo custo e alta mobilidade. Durante a capacitação, os militares simularam diferentes cenários de interceptação, demonstrando na prática sua eficácia e potencial de integração ao sistema de comando e controle.

O uso de uma solução nacional reforça a autonomia tecnológica do Brasil, fortalece a Base Industrial de Defesa e contribui diretamente para a soberania e segurança do país.

Mais do que equipamentos: conhecimento e preparo

A entrega do Sistema Antidrone também reforça o papel dos Projetos SAD/SISFRON como um vetor de inovação dentro do Portfólio Estratégico do Exército. Mais do que fornecer tecnologia de ponta, os projetos promovem o assessoramento técnico, capacitação especializada e suporte contínuo, garantindo que cada entrega esteja acompanhada de conhecimento aplicado e domínio operacional.  

Sistema antidrones SCE 0100
O sistema antidrones SCE 0100, desenvolvido pela empresa brasileira IACIT, é uma tecnologia avançada voltada para a detecção, identificação e neutralização de drones, com foco em segurança pública, militar e proteção de infraestruturas críticas. Trata-se de uma solução robusta e versátil, adaptada para cenários de alta sensibilidade, com ênfase em precisão, eficácia e integração com sistemas de comando e controle.

Abaixo estão suas principais características, com base nas informações disponíveis:

Capacidade de Interferência (Jamming)
Utiliza tecnologia de bloqueio de sinais de radiofrequência (jammers) para interromper a comunicação entre o drone e seu controlador, neutralizando drones não autorizados.

Faixa de frequência operacional ampla, de 20 MHz a 6 GHz, permitindo atuar contra uma variedade de drones, além de outros dispositivos como IEDs (dispositivos explosivos improvisados) e celulares, dependendo da configuração.

Detecção e Monitoramento
Integra sensores avançados, como radares, câmeras infravermelhas e sensores de radiofrequência, para detectar e identificar drones em um raio de até 14 km.

Capaz de monitorar o espaço aéreo em tempo real, fornecendo dados para centros de comando e controle, como o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e o Centro de Monitoramento Antidrone.

Neutralização
Permite neutralizar drones a até 2 km de distância, forçando-os a pousar ou interrompendo seu curso sem a necessidade de métodos cinéticos (como destruição física), minimizando danos colaterais.

Pode operar em modo autônomo ou manual, com capacidade de assumir o controle do drone e direcioná-lo para uma zona segura de pouso.

Integração e aplicação

Integrado ao Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (SISFRON) do Exército Brasileiro, reforçando a defesa de fronteiras e instalações críticas.

Utilizado em eventos de grande porte, como a posse presidencial de 2023 e a Cúpula do G20, além de operações em presídios e segurança pública.

Tecnologia Nacional
Composto por componentes 100% brasileiros, destacando-se como uma solução de tecnologia nacional para contrapor a proliferação de drones em atividades criminosas e ameaças à segurança.

Impacto em Redes Wi-Fi
Estudos indicam que o SCE 0100 pode causar interferência em redes Wi-Fi outdoor, devido à sobreposição de frequências (padrão 802.11), especialmente em cenários urbanos, o que exige planejamento cuidadoso para minimizar impactos em comunicações civis.

Capacitação e uso
Requer treinamento específico para operação, sendo restrito às forças de segurança, como o Exército Brasileiro e a Polícia Penal.

Em 2025, o Exército Brasileiro concluiu a capacitação de militares para operar o sistema, destacando sua precisão e eficácia na proteção de tropas e infraestruturas.

Aplicações práticas

- Segurança Pública: utilizado em presídios para impedir o transporte de itens ilícitos por drones, como em Charqueadas (RS), onde resultou na apreensão de drogas e prisão de criminosos.

- Defesa nacional: reforça a segurança em fronteiras e instalações militares, com destaque para o combate à espionagem aérea na Amazônia.

- Eventos de grande porte: empregado em operações de segurança durante a posse presidencial de Lula em 2023 e na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

*Com informações do Exército Brasileiro e desta editoria.
 

 

Potencial veto à tecnologia israelense: um terremoto silencioso à espreita da defesa brasileira

Decisão política poderia paralisar projetos estratégicos, impactar custos e comprometer a segurança nacional, alertam especialistas e setor produtivo

 

 
*LRCA Defense Consulting - 11/07/2025

Uma potencial decisão do governo brasileiro de vetar a aquisição de produtos e serviços de empresas israelenses no setor de defesa e tecnologia, motivada por considerações políticas e ideológicas, acende um alerta vermelho na cúpula das Forças Armadas e na indústria de defesa nacional. A medida, se concretizada, não representaria apenas uma mudança de fornecedores, mas um verdadeiro terremoto com potencial para paralisar projetos estratégicos, elevar custos e, em última instância, comprometer a capacidade de defesa e a soberania do Brasil.

A interdependência entre a indústria de defesa brasileira e a tecnologia israelense é profunda e multifacetada, construída ao longo de décadas. Israel é um parceiro-chave não só na venda de equipamentos, mas na transferência de tecnologia e no desenvolvimento conjunto de soluções que são o "cérebro" de algumas das mais importantes plataformas militares do país.

Projetos de ponta ameaçados
Um dos projetos mais emblemáticos que sentiria o impacto direto é o caça F-39 Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB). Embora de origem sueca (Saab), o Gripen depende intrinsecamente de tecnologia israelense, incluindo o vital pod de guerra eletrônica da Rafael Advanced Defense Systems. Mais crucial ainda é o papel da AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems no Brasil. A AEL é a principal contratada para a suíte aviônica do Gripen, responsável por displays avançados, computadores, softwares e o capacete HMD, fundamental para a consciência situacional dos pilotos. "Sem essa tecnologia, a operação plena do Gripen seria inviabilizada", afirma uma fonte ligada ao setor. Há até mesmo discussões internas na FAB sobre a possibilidade de trocar jatos modernos por outros mais antigos, caso o veto se concretize.

O cargueiro KC-390 Millenium, um dos orgulhos da Embraer e com alto potencial de exportação, também seria atingido. Suas suítes de autoproteção e guerra eletrônica, essenciais para a segurança da aeronave em cenários de conflito, são fornecidas pela Elbit Systems.

No Exército, o veículo blindado Guarani, fabricado em parceria com a Iveco, utiliza sistemas de visão e controle de empresas israelenses. A ARES Aeroespacial e Defesa, outra subsidiária da Elbit, integra torres remotamente controladas (UT30BR2) e sistemas de armas (REMAX 4 RCWS) que são cruciais para a capacidade de combate do blindado. A modernização da frota de blindados M113 também é feita com eletrônica e armamentos israelenses.

Além disso, programas vitais como o SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), o Link-BR2 (datalink tático para as aeronaves da FAB) e o RDS-Defesa (Rádio Definido por Software para interoperabilidade das Forças Armadas) contam com a participação direta da AEL Sistemas e de tecnologia israelense. Mísseis anticarro Spike (Rafael) e sistemas de defesa antiaérea como o Spyder (Rafael) e o radar ELM-2084 (IAI) equipam as Forças Armadas, e seu suporte e reposição seriam inviabilizados.

Blindado Guarani com torre remotamente controlada e sistemas de armas

Impacto para a indústria brasileira
Um veto total implicaria em muito mais do que apenas a busca por novos fornecedores. A AEL Sistemas e a ARES, por exemplo, empregam milhares de brasileiros e são um polo de excelência em tecnologia de defesa, com intensa transferência de know-how. A paralisação de suas operações ou a desvinculação da tecnologia israelense representaria um duro golpe para a base industrial de defesa do país, que busca autonomia e capacidade de exportação.

"Seria uma decisão tão absurda que paralisaria ou até inviabilizaria alguns dos principais projetos das Forças Armadas e da Indústria de Defesa", destaca um documento interno, listando uma série de projetos afetados: C-390, Gripen, Guarani, M113, mísseis antiaéreos e anticarro, VANT Hermes, Praetor 600 AEW&C, UT30BR2, SISFRON, Link-BR2, E-LynX, RDS-Defesa, Sterna, SIC3MB, e a manutenção e modernização de aeronaves como Super Tucanos, F-5M e AMX.

Displays avançados, computadores, softwares e o capacete HMD, fundamental para a consciência situacional dos pilotos do Gripen
 
Sistema Link-BR: as Forças Armadas brasileiras alcançaram um marco inédito ao integrar, pela primeira vez, sistemas estratégicos de Comunicação, Comando e Controle (C4I) em uma simulação de conflito na Base Aérea de Canoas, no RS.


Custos e alternativas: um desafio gigantesco

A substituição de componentes israelenses não é simples e implicaria em custos e prazos altíssimos. A busca por fornecedores alternativos demandaria reengenharia, certificações complexas e, em muitos casos, o desenvolvimento de novas soluções do zero. Isso se traduziria em atrasos orçamentários, aumento exponencial de despesas e uma potencial defasagem tecnológica das Forças Armadas.

Especialistas alertam que a medida, vista por alguns como puramente "ideológica", teria consequências práticas severas, minando a credibilidade do Brasil como parceiro na área de defesa e comprometendo seu potencial de exportar tecnologia própria, como o Gripen para outros países da América Latina, que teria suas capacidades essenciais inviabilizadas.

Em um cenário de crescentes tensões globais, a fragilização do setor de defesa brasileiro por uma decisão política pode ter ramificações que vão muito além da economia e da diplomacia, afetando diretamente a capacidade do país de proteger seus interesses e sua soberania. A questão agora é se o Brasil está disposto a pagar o alto preço por essa guinada.

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